abril 11, 2007

Mobilização na cidade de Santa Cruz do Sul-RS: Saúde Mental precisa de políticas públicas

Divulgação /GS











Conferência ocorreu na Universidade de Santa Cruz

Santa Cruz do Sul
Ano 63 - Nº 677 - sábado e domingo, 31 de março de 2007

MOBILIZAÇÃO

Saúde mental precisa de políticas públicas

Com o fim dos hospitais psiquiátricos se tornou necessária a definição de ações específicas para tratar pessoas que sofrem com transtornos causados por doenças mentais
A extinção dos manicômios a partir da reforma psiquiátrica – iniciada na década de 70 e efetivada em 1992 –, que deu origem aos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), destinados a atender portadores de transtornos mentais, foi debatida em Santa Cruz. Esse novo serviço ficou sob responsabilidade dos municípios, que aos poucos foram implantando modelos específicos para o atendimento da população.

Entretanto, essa a estratégia de atendimento estaria perdendo suas características originais. O alerta foi apresentado na última quarta-feira na 1ª Conferência Municipal de Saúde Mental. Durante o evento, ocorrido na Unisc, a psicóloga e professora da Universidade Federal Fluminense, Regina Benevides, falou sobre as mudanças ocorridas com a reforma. Em sua palestra ressaltou a necessidade constante de ações voltadas a garantir a manutenção dos atendimentos.

“É fundamental a participação ativa da sociedade civil nos fóruns de discussão. Todas as conquistas que nos levam a construir uma legislação pertinente têm que ser aquecidas por movimentos instituídos, do contrário a lei se esvazia”, disse. Outro aspecto destacado por ela foi com relação à rede de atenção em saúde mental. A professora defende a existência de um conjunto de serviços e de ações inter e intra-setoriais. “A luta antimanicomial não é contra um lugar ou uma categoria, mas contra um modelo que segrega, que isola e que priva o paciente do convívio social. Precisamos ir ao encontro das singularidades e escapar dos rótulos”, afirmou.

SAIBA MAIS

Em Santa Cruz a reforma psiquiátrica começou em 1997, baseada na legislação gaúcha de 1992, que preconiza os serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico. Assim ocorreu a criação do primeiro Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município. Até então a cidade não dispunha de nenhum serviço especializado na prevenção e reabilitação psicossocial de portadores de sofrimento psíquico, limitando-se ao modelo asilar de assistência com alto custo financeiro para o município. Sucessivamente surgiram o Caps II, as oficinas terapêuticas, o Fórum Regional Permanente de Saúde Mental do Vale do Rio Pardo, os leitos psiquiátricos no Hospital Santa Cruz, as ações na atenção primária de saúde, em parceria com os PSFs, Capsia, Associação de Usuários e Familiares (Aufa – Caps), e Caps AD. Assim, a rede de atenção integral à saúde mental foi absorvendo a demanda das internações em hospitais psiquiátricos.

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