maio 18, 2007

18 de maio - Dia Nacional de Luta Antimanicomial: Amazonas (I)

Foto: Gerson - Associação Chico Inácio na Câmara Municipal de Manaus

Nivaldo, Elina, Maria do Carmo, Francinete, Nivya, Olinda, Ana Paula, vereador José Ricardo e Rogelio

A celebração do Dia Nacional de Luta Antimanicomial começou pela Zona Norte da cidade de Manaus, onde está instalado o Centro de Atenção Psicossocial Silvério Tundis. No dia 16 de maio, em parceria com os trabalhadores de saúde mental do CAPS, a Associação Chico Inácio - filiada à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial - desenvolveu uma atividade na Escola Estadual Arthur Virgílio Filho, centrada no objetivo de sensibilizar estudantes e professores para a redução do preconceito contra os portadores de sofrimento mental. Noutras 14 salas, entre os dias 14 e 17 de maio, outros parceiros - professores e alunos da Faculdade Martha Falcão - desenvolveram atividade semelhante.

Neste ano o 18 de maio tem um significado especial: o CAPS Silvério Tundis completa um ano de existência. Inaugurado em 4 de maio de 2006 pelo governador Eduardo Braga e pelo Secretário Estadual de Saúde, Dr. Wilson Alecrim, uma outra página da história da Saúde Mental vem sendo escrita, tendo como princípio o tratamento em liberdade, sem a sombra das práticas manicomiais.

Tribuna Popular

No dia 17 de maio, a Associação Chico Inácio, acompanhada pelo Coordenador Estadual de Saúde Mental, Rogelio Casado, ocupou a Tribuna Popular da Câmara Municipal de Manaus, a convite do vereador José Ricardo Wedling, do Partido dos Trabalhadores. Ali teve a oportunidade de esclarecer o significado do Dia Nacional de Luta Antimanicomial e convidar os parlamentares a participar do Abraço Simbólico ao Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, em processo de substituição por um Hospital de Clínicas, mantendo-se apenas o Pronto Atendimento Humberto Mendonça para os casos de urgência psiquiátrica. O evento está marcado para as 9:00 h do dia 18 de maio.

A proposta do abraço simbólico foi feita pela Associação Chico Inácio, numa demonstração de apoio à política estadual de saúde mental, já inscrita como ação programática de governo, e que é do interesse de familiares, usuários e trabalhadores de saúde mental: substituir o hospital psiquiátrico por um hospital de clínicas. A proposta vai ao encontro da Lei 10.216, de 6 de abril de 2007, ao manter leitos psiquiátricos no hospital geral ou hospital de clínicas, e vai encontro do desejo de um modelo substitutivo ao hospital psiquiátrico e seus ambulatórios medicalizadores da dor humana.

A Associação Chico Inácio foi saldada pelo presidente da Câmara, vereador Leonel Feitoza, e pelos vereadores José Nasser, Chico Preto, Marcelo Ramos e pelo próprio José Ricardo. Mas foi o diálogo final com o presidente da Câmara, durante as despedidas, que encheu de esperança os corações dos associados da Chico Inácio. Sensibilizado com a luta para obter espaços para as Oficinas de Trabalho Protegido, o vereador Leonel Feitoza ofereceu o espaço da própria Câmara para tal fim. Um gesto surpreendente, tão desejável na luta contra o preconceito social que gera muito sofrimento entre familiares e usuários do sistema de sáude.

Se ainda neste ano o governador Eduardo Braga sancionar a Lei de Saúde Mental do estado do Amazonas, a Luta Antimanicomial terá um ano inesquecível, que engrandece a Associação Chico Inácio - autora da proposta -, e que a torna uma entidade ímpar na defesa dos direitos políticos e civis dos portadores de sofrimento mental. No mais, a luta continua.

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