julho 31, 2007

Por falar em arborização...

Foto: Sávio Castro - Túnel de mangueiras - Belém-Pará

Os paraenses se orgulham de suas mangueiras... já os amazonenses não têm o que comemorar.
Em Manaus, a cada dia que passa, perdemos centenas de árvores.
Belém dá de goleada em se tratando de arborização. As árvores que morrem são substituídas por novas mangueiras. Existem lugarem em que já se formaram novos tunéis de mangueiras. Que inveja!
Nota: Este post é uma homenagem do amazonense que sou à professora Edinea Mascarenhas Dias, paraense da gema, que reside em Manaus.

julho 29, 2007

Quem com o capital fere, com o capital será ferido

Fotografia publicada no livro A Ilusão do Fausto

Av. Joaquim Nabuco (esquina com rua dos Andradas). Escolhida como área residencial da elite extrativista, no início do século XX.

Manaus moderna

Segundo a historiadora Edinea Mascarenhas Dias, atual Pro-Reitora de Ensino e Graduação da Universidade Estadual do Amazonas - UEA, autora do ensaio A Ilusão do Fausto, a cidade de Manaus sofreria, "[...] a partir de 1890, seu primeiro grande surto urbanização, isto graças aos investimentos propiciados pela acumulação de capital, via economia agrária extrativista-exportadora, especificamente a economia do látex".

Em outro trecho a professora Edinea afirma: "Modernizar, embelezar e adaptar Manaus às exigências econômicas e sociais da época, passa a ser o objetivo maior dos administradores locais. Era necessário que a cidade se apresentasse moderna, limpa e atraente, para aqueles que a visitavam a negócios ou pretendessem estabelecer-se definitivamente. A política seria a transformação de Manaus, defendendo a dominação do grupo que vai geri-la. Este grupo será constituído pelos extrativistas e aviadores, todos ligados ao capital financeiro internacional, como estreita conexão com o poder público local".

Em seguida, arremata: "A cidade, antes espaço comum, modifica-se e estratifica-se segundo uma nova configuração: a de classe. Para tal, vai adequando-se a uma função social nova. A modernidade traria um novo estilo de vida e grandes transformações, não só materiais, como também espirituais e culturais".

Para ela, a transformação do espaço urbano dá-se mediante a idéia de modernidade, assim traduzida: "A modernidade em Manaus não só substitui a madeira pelo ferro, o barro pela alvenaria, a palha pela telha, o igarapé pela avenida, a carroça pelos bondes elétricos, a iluminação à gás pela luz elétrica, mas também transforma a paisagem natural, destrói antigos costumes e tradições, civiliza índios transformando-os em trabalhadores urbanos, dinamiza o comércio, expande a navegação, desenvolve a imigração. É a modernidade que chega ao porto de lenha, com sua visão transformadora, arrasando com o atrasado e o feio, e contruindo o belo e o moderno".

Para a professora Edinea, o fato é que a pequena aldeia se transforma em grande urbe. Para tanto, "[...] a transformação da aldeia em cidade moderna representa a destruição de todo e qualquer vestígio que lembre a Manaus como o antigo Lugar da Barra do Rio Negro". [...] Cidade higienizada, formosa, arborizada - a arborização que contribuiu de forma benéfica, para as condições de salubridade da urbe".

Se a historiografia oficial omite, Edinea Mascarenhas Dias põe o dedo na ferida e revela que por trás de toda essa ilusão do fausto: "[...] o projeto de urbanização de Manaus do final do século XIX e início do XX excluiu a classe trabalhadora dos benefícios da modernização, causando-lhes grandes prejuízos nas condições de viver, de morar e de trabalhar, no saneamento, em transportes, saúde e abastecimento. As coisas públicas, isto é, aquilo a que todos deveriam ter acesso, tornam-se privilégios de poucos".

Indiferente aos destinos da classe trabalhadora, durante algum tempo, Manaus assumiu-se como Paris dos Trópicos, a capital nacional da borracha. Foi com os impostos dessa economia que a capital da república seria igualmente urbanizada e embelezada. Mas essa é uma outra história.

Quem com o capital fere, com o capital será ferido

Com a instalação da Zona Franca de Manaus, decididamente a cidade mudou para pior. Um intenso processo migratório faria a população saltar dos 300 mil habitantes dos anos 1960 para beirar os 2 milhões antes de chegar o fim dos anos 2000.

Deserdados da terra de todas as latitudes vieram em busca de novas ilusões. À falta de um novo projeto urbanístico, apelou-se para a violência institucional, menos para reduzir os impactos ambientais do que para garantir a propriedade privada.

Se os impactos ambientais e sociais foram negativos à época do primeiro surto de urbanização, atualmente ela reflete de maneira dramática a destruição provocada pelo capital travestido em nova roupagem, tão predatório e excludente quanto o anterior.

Se a opulência econômica gerada pelo extrativismo concentrou-se nas mãos de poucos, o modelo atual de economia continua, perversamente, a concentrar renda nas mãos de uma elite que desfruta de uma infra-estrutura modernosa, embora sem a mesma qualidade de vida de uma cidade que, passivamente, viu seus igarapés, um a um, serem transformados em esgotos a céu aberto.

A crescente e desordenada ocupação do solo e a periferização da população de pobres é o retrato mais desolador do progressivo processo de segregação de trabalhadores de baixa qualificação em espaços longínqüos da cidade, muitos sem água potável, rede de esgoto, higiene, educação e saúde - processo inerente à natureza excludente de um modelo de civilização baseada na exploração do trabalho humano pelo capital.

Olhe atentamente para a fotografia acima. Chama atenção, além dos trilhos dos bondes - que atualmente jazem sob grossas camadas de asfalto -, a extensa arborização da Av. Joaquim Nabuco. Ainda que ela expresse o ideário positivista de uma civilização em progresso, às custas da segregação das classes trabalhadoras, ela é o retrato de que sua elite sequer foi capaz de manter os poucos benefícios do progresso: não sobrou nem meia dúzia das árvores nos trechos iniciais da avenida Joaquim Nabuco. Esse tipo de devastação atingiria toda a cidade.

Retornemos à obra da professora Edinea Mascarenhas Dias, para ali encontrar um indício das raízes dos impasses para um projeto de cidadania pensada e discutida para além dos interesses dos setores tradicionais do campo político-social:

"As grandes obras de melhoramento são realizadas sem discussão, mas com intervenção de setores privados que, por meio da concessão do Estado, ou do Município, são responsáveis pela implantação e manutenção de vários serviços, destacando-se: transportes urbanos, iluminação, remoção de lixo, abastecimento de água, mercado público, porto etc., setores de grande lucro para o capital".

Comentário de Zefofinho de Ogum, sociólogo formado na UERJ, líder e consultor espiritual do PICICA - Observatório dos Sobreviventes: "Ah, bão! Então explicado porque a civilização da borracha não aguentou o tranco. Duro é ver a história se repetindo".

Como dizem os jovens leitores do filósofo Nietzsche: "Se liga aí meu! Repetição em história ou é farsa ou é tragédia, ligado?".

Edinea Mascarenhas Dias lança, pela Valer, a segunda edição de A Ilusão do Fausto


Na manhã de ontem, sábado, 28 de julho, Edinea Mascarenhas Dias, atual Pro-Reitora de Ensino e Graduação da Universidade Estadual do Amazonas, lançou a segunda edição do livro "A Ilusão do Fausto", devidamente revisada. Trata-se de um ensaio sobre a cidade de Manaus, traçada segundo uma ótica de modernidade manca, com raízes históricas fincadas na herança escravista, como afirma Milton Hatoum na apresentação da obra. Segundo o autor de "Relato de um certo Oriente, Dois Imãos e Cinzas do Norte", estamos diante de uma ótima oportunidade para pensar a cidade no seu presente, posto que não se pode compreendê-la sem uma compreensão aguda do passado.
O livro pode ser encontrado nas boas casas do ramo.

A ILUSÃO DO FAUSTO – Manaus – 1890-1920 – Edinea Mascarenhas Dias. 2ª. Edição – Manaus: Editora Valer, 2007 – Série: Memórias da Amazônia

“A Ilusão do Fausto é um estudo pioneiro sobre uma cidade, Manaus, que foi planejada e construída para atender a uma demanda do capital internacional. Já muito se comentou e escreveu sobre o espaço embelezado da cidade: suas praças, seus monumentos, seus edifícios suntuosos, dotados de estilos superpostos, importados da Europa. Esta é a Manaus mais divulgada, a cidade revelada em fotografias e cartões-postais. Mas há uma zona de sombra, escondida ou muito pouco revelada nesse urbanismo pretensamente grandioso, espelhado na Paris do prefeito Haussmann. Trata-se da outra face nada edificante da mesma fisionomia urbana: a Manaus dos excluídos. Ou seja, a dos pobres, miseráveis, imigrantes, enfermos e loucos”.

Milton Hatoum

julho 28, 2007

Dia do motociclista: duas matérias jornalísticas com a mesma síndrome

Foto: Rogelio Casado - Campanha de reeleição de Lula, Manaus-AM, 2006

Ontem, 27 de julho, comemorou-se o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho e Dia do Motociclista.

Leia a
matéria publicada na home page de A Crítica:

Liberdade e perigo sobre duas rodas

Nas ruas de Manaus é cada vez maior a presença de pessoas dirigindo motos, como meio de transporte e trabalho

Cristiane Silveira
Da Equipe de A CRÍTICA

Mais educação no trânsito e respeito com os motociclistas. São esses os desejos da categoria no Dia do Motociclista, comemorado hoje. Em Manaus, a data será festejada com uma carreata cujo objetivo é promover a conscientização dos motociclistas para normas de segurança.

No Brasil, eles já somam cerca de sete milhões. No Amazonas, a reportagem não conseguiu obter esse tipo de dado no Detran. O órgão informou, contudo, que os acidentes envolvendo motociclistas só perdem para os atropelamentos.

O Detran garante, porém, que o índice de mortalidade aqui é menor do que a média nacional, que teve crescimento de 35%. No Estado, de janeiro a maio deste ano, foram notificadas 28 mortes contra 31 no mesmo período do ano passado, uma redução de 10%.
Motociclista há mais de 30 anos, o mecânico de motos, André Souza, 52, afirma que os motociclistas são hoje marginalizados tanto pela sociedade quanto pelo poder público. Ele diz isso explicando que no trânsito os motoristas não os vêem como cidadãos que pagam todos os impostos para trafegar normalmente pelas vias da cidade.

Da mesma forma ele declara acontecer por parte do poder público, que generaliza o fato da maioria dos assaltantes utilizarem como meio de transporte a motocicleta. "Se somos parados em uma blitz, abordam-nos como se fôssemos bandidos", ressalta ele, sugerindo que a solução para esses problemas é educação da sociedade e dos órgãos competentes pela fiscalização.

Para André, não é seguro andar de moto nas vias da cidade por causa da imprudência, tanto dos motociclistas quanto dos motoristas de um modo geral. "O nosso trânsito está muito louco. Quando comecei a andar de moto, as vias eram mais tranqüilas. Hoje, corremos toda hora risco de sofrer um acidente", comenta, informando que Deus o livrou de colisões mais graves nessas três décadas em cima de duas rodas.

Passeata
O Departamento Estadual de Trânsito (Detran/AM) realiza hoje passeata com motos em comemoração ao Dia do Motociclista. A concentração será em frente à sede do órgão, na rua Recife, Zona Centro-Sul, e os motociclistas participantes sairão às 8h rumo à Zona Leste. Em todo o percurso, haverá conscientização sobre os cuidados no trânsito e sobre o uso dos equipamentos de segurança, principalmente o capacete.

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Dia do motociclista: duas matérias jornalísticas com a mesma síndrome

Nem de longe a matéria de A Crítica faz qualquer alusão as causas subjacentes a tantos acidentes fatais dos últimos anos. Reduzi-la à imprudência dos motociclistas ou dos motoristas é simplificar os múltiplos fatores determinantes desse fato social.

Sou motociclista desde o final dos anos 1960. Talvez, proporcionalmente, naquela época, com a instalação da Zona Franca de Manaus, para uma cidade com pouco mais de 300 mil habitantes, tenhamos conhecido um maior número de vítimas, quando as motocicletas passaram a fazer parte da paisagem e do cotidiano da cidade recém-alçada à condição de Zona Franca, do que agora, quando ela beira os 2 milhões de habitantes.

A atração que a motocicleta estimulava, e ainda estimula, no imaginário da humanidade pressupunha uma liberdade que desafiava inúmeros jovens a estabelecer, perigosamente, seus limites, numa versão distorcida do lema da época: viver perigosamente.

Comparativamente, os tempos atuais nem de longe lembram a selvageria com que se enfrentavam motociclistas e motoristas daqueles tempos.

Os tempos mudaram. A motocicleta passou a ser uma necessidade do homem contemporâneo. Tornou-se seu instrumento de transporte e de trabalho. Nisto a matéria acerta. Entretanto, assim como é desconhecido o número de motocicletas na cidade, o leitor fica sem saber se nas estatísticas dos acidentes fatais quantas vidas desaparecem em razão da lógica perversa do trabalho a que estão submetidos os que dependem desse veículo como fonte de renda. Quantos trabalhadores anônimos são exigidos pelos serviços de entrega rápida a abusar da velocidade, uma vez que dela depende a produção da sua renda?

Tampouco há uma linha sequer sobre o estado das artérias por onde trafegam nossos veículos. Quando não são ruas esburacadas, são ruas de uma irregularidade incompatível com o volume de impostos que circulam na cidade de um dos maiores PIBs do Brasil.

Se as omissões contidas no texto jornalístico fossem consideradas como uma síndrome, deveria ter Jô Soares como patrono. É sabido que o gordo sofreu dois graves acidentes, fraturando o pulso direito e esquerdo em cada um deles. A partir daí passou a considerá-lo um veículo perigoso. Entretanto, não me recordo que ele tenha feito qualquer cobrança às autoridades federais responsáveis pela manutenção das nossas estradas. Lá, como cá, enxerga-se a árvore, mas perde-se a dimensão da floresta.

A matéria do Amazonas em Tempo, intitulada Motociclistas pedem paz no trânsito, padece da mesma síndrome.

Rogelio Casado

julho 27, 2007

Por um novo modelo de gestão de resíduos

Um dos igarapés poluídos de Manaus-AM
Em Manaus-AM, o governo estadual quer por fim a cenas obscenas como esta ao lado, através do Programa de Saneamento dos Igarapés de Manaus - Prosamim. Os recursos são oriundos do BIRD. O projeto tem sido criticado porque não preserva os igarapés em sua originalidade. Vale lembrar que Eduardo Ribeiro, governador do estado no final do século XIX, iniciou o maior aterramento de igarapés de que se tem notícia na cidade de Manaus, toda entrecortada de igarapés até então. Os que sobraram, com o crescimento desordenado da cidade, viraram esgostos a céu aberto. Lástima! Não raro se ouve algumas lamentações sobre a concepção parisiense de cidade do republicano Eduardo Ribeiro, embora sejam poucos os que ainda defendem uma concepção veneziana de cidade. Sei não!

O fato é que nessa discussão perde-se o foco de um outro importante fato social: o destino do lixo. Para não parecer que a questão seja provinciana, leia o artigo publicado pelo Instituto Pólis sobre gestão de resíduos. Boa leitura!


Abrindo os sacos de "lixo": um novo modelo de gestão de resíduos está em curso no país

Elisabeth Grimberg

Socióloga e coordenadora de Meio Ambiente Urbano do Instituto Pólis

Publicado em: 25/07/2007

O que fazer, então, face ao desafio de destinar adequadamente mais de 100 mil toneladas de resíduos produzidos diariamente pelos nossos 5.561 municípios?

Restos de alimentos, embalagens descartadas, objetos velhos, estragados são jogados na "lata de lixo". Sobras significam, geralmente, algo desprezível, o lixo do qual queremos nos livrar. Lixo é responsabilidade da Prefeitura, que deverá levá-lo para bem longe e nos garantir a agradável sensação de limpeza e bem-estar.

Esta forma de olhar e lidar com as sobras de nossas atividades cotidianas é resultado de uma visão de gestão de resíduos que trata todos os materiais inservíveis como lixo. Cerca de 5 mil municípios brasileiros jogam seus resíduos de maneira inadequada, a céu aberto ou em aterros controlados, provocando situações de impacto social e de degradação ambiental. Os poucos municípios, 10% do total, que destinam corretamente seus resíduos para aterros sanitários, investem recursos consideráveis para enterrar matéria-prima — um contra-senso! Papel, vidros, plásticos e metais ao retornarem para a cadeia produtiva para serem reciclados reduzem gastos públicos, permitindo a aplicação dos recursos financeiros em áreas de maior relevância social, tais como educação e saúde.

Num país com altos índices de desemprego, fome e miséria, milhares de pessoas recorrem aos "lixões" para sobreviverem, alimentarem-se e coletarem materiais para serem vendidos para os intermediários que, além de tudo, os exploram. Estima-se que mais de 200 mil pessoas vivam hoje nestas condições.

O que fazer, então, face ao desafio de destinar adequadamente mais de 100 mil toneladas de resíduos produzidos diariamente pelos nossos 5.561 municípios?

Viabilizar a coleta seletiva

O grande desafio para as prefeituras municipais, enquanto responsáveis pela destinação dos resíduos domiciliares, é o de mudar o atual modelo de gestão de resíduos, deixar de apenas enterrar resíduos e passar a implantar um sistema público que viabilize a coleta seletiva, a triagem e o reaproveitamento de materiais recicláveis, com inclusão social. Um novo modelo de gestão significa, portanto, reconhecer o trabalho dos catadores que atuam há mais de 50 anos no país como verdadeiros ambientalistas, diminuindo a quantidade e o volume dos resíduos destinados para depósitos a céu aberto e aterros sanitários. Vale salientar que a coleta seletiva feita pelos catadores contribui para destinar materiais pós-consumo para o "re-ciclo": para reutilização ou reciclagem e que eles são responsáveis por cerca de 30% dos materiais que são reciclados hoje no país.

Os catadores

Qual é o sistema público de coleta seletiva que os catadores estão propondo em seus fóruns no país?Inicialmente que sua profissão seja regulamentada em lei. A seguir, a proposta é que o poder público invista em programas de capacitação dos catadores para estruturação de cooperativas autônomas, para a geração de emprego e renda para os mesmos. No momento, a remuneração dos catadores organizados em associações ou cooperativas gira em torno de um a três salários mínimos. Quanto mais organizado for o trabalho e a qualidade dos materiais coletados ou doados, maiores poderão ser os rendimentos. Outro componente central do sistema proposto é a remuneração deste trabalho, enquanto um serviço prestado à cidade. Ainda que com estes gastos, certamente este sistema trará uma enorme economia para os cofres públicos, se comparados aos valores desembolsados para pagar os serviços das mega-empreiteiras. Também é necessário o desenvolvimento de programas voltados para viabilizar a aquisição de veículos e equipamentos e cessão de áreas públicas para instalação das unidades de triagem de recicláveis.

Uma outra frente de atuação dos catadores constitui-se na implantação de empresas de reciclagem de materiais, a exemplo do que ocorre nas associações que integram a Federação dos Recicladores do Rio Grande do Sul, que não se restringem à coleta, triagem e comercialização dos recicláveis e avançam sobre o processo de transformação final dos produtos. Está em andamento, neste estado, por exemplo, a criação de Pólos Alternativos de Polímeros, para reciclagem de plásticos. Para tal, é preciso o desenvolvimento de programas de fomento e subsídios de empreendimentos.

Novo modelo de gestão

Em síntese, para transformar a realidade em questão, é necessária vontade política por parte dos prefeitos, bem como capacitação dos gestores municipais, tendo como referência experiências que alcançaram resultados positivos, tais como Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, São Bernardo do Campo, Santo André entre outros municípios.

Uma segunda resposta ao desafio remete a mudanças em nossos valores e atitudes, tanto no ato de consumir, quanto no de descartar o que já foi utilizado e "não serve mais".

Programas de mobilização e educação para a prática da cidadania podem trazer a compreensão dos benefícios ambientais envolvidos na proposta de um novo modelo de gestão: não geração de lixo, recusar embalagens desnecessárias, portanto, contribuindo para a redução de resíduos; a escolha de produtos permanentes, não descartáveis, para permitir sua reutilização e separação dos materiais para reciclagem. Também a sociedade pode ser sensibilizada para ser parceira, separando e entregando materiais limpos para os catadores.Por fim, uma terceira forma de enfrentar este desafio, passa por instituir uma política nacional que regulamente as responsabilidades das empresas geradoras de resíduos, no setor da indústria, do comércio e de serviços.

Neste sentido, uma comissão especial do Congresso Nacional elaborou ante-projeto de lei sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O Fórum Lixo e Cidadania da Cidade de São Paulo, reunido com instituições que o integram, formulou diversas sugestões de modificações já encaminhadas para esta comissão.

Portanto, o modelo de gestão sócio-ambiental compartilhada, descentralizada, participativa, com inclusão social constitui-se numa nova via para o gerenciamento adequado de resíduos sólidos no país.

Mais que tudo, esta proposta traz a oportunidade de valorizar e reconhecer o trabalho dos catadores, de gerar emprego e renda, de retirar crianças e adultos de condições indignas de trabalho e aponta para o desenvolvimento de cidades justas, democráticas e sustentáveis, como proposto na Agenda 21.

Fonte: Instituto Pólis

Los conceptos freudianos en la clínica contemporánea


El Correo de la Comunidad
CONTENIDOS, SERVICIOS Y NOTICIAS DE LACOMUNIDAD RUSSELL
26 de julio de 2007

Cursada interactiva con tutoría personalizada, foro de debate moderado y ayuda técnica online

La Comunidad Russell anuncia un nuevo curso virtual:

Los conceptos freudianos en la clínica contemporánea
Osvaldo Delgado
Acceso directo: www.comunidadrussell.com/conceptos

DESTINATARIOS
Profesionales, estudiantes, público general. No se requieren conocimientos previos.

FUNDAMENTACIÓN

El valor epistemológico del obstáculo en la reforma de la razón freudiana

I
El primer modo en que aparece la cuestión del obstáculo en la obra de Freud, es bajo las especies de una incompatibilidad entre un pensamiento y el yo. Una contradicción, un conflicto. Ahora bien, ¿por qué esa incompatibilidad? Por cobardía moral no quiere saber.
Se trata del método de defensa y de una elección del sujeto.

Son métodos de defensa del yo, pero este mismo se halla infiltrado por el trauma. Nuevo obstáculo en los inicios mismos. El traumatismo es esa incompatibilidad misma.

Si la escisión de la conciencia explícitamente parece referir a una intencionalidad -como acto volitivo- en verdad, la noción de resistencia, lo compulsivo del síntoma, la fuente independiente de displacer y el incremento del padecimiento en la cura, desbordan ese argumento.
¿Qué es lo que Freud -en esos momentos iniciales- va a llamar directamente "obstáculo", más precisamente, "obstáculo externo"? Es a la persona del médico.

Punto de detención de la emergencia de los recuerdos, vía la rememoración y los comentarios sobre el analítico. Precisamente, el caso inaugural Ana O., da cuenta de ese obstáculo, que posteriormente va a hallar su estatuto conceptual, en la articulación transferencia – resistencia. En este punto, debemos destacar que la transferencia negativa, va a dar cuenta de un obstáculo fecundo mayor.

Si nos guiamos por esta perspectiva, el psicoanálisis es una teoría del obstáculo.

¿Pero son sólo lo incompatible y la transferencia negativa los nombres del obstáculo? No.

Otro nombre del obstáculo es el carácter. Podríamos decir que el carácter es aquello del síntoma integrado a la personalidad, que se expresa como conducta.

Aunque respecto a la cuestión, el desarrollo mayor de Freud va a ser en relación con la neurosis obsesiva; muy tempranamente, cuando no toda la idea incompatible inerva el cuerpo en la histeria, sino que se expresa como "talante personal", va a dar cuenta de la misma cuestión.

La conversión se expresa, quiere decir, se presenta como disfunción; el talante se satisface en sí mismo. Es el equilibrio neurótico mismo como obstáculo.

Perturbar ese equilibrio, sintomatizar el carácter, volver egodistónico lo que es egosintónico, hace emerger necesariamente la transferencia negativa.
La desidentificación de los síntomas integrados a la personalidad, los vuelve cuerpos extraños que interrogan al sujeto.

¿Pero este equilibrio a qué responde? ¿Disolviendo los síntomas se concluye la tarea analítica? En los albores, sí.

Pero ya en la etapa media de su elaboración va a responder que, de ese modo, resta la capacidad para formar nuevos síntomas.
¿Entonces?

Entonces las fantasías y de ellas las tres primordiales -las que llenan las lagunas del recuerdo: las filogenéticas– que son tres respuestas que arman un sentido.

Pero de las fantasías, también a una, la que queda por fuera del contenido de las neurosis: Pegan a un niño. El monótono equilibrio fantasmático.

A partir de aquí, el obstáculo ya asume los nombres de: masoquismo primario, necesidad de castigo, reacción terapéutica negativa.

Hay un entrecruzamiento en la dimensión del obstáculo en la dirección de la cura y las distintas elaboraciones que Freud hace en relación con la pregunta y el lugar del obstáculo, que ha sido un lugar fecundo, un lugar de interrogación principal. No se lo desecha, sino que se lo hace comparecer, se lo cita con todo lo que ello implica; incluso –como dice Freud– aunque ese obstáculo pueda hacer caer el conjunto de la teoría elaborada hasta ese momento. Esa hiancia permanente que hay en el psicoanálisis entre teoría y práctica, imposible de suturar, aparece bajo la fórmula del obstáculo. Y del mismo modo se procede en la dirección de la cura, ya que en el curso de un análisis el obstáculo también es el lugar fecundo y marca las diferentes conceptualizaciones de la dirección de la cura en Freud.

Reconocemos en el capitulo 3 de "Mas allá del principio del placer", los tres grandes movimientos que Freud sitúa en el transcurso de su teorización, en lo que hace a la dirección de la cura: 1) El arte de la interpretación, 2) El trabajo sobre las resistencias, 3) El levantamiento de las resistencias estructurales. Y ello coincide con un ordenamiento conceptual y una producción teórica. Podemos ubicar en la primera época: "La interpretación de los sueños", "Psicopatología de la vida cotidiana", "El chiste y su relación con lo inconsciente", los grandes textos de la apertura del inconsciente. La segunda época coincide con los llamados escritos técnicos y las dificultades que se presentan articuladas a la transferencia: "Dinámica de la transferencia", "Puntualizaciones sobre el amor de transferencia", etcétera. Textos en los que se encuentra la posición del analista como lugar del levantamiento de las resistencias. Se ubica el cierre del inconsciente y las vicisitudes de la acción del analista respecto a la pregunta ética sobre ese cierre. Finalmente, el trabajo con las resistencias estructurales que se articula con el cambio del modelo pulsional freudiano, con la nueva teorización de la regulación del aparato psíquico, donde aparecen las resistencias mayores del ello y el superyo.

Freud habla de trauma primero, como acontecimiento. Al darle el estatuto del "para todos" en la neurosis, se pierde como acontecimiento. Luego ubica que en la fantasía no se trata de lo acontecido, sino de la realidad psíquica no histórica; de todos modos, el fantasear nos revela la práctica masturbatoria. A pesar del estatuto de la fantasía como causante del síntoma, el fantasear encubre un goce solitario, autístico y este es el problema del psicoanálisis. Y es el problema en todo análisis, porque lo que está en juego es cómo hacer para que la modalidad de satisfacción del sujeto -que es autística- entre en el campo de la transferencia. Cuál es la maniobra, el acto del analista que lo hace pasar por el narcisismo secundario -inscribiendo al analista en la serie de los objetos de la fantasía- para que se instale la neurosis de transferencia. De este modo, el analista pasa a ser el objeto de esa neocreación. La transferencia analítica implica ya un tratamiento de la modalidad de satisfacción pulsional: es la fórmula misma del amor, en tanto implica la pérdida de satisfacción autistica y el intento del sujeto de ir a buscar ese objeto de la pulsión parcial, vía la transferencia. Pero aquí hay un obstáculo más, ya que toda la libido pasa a los objetos.

II
Construcción y reacción terapéutica negativa son dos términos freudianos. El primero se refiere a un modo de intervención por parte del analista; el segundo, a una de las resistencias mayores respecto del fin de la cura. Ambos tienen antecedentes en el desarrollo de la doctrina.

En el primero, re- elaboración se emplea con el sentido que tiene en el último párrafo de "Recordar, repetir, reelaborar".

La reacción terapéutica negativa aparece en "Los nuevos caminos de la terapia analítica": "Cuando es conmovida la condición de enfermo, el paciente busca reemplazar la satisfacción sintomática perdida a través de alguna situación penosa".

A su vez, los dos términos hallan su lugar preciso en la teoría, a partir del giro de 1920. Es decir, la introducción de la pulsión de muerte y la formalización de la segunda tópica. La construcción marca, en palabras de S. Cottet, la declinación de la interpretación. La reacción terapéutica negativa implica la presencia de un goce no elaborable ni reducible por la interpretación.

La construcción tuvo un doble destino:
Según la referencia freudiana, estos delirios construccionistas quedaron referidos a hallar y comunicar la fantasía latente de cada síntoma, un sentido a develar.

En Lacan corresponde a un que – hacer por parte del analizante, en relación con el fantasma.

La reacción terapéutica negativa también tuvo un doble destino:
Desde Joan Riviene, Fidias Cesio la llamó objeto aletargado, a partir del fracaso yoico de proyectar los instintos de muerte: "Lo malo no pudo separarse de lo bueno y el yo para defenderse de la carga destructiva que contiene ese objeto-bueno-malo, lo paralizó y proyectó intrapsíquicamente, quedando así constituido el objeto aletargado".

La conceptualización de Lacan respecto del superyo, implica la articulación con el masoquismo moral como presencia de la voz del Otro (un Otro completado por la voz) que indica la resistencia misma de la operación analítica, como "engullimiento del sujeto en su goce".
En Freud, la construcción equivale a lo que no se puede recordar y, es más, ocupa el lugar de esa falta. Se trata de llenar la laguna del recuerdo, como recubrimiento de la represión primaria. Es un equivalente de lo que nunca podría retornar como recuerdo.

Para Freud, la reacción terapéutica negativa indica aferrarse al padecimiento, ligado al factor moral, que halla su satisfacción en el sufrimiento; no se quiere renunciar al castigo de padecer, como la posición más ligada a la ventaja de la enfermedad. El beneficio primario del síntoma, por lo tanto, se presenta en la transferencia como reacción terapéutica negativa y resulta el límite de la interpretación.

Hay un sólo lugar en la obra de Freud donde ambos términos aparecen articulados. Precisamente en "Construcciones en psicoanálisis" y de este modo: "Uno de los efectos de la comunicación de la construcción es el empeoramiento de los síntomas, precisamente cuando el sujeto está atravesando un momento de reacción terapéutica negativa".

Cuando la reacción terapéutica negativa ya está instalada, la comunicación de la construcción la refuerza. ¿Cuál es la relación de un término y del otro? ¿Por qué una refuerza a la otra? El partenaire de reacción terapéutica negativa es el analista como personaje extraño que dirige duras y crueles palabras. La construcción intenta llenar, con saber de amo, una falta primaria en el recuerdo.

Recordemos oportunamente que en "Análisis terminable e interminable", Freud llama al analista "sustituto paterno", precisamente, al referirse al tope roca de la castración en la protesta masculina. No deberle al padre la curación y el padre como predicador en el vacío respecto de la femineidad. Y, en el "Esquema del psicoanálisis", el nombre del analista es pedagogo y nuevo superyó.

En "El yo y el ello", Freud articula: reacción terapéutica negativa-necesidad de castigo-superyó. Finalmente, el sentimiento inconsciente de culpa está articulado con un resto de ligadura erótica, en la misma línea que "Totem y Tabú".

Recordemos que: "La necesidad de castigo es una parte del impulso a la destrucción interna que posee el yo, y que utiliza para establecer un vínculo erótico con el superyó". (S. Freud) Pero este obstáculo habla de lo ligado.

Finalmente, el nombre del obstáculo en "Análisis terminable e interminable", va a ser el "fragmento de agresión libre".

¿Qué hacer con esa cantidad irreductible?

La resonancia interpretativa, la construcción que realiza el analizante, el encuentro con la castración estructural, el saber sobre el modo singular de satisfacción alrededor de un objeto de la pulsión parcial: deja un resto. Resto siempre desviado de todo ideal.

Resto que -presentándose como disfuncionamiento- nombra lo irrepetible, lo original de cada sujeto.En verdad este disfuncionamiento, es un funcionamiento al que llamamos sujeto.

PROGRAMA

Clase 1. Dirección de la cura y lugar del analista, según Freud.

• Punto I. Pertinencias conceptuales de los tres momentos de la dirección de la cura.
• Punto II. El lugar del analista.
• Punto III. La fijación y el lugar del analista.

Clase 2: El trauma en la obra de Freud.

• Punto I. Introducción.
• Punto II. Teoría de la Investidura.
• Punto III. Características del trauma.
• Punto IV. La angustia traumática y la angustia señal.
• Punto V. La angustia como fenómeno automático y como señal de socorro.
• Punto VI. Fijación al trauma.

Clase 3: El psicoanálisis como experiencia ética en la producción conceptual: el padre y lo femenino.

Capítulo Primero.

• Punto I. La advertencia de Freud.
• Punto II. De la Energética a la Economía de Goce.
• Punto III. Sobre el padre. La ausencia de convicción del Padre predicador.

Capítulo Segundo.

Punto I. La Acrópolis.

Punto II. Lo femenino.

Capítulo Tercero.

• Punto I. El obstáculo. Planteo de la cuestión.
• Punto II. El Deseo de Freud.
• Punto III. Conclusiones.

Clase 4: Pulsión y Reacción terapéutica negativa.

• Capítulo Primero. Pulsión y necesidad de castigo.

• Capítulo Segundo. Reacción terapéutica negativa.

• Punto I. Pulsión y necesidad de castigo.
• Punto II. El juego del carretel (fort-Da)
• Punto III. Sueños traumáticos.
• Punto IV. Repetición y transferencia.

• Capítulo Tercero. Necesidad de castigo.

Clase 5: Concepción freudiana de los complejos de Edipo y castración.

• Capítulo Primero. El complejo de Edipo como operador.

• Punto I. Introducción.
• Punto II. El operador.

• Capítulo Segundo. Consideraciones críticas de la concepción freudiana de los complejos de Edipo y castración.

CALENDARIO

El curso:
Comienza: 10-08-07
Finaliza: 19-10-07

El Foro:
Comienza: 13-08-07
Finaliza: 17-10-07

Fechas de publicación de las clases:
Clase 1: 10-08-07
Clase 2: 24-08-07
Clase 3: 07-09-07
Clase 4: 21-09-07
Clase 5: 05-10-07

BIBLIOGRAFÍA
Anarbum, Javier: El Deseo del Analista, Editorial Tres Haches.
Assoun, Paul Laurent: Introducción a la Epistemología Freudiana, Siglo XX Editores, México, 1985.
Bercherie, Paul: Génesis de los conceptos Freudianos, Paidós, Bs. As., 1988.
Cosentino, J. Carlos: Puntuaciones Freudianas de Lacan: Acerca de Más Allá del Principio de Placer. Manantial. Bs. As., 1992.
Delgado, Osvaldo: Las diferentes conceptualizaciones del lugar del analista.
Dodds, E. R.: Los griegos y lo irracional, Editorial Alianza S. A., 1997.
Freud, Sigmund: "A propósito de un caso de neurosis obsesiva" (1909), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs. As., Vol. X.
Freud, Sigmund: "Algunas consecuencias psíquicas sobre la diferencia anatómica entre los sexos" (1925), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs.As., Vol. XIX.
Freud, Sigmund: "Análisis de la fobia de un niño de cinco años" (1909), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs. As., Vol. X.
Freud, Sigmund: "Análisis terminable e interminable", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. XXIII.
Freud, Sigmund: "Comunicación preliminar", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. II.
Freud, Sigmund: "Conferencia 18 -La fijación al trauma, Lo inconsciente", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: "Conferencia 26 -La teoría de la libido y el narcisismo", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: "Conferencia 32, Angustia y vida pulsional", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. XXII.
Freud, Sigmund: "Conferencia 33: La feminidad" (1933/1932), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs. As., Vol. XXII.
Freud, Sigmund: "Conferencias de Introducción al Psicoanálisis", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: "Construcciones en Psicoanálisis", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985.
Freud, Sigmund: "Correspondencia a Fliess" (1897), cartas 71 y 89, en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs. As.,
Freud, Sigmund: "De la historia de una neurosis infantil. (caso del Hombre de los Lobos)", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: "El creador literario y el fantaseo", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: "El esquema del psicoanálisis" (1938), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs.As., Vol. XXIII.
Freud, Sigmund: "El malestar en la cultura", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: "El problema económico del masoquismo", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. XIX.
Freud, Sigmund: "El sepultamiento del complejo de Edipo" (1924), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs. As.,Vol. XIX.
Freud, Sigmund: "El tabú de la virginidad", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985, Vol. XI.
Freud, Sigmund: "El yo y el ello" (1923), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs. As., 1985, Vol. XIX.
Freud, Sigmund: "Fragmentos de la correspondencia con Fliess", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: "Inhibición, síntoma y angustia", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires, 1985 Vol. XX.
Freud, Sigmund: "Interpretación de los sueños" (1900/1899), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Buenos Aires, 1985 Vol. V, Capítulo VII.
Freud, Sigmund: "La organización genital infantil" (1923), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs. As., Vol. XIX.
Freud, Sigmund: "Las neuropsicosis de defensa", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. III.
Freud, Sigmund: "Manuscrito K", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. I.
Freud, Sigmund: "Más Allá del Principio de Placer", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. XVIII.
Freud, Sigmund: "Moisés y la religión monoteísta", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. XXIII.
Freud, Sigmund: "Nuevas aportaciones a las neuropsicosis de defensa", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. III.
Freud, Sigmund: "Nuevas conferencias de Introducción al Psicoanálisis. Conferencia 32. Angustia y vida pulsional", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: "Nuevos caminos de la terapia analítica", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: "Pegan a un niño", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: "Proyecto de Psicología para neurólogos", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires, 1985 Vol. I.
Freud, Sigmund: "Psicología de las masas y análisis del yo" (1921), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs. As., Vol. XVIII.
Freud, Sigmund: "Recordar, repetir y re-elaborar", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. XII.
Freud, Sigmund: "Sobre el mecanismo psíquico de fenómenos histéricos", en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985 Vol. II.
Freud, Sigmund: "Sobre la más generalizada degradación de la vida amorosa" (1912), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs. As.,
Freud, Sigmund: "Totem y Tabú. Algunas concordancias en la vida anímica de los salvajes y de los neuróticos", (1913/1912), en Obras Completas, Amorrortu Editores, Bs. As., Vol. XIII.
Freud, Sigmund: "Trabajo sobre metapsicología", en Obras Completas, Amorrortu, Buenos Aires.
Freud, Sigmund: Carta a R. Rolland. Una perturbación del recuerdo en la Acrópolis, en Obras Completas, Amorrortu, Bs. As., 1985.
Lacan, Jacques: Seminario X, La angustia, 1962-63, inédito.
Lacan, Jacques: Seminario XI, Los cuatro conceptos fundamentales del psicoanálisis.
Lacan, Jacques: Seminario XVII, El envés del psicoanálisis, Editorial Paidós.
Masotta, Oscar: Ensayos Lacanianos, Editorial Anagrama.
Miller, J. A.: Comentario del Seminario Inexistente.
Miller, J. A.: El deseo de Lacan.
Miller, J. A.: Las cárceles del goce. Imágenes y miradas, Editorial Col.
Miller, J. A.: Síntoma y Fantasma, curso.
Miller, J. A.: Lógicas de la vida amorosa. Manantial. Bs. As., 1991
Rabinovich, Diana: Puntuaciones Freudianas de Lacan: Acerca de Más Allá del Principio de Placer, Manantial, Bs. As.

CERTIFICADOS

La Comunidad Russell otorgará dos clases de Certificados:
• de Asistencia: por participación en el Foro de debate.
• de Aprobación: a pedido de los cursantes, mediante la presentación de una Monografía.

MEDIOS

• Acceso: fácil e intuitivo, desde cualquier lugar del mundo, cualquier día a cualquier hora.
• Publicación: las clases se publican en el Web. Se accede con el password personal que elige cada cursante.
• Impresión: las clases pueden imprimirse.
• Ayuda: soporte técnico on-line especializado para resolver cualquier problema de acceso o utilización.

VII Colóquio Internacional de Direitos Humanos


www.conectas.org/coloquio

julho 23, 2007

Por uma Clínica Antimanicomial


Encontro Nacional de Saúde Mental
A Reforma Psiquiátrica que Queremos:
Por uma Clínica Antimanicomial

A mudança gradativa do paradigma da assistência em Saúde Mental no Brasil, de um modelo centrado no hospital psiquiátrico e na segregação do portador de sofrimento mental para um modelo que leva em conta o respeito à cidadania e a inclusão social deste, marcaram os últimos 15 anos da história da Saúde Mental no Brasil. Hoje são mais de 800 serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico e cerca de 50.000 leitos psiquiátricos foram fechados em todo o Brasil nesse período.

Muito além da proposição de novos serviços para a assistência aos portadores de sofrimento mental, a Reforma Psiquiátrica pressupões uma mudança radical na abordagem e tratamento deste sofrimento. Se, por um lado, a Reforma Psiquiátrica entre nós está longe de ser concluída - ainda existem 45.000 leitos psiquiátricos no Brasil e a exclusão social do portador de sofrimento mental continua sendo um grave problema social e cultural - por outro lado pouca discussão tem acontecido em torno da prática de cada trabalhador neste novo modelo.

A necessidade de discussões mais aprofundadas das práticas terapêuticas que sustentam este novo modelo, guiou a proposta deste Encontro Nacional. Os objetivos propostos: 1) Discussão de temas e conceitos indispensáveis à "clínica antimanicomial"; 2) Discussão dos serviços substitutivos so hospital psiquiátrico, onde esta clínica deve operar; 3) Discussão das políticas públicas que devem assegurar o acesso a esta clínica e a estes serviços a todos os cidadãos brasileiros e 4) Discussão do trabalhador como protagonista desta clínica.

Este evento tem como público alvo os trabalhadores dos serviços substitutivos, além dos docentes e pesquisadores desta área.

ENCONTRO NACIONAL DE SAÚDE MENTAL
13 a 16 de julho de 2006
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte - Minas Gerais

A Reforma Psiquiátrica que queremos

Foto: Rogelio Casado - Campus da Universidade Federal de Minas Gerais, BH-MG, jul/2006

Por uma Clínica Antimanicomial
A Reforma Psiquiátrica que queremos:
Encontro Nacional de Saúde Mental!
13 a 16 de julho de 2006
Universidade Federal de Minas Gerais

Belo Horizonte - Minas Gerais

Comissão Organizadora

Deusdet Martins (GO)
Psicóloga do Programa de Atenção Integral do Louco Infrator - PAILI - Secretaria de Saúde do Estado de Goiás. Membro do Fórum Goiano de Saúde Mental e Integra o Colegiado da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial.

Edna Amado (BA)
Assistente Social, coordenadora do Centro Docente Assistencial de Narandiba -Ba, docente da Universidade Católica do Salvador, Coordenadora do NESM-BA, mestranda em políticas sociais pela UCSAL.
Elisa Zaneratto (SP)
Psicóloga, aprimoramento em saúde mental multiprofissional (CAPS/USP), mestre em psicologia social pela PUC SP, profa. do depto de psicologia social da PUC/SP, conselheira tesoureira do CRP SP e membro do subnúcleo de saúde mental do núcleo de saúde desta entidade.
Graziela Reis (MG)
Conselheira do CRP-04 (MG), Psicóloga graduada pela PUC/MG, Pós graduada em Psicologia clinica pela PUC/MG, Pos graduada em violência domestica pela USP/SPp e referência técnica em atenção básica/Contagem
Heloiza Massanaro (GO)
Psicóloga, especialista em Saude Pública e psicologia hospitalar; atuante na luta antimanicomial desde 92, ex-coordenadora de saúde mental (2001-2003), trabalha no CAPS Vida em Goiânia e está conselheira presidente do CRP-09/GO-TO
Marcus Adams (PE)
Psicólogo Coordenador da Comissão de Saúde do CRP-02, com atuação profissional no CAPS Esperança e no Hospital Correia Picanço Recife -PE
Marcus Vinícius de Oliveira Silva (BA)
Psicólogo, Prof. Departamento Psicologia UFBA, Vice Presidente do CFP, integrante do NESM Núcleo de Estudos Pela Superação dos Manicômios da Bahia. Doutor em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Mark Nápoli (MG)
Coordenador do Colegiado da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial e militante do Fórum Mineiro de Saúde Mental
Marta Elizabete de Souza (MG)
Psicóloga, Coordenadora Estadual de Saúde Mental, Mestre em saúde pública pelo departamento de medicina social da UFMG
Miriam Abou-Yd (MG)
Psicóloga, Psiquiatra, Coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Belo Horizonte e Militante do Fórum Mineiro de Saúde Mental
Rosimeire Silva (MG)
Psicóloga, Coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Belo Horizonte, Militante do Fórum Mineiro de Saúde Mental
Vera Lúcia Pasini (RS)
Psicóloga, Mestre em Psicologia Social e da Personalidade/ PUC-RS / Doutoranda em Psicologia Social/ Puc-RS - Saúde Coletiva - Grupo Hospitalar Conceição / Poa-RS
Geraldo Peixoto (SP)
Familiar, usuário e militante


Comissão Executiva (MG)
Graziela Reis
Humberto Cota Verona
João Carlos Vale
Mark Napoli
Marta Elizabeth de Souza
Miriam Abou-Yd
Rosimeire Silva

Organização Executiva
Aparecida Spínula
Nádia Lopes

Assessoria de Imprensa
Robson Abreu

Rumo ao Encontro Nacional de Saúde Mental

Foto: Rogelio Casado - Encontro Nacional de Saúde Mental, Campus da UFMG, jul/2006

Encontro Nacional de Saúde Mental
13 a 16 de julho de 2006
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte - Minas Gerais
Mark Napoli, psiquiatra mineiro, de sacola na mão na companhia (da esquerda para a direita) de Rogério, Rogério, Daniel e "Jacaré". Todos filiados da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial.

Reencontrando velhos e novos companheiros

Foto: Rogelio Casado - Companheiros da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial, BH-MG, jul/2006

Encontro Nacional de Saúde Mental
13 a 16 de julho de 2006
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte - Minas Gerais
Rogério, Elon, Daniel e Jacaré, figuras tarimbadas na luta antimanicomial.

Reencontrando velhos companheiros

Foto: Rogelio Casado - "Jacaré", BH-MG, jul/2006

Encontro Nacional de Saúde Mental
13 a 16 de julho de 2006
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte - Minas Gerais
Reencontro o popular "Jacaré", companheiro que tem mais horas de luta antimanicomial que passarinho de vôo. Grande "Jacaré"!!!

julho 22, 2007

Jair Alves põe o dedo na ferida


Leia sobre a relação entre dois acidentes aéreos (Serra de Pacatuba e Serra dos Bandeirantes)

Leia sobre as diferenças entre dois sinistros ocorridos: um no regime militar e outro na Democracia

Leia para entender o significado entre o fato e a interpretação

Leia no Blog do Macunaíma. É SÓ CLICAR NO TÍTULO ACIMA.

O tarado da capa preta

Charge do Roca

O tarado da capa preta ataca na Ponta Negra

A cena acima rolou em Natal-Rio Grande do Norte, na aprazível praia de Ponta Negra.

Após um dia de trabalho estafante, companheiros da luta antimanicomial resolvem relaxar e gozar das praias de Natal. Alguns deles estavam de moringa quente de tanto serem amolados pelo assédio de um certo capa preta.

A missão da indigitada criatura - cooptar os incautos - ia de mal a pior. Por isso mesmo, ele não vacilou quando viu a mais aguerrida das militantes caminhando na orla da praia de Ponta Negra. Seria sua última cartada. Tentou aplicar um infindável nhénhénhén sobre sua visão da luta antimanicomial; invocou sua condição de capa preta. Desesperado, pra lá de entroviscado, resolveu mudar o ângulo da visão da sua interlocutora através de um gesto ultrajante... Deu no que deu!

O resultado é o que se vê acima: tal qual o mal marinheiro que não sabe aproveitar o sopro do vento, o tratante acabou por cagar na vela. Como ele muitos outros andaram a cagar na vela, como dizem os velhos marinheiros.

Nota: Para evitar processos e outras chatices assemelhadas, foram omitidos os nomes dos personagens. Um doce de cupuaçu japonês para quem conseguir descobrir quem são os envolvidos nesse inusitado colóquio. Sem nomes, por favor; bastam as iniciais.

Reencontrando os companheiros

Foto: Rogelio Casado - Marcus Vinicius chegando no campus da UFMG, BH-MG, jul/2006

Encontro Nacional de Saúde Mental
13 a 16 de julho/2006
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte - Minas Gerais
Não encontrei Milton Nascimento no café da manhã no restaurante do hotel em que me hospedei. Em compensação, tomei café na companhia do imortal Marcus Vinicius de Oliveira Silva, Vice-presidente do Conselheiro Federal de Psicologia, um dos fundadores da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomail, à qual é filiada a Associação Chico Inácio - ong que atua no campo da defesa dos direitos civis e políticos dos portadores de transtorno mental do estado do Amazonas - ong que ajudei a fundar entre 2002-2004.

Marcus Vinicius é filho de Belo Horizonte, mas reside em Salvador, onde é docente da Universidade Federal da Bahia. Doutor em Psicologia, prefere apresentar-se como militante da luta antimanicomial. Tem um currículo invejável: como psicólogo integrou a Comissão Organizadora do II Congresso Nacional de Trabalhadores de Saúde Mental (dez/1987, Baurú-São Paulo); integrou a Coordenação Executiva Nacional do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial (de 1987 até 1989); foi um dos articuladores da Reunião de Rearticulação/Reorganização do Movimento Antimanicomial (1990, Salvador-Bahia); foi coordenador da realização do I Encontro Nacional da Luta Antimanicomial (set/1993, Salvador-Bahia); foi o primeiro representante do Movimento Antimanicomial na Comissão Nacionalde Reforma Psiquiátrica do Conselho Nacional de Saúde - CNS (1994-1995); esteve no II, IV e V Encontro Nacional de Entidades de Usuários e Familiares; esteve presente em todos os cinco Encontros Nacionais do Movimento da Luta Antimanicomial.

Apesar dessa intensa participação, o meu considerado Marcus Vinicius recusa os estereótipos do dinossauro e da capa preta, mantendo a perspectiva igualitária, companheira e solidária, na paixão comum pela causa da luta antimanicomial, como afirma num texto escrito em 2001 e reescrito em outubro de 2002, intitulado "O Movimento da Luta Antimanicomial e o Movimento dos Usuários e Familiares", publicado no livro "Loucura, Ética e Política: escritos militantes" (Casa do Psicólogo, 2003).

A advertência de Marcus Vinicius tinha endereço certo: os que comprometeram a organização nacional do movimento antimanicomial no quinto e último encontro em Miguel Pereira, Rio de Janeiro. Ali, a paranóia e a selvageria destruiram a ética em que foi assentada a luta antimanicomial no país. Pelo menos um dos antecedentes dessa história pode ser visto na próxima postagem, na visão bem-humorada do chargista Roca.

Enquanto isto, o meu considerado Marcus Vinicius está sendo processado por agentes da psiquiatria conservadora pela publicação do livro "A Instituição Sinistra: Mortes Violentas em Hospitais Psiquiátricos no Brasil", publicado pelo Conselho Federal de Psicologia, em 2001. O livro é um alerta para toda a sociedade sobre a realidade vivida por sete profissionais dentro dessas instituições. Além de denunciar a falência do Hospital Psiquiátrico enquanto recurso assistencial, desvela ainda seu caráter violador dos Direitos Humanos, os altos custos financeiros da sua manutenção e sua ineficência assistencial.

"Recordar é viver...

Foto: Rogelio Casado - Encontro Nacional de Saúde Mental, BH-MG, jul/2006

...eu hoje sonhei com Belô"


13 de julho de 2006. Amanheço em Belo Horizonte. Da janela do hotel vejo a paisagem sinuosa da cidade, tantas vezes desenhadas na voz do pessoal do Clube da Esquina. Onde andará Milton Nascimento?

Pela segunda vez estou na cidade de Miriam Abou-yd. Na primeira, um ano antes, fui conhecer os serviços substitutivos ao manicômio de uma das mais emblemáticas experiências da reforma psiquiátrica brasileira. Caso você não possa conhecê-la pessoalmente, leia os livros de Ana Marta Lobosque, tudo lá: "Princípios para uma Clínica Antimanicomial e outros escritos" (Hucitec, 1997), "Experiências da Loucura" (Garamond, 2001) e "Clínica em Movimento: por uma sociedade sem manicômios" (Garamond, 2003); sem contar com o artigo "A Cidade e a Loucura: entrelaces", escrito em parceria com Miriam Abou-yd, publicado no livro "Sistema Único de Saúde: reescrevendo o público" (Xamã, 1998).

Desta vez, estou como participante em uma mesa redonda no Encontro Nacional de Saúde Mental - uma realização da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial e do Conselho Federal de Psicologial. A mesa tem como tema "Movimentos sociais: Uma interlocução necessária". Dividem, comigo, o tema: Daniel Silveira, presidente da Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais e Mauro Rubem, deputado estadual da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Goiás. A debatedora é Lídia Dias, Coordenadora do Programa de Atenção Básica de Saúde do município de Fortaleza.

Não vejo a hora de rever meus novos companheiros (a Associação Chico Inácio - ong que ajudei a fundar e que atua no campo da defesa dos direitos civis e políticos dos portadores de transtorno mental no estado do Amazonas - filou-se à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial em 2004). Será que encontrarei Milton Nascimento tomando o café da manhã no restaurante do hotel onde estou hospedado?

Nota: Macacos me mordam! Tô achando que a antena, no alto da fotografia à esquerda, é a mesma da cena antológica do filme "Uma onda no ar", do Helvécio Ratton. É ou não é, colegas do mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia-UFAM?

H.Dias homenageia os grandes instrumentistas do Brasil no "Momentos de Jazz"


MOMENTOS DE JAZZ

H.Dias apresenta neste domingo, das 20h00 às 22h00, na Rádio Amazonas FM, o programa "Momentos de Jazz".

Às vésperas do FESTIVAL AMAZONAS JAZZ (dia 24/07), H.Dias homenageará os grandes instrumentistas brasileiros. Ei-los:

Vittor Santos (Trombone); João Donato (Piano); Luiz Carlos Vinhas (Piano); Dick Farney (Piano), desconhecido das novas gerações.

H.Dias considera Dick Farney a maior expressão brasileira em Jazz em todos os tempos, embora, ressalve, outras figuras emblemáticas como Assis Brasil, Laurindo de Almeida, Airto Moreira, Flora Purim, Eliane Elias e uma menina de ouro chamada Luciana Souza, que o mundo aprecia e o Brasil não conhece. Dizem, segundo H.Dias, que Dick Farney influenciado por Dave Brubeck chegou a superá-lo. É mole?

Na apresentação deste domingo, além dessas feras, H.Dias brindará os ouvintes com:

Dinah Whashington, Route 66, o Staford, The Four Knights, Peggy Lee (uma voz minimalista que fez escola com Chet Baker e João Gilberto), Dinah Shore, The Pied Pipers e outros.

Confira!

julho 19, 2007

"Um Rio, outros Rios - Muitos Rios"


O texto abaixo é do meu querido amigo Falcão, que aqui aparece em fotografia feita em 01/01/07, num retiro espiritual da Sel Realization Fellowship - Paramahansa Yogananda. No próximo mês de agosto fará 20 anos que não nos comunicamos, desde que ele trocou Manaus-AM por Uberlândia-MG. As boas lembranças do querido amigo permancem intactas.

Um Rio, Outros Rios: Muitos Rios de Vida*

"Os irmãos mais créscidos puxam pelo barco para o fazerem subir até á casa; mas a resistencia é forte em frente da barra do riacho, porque com as aguas deste se augmenta a correnteza. Chiquinha está comendo maçans e diz: "si uma destas maçans cahisse n'agua, certo que não acompanharia o barco: iria ter ao mar!" Porque?" - Minha Primeira Viagem A' Volta do Mundo (Album illustado com 222 gravuras e 4 figuras a côres) - Mademoiselle H. S. Brés - Francisco Alves e Cia - Rio de Janeiro - Sem data - página 32.

Saborear, sorver e viver "Era uma vez um rio" (José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 2004), livro em quarta edição, lavrado com sabedoria e esmero pela Professora Martha de Azevedo Pannunzio, tem sido um enorme prazer para mim.

Em dezembro de 2004, fui afetivamente presenteado pela Martha com um exemplar da obra, no qual ela brindou-me ainda, com modesta e generosa dedicatória.

Logo fiz o primeiro contato com o trabalho, entrando nele de diversas formas e em total des-ordem; "meio”, "começo" e "fim". A cada momento lendo aleatoriamente um de seus quarenta capítulos. Foi uma delícia de confusão e encontros comigo mesmo e minhas histórias urbanas, rurais, de criança, de gente grande e de muitas vidas-mortes-vidas.

Em "era uma vez um rio. O meu. E era uma vez um menino. Eu" (Capítulo 1), a narrativa aponta desde logo e simultaneamente para a singularidade e universalidade do "Rio", meu, seu, de qualquer um. Seja lá onde esteja, ou por onde passem seus percursos-caminhos.

No mês de janeiro passado, nas minhas férias em Lumiar - Nova Friburgo, tive o privilégio de junto às cabeceiras do Rio Macaé, fazer "outras leituras" de "Era uma vez um rio". Ali, nos altos da serra, ao som do chacoalhar de água e pedra, experimentei novamente da bebida de Era uma vez.., do meu rio, aquele que atravessa minha história, abastecendo os meandros de minhas navegações.

Todo rio tem sua história, sua personalidade, mas os rios são como gente. Estejam eles no lugar em que estiverem pelo mundo afora, podemos reconhecê-los. Tem nome próprio como nós e mesmo que se chamem Nilo, São Francisco, Amarelo, Parnaíba, Sena, Araguari, Paraguai, Amazonas, Tejo, Guaíba, Misissipi, Uberabinha ou Congo. Todos têm afinidades e coisas em comum. Por isso é que as pessoas em qualquer lugar da terra dizem que chega um momento que o rio "some no mundo para nunca mais".

A arte da educadora Martha contem no seu âmago, a sabedoria da partilha, lembrando e difundindo o rio que mora no coração de cada vivente desse planeta Terra. Essa Terra mãe, que com toda sua fartura de bens, precisa urgente e sustentavelmente passar a ser usufruída em favor de todas suas filhas e filhos, na perspectiva de vida digna para todos homens, para todas mulheres, para todos os povos. Só assim, é possível legar o Planeta Azul e com muitos rios, para outras e "novas" gerações.

L. G. Falcão Vasconcellos

Uberlândia, Fevereiro de 2005.

Um Senado de Fuscas ao preço de Ferraris


Um Senado de Fuscas ao preço de Ferraris

Artigo do diretor executivo da Transparência Brasil publicado hoje no Correio Braziliense

Imagine o eventual leitor que adquira um Porsche. Suponha que a assistência técnica passe mais de um mês se esquivando de verificar se o ruído estranho que se ouve no motor é sinal de algo grave. Perante tal comportamento, o leitor possivelmente recorrerá aos órgãos de defesa do consumidor.

Já quando se trata da vida política, o eleitor não conta com tal possibilidade. Não raro, o “produto” que seu voto engendrou se comporta como um Fusca 1955 com motor fundido. É assim, como um ferro-velho, que o Senado Federal vem se comportando no episódio Renan Calheiros. O pior é que estamos pagando preços de Ferrari pelos Fuscas, Gordinis e Simcas que em grande proporção habitam aquela Casa.

Levantamento recente da Transparência Brasil demonstra que o Senado é a Casa legislativa mais cara por membro entre doze países pesquisados: a manutenção do Senado custa R$ 33,1 milhões por mandato de seus 81 intgrantes. Esse dinheiro não vai todo diretamente para cada senador, mas paga uma estrutura que inclui funcionários, gráfica, TV, rádio, jornal e outros serviços basicamente voltados para a autopromoção de senadores.

Isso dá mais do que o dobro do que os Estados Unidos gastam por mandato parlamentar federal. Ao todo, o Senado brasileiro custa quase o dobro do orçamento previsto neste ano para as duas Casas do parlamento britânico, mesmo com todas as diferenças de riqueza entre o Brasil e o Reino Unido.

Embora custe mais caro que todos os Parlamentos do primeiro mundo, talvez os serviços que as Casas legislativas brasileiras prestam sejam equivalentemente mais substanciais e relevantes. Talvez os R$ 33 milhões que pagamos por cada mandato senatorial valham a pena e recebamos de volta um desempenho espetacularmente notável. Mas será, mesmo?

A demora em investigar as suspeitas que recaem sobre o presidente da Casa, Renan Calheiros, e a renitência que este manifesta ao se manter na Presidência da Casa, demonstram que o Senado brasileiro presta aos cidadãos brasileiros uma representação de quinto mundo. Certamente não é por falta de recursos financeiros que o Senado deixa acumular, sem averiguação, indícios de que o seu presidente esteve envolvido em práticas escusas.

O projeto Excelências, da Transparência Brasil (http://www.excelencias.org.br/), registra os históricos de todos os senadores ativos. Nada menos que 29 deles, ou mais de um terço da Casa, enfrenta ocorrências na Justiça ou em Tribunais de Contas. Onze desses 29 são membros ou suplentes do Conselho de Ética, instância encarregada de encaminhar a averiguação das suspeitas que recaem sobre o sr. Calheiros.
É claro que, com seu orçamento de R$ 3,4 bilhões, a Câmara dos Deputados também é uma das Casas mais caras do mundo. Sede de escândalos de corrupção de grandes proporções, quase um terço de seus membros enfrenta pendências na Justiça ou Tribunais de Contas. Mas, mesmo assim, a Câmara ainda é a Casa legislativa brasileira que mais coloca à disposição do cidadão informações sobre o seu funcionamento. Acessando-se o seu sítio de Internet, obtém-se uma grande quantidade de informações sobre os deputados, de faltas às sessões plenárias a quanto eles gastam com combustíveis.

Na Casa vizinha, cujo orçamento é muito mais confortável e, portanto, poderia ser muito mais aplicada na prestação de informações, o que se consegue ao consular a página dedicada a seu presidente é a sua data de aniversário. Pode-se também ler a manifestação de júbilo do sr. Calheiros com a escolha do Cristo Redentor como uma das sete novas maravilhas do mundo. Contudo, nem em sua página nem em qualquer outro lugar no sítio de Internet do Senado se encontrarão dados sobre como ele gasta a verba indenizatória a que seu gabinete tem direito - verba essa que, de acordo com o noticiário, o presidente da Casa teria incorporado à renda que declarou ao Fisco.

O comportamento do Senado durante o episódio Calheiros, ao não lidar expeditamente com a questão e ao não pressioná-lo para que se afaste da Presidência até o esclarecimento das acusações, e mais o custo verdadeiramente inaudito dessa Casa, estimulam uma pergunta simples: para quê, afinal, serve o Senado?

O fato é que não há nada que o Senado faça que a Câmara dos Deputados não faça. De que nos serve um Congresso bicameral?
Não se trata de questionar a existência do Congresso. Mas será que a representação que nos é ofertada pelos congressistas eleitos, em particular no Senado, está à altura do papel que deles é esperado? Parece no mínimo arriscado responder afirmativamente.

Claudio Weber Abramo

Conferência defende interrupção imediata da transposição do São Francisco


Conferência defende interrupção imediata da transposição do São Francisco
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
10 de julho de 2007

Os 1.800 participantes da III Conferência Nacional de SegurançaAlimentar e Nutricional aprovaram na última sexta-feira (6) o documento final com as propostas para a promoção do direito à alimentação adequada. Considerado um dos pontos mais polêmicos, a proposta de interrupção imediata das obras do chamado Programa de Revitalização do São Francisco foi uma das últimas a ser votada e foi aprovada por maioria expressiva dos delegados."

A decisão da Conferência reflete principalmente o que a sociedade brasileira e os movimentos sociais avaliam diante do atual projeto de transposição do São Francisco: ele é apressado, é mais dirigido ao agronegócio, não busca ao desenvolvimento sustentável do semi-árido", afirmou Naidison Baptista, do Consea nacional.

Para o conselheiro Adriano Martins, a decisão revela o desejo da sociedade de que seja adotado um projeto que se destine a melhorar a situação daqueles que sofrem mais com a falta de água. "A afirmação da água como direito fundamental, como um bem comum é fundamental para se pensar a segurança alimentar e nutricional", defendeu." Olhando o projeto atentamente percebemos que apenas 4% da água que seria retirada do rio chegaria a esses que passam sede". A maior parte da água no projeto atual, segundo Martins, destina-se a atividades, como a produção agrícola de exportação, a criação de camarão e empreendimentos industriais.

Martins defende que existem alternativas ao projeto cujas obras tiveram início no mês passado, como as ações desenvolvidas pela Articulação do Semi-Árido (ASA), que atende a população que vive em locais distantes na região, e as propostas pelo Atlas do Nordeste, da Agência Nacional de Águas (ANA). "A proposta do Atlas do Nordeste garantiria água a 34 milhões de pessoas no semi-árido a um custo muito menor", informou.

O documento também estabelece os princípios e a estrutura do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan). Para o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Chico Menezes, a Conferência foi um momento importante para amadurecer o processo de construção do Sisan. "A exemplo do SUS e Suas, esse é um processo que é preciso amadurecer e chegar às propostas buscando fazer", afirmou.

O documento da Conferência é dividido em três eixos: Sisan, a relaçãoda segurança alimentar com as estratégias nacionais de desenvolvimento e a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. "A Conferência agora enriquece aquilo que estava formulado no documento base que ela utilizou trazendo a experiência dos estados e municípios", destacou Menezes.

Para a implementação do Sisan, o documento defende a garantia de ampla participação social na construção do Sisan e a necessidade de monitoramento da situação alimentar e nutricional. Também propõe os critérios para a composição do Consea nacional, garantindo a representação da diversidade da sociedade brasileira, e a necessidadede garantir a legitimidade dos conselhos das três esferas de poder(municipal, estadual e nacional), entre outros pontos.

Encerrando seu mandato como presidente do Conselho com a realização da Conferência, Menezes avalia que a implementação do Sisan exigirá o fortalecimento da relação do Consea com os conselhos municipais e estaduais."

O Consea nacional que antes teve o foco muito voltado para a negociação com o governo federal e as políticas públicas no seu aperfeiçoamento, vai ter agora que ampliar esse foco para a relação com os Conseas estaduais e municipais porque estamos falando de um sistema nacional e, portanto, para que ele exista é preciso que se garanta os três níveis articulados trabalhando as ações e programas", explicou.

Os participantes aprovaram também 45 moções sobre diversos temas, entre elas, a que defende a nomeação de Dom Mauro Morelli, primeiro presidente do Consea, como presidente de honra do órgão. Também foi divulgada a Declaração Final da III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, aprovada por unanimidade, que ressalta que o evento "representa a consolidação de um amplo processo de mobilizaçãoe participação social".

Participaram dos eventos preparatórios mais de 70 mil pessoas nos estados, municípios e regiões dos 26 estados e no Distrito Federal. Na III Conferência Nacional, participaram 1.800 pessoas, sendo 1.333 delegados(as) da sociedade civil e de governos (federal, estadual emunicipal), 360 convidados(as) nacionais e 70 estrangeiros de 23 países.

Serra faz exploração política deplorável da tragédia


Na vaia contra o presidente da República na abertura dos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, os "sujeitos" que orquestraram a vaia estavam ocultos. Desta vez, no acidente do avião da TAM, em São Paulo, o "sujeito" fez questão de se revelar, tentando jogar no colo de Lula a tragédia que enluta o país.

BLOG DO ROVAI

Serra faz exploração política deplorável da tragédia

O governador José Serra esteve ontem no local do acidente aéreo do avião da TAM e deu uma entrevista. Seu discurso do ponto de vista formal tinha um tom comedido. Mas o conteúdo foi deplorável. Ele fez de tudo para jogar a tragédia de ontem no colo do governo federal. Leia mais.

julho 17, 2007

SDS, SECT e FAPEAM reunem pesquisadores numa Oficina imperdível no auditório da SUFRAMA


I OFICINA SOBRE O PAPEL DAS FLORESTAS DO AMAZONAS NO CICLO
HIDROLÓGICO E VALORAÇÃO DOS SERVIÇOS AMBIENTAIS
Data: 19 de julho de 2007 - Local: Manaus, Amazonas, Brasil
Auditório da SUFRAMA - Manaus, AM
Clique no poster para ampliar
Clique no poster para conhecer a programação do evento organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia (SECT), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e Embaixada Britânica.

O evento contará com renomados pesquisadores.

Ótima oportunidade para saber mais sobre a importância da floresta para a conservação do regime de chuvas na região e fora dela.

Você sabe o que é Uakti?


Leia tudo sobre o Uakti no PáginaDois

Na última semana, tivemos
Clarice Casado saindo "Fora de controle" na segunda-feira;
Bianca Rosolem
lamentando que "Peter Pan não cresceu" na quarta-feira;
Cassiano Rodka
mandando "O recado" na sexta-feira.

Na terça-feira,
Carlos Bêla falou sobre o trabalho dos mineiros do "Uakti: Trilobyte" na seção de música.

Nesta semana, teremos
Clarice Casado saindo "Crescimento" na segunda,
Fabiano Liporoni
na seção de música na terça,
um texto literário de Melissa de Menezes na quarta,
Fabiano Liporoni
na seção de cinema na quinta,
um conto de Cassiano Rodka na sexta.

Boa leitura!

Todos os dias tem novidade no PáginaDois!
http://www.paginadois.com.br


Abraços,
Cassiano Rodka e Clarice Casado

julho 16, 2007

Flávio Resmini indica a revista Átopos para mentaleiros de todas as latitudes


A dica é do paisano Flávio Resmini, psiquiatria do Rio Grande do Sul

Átopos - Salud mental, comunidad y cultura

Director ::
Manuel Desviat

Redacción ::
María Diéguez, María José Gil Bonmatí, Carlos González Juárez, Ana González Rodríguez, Javier González, Ana Moreno, Ana Moro, Esther Pérez

Consejo Editor ::
José Miguel Caldas Almeida, Fernando Colina, Francisco Chicharro, Pedro Gabriel Delgado, Manuel Desviat, Domingos Alves, Alberto Fernández Liria, Itzhak Levav, Josefina Mas Hesse, Francisco Pereña, María Eugenia Ruiz de Velasco, Benedetto Saraceno.

Quem é Manuel Desviat?
Dr. MANUEL DESVIAT MUÑOZ, destacada personalidad del proceso de Reforma Psiquiátrica en España, es Director Médico del Instituto Psiquiátrico - Servicios de Salud Mental José Germain, en Leganés, Comunidad de Madrid, Ex Presidente de la Asociación Española de Neuropsiquiatría y Profesionales de la Salud Mental (AEN), Consultor y miembro del grupo de Expertos de la OMS en Salud Mental.

julho 15, 2007

JAZZ COM SOTAQUE BRASILEIRO


MOMENTOS DE JAZZ
Hoje é dia de jazz. H.Dias apresenta o Programa Momentos de Jazz pela Rádio Amazonas FM
JAZZ COM SOTAQUE BRASILEIRO

1) O saxofone de Mário Séve, o violão de Marco Pereira fazendo dupla com a harmônica de Gabriel Grossi, a marca e o suingue do Brazilian Jazz de Alberto Beserra.

2) GRANDES ENCONTROS: o sax soprano de John Coltrane com a gravíssima voz de Johnny Hartman.

3) VOCAIS: Diana Krall em Paris e Roberta Gambarini cantando em Perúgia (Itália) o ano passado, por essa época (H.Dias esteve lá).

4) MÚSICOS BRASILEIROS DE JAZZ (sem sotaque) Mauricio Einhorn e seu quarteto infernal.

5) FECHAMENTO com músico amazonense da melhor qualidade.

H.DIAS

Armação no Pan 2007


ELZA E O CORO DOS CALHORDAS

Por Jair Alves - dramaturgo/SP

A abertura dos Jogos Pan-americanos, nesta sexta-feira 13, trouxe à cena mais um capítulo da guerra psicológica e suja, promovida pelos inimigos da Paz. Tudo ia bem, muito bem, a partir do hino nacional brasileiro, cantado por Elza Soares. Existe alguma artista brasileira que melhor expresse o sentimento do povo brasileiro? Difícil dizer. Os dois grupos de versos que compõem o hino nacional foram cantados até o seu final, acompanhado em uníssono pela grande maioria dos presentes, num espetáculo jamais visto. Até mesmo a entrada da primeira delegação - a Argentina - desfilou sem grandes alardes. Com esse gesto de tolerância, por parte dos presentes, poder-se-ia imaginar que o Brasil caminha verdadeiramente para a sua maturidade. A primeira parte da cerimônia decorreu sem nenhum incidente e terminou com Vanderlei Cordeiro de Lima desfilando saltitante, carregando a bandeira brasileira à frente da delegação. Alguém pode imaginar alguém mais sereno do que ele? Depois da inconcebível interferência de um fanático religioso, na última Olimpíada, Vanderlei se recompôs e continuou correndo até o final da prova, entrando triunfalmente no estádio de Atenas. É difícil dizer se existe alguém mais sereno do que ele, diante de uma insensatez.

Em seguida veio à apresentação artística do cerimonial que, apesar da mistura de carnaval e show da Globo para eventos comandados pela Xuxa, não chegou a comprometer. Afinal, estávamos num evento onde tudo vale a pena, desde que o gesto não seja parecido com o maluco escocês, em Atenas. Ai veio o inesperado por nós, e mais do que esperado para os calhordas de plantão. Quem anuncia a abertura dos jogos Pan-americanos é o presidente da Nação sede, e não o chefe da torcida do time mandante do jogo. E ai vimos a prova mais do que cruel, provinciana e de expresso mau caratismo. A ameaça de uma vaia, por parte de uma parcela do público presente, ao presidente Lula.

Antes de tudo é preciso dizer que ele ali representava o Estado brasileiro, a Nação brasileira, e Luiz Inácio Lula da Silva representa o Brasil. A não ser que aqueles calhordas que ameaçaram com esta vaia acreditem que podem, num golpe sujo, desonesto, provinciano e mesquinho derrubar o comandante maior da Nação, mesmo com sua esmagadora votação conquistada em outubro último. Só quem viveu esses momentos sabe que essas cerimônias cronometradas como esta, sabe que centenas de pessoas interferem no andamento do ritual. Assim sendo o cerimonial querendo "poupar" o presidente da República encontrou uma forma covarde para resolver a questão. Cortou o som do presidente Lula e deixou que o presidente do Comitê Olímpico anunciasse o evento. O ataque premeditado, ameaçando inclusive a beleza daquilo que se realizava até ali é insano, pois não previu conseqüências. A grande e esmagadora maioria ali presente no dia de hoje sequer pensou em política, pelo contrário, esqueceu de tudo em nome de uma festa coletiva. Ninguém é obrigado a aplaudir quem quer que seja, muito menos o presidente do seu país, mas vaiá-lo naquela circunstância é no mínimo é uma falta de educação, quando não um ato desordeiro. O coro de calhordas só consegue respeitar a imagem projetada no seu espelho.

Entenderam pouco ou nada, mesmo depois que Chico César - um artista negro, nascido do norte do Brasil, numa das regiões mais negras do continente - tenha cantado uma belíssima canção falando de PAZ. O coro dos calhordas acusa a violência que está fora do seu condomínio. Violência essa que está nas ruas, nos morros, porém não percebem que eles são os mesmos que mantém e financiam essa violência. Azar deles, azar nosso. Amanhã, com certeza, os jornais estrangeiros não diminuirão o prestígio do presidente Lula, mais uma vez vão registrar o “ímpeto selvagem dos brasileiros” para o desconforto dos componentes desse coro.

O Jornal Nacional, ao fazer um resumo da cerimônia não esqueceu de registrar o fechamento do evento com Daniela Mercury, que temos certeza não participaria dessa vaia, mas é impossível dizer que ela tenha ficado triste. Tristes, sim, ficamos nós com a Globo e com todos os jornais de amanhã, eles devem ignorar as participações de Elza Soares e de Chico César. Já o coro dos calhordas poderá ser elevado à categoria dos "heróis".

Sexta-feira 13/07/07