novembro 30, 2007

Canto dos Malditos - Teatro

Capa do livro Canto dos Malditos - Teatro
Edições Canto dos Malditos, teatro Satyros, Sebo do Bac & O Autor na Praça

Apresentam

Lançamento dos livros "Canto dos Malditos" e "O Sapatão e a Travesti"

Textos de teatro de Austregésilo Carrano Bueno autor do livro Canto dos Malditos que originou o filme Bicho de sete cabeças

Austregésilo Carrano Bueno ficou conhecido como escritor pelo seu livro autobiográfico "Canto dos Malditos", que originou o filme mais premiado da cinematográfica brasileira: Bicho de Sete Cabeças, dirigido por Laís Bodansky. Agora como dramaturgo, Carrano lança em livros dois textos de teatro: "Canto dos Malditos" (uma outra leitura sobre os manicômios) e "O Sapatão e a Travesti". Na época em que viveu a situação representada no filme por Rodrigo Santoro, Carrano fazia curso de ator no Teatro Guaíra e preparava-se para o vestibular de comunicação, teve sua vida e seus objetivos interrompidos. Sobrevivente de um sistema manicomial arcaico e cruel, que lhe deixou seqüelas, Carrano procurou retomar seus caminhos, primeiro denunciando o que se passa dentro dos chiqueiros psiquiátricos no Brasil, através da publicação do livro relatando o que viveu e tornou filme, que junto provocaram uma grande mudança neste cenário, com a promulgação da lei de Reforma Psiquiátrica no Brasil em 2001. Carrano é fundador e militante do Movimento da Luta Antimanicomial e membro representante dos usuários na Comissão de Reforma Psiquiátrica do Ministério da Saúde.

Retomando seu caminho no teatro, agora como dramaturgo, Carrano apresenta dois textos de uma série de seis escritos nos últimos anos. No primeiro Canto dos malditos ele propõem uma outra leitura sobre a questão manicomial, fazendo com que Freud e Charcot reencarnem no Brasil como assistentes de psiquiatria (veja abaixo texto de apresentação do livro assinado pelo ator Marcos Cesana) e o segundo mostra uma relação cojungal de uma casal formado por um sapatão e a travesti.

SERVIÇO – Lançamento dos livros Canto dos Malditos e O Sapatão e a Travesti – Textos de Teatro

Dia 07 de dezembro, Sexta-Feira, 19h.

Teatro Satyros 1 - Praça Roosevelt, 214 – 3258 6345.

Realização: Edições Canto dos Malditos, teatro Satyros, Sebo do Bac e O Autor na Praça.

Informações: Sebo do Bac - 9794 7943 – vendas@sebodobac.com.br / http://www.sebodobac.com.br/

Ass. de Imprensa: Edson Lima 3746 6938 / 9586 5577 – oanp@uol.com.br

Texto de apresentação do livro Canto dos Malditos - Teatro – "Esse Canto dos Malditos trata do mesmo universo tão presente no romance do qual surgiu o filme Bicho de 7 Cabeças que fiz parte como ator e me fez mergulhar no universo da loucura, ou melhor, o universo que a sociedade cria e denomina "loucura". Nesta peça o mergulho questiona o sistema prisional e manicomial, mas com muito humor e um certo surrealismo. Num mesmo tempo, enquanto lia o texto de Carrano me dava conta de quanto são loucos os criadores espanhóis Dalí e, principalmente, Luis Buñuel. A peça que reproduz questionamentos sobre as instituições manicomiais brinca com as teorias de Freud e Charcot, enfermeiros reencarnados e trabalhadores de um manicômio controlado por um Doutor com um aspecto "militar" e, ele mesmo, um doente que não consegue sequer seguir os numerais como são. Fora isso, Carrano cria um paciente com pecha de psicanalista e revolucionário, que critica a necessidade que a sociedade tem em rotular tudo e qualquer coisa, inclusive pessoas. A loucura, é claro, existe por outros limites, mas é, ainda hoje, uma forma de coagir e das famílias marginalizar membros que não agem de acordo com o status quo ou certos preceitos. A peça fala da hipocrisia humana com raro domínio e amplia-se como encenação, aja vista as propostas do dramaturgo Carrano nesse viés mais pungente e menos prolixo que tende ser a dramaturgia. Mais aproxima a hipocrisia social do espectador, ele mesmo, membro de uma sociedade que vira às costas aos assuntos que não lhe interessam. Sem tratamento de choque, mas com um texto elétrico. Carrano se desnuda depois da cortina ser erguida. Agora é ver se alguém pode ficar impassível diante do que é dito aqui." (MARCOS CESANA, interno Bill no filme Bicho de 7 Cabeças, ator do próximo filme da diretora Laís Bodansky Chega de Saudade; ator de peças, como: Ricardo III, direção de Jô Soares e A Festa de Abigaiú , direção Mauro Baptista Vedia. E roteirista premiado Festival de Gramado de 2007, prêmio de melhor roteiro de longa-metragem para o filme Olho de Boi com direção de Hermano Penna).

Sobre AUSTREGÉSILO CARRANO BUENO - Curitibano, escritor, ator, dramaturgo. Faz parte do MNLA – Movimento Nacional de Luta Antimanicomial, é representante nacional dos usuários na Comissão Intersetorial de Saúde Mental de Reforma Psiquiátrica do Ministério da Saúde, eleito no Encontro Nacional dos Usuários e Familiares do MNLA, ocorrido na cidade de Xerém-RJ, em 2004. Atualmente ministra palestras em Faculdades de Psicologia, Assistência Social, Terapia Ocupacional, Enfermagem e até Jornalismo e Direito. Autor de dois livros editados: "Canto dos Malditos" e "Textos – Teatro", são seis peças para Teatro. Com quatro já montadas. Dirigiu sua adaptação para Teatro, à peça "Canto dos Malditos" que estreou na II Semana Afro-brasileira no Paraná, no maior Teatro da América Latina, o Teatro Guaíra em Curitiba, onde o público aplaudiu por mais de cinco minutos as apresentações, que se seguiram de debates sobre a Reforma Psiquiátrica no Brasil. Participou do Festival de Teatro de Curitiba, em 2006, fazendo segundo melhor público e segunda melhor bilheteria Está à procura de apoio e patrocínio para poder viajar para outras cidades brasileiras. Seu terceiro livro "Vida Fácil" (titulo provisório), que tem como tema as fantasias noturnas de uma grande cidade, focando os personagens da noite. Um dos textos para teatro: "Vamos acabar com a Natureza", foi premiado em primeiro lugar na ECO 92. Este texto foi adaptado para um livro infanto-juvenil e o autor busca patrocínio e parceria para sua publicação e montagem da peça.

O trabalho de Carrano, hoje é reconhecido nacional e internacionalmente, envolvendo a questão da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Como ele exige e defende: "Temos que ter uma nova visão e maneira de tratarmos, sem preconceitos, respeitando seus direitos de cidadão, e aceitando o diferente que se encontra em sofrimento mental. Um basta definitivo no confinamento, sedação e experiências principalmente com a Eletroconvulsoterapia com cobaias humanas, essas ações são crimes contra o cidadão e a humanidade. Confinar não é tratar, é torturar, portanto, são crimes psiquiátricos que devem ser cobrado responsabilidades judiciais e serem pagas indenizações as Vítimas".

Carrano foi homenageado pelo Presidente da República Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 28 de maio de 2003, pelo seu empenho na Reforma Psiquiátrica, que está sendo construída em todo o Brasil; Porém, todo esse empenho e reconhecimento, têm-lhe cobrado um grande preço, na sua terra natal. Em Curitiba, um Lobby de Psiquiatras, contrários às ideologias de Carrano, e do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, são eles, opositores ferrenhos a Reforma Psiquiátrica no Brasil. Esses Empresários da Loucura, donos e associados dos hospitais psiquiátricos, vem lhe fazendo perseguições indecentes, constantes e aviltantes, já há alguns anos, desde que lançou seu livro em 1990, pela Scientia et Labor, Editora da Universidade Federal do Paraná. Dias após o lançamento, o livro foi retirado das livrarias a mando desse Lobby de Psiquiatras. Retornando a edição só em 1991, pela Editora Lemos, de São Paulo, onde comprava a Edição e a vendia em seminários, palestras, feiras culturais. Chegou a publicar sete edições independentes, sem ser vendido em livrarias. Em 13 de maio de 1998, Carrano entrou com a primeira "Ação Indenizatória" por erro, tortura e crime psiquiátrico no histórico forense brasileiro. De lá para cá, uma de suas rotinas tem sido responder a processos jurídicos de todos os tipos, até um processo que exige que ele se cale, proibindo-o de falar de sua experiência dentro dos chiqueiros psiquiátricos que foi torturado. Perseguições judiciais que vem recebendo, e ameaças a sua vida, são repudiadas pela sociedade brasileira, causando indignação em ongs nacionais e internacionais de Direitos Humanos. O livro "Canto dos Malditos" foi cassado, retirado novamente das livrarias e proibido em todo o território nacional, em abril de 2002, foi um dos livros proibidos depois do fim da Ditadura Militar. Voltou às livrarias em setembro de 2004, após uma batalha jurídica do próprio autor, com um posfácio mais picante, denunciando os crimes psiquiátricos e também as fortunas psiquiátricas ilícitas. Da primeira Ação Indenizatória por erro, tortura e crime psiquiátrico no Brasil, de vítima virou réu, em maio de 1999 foi condenado a pagar R$ 60.000.00 aos Donos dos Hospícios. Está recorrendo no Supremo Tribunal Federal em Brasília. Condenado novamente em novembro de 2003, a pagar mais R$ 12.000.00 em vinte e quatro horas, por citar os nomes dos hospícios e dos médicos na imprensa. Sofrendo também ameaças de morte. Está seu direito de livre expressão, proibida com sentença maior, se falar o nome de seus torturadores, a sentença é de R$ 50.000.00 a cada desobediência jurídica. Julgado pelo Judiciário Paranaense, de Vítima da Tortura Psiquiátrica hoje é Réu, quase um criminoso por denunciar, exigir mudanças radicais, indenizações, cobrança de responsabilidades dos profissionais dessa falsa psiquiatria que confina, droga e matam pessoas em suas casas de extermínios, os chiqueiros psiquiátricos brasileiros. Por enfrentar essa Máfia do Inconsciente, donos exclusivos e ditadores do "Saber Psiquiátrico!", Carrano é constantemente processado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Um absurdo o desenrolar dessa história. Infelizmente apenas uma dentro de tantas injustiças que a todo instante nos saltam aos olhos e que por demais bizarras e repudiáveis nos amortecem diante de um sentimento repleto de angustia e de impotência.

André

Vania disse...

Por favor!
Você não tem nenhuma gravação da encenação desta peça?
eu assisti em São Paulo no ano de 2006 e no momento não consegui nenhuma gravação.
Se tiver alguma notícia, me avise.
vaniahistoria@gmail.com