novembro 27, 2007

Contos do divã (pulsão de morte... e outras histórias)

Zefofinho de Ogum, sociólogo formado na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), consultor espiritual do PICICA - Observatório dos Sobreviventes (aguardem a nova versão eletrônica), morou em Manaus entre meados e fim dos anos 1990. Horrorizado como o crescimento do "cognitivismo" na capital operária da Amazônia, "a crescer feito erva daninha", deixou de lado os rigores da formação acadêmica e desabafou: "Vocês tão pebado". Depois tascou a dizer: "Aí já não é mais produção de conhecimento, é fé religiosa". A advertência de Zefofinho procede, afinal está em causa os modos de conceber a natureza do sujeito. Observador astuto do Festival de Leseira que Assola o País (Feleapá) - expressão que parodiou do imortal Stanislaw Ponte Preta -, defensor da interdisciplinaridade, contra toda e qualquer forma de visão unilateral do "significado de estados, processos ou eventos cognitivos (ai!), afetivos e volitivos constitutivos da subjetividade" (arre!), Zefofinho recomenda o Contos de Divã para dar um refrigério na leseira mortal que se abate no campo do conhecimento e da cultura amazonense. E se essa onda prosperar, só convocando o querido Manoel Galvão, professor da Universidade Federal do Amazonas, para que ele lidere a chamada do pessoal por ele encaminhado ao universo da psicanálise, que sairam do Amazonas em busca de novos ares. Vamos voltar, minha gente, se não o bicho vai pegar! Até quando aceitar o que o "outro natural ou cultural" nos obriga a ser? Se queremos um ideal de república intelectual, há muito o que fazer para o equilíbrio do diálogo.

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