abril 18, 2008

Semana Amazonas Indígena tem seu ponto alto

Foto: Rogelio Casado - Reitora da UEA e Governador Eduardo Braga
Momento histórico - Após a assinatura do governador Eduardo Braga, e sob o seu olhar, a reitora da Universidade do Estado do Amazonas assina a portaria que, no âmbito da Política Pública da UEA para os Povos Indígenas do Estado do Amazonas, cria a Comissão que irá redigir a grade temática da futura Universidade Indígena.

A solenidade aconteceu durante a Semana Amazonas Indígena 2008 (realização da Pro-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade do Estado do Amazonas em parceria com a Federação dos Povos Indígenas, com apoio da SEDUC, SEJEL, Secretaria Municipal de Cultura).


Leia abaixo a notícia publicada no Portal da UEA:

Quinta, 17 de Abril de 2008, 19h25

Governo do Estado anuncia política pública da UEA para povos indígenas

A Assinatura, nesta quinta-feira, da portaria que cria uma comissão especial na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para elaborar proposta para o estabelecimento dos princípios, das prioridades e dos procedimentos necessários para a implantação da política pública de educação destinada à população indígena do Amazonas, segundo o governador Eduardo Braga, representou um ato de cidadania e dignidade para os povos indígenas. “Ao definirmos essa política, estamos dando liberdade para o conhecimento e condições de transformarmos o futuro com responsabilidade cultural e ambiental. A partir de hoje podemos dizer que a UEA é, cada vez mais, uma universidade para os povos indígenas”, destacou.

A política, apresentada na reitoria da UEA pelos professores Gabriel Alvarez e Graça Barreto para lideranças indígenas e sociedade em geral, tem como ponto central a interculturalidade e pretende resgatar e reestabelecer o diálogo entre os saberes científico e tradicionais. Com essas características, o governo do Estado, por meio da UEA, passará a trabalhar em cursos específicos de formação superior intercultural; na capacitação de docentes; em centros de produção de material didático bilíngüe e de inclusão digital, além de um Núcleo de Estudos Estratégicos, como de Seguridade Social dos povos indígenas, como incubadora da proposta da Universidade Aberta Indígena e na formação e capacitação de alunos cotistas, que nos últimos três anos, atende 490 alunos índios em diversos cursos de graduação da Universidade em Manaus e em suas unidades no interior do Estado.

A UEA já atende hoje um total de 1.139 índios em seus cursos de graduação, entre eles 260 no curso de Licenciatura para Professores Indígenas do Alto Solimões, além de 150 alfabetizadores que atuam no programa Reescrevendo o Futuro, lembrou a reitora Marilene Corrêa. Mas para ela, a construção de uma política pública da UEA específica para atender os povos indígenas é uma conquista memorável e histórica, e só está sendo possível por ser fruto de vontade política. “Aqui emblematizamos um símbolo da nossa esperança de podermos unir o saber científico e o tradicional, e a UEA, por estar presente em todos os municípios do Estado, dispõe de uma Plataforma tecnológica que permite a atuação em todas nas áreas indígenas”.

A iniciativa também foi elogiada pelo presidente da Fundação Estadual dos Povos Indígenas (Fepi), Bonifácio José. Segundo ele, somente por meio da Educação os povos indígenas poderão vier e cuidar das suas terras, com autonomia econômica, política e cultural. E cada vez mais isso está próximo de acontecer, destacou, lembrando que em dois anos, a UEA, em função da sua política de cotas, implantada a partir de 2004, formará índios em Medicina, Engenharia, Enfermagem, na área de Artes e Turismo e em vários outros cursos oferecidos pela Universidade.

Saber intercultural

A Política tem como eixo central a construção de um saber intercultural, amazônico produto do diálogo entre o saber técnico e as tradições culturais dos povos indígenas. A forma de ensino, o diálogo entre saberes, será através de pesquisas que envolvam aos professores/alunos e que respondam às demandas das comunidades.

Pressupõe a Interculturalidade como horizonte de comunicação entre o saber técnico e o saber tradicional. E, ainda, o deslocamento do eixo do suposto positivista do saber universal, histórico e objetivo para um saber regional, amazônico, historicamente construído e intersubjetivo, intercultural.

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