agosto 30, 2008

Argentina: Militares da ditadura são condenados à prisão perpétua

Madres de la Plaza de Mayo
Militares da ditadura são condenados à prisão perpétua

por Michelle Amaral da Silva — Última modificação 29/08/2008 10:01

Repressores se justificaram dizendo que suas práticas no poder faziam parte de uma "guerra contra a subversão marxista"

28/08/2008
Da redação

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Os ex-generais argentinos Antonio Bussi e Luciano Menéndez foram condenados hoje à prisão perpétua pelo seqüestro, torturas e desaparecimento do senador peronista Guillermo Vargas Aignasse, durante a última ditadura militar na Argentina (1976-1983).
Esta é a primeira condenação por crimes de lesa-humanidade recebida por Bussi, de 82 anos, que foi governador da província de Tucumán (noroeste da Argentina) durante o regime militar e a democracia (1995-1999).

No entanto, o Tribunal Oral Criminal Federal de Tucumán concedeu o benefício da prisão domiciliar a Bussi, gerando confrontos entre membros das forças de segurança e de organizações humanitárias e partidos de esquerda.

Durante o julgamento, os militares se justificaram dizendo que suas práticas no poder faziam parte de uma "guerra contra a subversão marxista". Eles também são indiciados por centenas de crimes de lesa-humanidade. Em sua fala, Bussi sustentou que a detenção de pessoas depois do golpe de 24 de março “somente tinha como objetivo neutralizar possíveis opositores à consolidação política da Junta de Comandantes, e não torturá-los nem, muito menos, matá-los”.

O repressor Luciano Benjamín Menéndez insistiu que a Argentina “padeceu uma guerra, de 1960 em diante, impulsionada pela subversão, contra governos de todos os símbolos políticos”. “É falso o que vêm sustentando os subversivos marxistas de então, já que chamam repressão ilegal as operações defensivas das forças legais e de todos os governos, desde (Humberto) Illia, (Arturo) Frondizi e (José María) Guido até (Juan Domingo) Péron”, afirmou Menéndez.

Bussi já havia admitido perante o tribunal, em 8 de agosto, que as acusações feitas a ele por vítimas sobreviventes, familiares de desaparecidos e mortos e organismos de direitos humanos sobre o terrorismo de Estado no país, eram certas. (Com informações de agências internacionais, Telesur e Página 12)

Fonte: Brasil de Fato
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