julho 28, 2009

Dulce Edie Pedro dos Santos x Ferreira Gullar

Dulce Edie Pedro dos Santos
Foto: Rogelio Casado - Belo Horizonte-MG, julho/2006

Seria ótimo tê-lo como aliado, já que a sua presença constante nos meios de comunicação, serviria para despertar os adormecidos, porém, é também, muito bom, tê-lo como adversário, pois isso, só reforça nossa posição. Como o senhor mesmo diz, foi bom ter-se aberto esta discussão, senhor Ferreira Gullar, pois que a mesma, serviu para nos aproximar dos que crêem e fazer-nos, acreditar mais e mais, que – ESTAMOS CERTOS! Já pensou, senhor poeta, se àquela época de Emygdio de Barros, já existissem os Centros de Atenção Psicossocial, as Residências Terapêuticas, os Centros de Convivência, o De Volta para Casa, bem como, as tantas outras alternativas? Certamente, Emygdio, poderia exercer sua arte, só que, em liberdade; sua família teria sido acolhida e orientada sobre como cuidá-lo: com humanidade, respeito, carinho e, acima de tudo, com muito amor, pois afinal, tratava-se de um filho... e, por um filho, senhor poeta, faz-se de tudo, para não se abandonar, tenha a certeza! Em troca ele, graças à sua arte, poderia dar a essa família melhores condições, podendo até levá-la a sair da situação de extrema pobreza em que vivia, mas que, teve que passar quase toda a sua vida, internado.

SENHOR POETA, D E S I S T A! Desista dessa lavagem cerebral que está tentando fazer! Guarde suas opiniões absurdas, somente para si próprio. Nenhuma de suas argumentações, nos levará, nós, que já passamos pelo inferno, a aceitar que o tratamento manicomial possa ser, nem de leve, comparado ao dos serviços substitutivos. Digo-o, como mãe de um filho, quase da mesma idade que o seu, também, sofrendo de esquizofrenia que, durante mais de 20 anos, passou de internação a internação, sem o mínimo progresso, sem diagnóstico, nem mesmo, tomando consciência de sua doença, mas que, há seis anos, conseguiu criar um vínculo num CAPS de minha cidade e, recebendo tratamento multidisciplinar de excelente qualidade, passou a se aceitar e a ser aceito, como “normal”.

Dulce Edie Pedro dos Santos

-- Postado por Dayan no Esquizofrenia Pensando em 7/27/2009 11:35:00 PM

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