julho 29, 2009

Narciso Lobo, uirapuru está cantando

Narciso Lobo
Foto: Rogelio Casado - Manaus-AM, 2007

Terça-feira, 28 de Julho de 2009

NARCISO LOBO, UIRAPURU ESTÁ CANTANDO

Narciso, mitologicamente simboliza a ambivalência dos sonhos e da morte.

Narciso, o mito refletido no “encontro das águas”, a nossa primal e derradeira morada. Narciso! A outra margem é o mistério... Cuidado!Creonte - catraieiro aleivoso acena.

Pontes foram inventadas para reunir... Mas existem pontes para invadir e disseminar os desencontros...

Desde antanho, antes das cinzas estou contigo e não abro.

Amigo aqui se cruza como dois irmãos, o rio Negro e o Solimões. “Se estes dois rios fôssemos, Maria,/ Todas as vezes que nos encontramos,/Que Amazonas de amor não sairia/ De mim, de ti, de nós que nos amamos!...”(*)

Narciso Lobo, jornalista e poeta por opção desde sempre, nunca desejou outra coisa senão a caverna clara das palavras impressas... Aluno do Ginásio Pedro II, editou o tablóide "O Elo",">“O Elemento 106”, em parceria com Aurélio Michiles, Enéas Valle, Milton Hatoum, Tomzé... Trabalhou desde os 15 anos nos jornais de Manaus, depois quando aluno de comunicação escreveu para os jornais O Globo, JB, O Dia, sucursal do Estado de São Paulo (RJ), jornais alternativos como Porantim, Bagaço, Movimento... foi ele quem entrevistou Glauber Rocha na volta do exílio ("Nem Lênin, nem Mao, nem Stalin, nem mesmo Machado de Assis" - Movimento,19/07/1976). Esta entrevista provocou polemica... Depois Narciso decidiu retornar para Manaus, assumiu a academia, virou mestre, doutor e imortal...

Sim, ele foi o líder dos estudantes secundaristas a desafiar a Ditadura na passeata contra o assassinato do estudante Edson Luís, em 1968. “- Uirapuru está cantando!”

PS. Narciso mantinha um blog denominado Jornal da Selva, no qual podemos compartilhar das suas idéias e opiniões. Experimente.

15/03/2009
Oriente-Ocidente

Lições do I Ching

Ele diz com todas as letras:

É preciso persistência

Na travessia do grande rio

Diz que a luz do sol poente

Sinaliza o transitório

Da existência impermanente

E adverte: Nem euforia desenfreada

Nem tristeza amedrontada

Ambas totalmente erradas

4/01/2009
Devaneio
Cantos Deslizantes

I

Manaus
Meu porto
Meu aeroporto
Meu penúltimo e (in) definitivo pouso.

O "Novo Amazonas"(daqueles anos...)
Ficou velho.
Manaus
Apenas uma imagem
Cravada no âmago da memória.

II

Todos os livros do mundo
Não estão sendo suficientes
Para explicar tanto sufoco
Tá ruço
Não tá dando pé.
Tem que haver mudança
Na dança do homem
Rotas, retas, curvas
Tangenciando mentiras oficiais
Não tá dando mais.

III

Talvezes, talvezes, talvezes
Tantas vezes, tantas vezes.

27/02/2009
Experimento Atonal
Três Vagalumes

Para P. E.

1

Sob o sol equatorial
Sentimentos e ressentimentos
Chove copiosamente

2

Trovões e pouca chuva
Menino não pode ser menina
Mas arco-íris brilha no céu

3

Forte desce o Negro
Adiante enlaça o Solimões
Rebojo e calmaria: um no outro

(*)"Encontro das Águas" de Quintino Cunha (1875-1943)

Fonte: CEUVAGEM
Posted by Picasa

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