setembro 10, 2009

Arqueologia na Amazônia Central

Amazônia Pré-Colonial
Foto: Rogelio Casado
Urucurituba - Amazonas - Brasil
Janeiro - 1982

Nota do blog: A nova cidade de Urucurituba-AM foi construída em cima de um cemitério indígena. Em 1982, junto com o meu saudoso amigo Silvério Tundis (com quem dividi a direção do Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro a partir de 1980, nos tempos pioneiros da reforma psiquiátrica em território amazonense), para lá nos dirigimos na tentativa de tornar público o que é capaz a estupidez humana e a falta de políticas públicas. Detalhe: Silvério nascera na velha Urucurituba (que mudou de lugar devido inúmeros acidentes que vitimaram quem ousava atravessar o caudaloso rio Amazonas); o irmão, em 1982, era candidato pelo PDS (vixe!). Com um patrimônio daqueles em jogo, e considerando a boa relação que Silvério mantinha com a esquerda amazonense, lá fui com a nobre missão de resgatar a história dos nossos ancestrais. Era secretário do então vice-governador Paulo Pinto Nery, o atual Secretario de Estado de Cultura Robério Braga, cujo gabinete tinha, entre outras responsabilidades, o cuidado com o patrimônio público. A resposta foi tímida, retirada à fórceps. Um jovem arqueólogo chegou a ser destadado para os primeiros estudos. O que se vê na fotografia acima é uma das urnas que sobraram depois que tratores fizeram o trabalho de terraplanagem. Em toda a cidade encontramos caquinhos da nossa história. O resto é história por ser contada. O MUSA - Museu Amazônico -, dirigida pelo eminente pesquisador Ênio Candotti, está promovendo hoje um debate sobre a ocupação da Amazônia pré-colonial: a história da arqueologia na Amazônia Central ainda tem um longo caminho a percorrer. A USP tem um papel importante nessa trajetória.

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Ocupação da Amazônia pré-colonial: nova abordagem

Os registros arqueológicos encontrados na Amazônia Central evidenciam uma história milenar de ocupação dessa região. Para falar sobre a arqueologia na Amazônia, o Museu da Amazônia – Musa, recebe nesta quinta-feira, dia 10 de setembro, às 17h, a arqueóloga, coordenadora do curso de arqueologia da Universidade do Estado do Amazonas – UEA, Helena Lima, e a conservadora/restauradora do Projeto Amazônia Central – PAC, Silvia Cunha Lima. A conversa terá como foco os novos dados sobre a ocupação pré-colonial da Amazônia central, assim como os novos desafios metodológicos postos frente à pesquisa arqueológica nesta área.

As palestrantes antecipam que a região amazônica destaca-se no contexto da arqueologia brasileira por diferentes razões. Entre elas, estão as discussões sobre a relação entre o homem e o ambiente de floresta tropical, no passado. Tais debates remetem à própria interpretação da história da ocupação pré-colonial da região. A escassez de dados controlados disponíveis para a maior parte da Amazônia, aliada às diferentes linhas de pesquisa adotadas pelos estudiosos, acabou por resultar em hipóteses contraditórias sobre esta ocupação.

Nos últimos anos, as discussões têm se aprofundado, voltando-se a uma crescente base empírica gerada e explorada por novas abordagens, que levam em conta uma série de aspectos socioculturais, marcados nos vestígios arqueológicos, que foram outrora relegados à segundo plano. Assim, velhos debates vêm sendo reavaliados em novas bases, a partir de trabalhos contando com considerável aumento do volume de dados empíricos e maior flexibilização teórica.

Jane Dantas
Jornalista (MG07326JP)
Assessora de Comunicação Museu da Amazônia - Musa
Fone: +55 92 32363079 / 9197 Cel.: 8128 5070
Skype: dantas.jane
Msn:
janesdantas@hotmail.com

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