setembro 23, 2009

Ciro Gomes lavou a alma de Miguel do Rosário... A minha, também!

Ciro Gomes
Foto publicada em thiagoldamaceno.wordpress.com

Oleo do Diabo

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Um leitor pediu-me que falasse alguma coisa sobre a entrevista de Ciro Gomes à rede Bandeirantes, no último domingo. Pois é, por coincidência, eu assisti. Tenho a dizer o seguinte: valeu Ciro! A entrevista lavou-me a alma. Assisti-a pontuando de palmas e gritos de entusiasmo. Ciro Gomes não fugiu de nenhum tema político. Ao contrário, trouxe-os à baila: Chávez, corrupção, mensalão, Lula, mídia, golpismo midiático, golpismo de setores da elite. Não gaguejou uma vez. Não tergiversou. Mais uma vez cito aquela moça triste, sempre chorando, e contudo tão absurdamente linda, a História. O radicalismo midiático produziu um fenômeno interessante: a esquerda brasileira, mesmo estando no poder, tem à sua disposição um eficaz e necessário discurso de oposição. Isso é ótimo, porque a esquerda pode bater em seus adversários por todos os lados. Bate no Congresso, onde tem maioria; bate no Executivo, onde tem o controle, através de Lula, Dilma Roussef e Tarso Genro; e bate na mídia, através do debate político que começa a esquentar agora; e o melhor, bate aqui na blogosfera, onde nossa diversão, nos últimos anos, não tem sido outra. Eu quero mais é que a direita se dane. A direita já matou e torturou centenas de milhões de latino-americanos desde o início da colonização.

Quando analisamos a história das civilizações, observamos que sempre houve uma dialética política. Roma antiga experimentou lutas acirradas entre as forças populares e conservadoras, e ambas obtiveram vitórias memoráveis. Roma não apenas a sociedade dos patrícios e dos escravos, foi também onde os plebeus exerceram o poder através de seus tribunos sagrados. Os plebeus romanos experimentaram diversos momentos emocionantes de vitória, com Mario, com os irmãos Graco e, enfim, com Júlio César. Da Grécia, então, nem se fala, porque foi uma civilização notoriamente de esquerda, democrática, em oposição à Ásia conservadora, mística e totalitária.

Na Europa, tivemos a revolução francesa e as repercussões ideológicas que até hoje se observam em todo o continente. Nos EUA, a revolução americana da independência, um movimento de cunho fortemente progressista e, sobretudo, presidentes como Roosevelt, além da própria continuidade democrática, que permitiu à cultura se organizar de maneira que o cinema e a literatura norte-americanos desenvolveram uma sólida musculatura ideológica, com capacidade de resistir e combater os governos mais odiosamente conservadores.

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