outubro 29, 2009

Temporão arregou e cedeu às pressões da Globo e da indústria de leitos de saúde

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Nota do blog: Mídia a serviço de interesses privados dá nisso: desinformação. O Brasil que já teve alunos do Canadá para aprender as estratégias da Redução de Danos (somos os melhores), hoje está sujeito a políticas tímidas para enfrentar a questão do uso abusivo de drogas. Resumo da ópera: a indústria de leitos de saúde, depois da tentativa de detonar a reforma psiquiátrica, que reduziu o número de leitos nos país, de cai de unhas, dentes e mídia na área mais vulnerável da Política Nacional de Saúde Mental. Vulnerabilidade, diga-se de passagem, construída por redução de investimentos no campo da Redução de Danos. Até parece que você esqueceu a história da psiquiatria brasileira, que chegou a criar, em nome da ciência, mais de 100 mil leitos psiquiátricos, resultando num trágico universo de exclusão social, destruindo a cidadania dos usuários, cronificando "doenças" que passaram a ter outra "evolução" com a implantação da rede de CAPS em todo o país. E agora, Temporão, você me vem com um investimento descabido em leitos para tratar usuários de crack. Tem santa paciência, ministro! Por que não fazer avançar a política de implantação de CAPS ad. Temos inteligência na área. Ouça-os! Não deixe abrir esse flanco frágil da Política Nacional de Saúde Mental. Temos condições de resistir. Mais de 2 mil usuários ocuparam as ruas de Brasília na luta por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial. Voltaremos a ocupar as ruas dos municípios brasileiros, desta vez em defesa da Política de Redução de Danos. Ademais, a IV Conferência Nacional de Saúde Mental vem aí. Não se precipite. Deixe os empresários e a psiquiatria conservadora conversar conosco nessa arena. Deixe a Conferência decidir a política que queremos. E para começar a dar conhecimento do outro lado dessa história, lembre-se que temos meios de comunicação não comprometidos com o capital predatório. Se os donos do capital e de saberes anacrônicos não têm escrúpulos em faturar sobre a dor humana, só o debate democrático pode desmascará-los. A TV Brasil, por exemplo, tem um programa chamado 3 a 1. Minha lista de candidatos a ocupar os assentos do programa: Marcus Vinicius de Oliveira pela Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial, Dênis Petuco pelo campo da Redução de Danos e um representante da psiquiatria conservadora e os empresários do setor (o que dá no mesmo), como a Federação Brasileira dos Hospitais - FBH (vixe!). A prosa nacional tomaria outro rumo. Aproveito o ensejo para mandar um recadinho para a mídia de esquerda desse país, que não consegue sair do eixo Rio-São Paulo, quando o assunto é saúde mental & drogas. Há vida inteligente fora do eixo, companheir@s! Escrevam para rogeliocasado@uol.com.br e passarei uma lista de endereços de gente que não tem sido ouvida.

FOLHA ONLINE
28/10/2009 - 13h27

Ministro reconhece falhas e anuncia novos leitos para tratar usuários de crack

DIANA BRITO
colaboração para a Folha Online, no Rio

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta quarta-feira um investimento de R$ 110 milhões para a criação de 2.500 novos leitos para o tratamento de usuários de crack no país.

"Nós já lançamos uma política que envolve um investimento de R$ 110 milhões. Ela vai atender 12 mil usuários de crack no Brasil. Vai ampliar em 2.500 o número de leitos em hospitais gerais", afirmou o ministro durante evento no Rio.

Temporão classificou o problema como "gravíssimo" e admitiu falhas no sistema de saúde para o tratamento de usuários da droga.

"Reconhecemos que existem falhas. Nem todas as pessoas que precisam de atendimento conseguem no tempo que gostariam de ter. Mas quero dizer que esse plano que está sendo lançado e implementado vai trazer resultados", afirmou.

O ministro, no entanto, não deu detalhes sobre a liberação da verba ou quanto será repassado para cada Estado. No entanto, informou que o objetivo é dar atenção às grandes cidades.

Apreensão

O crescimento do consumo de crack tem preocupado as autoridades. Na terça-feira (27), a Polícia Civil realizou a maior apreensão de crack do ano na favela de Manguinhos. Cerca de 10 kg da droga foi apreendido e levado para o ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli).
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