novembro 18, 2009

Pela libertação de Battisti

Oleo do Diabo

Pela libertação de Battisti

Tenho evitado, nem sei porque, falar sobre o caso Cesare Battisti, mas já expressei por aqui várias vezes minha opinião. Acho que o STF deveria respeitar a decisão do governo brasileiro de conceder refúgio político ao italiano. Não tenho tido tempo e, admito, paciência, para ler as toneladas de documentos pró-Battisti (e alguns contra) que recebo por email, sobretudo porque formei uma opinião muito firme sobre o episódio. Os crimes que ele supostamente cometeu ocorreram há mais de 30 anos. A sua condenação na Itália expirou há mais de 20 anos. O Brasil não tem prisão perpétua. Battisti é um homem notoriamente pacífico há décadas. Recebeu asilo político por mais de 20 anos na França. Outros membros do seu grupo político recebem asilo político na França.

Além disso, eu sou contra o encarceramento de seres humanos. Apenas em casos que eles realmente representam um perigo muito grande à sociedade. De resto, não vejo sentido. Quando leio sobre fugas de presos, sempre sinto alegria e sempre torço para que todos consigam fugir. Por isso, estou torcendo para que Battisti não seja extraditado.

Fiquei, como todos, extremamente decepcionado com o ministro Toffoli, por sua covardia imperdoável em decidir não votar. Teve medo de quê? Agora, ficará tudo nas mãos do Lula, ao que parece, produzindo mais um desgaste do presidente junto ao conservadorismo nacional. Por outro lado, eu fico pensando: será que eles combinaram? Será que os estrategistas políticos em torno do Lula, ou o próprio, querem ter a prerrogativa de libertar Battisti?

Pelo que conheço de Lula, ele não deixará Battisti ser extraditado. Lula é amigo de muita gente da esquerda que participou de movimentos de guerrilha, e ele sabe que a extradição seria uma derrota política para seu governo, pois foi o seu ministro da Justiça quem deu asilo à Battisti.

Ontem, Lula tergiversou sobre o caso, mas deu pistas. Disse que cumpriria a decisão do STF se ela for determinativa. Mas a decisão do STF deverá ser autorizativa, ou seja, a palavra final voltará às mãos do presidente da república e, neste caso, acredito que ele não permitirá a extradição.

Mas quem pode saber? Battisti não parece ter muita popularidade junto à esquerda mundial. Na Itália, criou-se um consenso tenebroso contra a sua figura. Parece que ele se tornou o inimigo público número 1 da Itália. O fascismo cresce na Itália e parece estar arrastando até a esquerda em seu curso avassalador.

O negócio agora é esperar e torcer para que as autoridades brasileiras tenham bom senso e evitem tomar uma decisão que, além de praticamente significar a morte de Battisti (pois ele diz que vai morrer), corresponde a um perigoso precedente contra a instituição do refúgio político no mundo.

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