novembro 20, 2009

Semana da Consciência Negra em Manaus

Consciência Negra
Foto: Rogelio Casado - Manaus - Amazonas - Brasil, 2006


Palestras vão discutir condição do negro no Amazonas
Semana da Consciência Negra terá palestras e exposições em Manaus

Em pleno século XXI, ainda é notável a exclusão dos negros em nossa sociedade. Como parte das atividades da Semana Nacional da Consciência Negra, em Manaus, o Núcleo de Pesquisa em Política, Instituições e Práticas Sociais da UFAM (Polis) realiza através da Linha de Pesquisa em História Indígena e da Escravidão Africana na Amazônia, o quarto ciclo de palestras sobre Cultura Afro-Brasileira e a Exposição: Negros, Corpos e Almas: Trajetórias no Amazonas.

A abertura do evento será nesta quarta-feira, 18, às 9h30, no auditório Rio Javari (Faculdade de Tecnologia – Campus Universitário) com a conferência "A cidade dos encantados: pajelanças, feitiçarias e religiões afro-brasileiras (1870-1950)", com a participação do pesquisador Aldrin Figueiredo, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

No dia 19, em parceria com o Museu Amazônico, além do lançamento do livro do pesquisador, haverá também a abertura oficial da exposição Negros, Corpos e Almas: Trajetórias do Amazonas, desenvolvida por historiadores e antropólogos que contam com o financiamento da Fapeam e do CNPQ.

De acordo com a diretora técnico-científica da Fapeam, Patrícia Sampaio, a exposição pretende revelar dimensões ainda desconhecidas sobre a presença negra e africana em Manaus. "Objetivo é contribuir para por fim no silêncio sobre a presença negra na região Norte. O ponto de partida do evento é a cidade de Manaus no século XIX, desvendando os rostos de homens e mulheres escravos, seus lugares de convivência e de trabalho e suas experiências de liberdade”, afirmou.

A exposição terá fotografias de ritos e festas, textos históricos e culturais e objetos religiosos, que, simbolicamente, questionam o preconceito racial e buscam desconstruir a ideia de que não há negros no Amazonas.

Segundo Sérgio Ivan Gil Braga, que desenvolve a pesquisa por meio do Programa Integrado de Pesquisa Científica e Tecnológica (PIPT), da Fapeam, “de fato, é na religião que se manteve muito da cultura negra, transmitida para os batuques, presente na estética do carnaval e dos bois-bumbás da Amazônia, entre outras mais”.

O visitante que passar pelo Museu Amazônico também poderá ver um peji (altar de orixás), vestimentas de Oxalá e instrumentos musicais que representarão à musicalidade negra. Além disso, a festa de São Benedito, na Praça 14 de Janeiro, bairro da capital amazonense, tem grande espaço na exposição.

'A devoção a São Benedito, santo negro associado a orixás e vodus na religião africana, é uma mostra a resistência da cultura negra em manter a própria cultura', afirmou Sérgio Braga.

Kelly Jheniffer Melo – Agência Fapeam

Att.

Eriberto Façanha
Coordenador do Núcleo da Diversidade Étnico-Racial-NUDER/SEDUC
GENF-DEPPE
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