dezembro 27, 2009

João Bosco Chamma alerta para o futuro de um monotrilho mal planejado

Arquiteto João Bosco Chamma
Foto: Rogelio Casado - Câmara dos Vereadores - Manaus-Amazonas-Brasil, 2009

Nota do blog: Estava a refletir sobre o enigma da resignação da maioria dos intelectuais da terra de Ajuricaba, incapazes de esboçar qualquer movimento (exceções de praxe) contra às injúrias sofridas pela cidade onde habitam - salvo a retórica da lamentação -, quando resolvi ler as notícias do dia. Lá estava o arquiteto João Bosco Chamma, meu amigo de infância, desta vez nas páginas de A Crítica em sua cruzada solitária contra o impacto visual que a Av. Constantino Nery sofrerá com a construção do monotrilho. Estive com ele na Câmara dos Vereadores de Manaus num arremedo de debate sobre o plano diretor da cidade, proposto pela Prefeitura de Manaus. Ninguém conhecia o projeto do monotrilho. Os maledicentes dirão que João Bosco é parte interessada, tudo porque ele é um dos autores de um projeto de monotrilho que tem o mérito de não agredir moradores e comerciantes daquela via pública. A advertência de João Bosco é tão grave que os canais de TV deveriam abrir um espaço para que fosse feito uma comunicação em cadeia sobre o futuro de um monotrilho mal planejado. A matéria de hoje - domingo - do jornal A Crítica alerta para um fato conhecido pelos moradores e comerciantes das imediações do elevado Paulo Frontin, no Rio de Janeiro, e no "Minhocão", em São Paulo. A julgar por aqueles péssimos exemplos, debaixo do elevado que sustentará o monotrilho não faltará espaço para a população sem teto e para o tráfico de drogas, além da poluição sonora e visual. Ainda há tempo de rever o traçado proposto pela empresa construtora. O intelectual que aposta no quanto pior melhor, também ele e sua família pagarão o preço da omissão, salvo se ele estiver pretendendo mudar de cidade. Tia Pátria, que carregou João Bosco no colo, diria: "Quando é que vão acabar com essa patifaria de esculhambar com a cidade?". A Associação Amigos de Manaus - AMANA - é nosso instrumento de luta contra o ultraje às nossas cidadanias. Quem se habilita?

Efeito monotrilho na paisagem da cidade

Preocupação maior é com a parte inferior do elevado que será percorrido pelos trens

Gerson Severo Dantas
Da equipe de A CRÍTICA

O projeto de construção de um sistema de transporte coletivo de massas, o monotrilho, trará grandes impactos visuais à paisagem urbana de Manaus, sobretudo ao longo da avenida Constantino Nery, uma das áreas mais densamente povoadas da cidade. O pior cenário prevê para a parte baixa do corredor elevado o que ocorre em obras semelhantes, como a via expressa conhecida como ‘Minhocão’, em São Paulo, e o elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro, onde a parte de baixo é feia, suja, escura e serve de abrigo para mendigos e para o tráfico de drogas.

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De acordo com o arquiteto Bosco Chamma, o principal crítico do traçado proposto pela empresa PriceWaterhouse/Coopers, a Constantino Nery vai virar um inferno com a entrada em funcionamento do monotrilho. “Será que nós queremos mesmo um Minhocão aqui em Manaus? Lá em São Paulo já estão falando em derrubá-lo, porque deixa a cidade feia. Esse traçado está totalmente fora do contexto urbano de Manaus, é feio, vai deixar uma das principais avenidas da cidade mal iluminada”, afirma Bosco. Conforme o arquiteto, que apresentou um traçado alternativo seguindo o curso dos igarapés e a orla de Manaus, quem mora na avenida pagará um preço altíssimo pela “modernidade” do monotrilho. “Fiz o cálculo, com as composições de até 90 metros propostas, a cada um minuto e meio o cidadão vai ouvir o barulho passando em frente a janela dele. Será que é isso que nós queremos?”, critica.

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Leia no Jornal A Crítica (nas bancas)
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Um comentário:

Anônimo disse...

Visto que ninguem comenta seu blog certamente é porque a moderação é imoderada, ou moderada aos seus interesses, claro. Certamente você não vai tornar publico o que eu vou expressar aqui, mas será dito mesmo assim, nem que seja pelo menos pra você.

Comparar o projeto do monotrilho às obras do minhocão em Sampa é ser desonesto ou assinar atestado de ignorância. Que tal melhorar o nivel dessas criticas?

Veja o video no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=a6uAUjkj8t4

Projeto de Santos, leve, funcional, fino e bonito! Sim, fino porque não é uma via para carros (minhocão) e sim para um trem e é aí que reside o desconhecimento dos senhores ou a simples vontade de ser do contra pra chamar atenção, sabe-se la de quem.

Mesmo diante da objeção de que no caso de Manaus serão dois trens (ida e volta) ao invés de um, o que aumentaria a largura tornando-o um "bi-trilho", ainda assim é um exagero enorme comparar com os elevados de SP e RJ.

O projeto do Sr.Chama deve ser interessante, mas parece que ele foi "rifado" deste processo que ao meu ver já está encaminhado. Ninguém discutiu uma ponte de 500 milhões, vão discutir um trilho ? E outra, Constantino Nery e Djalma jão são terras de ninguém, ou melhor, de quem dá mai$!