dezembro 18, 2009

Memórias do Boto

A resistível ascensão do Boto Tucuxi
Foto: Rogelio Casado - Manaus-Amazonas-Brasil, 1981


Ao centro: Barrote, impagável no papel de Boto Tucuxi
Nota do blog: O livro da professora Iraildes Caldas Torres "Arquitetura do Poder", (lançando ontem) sobre as memórias do ex-governador Gilberto Mestrinho acabou por mexer com as minhas memórias, que aliás estão em busca de editor: "Memorial Político Afetivo", é seu nome provisório. E pensar que deixei de dirigir o hospício de Manaus, sucedendo o saudoso Silvério Tundis para que a reforma psiquiátrica não saísse dos trilhos, tudo porque na oposição chamávamos Gilberto Mestrinho de "Boto Tucuxi", e anda por ter sido o fotógrafo da peça de Marcio Souza - "A resistível ascensão do Boto Tucuxi"-, ainda hoje é demais para esse coração militante. O comunicado me foi feito pelo saudoso médico infectologista Nelson Antunes, que assumiu como Secretário a pasta de Saúde no segundo governo do "Boto" (1982-1985). Anos depois, numa jogada de mestre, o "Boto" - quem diria - assume a identidade do mito para faturar seu terceiro governo (1990-1993). Não é preciso dizer que a oposição comeu o pão que o diabo amassou nesse período: basta lembrar a célebre "Batalha do Igarapé de Manaus", quando os professores levaram porrada da polícia por causa de uma passeata por reivindicação salarial, o que valeu uma crônica apimentada do meu considerado José Ribamar Bessa Freire no seu TAQUIPRATI. Durante a greve de fome que fiz no governo Amazonino Mendes (1986-1989), em novembro de 1987, na tentativa do salvaguardar a reforma psiquiátrica que iniciamos em 1980, dizem que foi o "Boto" quem aconselhou o governador a aceitar as propostas reivindicatórias, sob a alegação de que o PT tinha interesse na fabricação de um cadáver. "Cruz-credo-pé-de-pato-mangalô-treis veiz! Sai capeta que esse corpo não te pertence!". Aguardem, brevemente estarei lançando minhas memórias, mais-vivo-do-que-nunca.

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VEICULADO NA REVISTA ELETRÔNICA AMAZON VIEW EM 16 de Dezembro de 2009

Edua e Governo do Estado

Edua e Governo do Estado lançam Arquitetura do Poder - Memória de Gilberto Mestrinho
Texto: Denison Silvan

A Editora da Universidade Federal do Amazonas (Edua) e o Governo do Estado do Amazonas, por intermédio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), lançam nesta quinta-feira, dia 17, às 19h30, no Centro Cultural Palácio Rio Negro, o livro Arquitetura do Poder - Memória de Gilberto Mestrinho, de Iraildes Caldas Torres. A cerimônia de lançamento contará com sessão de autógrafos.

Resultado de uma pesquisa eminentemente acadêmica, o livro faz uma reflexão profunda sobre a trajetória política de Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo e suas relações de poder, além de se ater sobre aspectos de sua vida pessoal. Também analisa o cenário político brasileiro e amazonense em que Gilberto Mestrinho atuou e consolidou sua liderança e estilo de fazer política. O Professor Gilberto Mestrinho, como também era conhecido, nasceu em Manaus em 23 de fevereiro de 1928 e faleceu nesta mesma cidade em 19 de julho deste ano.

Carismático, Gilberto Mestrinho é a figura pública de maior destaque na história do Amazonas, tendo governado o Estado por três vezes, além de ter sido prefeito de Manaus e senador da República pelo Amazonas. No período de 1999 a 2007, foi por três vezes consecutivas presidente da Comissão Mista de Orçamento, uma das mais importantes instituições do Senado Federal.

O Centro Cultural Palácio Rio Negro fica na Avenida Sete de Setembro, no Centro.

A autora
Amazonense de Maués, Iraildes Caldas Torres é doutora em Ciências Sociais/Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica (USP), de São Paulo. Autora de diversos livros e estudos acadêmicos, entre eles As Novas Amazônidas, é atualmente professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
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