dezembro 22, 2009

Ou seja, é fazer ou não fazer...

Chavez e Lula
Foto postada em alide.com.br


"Remember, baby, it's like do it or not do it"
Oleo do Diabo

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Afinal a questão central da vida talvez não seja a dicotomia entre ser e ter. As pessoas, quando querem se mostrar muito "espiritualizadas", falam sempre na necessidade de valorizarmos o ser e não o ter. Talvez isso seja uma bobagem. Não temos que "ser" nada. O ser é uma expressão vazia, metafisicamente supervalorizada. O mais importante não é ser, e sim fazer. O fazer é que é o verdadeiro ser, porque é no fazer que o ser se realiza.

Esse é um pensamento muito político, porque nele encontramos a raíz dos problemas de inúmeros socialistas de botique, que agem sempre como deuses do olimpo dando pitacos sobre os pobres mortais. Para ser um socialista não basta autoproclamar-se socialista, ou deitar-se sobre uma cama feita de livros marxistas, ou enfeitar-se caprichosamente com boinazinhas estreladas. Mas não quero me estender sobre socialismo, porque igualmente acho que o socialismo não existe. O que é o socialismo? Que tipo de governo? Que tipo de instituições? Se alguém pudesse me responder sem subterfúrgios ou firulas acadêmicas, eu me sentiria muito honrado. Para mim, o que existe é o regime democrático republicano, com separação de poderes e sufrágio universal, onde temos um presidente com amplos poderes, conferidos pelo povo, e um Legislativo com poder soberano e livre de produzir leis que permitam o país se desenvolver com segurança e prosperidade. Por exemplo, o Congresso Nacional poderia decretar uma lei estatizando o sistema bancário nacional. Eu defendo essa medida há tempos. Acho indecente entregarmos a circulação monetária do país a filhinhos de papai sem nenhum compromisso com a estabilidade econômica, social e política. Assim como a moeda é monopólio do Estado, a sua circulação também deveria ser. Daí seria possível extinguir o spread bancário e os juros. O Brasil poderia ser um dos primeiros países capitalistas dessa pós-modernidade necon a adotar um sistema monetário infinitamente mais seguro e dinâmico, muito menos oneroso ao custo nacional. Os bancos drenam os recursos nacionais para um buraco sem fundo. E depois ainda quebram e o Estado, ou seja, o contribuinte é quem paga a conta. O Chávez falou uma coisa muito engraçada: se o meio ambiente fosse um banco, os países ricos chegariam a um acordo rapidamente para salvá-lo. Para salvar esses bancos de merda, os governos gastaram dez trilhões de dólares. Mas ninguém quer dar um bilhãozinho de dólares para criar um fundo internacional com fins ecológicos.

O Chávez é realmente um cara engraçado e espirituoso, mas ele se encaixa naquele perfil do socialista mais existencialista que consequente. A grande sacação do Lula, que ele vem tentando enfiar na cabeça dura de Chávez, é que dá muito mais resultado falar menos e fazer muito do que a tática oposta. É muito mais estratégico e prudente que um governante expanda sua personalidade em piadas e anedotas, como faz Lula, mesmo que picantes, do que vociferar contra Moby Dick. A baleia branca deve ser caçada em silêncio.

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