dezembro 31, 2010

Desejo a todos que aprenderam a domar leões um Feliz Ano Novo

PICICA: Aos brasileiros domadores de leões, que não perdem a ternura jamais.
teatrmimo | 1 de outubro de 2007 |
Jedna z pierwszych wersji słynnej etiudy Marcela Marceau "Treser" nagrana w latach 50-tych!
One of the very first version of classic Marceal Marceau piece called "Le Dompteur", recorded in '50!!!

Nota do governo brasileiro sobre o cidadão italiano Cesare Battisti

Por que a decisão de Lula sobre o caso Battisti é sensata e correta

PICICA: "É necessário recordar que nos anos 70 o limite jurídico da prisão preventiva era fixado em 12 anos. É necessário recordar o uso da tortura e de processos sumários inteiramente construídos sob a palavra de presos aos quais era prometida a liberdade em troca de confissões. Este foi o clima dos anos 70. E não nos esqueçamos que nos anos 70 houve 36 mil detenções, seis mil pessoas foram condenadas e milhares se refugiaram no exterior." Sem esse tipo de informação, o leitor brasileiro, atoladado em noticiosos de má qualidade, fica impedido de fazer melhor juízo sobre o caso Battisti. Não é à toa que esse tipo de jornalismo vem perdendo a credibilidade, posto que suas fontes são viciadas. A entrevista abaixo, com o filósofo italiano Antonio Negri, é reveladora. A dica é de Bruno Cava.

 Anontonio Negri, imagem postada em midiaindependente.org

CASO BATTISTI, ENTREVISTA DE TONI NEGRI

02/03/2009 |
O limite da prisão preventiva era de 12 anos na Itália dos anos 70. Havia tortura e processos sumários inteiramente construídos sob a palavra de presos aos quais era prometida a liberdade em troca de confissões. Houve 36 mil detenções, seis mil pessoas foram condenadas e milhares se refugiaram. Seguem trechos da entrevista de Negri ao jornalista Thiago Scarelli, do UOL Notícias, em 15 de fevereiro de 2009.

Antonio Negri, 75, é professor da Universidade de Pádua (Itália) e do Colégio Internacional de Paris (França). Entre os anos 50 e 70, participou dos movimentos de esquerda na Itália, condenando tanto a direita quanto o stalinismo. Esteve preso entre 1979 e 1983, depois se exilou na França por 14 anos. Condenado por subversão, o filósofo voltou para a Itália em 1997 e cumpriu pena até 2003. Atualmente, divide seu tempo entre Veneza e Paris, cidades onde desenvolve atividades acadêmicas. Publicou uma vasta obra de filosofia política. É co-autor, com Michael Hardt, dos livros "Império" e "Multidão".

UOL - Como o senhor vê a posição da Itália no caso Battisti?

Antonio Negri - A posição italiana é uma posição muito complexa. Como se sabe, o governo italiano é um governo de direita e é um governo que, depois de 30 anos, retomou a perseguição das pessoas que se refugiaram no exterior depois do final dos anos 70, depois do final dos anos nos quais na Itália houve um forte movimento de transformação, de rebelião. E, portanto, o governo italiano retoma hoje uma campanha pela recuperação destas pessoas. Em particular, tentou fazê-lo com a França, para conseguir a extradição de Marina Petrella [condenada por subversão pela justiça italiana] e não conseguiu porque o governo francês, a presidência francesa [Nicolas Sarkozy], impediu. Neste ponto, aparece em um momento exemplar o caso Battisti.

UOL - O que significa esse "exemplo"? A punição de Battisti resolveria a questão da violência na Itália nos anos 70?

Negri - Precisamente. Resolveria em dois sentidos: por um lado, se recupera aquilo que eles chamam 'um assassino'; e por outro se esquece aquele que foi um Estado de Exceção, que permitiu a detenção e a prisão preventiva de milhares de pessoas durante estes anos. É necessário recordar que nos anos 70 o limite jurídico da prisão preventiva era fixado em 12 anos. É necessário recordar o uso da tortura e de processos sumários inteiramente construídos sob a palavra de presos aos quais era prometida a liberdade em troca de confissões. Este foi o clima dos anos 70. E não nos esqueçamos que nos anos 70 houve 36 mil detenções, seis mil pessoas foram condenadas e milhares se refugiaram no exterior. E se há quem duvide desses números, e que quer continuar duvidando, basta que deem uma olhada nos relatórios da Anistia Internacional naqueles anos. Portanto, essa é uma questão muito séria. O caso Battisti é, na verdade, um pobre exemplo de uma estrutura, de um sistema no qual a perseguição, insisto na palavra 'perseguição', era acompanhada por enormes escândalos na estrutura política e militar italiana. Houve uma construção, principalmente por meio de uma loja maçônica chamada P2, de uma série de atentados dos quais ainda hoje ninguém sabe quem foram os autores, atentados que deixaram milhares de mortos, por parte da direita. E o governo italiano nunca pediu, por exemplo, que o único condenado por estes atentados seja extraditado do Japão, onde se refugiou. Existe uma desigualdade nas relações que o governo italiano mantém com todos os outros condenados e refugiados de direitas que é maluca. O governo italiano é um governo quase fascista.

UOL - Como o senhor vê hoje o PAC [Proletários Armados pelo Comunismo, grupo do qual Battisti fazia parte]?

Negri - O PAC era um grupo muito marginal, mas isso não significa que não estivesse dentro do grande movimento pela autonomia. Mas ouça, o problema é esse: eu acho que as coisas das quais foi acusado Battisti são coisas muito graves, mas - e isso me parece importante dizer - estas são responsabilidades compartilhadas por toda a esquerda verdadeira. Não se trata de um caso específico. O Supremo Tribunal Federal do Brasil construiu uma jurisprudência pela qual foram acolhidos outros italianos nas mesmas condições que Battisti.

UOL - E como a Itália deve solucionar esta dívida com o passado?

Negri - Isso deveria ser feito por uma anistia, mas o governo italiano nunca quis caminhar por este terreno. Talvez tudo isso tenha determinado tremendas conseqüências no sistema político italiano, porque foi retirada da história da Itália uma geração ou duas, que poderiam ter conseguido determinar uma retomada política. É uma situação muito dramática. E gostaria de acrescentar uma coisa: o a postura da Itália no confronto com o Brasil a respeito deste tema é uma postura muito insultante.

UOL - Por quê?

Negri - Trata-se de uma pressão feita sobre o Brasil, enquanto um país fraco, depois que os franceses não extraditaram à Itália Marina Petrella. Psicologicamente, trata-se de uma operação política e midiática muito pesada contra o Brasil, na tentativa de restituir a dignidade da Itália, no âmbito da busca de restituir os exilados.

UOL - O senhor também esteve preso?

Negri - Eu fui detido em 1979 e fiquei na cadeia até 1983, em prisão preventiva, sem processo. Em 1983, houve um eleição parlamentar e eu saí da cadeia porque fui eleito deputado, porque não era ainda condenado. Fiquei preso quatro anos e meio - e poderia ter ficado até 12. Ou seja, quando os italianos dizem que nos anos 70 foi mantido o Estado de Direito, eles mentem. E isso eu digo com absoluta precisão, com base no meu próprio exemplo: fiquei quatro anos e meio em uma prisão de alta segurança, prisão especial, fui massacrado e torturado. Pude deixar a prisão apenas porque fui eleito deputado - do contrário, eu poderia ter ficado na prisão por 12 anos, sem processo. Durante os anos que fiquei na França, exilado, eu fui processado e condenado a 17 anos de prisão, mas que foram reduzidos porque havia uma pressão pública forte em meu favor. Quando voltei para a Itália, fiquei outros seis anos presos e encerrei a questão.

UOL - Quais eram as acusações?

Negri - Associação criminosa, gerenciamento de manifestações que eram violentas nos anos 70, em Milão, em Roma, em toda Itália. Mas a primeira acusação que sofri não era de agitador político, por escrever jornais etc., mas de chefiar as Brigadas Vermelhas, o que não é verdadeiro, e de ter assassinado [Aldo] Moro, acusações das quais fui absolvido depois. Entende? Na Itália se busca desesperadamente fazer valer uma mitologia dos anos 70, que é falsa. E a direita no poder hoje busca a qualquer custo restaurar um clima de falsidade e de intimidação para não permitir que a história seja contada como foi.


Fonte: ESTE MUNDO POSSÍVEL

Lula decidiu: Cesare Battisti viverá no Brasil como refugiado

PICICA: Leia, também, como a Agência Brasil noticia o fato: "Lula decide conceder asilo político a Battisti, anuncia Amorim". Neste não há presunção de culpa, como sugere o texto abaixo. A Agência Brasil reconhece que o processo italiano que condenou Cesare Battisti é eivado de vícios jurídicos.

Lula decide não extraditar Cesare Battisti à Itália
31 de dezembro de 2010 10h32 atualizado às 10h52



Battisti está preso no Brasil desde 2007
Foto: Alessandro Buzas/Futura Press
Cesare Battisti chega para a audiência, no Rio de Janeiro. Foto: Alessandro Buzas/Futura Press

Laryssa Borges
Direto de Brasília

Nas últimas horas antes de deixar o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta sexta-feira que não vai extraditar o ex-ativista italiano Cesare Battisti. O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, responsável pelo anúncio oficial, disse que o governo brasileiro manifestou "profunda estranheza" com as manifestações do governo da Itália, que mesmo antes de uma posição oficial das autoridades brasileiras, já condenava uma possível concessão do refúgio.

Leia mais em Terra 

Ensaio: Fazer crítica, por Pedro Henrique Gomes


30/12/2010

Ensaio: Fazer crítica

Durante algum tempo viveu-se um mal estar entre público e crítica, que hoje parece estar se dissipando à medida que ambos aparentam encontrar seus lugares no mundo. Com a democracia da internet, o público pôde encontrar suas fontes de informações e de opiniões. O crítico vem livrando-se do academicismo (processo ainda em desenvolvimento), deixando de fazer crítica para grupos específicos que somente servem para estes mesmos grupos, escapando ao conceito inicial da crítica, mas segue mantendo a problematização das coisas e a consistência na análise. O embate passa a ser agora com a própria obra cinematográfica: ver, ouvir, sentir, tocar, para então opinar e refletir. Ainda vale ressaltar que há uma grande diferença entre comentarista de cinema e crítico. Não há mal nenhum em ser um desses, apenas deve-se saber separá-los, colocar cada função em seu devido lugar, nunca desvalorizando “esse” em virtude “daquele”. E para tentar separá-los é preciso conhecer “os públicos”. O comentarista tem um público, o crítico, outro. Uma vez que todos sabem para onde olhar, a tendência é que as coisas se tornem mais claras. E nesses tempos onde as mudanças são bruscas e constantes, de crises mundiais e tensões entre grandes potências, é necessário clarear um pouco a visão turva que se tem a respeito da função da arte e da cultura – e da arte na cultura – no processo de desenvolvimento do mundo e das pessoas.

A escrita demanda paciência, persistência e determinação. Não é fácil transmitir ideias sucintas através das palavras. A percepção do crítico não pode ser burocrática nem minimalista, atenta demais a um quesito em detrimento de outro; a crítica precisa ser equilibrada, olhar para um lado e depois para o outro, experimentar o filme e experimentar um diálogo possível com ele – relação de extrema importância em crítica, não só de cinema. Toda obra tem sua abertura e, após encontrá-la, basta saber conversar com ela. Mas todo o cuidado é sempre pouco – mesmo delicadas, palavras mordem. Quem escreve deve ser libertino, devasso, provocador, questionador e, se for necessário, polêmico. Deve apoiar-se firmemente na obra a ser analisada, confrontar as possibilidades do enunciado, encarar o texto e o subtexto, ir fundo naquilo que se analisa, fugir da superfície, livrar-se do mal estar, olhar para dentro da obra e deixar-se olhar – é importante notar que os filmes são feitos para construir esse diálogo, essa relação que, grosso modo, é o que encanta no cinema. E é por isso que crítica de cinema é difícil (delicada). Deve-se analisar a obra, o autor e a ideia. Na ausência de qualquer um destes quesitos, então não é crítica.


A crítica não precisa responder todas as questões, mas deve verificar as possibilidades de análise de cada detalhe da obra, nunca caindo na armadilha dos destaques (“destaque vai para a fotografia magnífica do Judas”), do texto empolado cheio de adjetivos tetudos e gotejantes (maravilhoso, espetacular, fantástico, magnífico etc) que, assim como a crítica acadêmica, só serve para inflar egos e retumbar letristas mortos. Os extremos se anulam. Isso só corrobora para a credibilidade do texto sabotar a si próprio. Scorsese disse que opiniões não ficam, o que ficam são reflexões, e existem poucas em curso. A obrigação de engordar essa conta é de todos os aventureiros que se permitirem analisar qualquer obra de arte. Articular as ideias de maneira a dar vida ao conteúdo da obra através das palavras, seja pela metalinguagem, pela cinefilosofia ou pelo discorrer interpretativo e opinativo.


A necessidade de um argumento que se sustente, mas que ao mesmo tempo exponha um olhar pessoal sobre a obra é uma virtude que vem com o tempo, com a experimentação (para com a própria linguagem, mas, sobretudo, consigo mesmo) – até com a necessidade: cada obra tem também seu próprio limite e saber reconhecê-lo é importante. Para isso, o crítico deve estar ciente de onde quer chegar, para onde aponta seu olhar, para aí sim “encontrar” o filme. O que brota em palavras é o reflexo do próprio crítico, e é preciso ser muito hábil com elas. Toda crítica bem escrita revela um pouco de seu autor – bem como todo filme carrega algo de seu realizador (é uma relação autor-obra e obra-autor). Isso é um fator crucial no exercício crítico: colocar-se de pé frente à obra que se analisa, observá-la, para então exprimir sua visão de mundo a partir da ideia apresentada. Crítica poluída por adjetivos de exaltação à obra sem fundamento algum é um vírus, uma espécie de infecção que tende a embrulhar as ideais de quem lê, avacalhando com a honestidade do texto. Geralmente essas críticas olham tão somente para o filme, esquecendo-se da ideia – que é o objetivo ao qual se almeja chegar. Olhar para uma obra assim é desrespeitar o leitor, mas não só: o desrespeito é com a própria obra e consigo mesmo. Entra em questão o “pensar e produzir novas formas de vida”, que, de acordo com Deleuze, é o caminho possível e necessário para fugirmos da inanição. O bom crítico aprendeu a interiorizar a obra para então compreendê-la. Expandir o universo da crítica ao propenso e humanizado universo da reflexão é uma necessidade vigente para a disseminação do debate cultural entre “os públicos”. Debate que deve ser extremamente virtuoso e aguerrido, colocando as pessoas e as obras em franco confronto, provocando, assim (e somente assim), a evolução de ideias e pensamentos a respeito de coisas que estão além da arte, como o mundo e até mesmo a vida. Para alcançar o debate é preciso encontrar os filmes e as propostas, as pessoas e seus olhares críticos. Isso é difícil e demanda esforço, mas parece o único caminho possível.


Claro que esse debate não vai ser cerceado enquanto não houver filmes que se posicionem contra algo, fugindo da primariedade de “entreter”. Entretenimento por entretenimento é o sustento do canibalismo (você pode entender capitalismo reinante na indústria, aqui, dá no mesmo) que vem devorando o cinema. Entretenimento deve ser o resultado de uma experiência enriquecedora em todos os sentidos, seja intelectual ou de linguagem. O desejo pelo prazer instantâneo é problemático e empobrece. Mas é remediável, basta uma mudança drástica na visão de quem faz, de quem critica e de quem lê. Caso contrário o efeito é bastante conhecido, a lógica do desastre vigora bravamente, e com precisão lancinante: maus filmes não geram bons espectadores, que consequentemente não refletem, tampouco formam opiniões. O público de hoje vê só a superfície por que é só isso que lhe é mostrado. Aí o feroz e sagaz ciclo vicioso reina absoluto, tornando qualquer tipo de passo a frente imóvel, inapto. O crítico, resenhista e o cinéfilo precisam livrar-se de seus vícios.


O crescimento exponencial dos blogs anunciou novos rumos já há um bom tempo. Até mesmo críticos já estabelecidos migraram para aquela que é hoje a maior rede de compartilhamento de conhecimento. Claro que, com essa proliferação, surgem opiniões mais e menos relevantes. Por relevantes, entendemos serem aquelas que geram o debate, que são capazes de transcender a própria resenha, passando a uma esfera muito mais ampla, dando abertura à discussão e a troca de ideias e ideais e pensamentos. Muitos desses blogs falham nesse sentido, não conseguindo muito bem sequer articular suas propostas, retendo-se a questões de técnica. A técnica não é coisa mais importante a ser analisada num filme – até porque não somos nós que iremos ensinar um Tarantino ou um Kiarostami a “enquadrar” ou como escolher o filtro certo. Essa é uma vistoria de segunda ordem, imediatamente posta num segundo plano, mas sempre relacionando a imagem ao conteúdo (imagem-conteúdo). A consequência lógica disso tudo é a carência de debates conscientes, que produzam material reflexivo atento não só aos filmes, mas a seus conteúdos e conceitos. E existem de fato tantos blogs, tantas vozes desejando serem ouvidas, tantas letras querendo ser lidas, que não é demasiado pretencioso imaginar que esses blogs sejam responsáveis pela geração de novos cinéfilos que, hoje mais do que nunca, são fontes de leitura e referência para o grande público. Talvez resida aí o cerne do problema, voltando a questão do “encontrar seu lugar no mundo”. Talvez os blogs ainda não (re)conheçam sua importância para a cinefilia do porvir. É preciso localizá-la em meio aos escombros, em meio à poeira. Os “ciné-fils”, ou “filhos do cinema”, como cunhou Serge Daney, são então os anjos da salvação.


Para fortalecer e tonificar qualquer argumento, é necessário o embasamento teórico: apurar questões pendentes, dissecá-las até não restarem mais pontos a serem introduzidos em nossa base de conhecimento. Daí a importância de ver filmes, de exercer a cinefilia - outrora tão dançante e excitante com a proliferação dos cineclubes (herança de Henri Langlois) – de conhecer vários cinemas, de festejar a diversidade de propostas e reconhecê-las quando da análise. Entrando numa esfera ainda mais abrangente, chega-se ao ensaio, seja ele formal ou discursivo, que é uma análise literária da obra atenta a reflexão de causa e consequência, uma relação de casamento com sentidos inquebráveis proporcionados pela experimentação. Não que todo texto precise evocar Francis Bacon, mas como queria Deleuze, pensar o cinema de maneira eloquente, como faz Godard e como fez Bresson (ensaístas por excelência), através dele próprio.

Para leitura e acompanhamento (links ao lado):

Cahiers du Cinéma (em francês)
Film Comment (em inglês)
Sense of Cinema (em inglês)
Contracampo
Cinética
Filmes Polvo
Cinequanon
Zingu
Filmologia
Filme Cultura
Revista de Cinema

Textos recomendados acerca da crítica:



Os blogs estão matando a crítica de cinema: http://sombras-eletricas.blogspot.com/2010/08/os-blogs-fazem-mal-critica-de-cinema.html por André Renato

O cinema de autor: o papel do crítico de cinema na concepção dos diferentes olhares: http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/revistavirtualagora/materiais/O_Cinema_de_Autor_Fernando.pdf por Fernando Telles de Paula

The Critical Function: http://home.earthlink.net/~steevee/function.html por Serge Daney

Fonte: TUDO [é] Crítica

Boletin de novedades 1ª semana de enero 2011. Libreria Asociativa Traficantes de Sueños.



Estimad@s amig@s.

En nuestro último boletín del año os seguimos recordando la campaña de suscripciones a la editorial de Traficantes de Sueños, que pusimos en funcionamiento a principios de mes, y que nos permitirá continuar liberando contenidos en los próximos años.

Comunicaros también de que a principios de enero retomaremos de nuevo el rítmo habitual de las actividades semanales, del cual os iremos informando puntualmente por esta vía tras las festividades navideñas.

Por último señalar los horarios en los que la librería estará cerrada con motivo de los próximos días festivos

Un afectuoso saludo y felices fiestas.
L@s Traficantes.


NOTICIAS


Campaña de suscripciones a la editorial Traficantes de Sueños

Desde sus inicios, la Editorial Traficantes de Sueños ha apostado por licencias de publicación que permiten compartir, como las Creative Commons. Así es como hemos conseguido que nuestros libros se puedan copiar, distribuir y comunicar públicamente sin ánimo de lucro...
Toda la información y fomulario de suscripción, aquí.


Horario navideño
Durante estas fiestas, la librería permanecerá cerrada la tarde del 31 de diciembre, así como los días 1 y 6 de enero de 2011. El horario de apertura será el habitual:
de lunes a viernes,
de 10.30h a 14h y de 17h a 20.30h
Sábados de 11h a 14h y de 17h a 20.30h



VIDEOS


Video de la charla la “batalla de Roma” del 14 de diciembre y la ola de contestación estudiantil y precaria al gobierno Berlusconi, realizada el jueves 23 de diciembre.

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Video de la Presentación de la guía “Recursos y Estrategias en Realidades Transnacionales Interconectadas: Las mujeres (in)migrantes en el país de las maravillas: Grámaticas de geopolítica feminista para erradicar la violencia de género y el feminicidio" del 22 de diciembre
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Video de la Presentación del libro "Para salvar el planeta. Salir del capitalismo" de Hervé Kempf, realizada el martes 21 de diciembre.
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Nociones Comunes. Debates filosóficos-feministas para pensar la política hoy. 5º Sesión del lunes 20 de diciembre.
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ENSAYO


Malas noticias de África
Castel, Antoni
Editorial: Bellaterra

Los medios de comunicación occidentales presentan a África como un lugar de corrupción, violencia y desastres, que sobrevive gracias a la ayuda occidental. Es un lugar inhóspito y salvaje, recomendable para turistas con mal de aventura, pero habitado por seres pasivos, indolentes, atrapados por prácticas ancestrales y sin capacidad de organización social.
Ver libro


La Casa de la Sabiduría. Cuando la Ilustración llegaba de Oriente
Lyons, Jonathan
Editorial: Turner

Durante siglos, desde la caída del Imperio Romano, la civilización occidental estuvo más condicionada por la influencia eclesiática que por el desarrollo científico. Mientras tanto, la cultura árabe vivía su apogeo, convertida en un verdadero generador de adelantos y exploración cultural. A través de la vida de Adelardo de Bath, un monje inglés del siglo XII que se aventuró a viajar al Oriente para conocer su ciencia y su cultura, Lyons hace un recorrido por la edad de oro de ciudades como Antioquía o Bagdad, cuya Casa de la Sabiduría albergaba por aquella época cuatrocientos mil volúmenes.
Ver libro


Filosofia del presente
Badiou, Alain
Editorial: Capital intelectual

¿En qué influye la filosofía sobre la política? En nada, suele repetirse. No es lo que piensa Alain Badiou, para quien la filosofía no deja de toparse, una y otra vez, con la política. Y así lo demuestra en este libro. Su mirada crítica se despliega aquí por atrapantes temas contemporáneos, de la guerra en Irak y la naturaleza de la hegemonía norteamericana a las leyes contra el uso del velo islámico en Europa, pasando por distintas cuestiones del arte contemporáneo.
Ver libro


Convertirse en madre. Etnografía del tiempo de gestación
Imaz, Elixabete
Editorial: Cátedra

En el contexto actual, en el que la fecundidad de las mujeres y el futuro de la familia se están planteando como problemas políticos y jurídicos, la maternidad se ha convertido en objeto de debate social. Después de repasar las contribuciones provenientes tanto de la historiografía como de la crítica feminista, la autora, basándose en las aportaciones de mujeres que han protagonizado ese tránsito a la maternidad...
Ver libro


En busca de Bolívar
Ospina, William
Editorial: La otra orilla

«Basto que muriera para que todos los odios se convirtieran en veneración, todas las calumnias en plegarias, todos sus hechos en leyenda. Muerto, ya no era un hombre sino un símbolo. La América Latina se apresuró a convertir en mármol aquella carne demasiado ardiente, y desde entonces no hubo plaza que no estuviera centrada por su imagen, civil y pensativa, o por su efigie ecuestre, alta sobre los Andes.
Ver libro

NARRATIVA


La mujer que leia demasiado
Nakhjavani, Bahiyyih

Editorial: Alianza

Teherán, mediados del siglo xix, la corte del sha atraviesa por momentos convulsos entre conjuras e intrigas de palacio. Todo bajo la atenta mirada de la reina madre. En medio de este tenso ambiente sobreviene un hecho que va a alterar aún más los difíciles equilibrios del poder: la súbita e inesperada aparición de una mujer cuyas ideas, consideradas subversivas y heréticas, recorren todo el país como la pólvora.
Ver libro


Un general confederado de Big Sur

Brautigan, Richard
Editorial: Blackiebooks

Un general confederado de Big Sur es el primer libro que Richard Brautigan publicó, y su primer gran fracaso, cosa de esperar en un texto que, como se ha dicho ya, fundaba su propio género, por lo cual debía insuflar vida a unos lectores que todavía no existían, que tardarían un poco en llegar y que, no obstante, serían y son aún hoy legión. Brautigan había escrito primero La pesca de la trucha en América, pero Un general… se publicaría antes por su carácter más «tradicional».
Ver libro


El club de los optimistas incorregibles
Guenassia, Jean-Michel
Editorial: RBA

Michel Marini tenía doce años en 1959. Eran los tiempos del rock'n roll y de la guerra de Argelia. Él era fotógrafo aficionado, lector compulsivo y jugador de futbolín en el café Balto de la plaza de Denfert-Rochereau, en París. En la sala de atrás de ese café conoce a Igor, a Léonid, a Sacha, a Imré y a todos los demás. Eran hombres, que habían cruzado el telón de acero para salvar el pellejo; dejaron atrás sus amores y a su familia, traicionaron sus ideales y todo cuanto eran.
Ver libro


AGENDAS


Agenda de las mujeres 2011. Activistas por la paz
VV.AA.
Editorial: Horas y horas

Agenda anual de mujeres.
Ver agenda


Agenda libertaria 2011
Centre d´Estudis J. Ester Borràs
Editorial: Centre d´Estudis J. Ester Borràs

Cómo ya es tradición desde hace 22 años, ya ha salido la Agenda Llibertaria del 2011. Esta vez y por tercer año consecutivo elaborada en Berga por el Ateneu Anarquista Columna Terra i Llibertat y el Centre d'Estudis Josep Ester Borras. Las lenguas de los días y los meses son cinco: catalán, gallego, euskera, castellano y esperanto, este último por su condición de lengua internacional no subordinadora.
Ver agenda


DOCUMENTALES


La mafia del TAV (DVD)
Manolo Luppichini, Claudio Metallo

Editorial: Eguzki bideoak

La mafia del TAV, inspirado en la situación del proyecto de lineas de alta velocidad en la parte Sur de los Alpes. El desastre ecológico, socioeconómico y humano que provoca la alta velocidad al sur de los Alpes es posible gracias al blanqueo de dinero obtenido con el reciclaje de residuos ilegales, la adulteración de alimentos, y el tráfico de armas.
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Prohibido recordar (Dvd)
J. Martinez, T. Larreategi
Editorial: Moztu, Tentazioa, REC

Entre 1937 y 1944 los fascistas convirtieron el balneario de Saturraran de Mutriku en una cárcel de mujeres. Por allí pasaron más de 4.000 presas políticas, de las cuales 108 murieron (junto con 48 de sus niños) por los malos tratos infringidos a manos de las monjas mercedarias encargadas del penal. Enfermedades, hambre, torturas, castigos, humillaciones, abusos sexuales y robo de hijos: un muestrario del horror para doblegar a las vencidas.
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Plogoff. Piedras contra fusiles (Dvd)
N. Le Garrec y F. Le Garrec
Editorial: Bretagne Films

El movimiento antinuclear europeo obtuvo sonoros éxitos entre 1979 y 1982, como recordarán quienes paralizaron Lemoiz. En la costa bretona, un pequeño pueblo intransigente consiguió frenar la construcción de uno de esos monstruos. Giscard D'Estaing, presidente de la República, llegó a reconocer que en esa ocasión “se fracasó al tratar de imponer el programa nuclear, debido a la oposición frontal y a pesar del control de la información”.
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Egunero (Dvd)
Salomé L. Dukats y Gladys L. Dukats

Editorial: Tolare Taldea, Eguzki Bideoak

“¿Qué modelo de universidad queremos?” Se preguntaron 97 profesores de la UPV en 1990 cuando rechazaron la figura funcionarial frente al profesorado propio. La amenaza de despido, los juicios, detenciones, chantajes económicos y expulsiones hicieron que la mayoría tragara. Unos pocos no pasaron por el aro y siguen manifestándose a diario en el campus, 20 años después. Una asombrosa protesta contra la actual educación superior.
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69 UNGDOMSHUSET (Dvd)
Viborg, Nikolaj
Editorial: Bastard Film

Popularmente conocido como Casa de la Juventud, este inmueble de la capital danesa fue okupado en 1987 y resistió hasta 2007. Un edificio histórico construido en el lejano 1897 y que fue a lo largo de la historia Casa del Pueblo, refugio de activistas y lugar de eventos internacionales. Tras continuas batallas callejeras y sucesivos tiras y aflojas con las distintas instituciones, el saldo final es positivo: sigue habiendo espacios liberados.
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OTRAS NOVEDADES DE LA EDITORIAL TRAFICANTES DE SUEÑOS



"La Universidad en conflicto. Capturas y fugas en el mercado global del saber."
Edu-Factory y Universidad Nómada (comps.)

Colección: Mapas_28

Os anunciamos la publicación de nuestro nuevo libro de la colección Mapas. Durante las últimas dos décadas, la Universidad se ha convertido en el centro de una polémica que trasciende ampliamente el recinto de los campus. Objetivo de reformas que tienden a moldearla según la máquina performativa neoliberal, la institución universitaria ha sido adecuada a las lógicas empresariales, cuarteada y reconstruida según parámetros de coste-beneficio y preparada como fábrica de patentes y conocimientos con valor en el nuevo mercado global del saber.
Más información



Emprendizajes en cultura
Jaron Rowan
Colección: utiles_10

Éste es un libro sobre el trabajo en cultura: «ámbito de producción» progresivamente organizado según modelos de trabajo de carácter empresarial que genéricamente toman como principal elemento la figura del emprendedor. Administraciones públicas y discursos neoliberales han animado, efectivamente, una sutil transformación del concepto de cultura, cada vez más explotada como recurso económico, que favorecida como derecho social democrático.
Más información, comprar, descargar, donar



"Bioeconomía y capitalismo cognitivo. Hacia un nuevo paradigma de acumulación."
Andrea Fumagalli
Colección: Mapas 29
Ésta es una obra ambiciosa. Intenta determinar lo que se podría comprender como un nuevo paradigma de acumulación. A través de un profundo análisis histórico y teórico, en el que se dan cita desde los clásicos (Marx, Schumpeter y Keynes), hasta las corrientes económicas críticas (Saffra, los regulacionistas, Galbraith, Chandler) y más heterodoxas (como el operaísmo italiano y francés), Andrea Fumagalli propone una nueva crítica de la economía política del capitalismo transformado.
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"Calibán y la bruja. Mujeres, cuerpo y acumulación originaria". Novedad editorial
Silvia Federici

Colección: Historia 9

Presentamos una nueva edición en nuestra colección de Historia. En esta ocasión publicamos este imprescindible texto de Silvia Federici donde expone que la caza de brujas, la colonización americana y la proletarización del campesinado europeo fueron, no sin resistencias, las bases de la acumulación originaria capitalista en los inicios de la edad moderna. La persecución de las “brujas” (sanadoras, parteras, desviadas) no se ha presentado lo suficiente como un momento clave del disciplinamiento de las mujeres.
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A democratização das comunicações, por Venício A. de Lima

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A democratização das comunicações

Boa parte das propostas de políticas públicas consideradas como avanços pela sociedade civil não logrou êxito

Por Venício A. de Lima

Os dois mandatos do presidente Lula representam um avanço para a democratização das comunicações? Qual o balanço que se pode fazer do período 2003-2010? A maioria das propostas de políticas públicas consideradas como avanços por atores da sociedade civil não logrou sucesso. Ao contrário, muitas foram abandonadas ou substituídas por outras que negavam as intenções originais. Existem, claro, importantes exceções. A seguir, um breve comentário sobre algumas propostas emblemáticas dos últimos oito anos.

Conselho Federal de Jornalistas (CFJ): O governo encaminhou projeto de criação de um Conselho Federal de Jornalismo ao Congresso Nacional em agosto de 2004. Segundo a Federação Nacional de Jornalistas, o principal objetivo era “promover uma cultura de respeito ao Código de Ética dos Jornalistas”. Diante da intensa e violenta oposição da grande mídia, a própria Fenaj preparou e distribuiu um substitutivo ao projeto original, agora de criação de um Conselho Federal de Jornalistas como “órgão de habilitação, representação e defesa do jornalista e de normatização ética e disciplina do exercício profissional de jornalista”. Apesar disso, através de acordo de lideranças, a Câmara dos Deputados decidiu desconsiderar o substitutivo e rejeitar o primeiro projeto em dezembro de 2004.

Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (Ancinav): O projeto de transformar a Ancine (Agência Nacional de Cinema), em Ancinav – que seria o órgão regulador e fiscalizador da produção e distribuição dos conteúdos audiovisuais – não chegou sequer a ter uma versão final. Diante de uma feroz e intensa campanha de oposição, movida, sobretudo, pelos grupos tradicionais de mídia, o governo decidiu, em janeiro de 2005, que os estudos prosseguiriam, mas que prioritariamente deveria ser construída uma proposta de regulação mais ampla dentro da qual a Ancinav pudesse ser incluída. O argumento foi de que não se poderia implantar uma agência reguladora do audiovisual sem se ter primeiro uma Lei Geral de Comunicação.

Em janeiro de 2005 o governo anunciou que seria encaminhada ao Congresso uma nova proposta de legislação de fomento e de fiscalização na área da produção audiovisual. Isso atendia aos interesses dos grupos que faziam oposição ao projeto de transformação da Ancine em Ancinav. O projeto de lei foi, de fato, elaborado e enviado ao Legislativo em junho do ano seguinte e seis meses depois transformado na Lei 11.437/2006, que criou o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) regulamentado pelo Decreto 6.299/2007.

Rádios comunitárias: As rádios comunitárias continuam regidas por uma legislação excludente aprovada no governo de FHC (Lei 9.612/1998).

No início do governo Lula, ainda em 2003, foi criado um Grupo de Trabalho que chegou a produzir um relatório final. Mudou-se o ministro das Comunicações, criou-se um Grupo de Trabalho Interministerial, que se reuniu ao longo do ano produzindo outro longo relatório final. Mudou-se novamente o ministro e o novo titular da pasta não aceitou o relatório final do GTI, que nunca chegou a ser encaminhado à Presidência da República.

A repressão às rádios comunitárias – que não conseguem se legalizar, na maioria das vezes, por inoperância do próprio Ministério das Comunicações – em certos momentos, chegou mesmo a aumentar, se comparada ao governo anterior.

RTVIs: As RTVIs (Retransmissoras de TV Institucionais) foram criadas pelo decreto nº 5.371, de 17 de fevereiro de 2005. Elas representavam uma excelente oportunidade para o poder municipal se tornar retransmissor de emissoras de TV do campo público e, também, produtor de conteúdo. No decreto, abria-se a possibilidade de uso da TV a cabo por prefeituras em até 15% do tempo total de retransmissão. Essa possibilidade foi saudada por todos que se interessam pela democratização do mercado da comunicação e o fortalecimento da televisão pública. A TV a cabo alcança pouco mais de duzentos municípios de um total de cerca de 5.600 existentes no país. Como a TV a cabo é obrigada por lei a transmitir canais comunitários, as atividades das Câmaras de Vereadores seriam transmitidas e haveria também a possibilidade da geração de receitas publicitárias locais. Era a possibilidade do início da produção de conteúdo local.

Houve uma forte reação dos grupos privados de radiodifusão e, menos de dois meses depois da assinatura do decreto 5.371, um novo decreto – 5.413, de 6 de abril de 2005 – foi assinado, voltando atrás em relação ao decreto, e extinguindo as RTVIs.

TV Digital: A escolha do modelo japonês para a implantação da TV Digital no Brasil, consolidada ao longo de uma profunda crise política (2005) e em ano eleitoral (2006), sinalizou um recuo importante na postura anterior do governo Lula em relação à política de comunicações. No início do processo, o decreto 4.901/2003, que criou o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), contemplou a participação direta de “não-atores” tradicionais que faziam parte do Comitê Consultivo do SBTVD e discutiam as alternativas de política. No entanto, a partir da nomeação do senador Hélio Costa (PMDB-MG) para ministro das Comunicações, em julho de 2005, esse Comitê foi sendo esvaziado e marginalizado pelo próprio Ministério das Comunicações. Os representantes da sociedade civil foram perdendo a voz, até que, na decisão final, não tiveram qualquer interferência.

O Ministério Público de Minas Gerais iniciou ação civil pública junto à Justiça Federal pela nulidade do Decreto 5.820, em agosto de 2006. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), por sua vez, protocolou no Supremo Tribunal Federal, em agosto de 2007, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra o mesmo decreto que veio, finalmente, a ser julgada improcedente três anos depois, em agosto de 2010.

Lei Geral de Comunicação Eletrônica de Massa: Duas comissões foram criadas com a finalidade de produzir um pré-projeto de lei. No entanto, elas nunca chegaram a se reunir. A primeira – que era um GTI (Grupo de Trabalho Interministerial) – esperou oito ou nove meses para que os seus membros fossem indicados. Quando os membros foram indicados e uma primeira reunião foi marcada, houve uma decisão de governo de que ele não seria mais um GTI, mas sim uma Comissão Interministerial, com representantes também da Procuradoria Geral da República e outros órgãos. A primeira comissão, um GTI, deixou de existir, embora nunca tivesse se reunido. E a nova comissão interministerial também nunca se reuniu.

O tema, no entanto, não morreu. Em julho de 2010, o presidente Lula assinou novo decreto criando outra comissão interministerial para “elaborar estudos e apresentar propostas de revisão do marco regulatório da organização e exploração dos serviços de telecomunicações e de radiofusão”. O artigo 6º do decreto diz que “a Comissão Interministerial encerrará seus trabalhos com a apresentação, ao Presidente da República, de relatório final”, mas não estabelece prazo para que isso ocorra.

Empresa Brasil de Comunicação (EBC): O ano de 2007 ficará marcado pelo nascimento da Empresa Brasil de Comunicação (EBC/TV Brasil), resultado da fusão da Radiobrás com a ACERP/TVE, a TVE do Maranhão e o canal digital de São Paulo. Sua conformação final surgiu das dezenas de emendas que a MP 398/07 recebeu no Congresso Nacional.

Apesar das críticas que podem ser feitas ao processo de sua implantação – e são muitas – a EBC, finalmente criada pela Lei 11.652, de 7 de abril de 2008, representa um importante avanço: existe “no ar” uma TV que institucionalmente se define como pública e a disputa para definir o que é uma televisão pública se desloca agora para a sua prática.

1ª Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM): A CONFECOM – a última conferencia nacional a ser convocada de todos os setores contemplados pelo “Título VIII - Da Ordem Social” na Constituição de 1988 – foi afinal realizada em Brasília, de 14 a 17 de dezembro de 2009. Dela participaram mais de 1.600 delegados, democraticamente escolhidos em conferências estaduais nas 27 unidades da federação, representando movimentos sociais, parte dos empresários de comunicação e telecomunicações e o governo. Foram aprovadas mais de 600 propostas, que deverão servir de referência para apoio e/ou apresentação de projetos de regulação do setor de comunicações no Congresso Nacional. Acima de tudo e independentemente do boicote e da satanização quase unânime por parte da grande mídia, a 1ª CONFECOM ampliou de forma inédita a mobilização da sociedade civil e o espaço público de debate sobre as comunicações no país.

III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3): Houve recuo do governo em relação às diretrizes originais para a comunicação constantes do Decreto 7.037, de 21 de dezembro de 2009. Menos de cinco meses depois, novo decreto [Decreto 7.177 de 12 de maio de 2010] alterou o anterior e, no que se refere especificamente ao direito à comunicação: (a) manteve a ação programática (letra a) da Diretriz 22 que propõe "a criação de marco legal, nos termos do art. 221 da Constituição, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados"; (b) exclui as eventuais penalidades previstas no caso de desrespeito às regras definidas; e (c) exclui também a letra d, que propunha a elaboração de “critérios de acompanhamento editorial” para a criação de um ranking nacional de veículos de comunicação.

Plano Nacional de Banda Larga (PNBL): Em maio de 2010 foi lançado o PNBL, e posteriormente instituído o Programa Nacional de Banda Larga pelo decreto 7.175/2010 com o objetivo de “fomentar e difundir o uso e o fornecimento de bens e serviços de tecnologias de informação e comunicação, de modo a: massificar o acesso a serviços de conexão à internet em banda larga; acelerar o desenvolvimento econômico e social; promover a inclusão digital; reduzir as desigualdades social e regional; promover a geração de emprego e renda; ampliar os serviços de Governo Eletrônico e facilitar aos cidadãos o uso dos serviços do Estado; promover a capacitação da população para o uso das tecnologias de informação; e aumentar a autonomia tecnológica e a competitividade brasileiras.” A Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebrás) será a gestora do plano, estando prevista a atuação de empresas privadas de forma complementar para fazer com que os serviços cheguem ao usuário final.

Regionalização das verbas de publicidade oficial: Em entrevista concedida ao Portal Terra, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial de 2010, o presidente Lula afirmou:

(...) Muita gente não gostou quando, no governo, nós pegamos o dinheiro da publicidade e dividimos para o Brasil inteiro. Hoje, o jornalzinho do interior recebe uma parcela da publicidade do governo. Nós fazemos propaganda regional e a televisão regional recebe um pouco de dinheiro do governo. Quando nós distribuímos o dinheiro da cultura, por que só o eixo Rio-São Paulo e não Roraima, e não o Amazonas, e não Pernambuco, e não o Ceará receber um pouquinho? Então, os homens da Casa Grande não gostam que isso aconteça [negrito nosso].

De fato, uma importante reorientação na alocação dos recursos publicitários oficiais teve início em 2003: sem variação significativa no total da verba aplicada, o número de municípios cobertos pulou de 182, em 2003, para 2.184, em 2009, e o número de meios de comunicação programados subiu de 499 para 7.047, no mesmo período (ver quadro abaixo).

FONTE:http://www.revistaforum.com.br/noticias/2010/12/21/a_democratizacao_das_comunicacoes/ 


Fonte: Quem tem medo de Lula?

Israel es un Estado delincuente recalcitrante cuya existencia es una afrenta a la humanidad y un peligro para la paz mundial, por Agustín Velloso

PICICA: Leia, também, Un Estado nacido del terrorismo.
Aumentar tamaño del texto Disminuir tamaño del texto Partir el texto en columnas Ver como pdf 31-12-2010

Respuesta a una carta personal del sr. Schutz, embajador de Israel en España
Israel es un Estado delincuente recalcitrante cuya existencia es una afrenta a la humanidad y un peligro para la paz mundial



Sr. D. Raphael Schutz
Embajador de Israel en España
Vía email
Madrid, 30 de diciembre de 2010 

Estimado Señor Embajador: 

Me refiero a su carta -fechada el 27 de diciembre, enviada por email en la tarde del 29*- en la que usted realiza unos comentarios a mi artículo “En estas Navidades (no) siente a un sionista a su mesa”. 

Aunque no tiene mucha importancia, le diré en primer lugar que no ha sido publicado en ningún blog personal, sino en una veintena de páginas electrónicas de estimable difusión nacional e internacional, principalmente en Latinoamérica. 

Comienza usted escribiendo que “no tengo intención de señalar los múltiples errores que contiene”. 

Adelante, es usted libre de hacerlo. En ese caso le digo, como Iyov a los que le denigraban, que “aun siendo verdad que yo haya errado, sobre mí recaería mi error.” 

Más aún, si he errado no he ganado nada con ello, no soy palestino, ni árabe, tampoco musulmán, no pido ni recibo pago alguno por mi labor anti-sionista. En esto hay una diferencia sustancial entre usted y yo. Usted defiende su beneficio, tanto el suyo personal como el de su grupo, el de los sionistas. Por ello, sus errores y los de su grupo están siempre bajo sospecha. 

No obstante no se los voy a exponer a continuación, lo he hecho durante años en numerosos artículos que publico a menudo como el que usted critica. 

Sigue usted con una invitación: 

“El propósito de estas líneas es simplemente invitarle a una reunión personal conmigo en la Embajada o en cualquier otro lugar de su preferencia. Puedo asegurarle que nadie se enterará de dicho encuentro, si usted así lo prefiere. No busco publicidad sino el diálogo y además no tengo problema de sentar a un antisionista a mi mesa.”


Agradezco su disposición, aunque es claro que ni usted ni yo podemos ofrecernos mutuamente algo de interés con esa reunión personal. 

Como embajador de un Estado que viola desde la fecha de su establecimiento la ley internacional, incumple las resoluciones de las Naciones Unidas, ocupa y coloniza ilegalmente territorio árabe, ataca a civiles indefensos con el resultado de miles de muertos y heridos, somete a la población entera de la Franja de Gaza –más de la mitad formada por menores de edad- a un asedio que apenas se distingue del impuesto por los nazis en los campos de concentración, usted piensa igual que los máximos responsables de esos crímenes, sus superiores el Sr. Netanyahu y el Sr. Lieberman. 

Conozco bien ese pensamiento, todo el mundo lo conoce desde Nueva York a Yakarta, desde Buenos Aires a Johannesburgo, y desde luego nadie como palestinos, libaneses y otros pueblos árabes. 

Los sionistas realizan muchos esfuerzos para convencer al mundo entero de que Israel es un país decente. El diálogo al que usted me invita es el procedimiento estándar que emplean los sionistas para apaciguar el rechazo moral que provoca día tras día Israel, es decir, la encarnación de ese pensamiento en Oriente Medio. También lo conozco. 

Quizás funcione ese procedimiento con algunas personas desinformadas y probablemente tenga algún éxito con las que esperan obtener algo apoyando al sionismo, pero para la mayoría de la gente, entre la que me cuento, ningún eslogan vacío como “proceso de paz”, “lucha contra el terror”, “extremismo palestino”, “concesiones dolorosas”, “diálogo constructivo” y otros similares, es capaz ni remotamente de esconder la realidad que he nombrado más arriba y que se resume así: Israel es un Estado delincuente recalcitrante cuya existencia es una afrenta a la humanidad y un peligro para la paz mundial. 

Hace muchos años que dialogo con judíos, pero es usted el primero que viene a buscarme para dialogar. Hasta hoy he sido yo el que los ha buscado porque necesitaba asegurarme de no cometer errores a la hora de contribuir con mi labor como profesor y escritor a la causa de la “justicia y en consecuencia paz” (Isaiah) en Palestina. 

He dialogado y lo sigo haciendo con Noam Chomsky, Norman Finkelstein, Ilan Pappé, Michael Warschawsky, activistas del Comité Israelí Contra la Demolición de Casas, Médicos Israelíes por los Derechos Humanos, Mujeres Israelíes Contra la Ocupación, los Sarvanim y otros judíos opuestos a las políticas sionistas. 

He leído a Ahad Ha’am, Martin Buber, Yeshayahu Leibowitz, Simcha Flapan, Gideon Levy, Uri Avneri, Richard Falk, Richard Goldstone y otros judíos para compensar la propaganda sionista que se extiende por doquier.

El pensamiento y la conducta de unos y otros me han iluminado sobre lo que es el sionismo y cómo he de juzgarlo. Por tanto, no tiene usted nada que ofrecerme.

Admito que yo tampoco tengo nada de interés que ofrecerle a usted. Creo que acabo de contestar al comentario final de su carta sobre lo que usted llama “el sionismo clásico en el que me incluyo”. ¿Qué le puedo decir en esa reunión? Nada que usted no sepa, básicamente que el sionismo como ideología e Israel como su realización práctica, son incompatibles no sólo con la ley internacional, sino -lo más importante- con los derechos humanos y políticos de los palestinos y la paz mundial.

Aunque no considero la posibilidad de continuar que usted sugiere al final de su carta, no tengo inconveniente en que usted sepa que soy anti-sionista hoy, en la época que me ha tocado vivir, como hubiera sido anti-nazi de haber vivido en la Europa de los años treinta y cuarenta del siglo pasado y anti-español de haber vivido en la España del Edicto de Granada.

En todo caso soy siempre pro judío, como pro palestino, como pro cualquier ser humano. La sangre judía, que según Tarbut Sefarad llevo por línea materna al ser mi segundo apellido Santisteban, no me influye a la hora de tomar esta posición. 

Saludos, 

Agustín Velloso

*CARTA DEL EMBAJADOR DE ISRAEL EN ESPAÑA

Sr. D. Agustín Velloso Santisteban
Via e-mail
Madrid, 27 de diciembre de 2010 

Estimado señor Velloso Santisteban: 

He leído la nota “En estas Navidades (no) siente a un sionista a su mesa” publicada en su blog el 16 de diciembre.
No tengo intención de señalar los múltiples errores que contiene. El propósito de estas líneas es simplemente invitarle a una reunión personal conmigo en la Embajada o en cualquier otro lugar de su preferencia. Puedo asegurarle que nadie se enterará de dicho encuentro, si usted así lo prefiere. No busco publicidad sino el diálogo y además no tengo problema de sentar a un antisionista a mi mesa. 

Solo un comentario quisiera hacer con respecto a su nota: se define usted como antisionista, definición que por sí, suscita la pregunta de ¿Qué es el Sionismo? Si con este término usted se refiere a la negación del derecho de los palestinos a la autodeterminación nacional y de vivir como personas libres en un país propio, entonces yo tampoco me consideraría sionista. Pero el sionismo clásico en el que me incluyo no es otra cosa que nuestro derecho, el derecho de los judíos, a autodeterminarnos en el marco de un Estado propio. Si usted deniega este derecho, nuestra discusión ha llegado a su fin antes de comenzar, pero se tendría que preguntar, espero que sinceramente, por qué se opone usted a este derecho del pueblo judío, derecho del que gozan muchos pueblos del mundo, y por qué no objeta usted la existencia de aproximadamente 50 países musulmanes pero se opone a un solo Estado Nacional para los judíos. Esto es todo por ahora. La continuación depende de usted.


Atentamente,

Raphael Schutz
Embajador de Israel en España 
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.


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Fuente: Rebelión

Hospital Psiquiátrico Alberto Maia fechou. Já vai tarde.

PICICA: Marcela Lucena, transmita aos demais companheiros envolvidos na luta pelo fechamento do maior manicômio pernambucano o mais forte apoio do PICICA, e receba um forte abraço deste militante da luta antimanicomial. Valeu!

Hospital Psiquiátrico Alberto Maia encerrou as atividades nesta quinta

Maior manicômio do Estado foi fechado oficialmente em cerimônia realizada nesta quinta (30)

Da Redação do pe360graus.com
Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo
Após a saída dos últimos pacientes internados, o Hospital Psiquiátrico Alberto Maia, localizado em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife oficialmente encerrou suas atividades. Uma cerimônia de descredenciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) realizada na manhã desta quinta-feira (30) marcou o fechamento do maior manicômio do Estado, que não recebia pacientes desde 2001.

O fechamento do manicômio estava previsto desde 2004, por determinação do Programa Nacional de Avaliação dos Hospitais Psiquiátricos do Ministério da Saúde, devido à situação de abandono em que se encontrava. Ao longo dos 35 anos em que funcionou, o Hospital Psiquiátrico Alberto Maia recebeu mais de mil doentes com problemas mentais vindos de 80 municípios de Pernambuco.

Os últimos funcionários a deixar o local ainda estavam desolados com o fim das atividades do hospital. “O sentimento é de mágoa e de tristeza, pois é a casa da gente também”, conta o ex-porteiro do hospital Anísio Batista da Silva (foto 5).

A cerimônia da manhã desta quinta (30) reuniu pacientes, parentes e representantes da luta pelo fechamento dos manicômios e do setor de saúde mental. “É uma vitória muito grande, uma conquista da luta manicomial, da gestão”, afirma a psicóloga Nelma Melo.

A gerente da secretaria de atenção à saúde mental de Pernambuco, Marcela Lucena (foto 6), informou o que será realizado para substituir os serviços do hospital psiquiátrico. “A meta é que a gente possa abrir serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico como centro de atenção psicossocial, ambulatórios, além de programas de saúde mental e saúde da família”, explica Marcela.


Fonte: http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/saude/2010/12/30/NWS,526777,4,62,NOTICIAS,766-HOSPITAL-PSIQUIATRICO-ALBERTO-MAIA-ENCERROU-ATIVIDADES-QUINTA.aspx

dezembro 30, 2010

"Sinto que o tempo sobre mim abate sua mão pesada"

Renato Borghi

3 CIGARROS E A ÚLTIMA LASANHA

Dramaturgia de Fernando Bonassi e Victor Navas.
Direção de Debora Dubois.
Com Renato Borghi.
Cenário e Figurino: Cyro Del Nero e Debora Dubois.
Sonoplastia: Cacá Machado.
Iluminação de Alessandra Domingues e Marcos Franja.
Duração: 45 minutos.
Apresentada em Manaus, no Teatro do SESC, nos dias 18 e 19 de dezembro de 2010.

SINTO QUE O TEMPO SOBRE MIM ABATE SUA MÃO PESADA*

Por Jorge Bandeira**

Permitam-me alterar meu estilo de escrita neste último lampejo de crítica teatral do ano que ora agoniza. Falarei como um narrador que teve uma ano bom no Teatro, que assistiu boas peças e excelentes interpretações, esta com o ator Renato Borghi coroou meu ano de êxito, fechei bem esta safra 2010 de Teatro aqui em Manaus. Lembro que ia assistir a palestra-espetáculo do Borghi sobre o Teatro Brasileiro, mas por uma questão de arcada dentária o Borghi não teve condições de apresentar seu trabalho no dia previsto, chegando com uma puta dor de dente em Manaus, no outro dia não pude assistir, levava minha Carolina de 5 anos para algum festejo natalino. Assisti, porém, a exibição do filme-documentário O REI DA VELA, no teatrinho do SESC, onde tenho gratas satisfações, este teatrinho deve ser mágico ou algo parecido, pois sempre nos revela surpresas tais que nem mesmo o majestoso Teatro Amazonas é páreo para estas revelações estéticas e teatrais. Uma delas foi este monólogo magistral intitulado TRÊS CIGARROS E A ÚLTIMA LASANHA.

 Em cena, o ator Renato Borghi, um mestre nesta arte da ilusão, nome que está amalgamado com a própria história de nosso Teatro, um ator que não basta em si mesmo, reinventando-se a cada projeto, acho até que ele pode ser o nosso Benjamin Button, novíssimo a cada ano que passa. Deve ser um alquimista perdido em nossa ribalta, descobridor de uma pedra filosofal do teatro, e que, gentilmente, passa a fórmula deste rejuvenescimento para a gente. Ouso dizer, também, Borghi não precisa apelar para nada, tudo é feito de uma forma tão natural e bonita, arte mesmo, nada que lembre o teatro romano em sua fase de degeneração. 

A peça, escrita pelo Fernando Bonassi (de outro petardo teatral, o monólogo ENTRE FERRAGENS) e pelo Victor Navas, recebeu premiação na terra onde “deus é fidel”. Com todo o merecimento, não tenho dúvidas. Do que assisti em Manaus vou ter sempre em minhas reminiscências o alto poder de sedução deste Renato Borghi, de sua precisão como ator, da força que imprime em seu trabalho, de uma voz que ele trata como uma partner, que a carrega para onde quer, e que nos leva ao ponto precioso da reflexão neste texto que é um libelo sobre a determinação do homem num mundo que teima pelo absurdo e burocratização de situações extremas, condutoras aos níveis de sufocamento dos seres humanos. Absurdo? Não creio. Por mais que o texto de Bonassi e Navas remeta a algumas situações da dramaturgia de um Ionesco (lembro de um sobre a mecânica absurda de se preparar  um ovo na culinária), ele tem um charme, um propósito claro em sua dinâmica. É um texto que me impressiona pela simplicidade e clareza dentro do caos em que este personagem talvez com um transtorno obsessivo compulsivo se encontra ao perder, de forma inexplicável, sua mão, e toda situação que advém deste fato deveras caótico, e que só torna a situação existencial dele inusitada, mas plausível de acontecer com qualquer um de nós.

E por isso estamos tão próximos dele, de suas loucuras, de seus surtos, de suas alegrias e decepções com este mundo, com as pessoas que o cercam, com as autoridades médicas do corpo multidisciplinar, com os transeuntes. Eis um homem que leva agora sua “mão de Eurídice” artificial, um marionete da circunstância da vida.  Essa mão que o faz refletir sobre sua vida, seus amores, e que nós, espectadores destes 45 minutos de humor e sarcasmo, nesta tragicomédia, nos alentamos e acalentamos, sentimos compaixão por este homem maneta, por este ser subtraído de sua completude corporal.

 Renato Borghi nos brinda com um retrato deste personagem em 3D, sim, pois consegue nos transmitir a integridade de sua personagem, sua verbalização, o que se passa em sua mente, seu relato inverossímel que torna-se verossímel, a expressão de sua emoção, sua reflexão e suas decisões, oscilantes ou não. Tudo que o espectador precisa para pulsar junto com ele, carregar também este fardo pesado, viver com ele e por ele. Tudo isso com rigor e meticulosidade teatral, mas não um Teatro da assepsia da técnica, mas com um equilíbrio como o definido por Denis Diderot em seu conhecido artigo “O Paradoxo do Comediante”. Uma balança fiel entre a razão e a emoção. 

Renato Borghi é um mestre, usa com propriedade o monólogo interior, ele, um dos mentores do Teatro Oficina, atravessa sem pressa o mar de Stanislavski, não tem receio das ondas perigosas da interpretação. Como é fascinante assistir um trabalho com um ator que sabe das nuances necessárias para fazer com que embarquemos neste jogo lúdico chamado Teatro. Borghi canaliza sua emoção com apuro, o texto é falado e nada se perde, mesmo nos sussurros eventuais do personagem. 

A iluminação do espetáculo cristaliza as passagens de forma eficaz, e é feita para induzir ao espectador que algo na persona, no ânimo e na emoção do personagem alterou-se, trabalho que a direção imprimiu como marca indelével e que funciona do início ao fim da peça, incluindo aí as marcas pontuais e geométricas da movimentação do infeliz personagem que perdeu a mão. E de absurdo em absurdo este personagem também lembra um clown urbanoíde, um ser engolido pela cidade em sua loucura citadina. 

A sonoplastia de extremo bom gosto é outro aperitivo para se acompanhar com esta lasanha teatral, colocar MORPHINE, do saudoso Mark Sandman é assegurar coisas agradáveis em níveis de audição. O som da cafeteira nos faz tomar o café junto com o maneta carismático, de conversar no restaurante e dizer: quando você volta pra Manaus, meu chapa, vai demorar muito? Você precisa dar uma maõzinha pra gente aqui nesta cidade encravada no meio da Floresta Amazônica. Obrigado Borghi, promíscuos e embaixada do Teatro brasileiro, terminei o ano assistindo um grande Teatro.

*Frase famosa de um poema idem de Carlos Drummond de Andrade.

** Amazonense de Manaus. Historiador, crítico de arte, músico, tradutor, dramaturgo, viciado em Teatro.

Manaus, 30 de dezembro de 2010.

Lula da Silva, él más influyente del mundo, según Time

PICICA: Por essa a imprensa golpista não esperava. FHC, o presidente das elites, teria mandado fazer uma prótese pro cotevelo. As crises nessa articulação acentuaram-se nos últimos anos.
todomktpolitico | 27 de dezembro de 2010 | pessoa gosta, 0 pessoas não gostam
http://todomarketingpolitico.blogspot...

Brasil: Presidente Lula el personaje más influyente del año según la revista Times y toda la polémica que se armo en torno a este tema.

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Show da Rede Globo inferniza a vida dos moradores de Copacabana

PICICA: Show de Roberto Carlos, realizado pela Rede Globo, com o apoio do "Choque de Ordem" da Prefeitura do Rio de Janeiro, inferniza a vida dos moradores de Copacabana, cercea o direito de ir e vir, e, de lambuja, compromete a imagem do Rei. O Brasil é uma grande província. A dica do vídeo é do João Carlos Caribé.
99239721rg | 25 de dezembro de 2010 | 
Show do Roberto Carlos - Prefeito Eduardo Paes ferra a vida de moradores de Copacabana, e impediu que voltassem para as suas residências
.
Hoje a MALDADE do Prefeito Eduardo Paes bateu todos os recordes, simplesmente, ele impediu que moradores de Copacabana, à partir das 15 horas, voltassem para as suas casas de carros por causa da show do Roberto Carlos.

Na rua Real Grandeza, em frente ao cemitério São João Batista uma grande confusão, muitos moradores (com comprovante de residência), entre eles, mulheres grávidas, idosos, mães com crianças (doentes e excepcionais) não podiam voltar para as suas casas.

Moradores em baixo de um sol muito forte imploravam para poder voltar as suas residência com os seus carros, mas apenas ouviam dos guardas municipais que não era permitido a entrada.

Foi inacreditável, ninguém entrava, mesmo doente, passando mal, grávidas, idosos, uma coisa jamais vista no Rio de Janeiro.

Eu fui uma das vítimas, um dos primeiros a ser barrado.

Filmei tudo, vou postar aqui no blog, as imagens são inacreditáveis, o que o Prefeito Eduardo Paes fez hoje, com certeza, entrará para a história do Rio de Janeiro como o dia do DESCASO com os moradores de Copacabana.