março 13, 2010

Marcha Mundial das Mulheres

A POLÍTICA: Artigo Feminino from Universidade Livre Feminista on Vimeo.

Para registrar a relação das mulheres com a política cotidiana, a equipe da TV Câmara viajou pelo país para encontrar personagens que, mesmo vivendo realidades muito diferentes, alimentam a vontade de mudar o país. Elas estão cada vez mais ativas nos sindicatos. São presença maciça nos movimentos sociais e nas discussões dos orçamentos participativos. Querem fazer uma política diferente e ocupar mais espaços de representação.

As tentativas de mudança estão por toda parte, como mostram a trabalhadora rural do interior do Ceará, dona Francisca, e a costureira Nelsa Nespolo, da periferia de Porto Alegre. Há também o exemplo da Maria da Penha, que dá nome a Lei de enfrentamento à violência contra a mulher. Em Pernambuco, um grupo de teatro de rua combina arte e política. Assim como as jovens feministas de São Paulo.

No campo da representação, temos o exemplo da primeira negra senadora da República, a carioca Benedita de Silva. E da primeira mulher prefeita de São Paulo, a atual deputada federal Luiza Erundina.

Esses e outros olhares incentivam mais pessoas a se engajarem pela mudança social. As mulheres não querem lugares privilegiados. Querem fazer diferente. E querem direitos iguais.

Roteiro e Direção: Maíra Brito
Produção Executiva: Getsemane Silva e Marcya Reis
Coordenação de Produção: Giulianno Baeta e Karina Staveland
Montagem: Fabiana Ferreira
Produção: TV Câmara

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MARCHA DAS MULHERES ESTÁ EM LOUVEIRA

Vindas de Vinhedo, as mulheres dão continuidade à 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres

A 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres segue a todo vapor. Hoje pela manhã, as marchantes deixaram a cidade de Vinhedo rumo à Louveira, onde ficam alojadas no Parque da Uva.

No período da tarde, a marcha recebe uma convidada especial, a feminista brasileira radicada na França, Helena Hirata. Ela é especialista nos temas do trabalho e autonomia econômica das mulheres. Hirata vai falar sobre eles para as militantes que participam da Ação.

Jundiaí

Amanhã, a Marcha parte rumo à Jundiaí. As mulheres ficaram alojadas no Centro Esportivo Arames Polli Smece e durante a tarde discutirão temas como soberania alimentar e luta por território.

Várzea Paulista

Um ato público e um show com a cantora Leci Brandão marcarão a passagem das mulheres por Várzea Paulista. Marcado para as 16h, o ato será dedicado aos 100 anos do Dia Internacional da Mulher. Nele, será lançado o livro As origens e a comemoração do Dia Internacional da Mulher, de Ana Isabel Álvarez González.

Leci Brandão se apresentará após o lançamento. A cantora tem uma trajetória de participação nas lutas feministas e dos trabalhadores em geral. As atividades acontecem no Espaço Cidadania.

3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres

Entre os dias 8 e 18 de março, a Marcha Mundial das Mulheres organiza sua 3ª Ação Internacional no Brasil. Neste período, 3 mil mulheres de todas as regiões do país farão uma caminhada entre dez cidades, de Campinas a São Paulo, para dar visibilidade à luta das mulheres brasileiras e reivindicar mudanças em suas vidas.

A Ação começou no Dia Internacional das Mulheres (8/3), em um grande ato público no Largo do Rosário, no centro de Campinas, e termina em São Paulo, no dia 18, em um ato na Praça Charles Miller.

O lema das mobilizações é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e suas reivindicações se baseiam em quatro campos de ação: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos; paz e desmilitarização; e violência contra as mulheres.

Esta Ação faz parte de uma grande mobilização internacional que vai até o dia 17 de outubro. Estão programadas atividades em 51 países, entre eles Canadá, Colômbia, França, Espanha, entre outros. O encerramento será em Kivu do Sul, na República Democrática do Congo.


Trajeto e programação


A marcha passará por dez cidades paulistas: Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea, Cajamar, Jordanésia, Perus e Osasco.

Além da caminhada pela manhã, no período da tarde as mulheres participarão de atividades de formação sobre diversos temas, entre os quais: trabalho doméstico; saúde da mulher e práticas populares de cuidado; sexualidade, autonomia e liberdade; educação não sexista e não racista; economia solidária e feminista; soberania alimentar, reforma agrária e trabalho das mulheres no campo; agroecologia; biodiversidade, energia e mudanças climáticas; políticas de erradicação da violência doméstica e sexual; tráfico de mulheres e direito ao aborto (veja a programação completa abaixo). As atividades de formação serão conduzidas pelas próprias marchantes.

Durante o trajeto está previsto um ato público na cidade de Várzea (13/3), em que será lançado um livro sobre o histórico do dia 8 de março. As mulheres também promoverão panfletagens, batucada e demais intervenções junto à população das cidades por onde passarão.

A Ação contará ainda com duas participações especiais. No dia 11, em Louveira, a feminista brasileira, radicada na França, Helena Hirata, debate o trabalho das mulheres e a autonomia econômica. E em Perus, no dia 16, Aleida Guevara, médica cubana e filha de Ernesto Che Guevara, fala sobre paz e desmilitarização.


Números e equipes

Participam da marcha 3 mil mulheres vindas de 25 estados: AC, AL, AM, AP, BA, CE, DF, GO, MA, MG, MS, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, RO, RR, RS, SC, SE, SP e TO. São várias delegações em cada estado, contando também com mulheres de diversos movimentos sociais como MST, CUT, Contag, Consulta Popular, UNE, MAB e MMC.

A Marcha será construída integralmente pelas mulheres, que serão divididas em equipes de cozinha, limpeza, infra-estrutura, segurança, comunicação, formação e cultura, saúde, água e creche. A cozinha será fixa e o transporte das três refeições será feito por caminhões. Além das equipes, as delegações se revezarão para os trabalhos de limpeza dos alojamentos e cozinha.


As mulheres ficarão alojadas em ginásios e tendas (veja a localização dos alojamentos abaixo) e chegarão marchando às cidades.


Serão utilizados 50 mil litros de água potável e consumidas uma tonelada de feijão, duas de arroz, uma de carne moída, além de outros alimentos como macarrão, legumes e frutas.


Reivindicações e plataforma política

As reivindicações da Ação estão baseadas em quatro eixos que concentram temas chave para a vida das mulheres em todo o mundo. São eles: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos; paz e desmilitarização; e violência contra as mulheres.


Esses eixos foram adaptados à realidade das mulheres brasileiras e deram os contornos da plataforma de reivindicações que será apresentada à sociedade a ao Estado durante a marcha. Entre elas está a criação de aparelhos públicos que liberem as mulheres do serviço doméstico, a não privatização de nossos recursos naturais, o aumento do salário mínimo, o fim de todas as formas de violência contra a mulher, a realização da reforma agrária e a legalização do aborto.


A marcha também pretende demonstrar sua solidariedade à população do Haiti após o terremoto que atingiu o país em janeiro. Haverá coleta de contribuições para a reconstrução da ação das mulheres da Marcha no Haiti e do movimento feminista do país.


Sobre a Marcha Mundial das Mulheres


A Marcha Mundial das Mulheres nasceu em 2000 como uma grande mobilização contra a pobreza e a violência. Naquele ano, as ações começaram justamente em 8 de março e terminaram em 17 de outubro (Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza), organizadas a partir do chamado “2000 razões para marchar contra a pobreza e a violência sexista”.


A inspiração para a criação da Marcha partiu de uma manifestação realizada cinco anos antes (em 1995), no Canadá. Na ocasião, 850 mulheres marcharam 200 quilômetros, pedindo, simbolicamente, “Pão e Rosas”. A ação marcou a retomada das mobilizações das mulheres nas ruas, fazendo uma crítica contundente ao sistema capitalista como um todo. Ao seu final, diversas conquistas foram alcançadas naquele país, como o aumento do salário mínimo, mais direitos para as mulheres imigrantes e apoio à economia solidária.


Histórico de ações internacionais

A Marcha Mundial das Mulheres já realizou duas ações internacionais, em 2000 e 2005. A primeira contou com a participação de mais de 5 mil grupos de 159 países e territórios. No ano de lançamento da Marcha, as militantes entregaram à Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, um documento com 17 pontos de reivindicação, apoiado por cinco milhões de assinaturas.

A segunda ação mundial, em 2005, novamente levou milhares de mulheres às ruas. A Marcha construiu a Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade, em que expressa sua visão das alternativas econômicas, sociais e culturais para a construção de um mundo fundado nos princípios da igualdade, liberdade, justiça, paz e solidariedade entre os povos e seres humanos em geral, com respeito ao meio ambiente e à biodiversidade. De 8 de março a 17 de outubro daquele ano, as feministas construíram uma grande Colcha Mosaico Mundial de Solidariedade, composta por um retalho de cada país. Tanto a carta quanto a colcha viajaram por 53 países e territórios dos cinco continentes.


Mais informações sobre a Ação de 2010 da MMM

www.sof.org.br/acao2010

Contato com a imprensa

Ana Maria Straube

anamaria@sof.org.br

(11) 8445-2524/ (11) 3819-3876


Programação Completa das Atividades de Formação e endereços dos alojamentos


08/03
Campinas

Lançamento da 3ª Ação Internacional da MMM, marcando os 100 anos da proposição do Dia Internacional de Luta das Mulheres – Largo do Rosário

Alojamento: Ginásio Rogê Ferreira - Av. João Batista Morato do Canto Bairro s/n São Bernardo

09/03
Valinhos

Trabalho doméstico e de cuidados: um debate sobre a sustentabilidade da vida humana, seguida de debate sobre a história da Marcha Mundial das Mulheres e suas lutas.
Alojamento: Parque do Figo (Parque Municipal Monsenhor Bruno Nardini) Rua Dom João VI, s/nº - Jardim Planalto.


10/03
Vinhedo

Painéis temáticos sobre:

Economia Solidária e Feminista;
Saúde da mulher e práticas populares de cuidado;
Sexualidade, autonomia e liberdade;
Educação não sexista e não racista;
Mulheres negras e a luta anti-racista; Mulheres indígenas;
A mídia contra-hegemônica e a luta feminista;
A mercantilização do corpo e da vida das mulheres;
Prostituição;
Mulheres, arte e cultura.
Alojamento: Parque Jayme Ferragut - Estrada da Boiada, s/n;


11/03
Louveira

Trabalho das mulheres e autonomia econômica, com a presença de Helena Hirata.
Alojamento: Área de Lazer do Trabalhador José Sinamore (Parque da Uva) Rodovia Romildo Prado, km 1 F: 19- 38781357


12/03
Jundiaí

Soberania Alimentar, justiça ambiental e luta por território.
Alojamento: Centro Esportivo Arames Polli Smece – R. Dr. Benedito Godoi, 508 Jd. Xangai.


13/03
Várzea Paulista

Ato público com lançamento de livro sobre o histórico do 8 de março, debate sobre o histórico do movimento feminista e show cultural – Espaço Cidadania
Alojamento: Av. Projetada - Espaço Cidadania da Prefeitura.


14/03
Cajamar

A luta contra a violência sexista
Alojamento: Rodovia Anhanguera, Km 46,5. Caixa Postal, 530. Capital Ville. Jordanésia – Cajamar/SP – 11 - 4898.0003

15/03
Jordanésia

Maternidade como decisão e não como destino: debate sobre nossas experiências.
Alojamento: Rua Vereador Joaquim Barbosa, 827 – Cajamar/ SP - F: 44474550.


16/03
Perus

Paz e desmilitarização; debate sobre a luta pela transformação da sociedade com Aleida Guevara, lutadora cubana, filha de Che Guevara.
Alojamento: Rod. Anhanguera, Km 25,5 s/n - São Paulo – F: 11- 3916.6200/ 3911.0191


17/03
Osasco

Integração dos povos como alternativa e o papel do Estado.
Alojamento: Sindmetal – Rua Luiz Rink, 501 - Rochdale - Osasco - SP - Tel./Fax: 3686-7401


18/03
São Paulo

Encerramento com ato público na Praça Charles Miller
Alojamento: Estádio Pacaembu – Rua Capivari, 213

Programação cultural: ao longo dos dias, articuladas às atividades de formação, haverá exibição de filmes, música, poesia, teatro e apresentações culturais dos estados.

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