maio 27, 2010

Comunidades tradicionais à mercê de Deus e da sorte

Nota do blog: Todas as fotografias aqui postadas são de autoria de Valter Calheiros. Sua sensibilidade fotográfica enriqueceu a V Caravana "SOS Encontro das Águas". Visitamos duas comunidades às margens do rio Amazonas: São Francisco e São José. Na primeira há uma grande concentração de pescadores. Ali fica o restaurante do Roberto, onde comemos peixes deliciosos. É o único empreendimento que trabalha com turismo gastronômico e paisagístico, graças ao esforço do proprietário do restaurante que acumulou experiência durante muitos anos no lago de Janaury, às margens do rio Negro. Ambas as iniciativas não tiveram apoio das políticas públicas para o turismo. Na segunda há maior presença de agricultores de várzea. O traço comum quanto à primeira é o abandono relativo em que vivem os comunitários por parte do poder público, salvo no quesito energia através do Programa Luz Para Todos. Não há um projeto de geração de renda na perspectiva do turismo ecológico. Observe-se que toda a região está situada nas imediações do majestoso Encontro das Águas. Estas comunidades tradicionais, também conhecidas como povos ribeirinhos - compostas de pescadores, agricultores e coletores de frutas - estão fora do alcance das políticas públicas no campo do turismo. Tampouco há qualquer política para uso racional das várzeas. Tudo isso a poucos quilometros de Manaus. 25 de maio entra para o calendário como o dia em que o movimento "SOS Encontro das Águas" iniciou simbolicamente o trabalho por um novo tempo de vida para essas comunidades, tanto na conservação do patrimônio paisagístico como pela geração de projetos que estimulem o turismo sustentável e outros projetos de renda.

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