agosto 26, 2010

CPT: Notícias da Terra e da Água


Ano 23 - Goiânia, Goiás.              Edição nº 13 de 2010 – 25 de agosto a 8 de setembro

Veja nesta edição:
- Plebiscito pelo Limite da Propriedade da Terra será realizado na próxima semana
- Recife se prepara para a I Feira Estadual da Agricultura Familiar e Reforma Agrária
- CONIC realiza VI Conferência da Paz em Brasília
- XI Assembléia estadual do Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina
- “Ao capitalismo não interessa a vida!”
- Acampamento contra o agronegócio mobiliza militantes no Ceará
- Organizações articulam oposição unificada a hidrelétricas na Amazônia
- Movimentos sociais realizam marcha pelos direitos dos atingidos pela UHE de Estreito
- Jornalistas brasileiros aprovam em Congresso moções de apoio ao plebiscito pelo limite
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Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil devem ter um limite máximo de tamanho?
A sociedade brasileira terá a chance se manifestar sobre o  latifúndio no Brasil durante o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade Terra, que ocorrerá entre os dias 01 e 07 de setembro. A população brasileira também é convidada a participar de um abaixo-assinado que já está sendo circulando em todo país e que continuará após o Plebiscito. O objetivo desta coleta de assinaturas é entrar com um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) no Congresso Nacional para seja inserido um novo inciso no artigo 186 da Constituição Federal que se refere ao cumprimento da função social da propriedade rural. Além das 54 entidades que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, também promovem o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, a Assembléia Popular (AP) e o Grito dos Excluídos. O ato ainda conta com o apoio oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).

Pelo direito à terra e à soberania alimentar: Vamos às urnas mostrar nosso poder popular!
 
Recife se prepara para a I Feira Estadual da Agricultura Familiar e Reforma Agrária
Entre os dias 03 e 05 de setembro, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (Sara) e o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), realizarão a I Feira Estadual da Agricultura Familiar e Reforma Agrária no Marco Zero, ponto turístico do Recife. Durante a feira, serão expostos e comercializados os inúmeros produtos resultantes da agricultura familiar no estado, bem como serão apresentados aos consumidores a importante contribuição desta modalidade de produção para a nossa sociedade. A feira contará com 100 estandes para produtos agrícolas beneficiados e exposição de artesanatos produzidos pelos agricultores familiares. Também serão montados seis estandes para bebidas, 50 espaços para feira de produtos in natura, e ainda, locais para apresentações culturais. (Fonte: Adital)

CONIC realiza VI Conferência da Paz em Brasília
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) realizou, dia 19 de agosto, a VI Conferência da Paz no Brasil com o tema “Direitos Humanos e Participação Popular: Por um Limite da Propriedade da Terra”. O evento, sediado na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), reuniu líderes religiosos, representantes da sociedade civil, membros dos movimentos populares, estudantes e formadores de opinião. Abriram a atividade o Rev. Luiz Alberto Barbosa, secretário geral do CONIC; Pe. Nelito Nonato, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Anadete Gonçalves Reis, Cáritas Brasileira e Fábio dos Santos, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH). Êxodo rural, empecilhos judiciários, educação e direitos humanos para as populações rurais, Código Florestal Brasileiro, emprego no campo, agricultura familiar e ecologia estiveram entre os assuntos tratados. (Fonte: CONIC)

XI Assembleia estadual do Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina
Comemorando seus 27 anos de atuação do Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina a XI Assembleia estadual este ano discutiu Identidade camponesa. Realizado entre os dias 21 e 23 de agosto, no município de Xaxim, na região oeste catarinense, o encontro contou com cerca de 230 mulheres que juntas reafirmaram o espírito e o compromisso com a luta camponesa. Os debates se deram em torno da formação nos grupos de base, da produção de alimentos saudáveis e da questão de gênero, aprofundando-se na violência contra mulher. Desta forma o MMC busca a construção da libertação da mulher através da valorização da vida e do trabalho camponês, bem como a construção de um novo projeto de sociedade e de agricultura, baseado nos princípios da agroecologia, da sustentabilidade e da preservação da vida. (Fonte: MMC)

“Ao capitalismo não interessa a vida!”
Com essa frase, proferida pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, se encerrou o IV Fórum Social das Américas, em Assunção, Paraguai. O evento, realizado de 11 a 15 de agosto, reuniu cerca de seis mil pessoas de vários países das Américas. Entre os assuntos debatidos no Fórum, estavam as armadilhas do capital e suas consequências, o falso ambientalismo de mercado, os impactos das monoculturas, o avanço da soja na América Latina, o aumento da militarização no nosso continente, a luta das mulheres contra a violência e as mudanças climáticas. Um acampamento sulamericano foi organizado no local pela CLOC e Via Campesina. A Assembleia dos Movimentos Sociais, realizada no último dia, reforçou as ideias debatidas no evento e uniu vozes em sua declaração final ao considerar que nossa América está caminhando, apesar das tentativas do imperialismo de barrar os governos populares na América Latina. A Assembleia reforçou, ainda, a ideia do bem viver e da preservação da Mãe Terra e de suas riquezas naturais. “Temos que viver bem! E viver bem não é ter dinheiro. É garantir a soberania alimentar e assegurar a sobrevivência dos povos”, disse um camponês boliviano sobre a luta pela preservação da pachamama, que vai na contramão dos projetos do capital. (Fonte: CPT)

Acampamento contra o agronegócio mobiliza militantes no Ceará
Cerca de 400 integrantes da Via Campesina, igreja, estudantes e comunidades atingidas pelo agronegócio da região do vale Jaguaribe, no Ceará, participaram de um acampamento, de 19 a 21 de agosto, na cidade de Limoeiro do Norte, região do estado onde o agronegócio é mais agressivo. O acampamento denunciou o uso intensivo de veneno que tem contaminado a população, a violência causada pelas empresas contra os agricultores, a morte do agricultor Zé Maria, assassinado há quatro meses, e apresentou o estudo realizado pelo núcleo TRAMAS, um estudo epidemiológico da população da região do Baixo Jaguaribe, exposta à contaminação ambiental em área de uso de agrotóxicos. Durante o acampamento foram realizadas várias atividades de formação com os participantes e também com a sociedade. (Fonte: MAB)

Organizações articulam oposição unificada a hidrelétricas na Amazônia
De 25 a 27 de agosto, cerca de 600 lideranças sociais e indígenas dos estados de Rondônia, Mato Grosso e Pará promovem o I Encontro dos Povos e Comunidades Atingidas e Ameaçadas por grandes projetos de infra-estrutura, no município paraense de Itaituba (PA), para articular estratégias conjuntas de resistência aos projetos de construção de hidrelétricas no bioma amazônico. O foco principal serão as obras em andamento no rio Madeira (RO) e as usinas planejadas nos rios Teles Pires (MT), Tapajós (PA) e Xingu (PA). O evento contará com a presença de pesquisadores do Painel de Especialistas que avaliou os impactos da usina de Belo Monte, do Ministério Público Federal e de várias ONG’s socioambientais. (Fonte: Repórter Brasil)

Movimentos sociais realizam marcha pelos direitos dos atingidos pela UHE de Estreito
Os atingidos pela Usina Hidrelétrica de Estreito, que está sendo construída no rio Tocantins, entre o estado de Tocantins e Maranhão, irão marchar por mais de 125 km, cobrando das empresas responsáveis pela obra, seus direitos e reivindicações feitas há mais de um ano, tempo em que estão acampados próximo à área de construção da Usina. A marcha teve início no dia 23 de agosto, e saiu da cidade de Araguaína (TO) em direção ao município de Estreito (MA), onde deve chegar no dia 1º de setembro. Houve um ato na praça Luís Orione que, segundo Valéria Pereira, da CPT Araguaína, reuniu cerca de 400 pessoas. Nesse momento foi lançado, também, o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra. Durante toda a marcha serão realizados momentos de formação com os militantes e, também, uma preparação para o Plebiscito pelo Limite, que será realizado de 1 a 7 de setembro em todo o país. Fazem parte da marcha famílias do Movimento por Atingidos por Barragem (MAB), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e famílias acompanhadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). (Fonte: CPT Araguaína)

Jornalistas brasileiros aprovam em Congresso moções de apoio ao plebiscito pelo limite
Jornalistas de todo o Brasil, reunidos no 34º Congresso Nacional, em Porto Alegre (RS), de 18 a 21 de agosto, aprovaram por unanimidade duas moções de apoio à realização do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, organizado pelos movimentos sociais articulados no Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo. A moção aponta a concentração de terras como origem de graves problemas sociais no campo e na cidade. E remonta ao Brasil colônia, dividido pela coroa portuguesa em 15 capitanias hereditárias, de onde herdamos a cultura do latifúndio. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), organizadora do Congresso, acolheu as moções e irá divulgá-las para todos os sindicatos da categoria, de forma a melhorar a divulgação do Plebiscito e recolocar em pauta a reforma agrária. O Plebiscito ocorre de 1 a 7 de setembro, data em que brasileiros e brasileiras vão dizer se querem ou não estabelecer um limite para propriedades rurais no Brasil. (Fonte: Fenaj)

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