agosto 24, 2010

Chapa 21 - Cuidar da Profissão: Uma Confissão, uma Crítica e um Apanhado de nossas Propostas

24 de agosto de 2010

Boletim Cuidar da Profissão Chapa 21 05/2010 Uma Confissão, uma Crítica e um Apanhado de nossas Propostas


Para o Conselho Federal de Psicologia
FAZ UM 21
PRA CUIDAR do futuro DA PROFISSÃO

UMA CONFISSÃO, UMA CRÍTICA E UM APANHADO DE NOSSAS PROPOSTAS

A Psicologia brasileira está crescendo! A campanha eleitoral é um momento importante desse crescimento. Para contribuir com esse momento é que vamos dedicar este último boletim a uma confissão, uma crítica e um apanhado geral de nossas propostas.

Este ano, especificamente está sendo possível identificar de forma mais clara as vertentes existentes no nosso meio, quando o assunto é o papel dos Conselhos na construção de um projeto de futuro para a nossa profissão. Visões que antes ficavam restritas aos corredores, ganharam expressão.

Nós, do Pra Cuidar da Profissão, fizemos a nossa parte. Apresentamos nossas propostas e buscamos o máximo de diálogo com as diferentes visões que surgiram nesse processo. Sentimos que nossa responsabilidade aumentou devido ao tipo de postura que alguns oponentes tomaram nesse processo.

Atentamos às propostas que estão indicadas na plataforma oponente. Nos sentimos elogiados pelo fato de quase todas as propostas parecerem ter nascido de nossa prática quando na gestão dos Conselhos. De fato, com exceção da tese de transformar os Conselhos em um grande sindicato (o que desvirtuaria sua função institucional), a maior parte das propostas parece um requentamento de coisas que estamos fazendo há anos. Ficou parecido com a campanha da sucessão presidencial no Brasil: todo mundo tem que ficar prometendo que vai continuar o que está sendo feito.

Percebemos, também, um comportamento de críticas pessoais e acusações infundadas. Por mais que os estudiosos do comportamento político estejam na mídia aconselhando um dos candidatos à presidência da república a não adotar esse tipo de método, nossos oponentes parecem não aproveitar a lição. Mas, ainda que esse método possa parecer incompatível com a comunidade a que pertencemos, entendemos que é algo que possa fazer parte de processos eleitorais.

Mas, tem acontecido algo que pode ser muito preocupante. Antes de apresentar um apanhado de nossas propostas neste último boletim, precisamos fazer um alerta. Estamos vendo ressurgir um discurso típico dos tempos da ditadura militar e do tempo que universidades como a UnB eram comandadas por capitães de corveta. Pois, depois de conseguirmos superar a organização política da Psicologia em torno de personalidades, algumas delas resolveram “atacar” o Pra Cuidar acusando o nosso movimento de ser um “partido político”.

Nós do Pra Cuidar da Profissão recusamos esse tipo de procedimento. Se nos acusam de nos organizarmos e, à luz do dia, elaborarmos propostas para a Psicologia, de fato somos culpados. Se nos acusam de colocar os interesses da Profissão acima dos interesses de personalidades, de fato somos culpados. Se nos acusam de buscar que a nossa Profissão esteja no compasso do desenvolvimento social brasileiro, de fato somos culpados.

Feitas a confissão e a crítica, vamos ao apanhado de propostas.

1. O protagonismo do Sistema Conselhos na formulação de uma pauta para as demandas e urgências da psicologia brasileira é fato inquestionável, até mesmo pela oposição.

Nos últimos anos, sob a direção do Pra Cuidar, o Conselho se fez presente nas políticas públicas de saúde, educação, assistência social, para crianças e adolescentes, idosos, mulheres, diversidade sexual, mobilidade e trânsito, comunicação, defesa civil, sistema prisional. Foi instalada a busca por referências técnicas e éticas para o nosso trabalho ao mesmo tempo em que a Psicologia contribuía para a construção destas políticas. Os Conselhos fizeram isso sem nunca descuidar de outros temas e áreas como a avaliação psicológica, a relação entre psicologia e trabalho, a psicoterapia.

2. Essa potente agenda política passou a estar presente na vida da psicologia brasileira, seja na formação, (de forma crescente) na pesquisa ou nos campos de prática.

Todo esse movimento só tem sido possível porque está em curso na história do Sistema Conselhos uma política, organizada a partir de um projeto de transformação. Nele, o compromisso da profissão com as urgências da sociedade brasileira tem possibilitado o avanço de nossa ciência e o reconhecimento social do nosso trabalho.

Essa política tem a marca da militância de psicólogas e psicólogos que participam do Movimento Um Conselho Pra Cuidar da Profissão.

3. Sob a gestão do Pra Cuidar, o CFP deixou a condição de insignificância institucional que o caracterizava e se projetou como uma Entidade que é modelo de democracia institucional, transparência na gestão dos recursos públicos, posicionada na linha de frente da luta política por um país efetivamente republicano e empenhado na luta pela adoção de políticas públicas. O CFP tem sido capaz de conjugar a luta pela ampliar a cidadania e os direitos humanos, com a luta para garantir a ampliação da empregabilidade para grande parte dos nossos colegas (hoje atingindo o número de 230.000), psicólogos que inscritos na entidade. E mais, os Conselhos conseguem buscar a produção de empregabilidade sem o recurso aos corporativismos. Neste caso, vale a pena citar a nossa oposição que prega estratégias parecidas com a adoção de um 'ato psicológico' nos nivelando ao odioso "ato médico".

4. A partir da gestão do Pra Cuidar, o CFP se relaciona às claras com o Estado Brasileiro nas múltiplas frentes das políticas publicas. Em todas elas a nossa parceria nunca implicou na perda da nossa autonomia de critica. Toda política sempre será marcada por lacunas, todo gestor público poderá ser questionado sobre a diferença entre o que se pode fazer e o que se deve fazer.

5. O processo de democratização dos Conselhos de Psicologia, iniciado antes do surgimento do Pra Cuidar da Profissão, conseguiu garantir que todo psicólogo que queira, possa participar de forma efetiva das decisões de nossa entidade. Sob a gestão de nosso movimento, essa democratização se ampliou e aprofundou. Ainda que nossos opositores tentem desqualificar essa estrutura, sabemoss que não há outro conselho com estrutura tão aberta à participação dos profissionais em seu cotidiano.

Chegamos ao fim da campanha.

Votar para as gestões do CFP e CRPs é escolher um projeto para a Psicologia.

Nosso projeto, como dissemos, é do compromisso social da Psicologia com as necessidades da sociedade brasileira; nosso projeto é de rigor na gestão das entidades; de garantia de espaços democráticos para a construção de referências para a profissão; de respeito à diversidade da Psicologia; de ampliação do lugar social da Psicologia; de valorização dos fazeres e saberes; de permanente estado de atenção para a qualidade do exercício profissional.

É também fortalecer a presença dos Direitos Humanos como valor na profissão; de diálogo com a sociedade na busca da definição das possibilidades de contribuição da Psicologia para a sociedade brasileira com a participação dos psicólogos na construção e desenvolvimento das políticas públicas. Já fizemos muito nesta direção, mas há ainda muito para se fazer.

Nosso projeto e nossa história nos qualificam a pedir seu voto e a afirmar que não trairemos sua confiança.

Obrigado,

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