outubro 31, 2010

A vitória de Dilma é uma vitória sobre a mídia que mentiu e omitiu verdades

PICICA: Saibam os mercadores dos templos, os manipuladores de informação, os artistas reacionários e os segmentos incultos das classes médias: não há espaço para o fascismo no Brasil. Dilma Vana Rousseff é a resposta do povo brasileiro contra os reacionários de sempre. Eles não passarão.

Uma imagem com uma frase que simboliza o desejo dos eleitores de Dilma

PICICA: Taí uma imagem que os mercadores dos templos, os manipuladores de informação, os artistas reacionários e os segmentos incultos das classes médias jamais entenderão, devido a um defeito grave no aparelho simbólico dessas criaturas. Quem sabe na próxima reencardenação, eles entendam o sentido do que eles passaram negando, de modo fascista, durante todas essas eleições: o Brasil dos senhores de engenho, o Brasil do latinfúndio midiático deu lugar para o Brasil da igualdade de oportunidades para todos os seus filhos. O Brasil arcaico está dando lugar ao Brasil moderno. Não há lugar para o fascismo no Brasil.

A manchete que a Folha de S. Paulo não queria dar

PICICA: A vitória de Dilma é a vitória sobre a mídia que não viu a mudança social produzida pelo governo do companheiro presidente, o líder operário que mudou a cara do Brasil. Os jornalistas que testemunharam essa mudança e recusaram fazer o jogo do patronato comeram o pão que o diabo comeu nas redações de empresas como a CBN, um mau exemplo longe de ser solitário. Leia CBN: a barra pesada na redação e constate que liberdade de imprensa na velha mídia é peça de ficção. A imagem foi postada por Marcos Lula, no Facebook.

Dilma, o povão está contigo

PICICA: Um passo adiante, o Brasil não volta atrás. Está nascendo um novo país. 
dilmanaweb | 26 de outubro de 2010
O compositor Wagner Tiso regravou o sucesso de 89 para Dilma.

31 de outubro - uma data simbólica para o Brasil: eleição da primeira presidenta da república

PICICA: O Brasil está pronto para eleger a primeira presidenta da república, Dilma Roussff, a mulher que enfrentou a ditadura militar e tornou-se uma das heroinas da geração dos anos 1960. Salve Dilma Rousseff, a guerreira do Brasil.

A primeira presidenta e um inédito reencontro com o passado


Poder-se-iam elencar 13 sólidas razões no campo da política, ou um motivo mais fundamental, que aludisse à alma da nação, ou um incontável rosário de números, fatos e dados para explicar a eleição de Dilma Rousseff. Poderíamos recorrer às doutas palavras do Enéas de Souza, da Fundação de Economia de Estatística/ RS:

Ela foi uma espécie de Super-Ministro do Planejamento. Logo de saída, deu ordenação e coerência nas obras dos diversos ministérios. Deu unidade e tornou denso o trabalho do governo. Pois, antes de Dilma, as pernas estavam para um lado, os braços para outro, a cabeça jogada lá diante, e os calcanhares e os pés andavam sozinhos pela Esplanada dos Ministérios. Tudo existindo, mas, todas as partes dispersas.
Uma espécie de diáspora do governo Lula. Dilma fez como os mágicos: agregou um cenário ao conjunto e reuniu tudo num corpo só. E surgiu daí a envergadura do governo Lula. Era o que o político Lula precisava. Tinha que vir alguém que soubesse organizar as peças do governo numa cara de governo. Precisava de um ministro que planejasse e coordenasse as ações para que Lula se tornasse o estadista. E ele o foi. E é.
Assim, no final do Lula I, a população já tinha se dado conta que todo um projeto estava organizado: aumento de salário mínimo consistente, Bolsa Família, crédito consignado, ProUni. E Dilma, vindo do Ministério de Minas e Energia acrescentou o que faltava: Luz para Todos. [...]
O Luz para Todos. Se pensarmos bem foi um dos grandes projetos de Dilma. Pense o leitor e imagine. Na época, discutia com um amigo e lhe disse: “Ah, você acha que esse é um programa banal, é? Faça o seguinte, você que é classe média: apague as luzes da sua casa e fique uns 15 dias sem luz. Pense como será o seu dia; pense, sobretudo, como será a sua noite. Você está na Idade Média. São 15 milhões de pessoas que viajaram 500/600 anos”

Poderíamos seguir elencando razões e fundamentos, mas com esse rol não esgotaríamos o significado da eleição de Dilma Rousseff, posto que é por demais poderoso e simbólico o que acontece no Brasil neste 31 de outubro. Para além de toda política, para além de todos os números do Bolsa Família, do ProUni e da ascensão à classe média, essa potente simbologia repousa em dois ineditismos extraordinários de Dilma: ela é nossa primeira presidenta e nosso primeiro reencontro de cabeça erguida com o passado traumático da ditadura (ela também será nossa primeira presidente atleticana, mas o blogueiro concede que este fato é de importância ligeiramente menor que os outros dois).

O giro que descreve Enéas de Souza foi fruto, sem dúvida, da sintonia inaudita que se desenvolveu entre Lula e Dilma, já na época das Minas e Energia, mas especialmente depois que ela chega à Casa Civil em meio à tempestade de 2005, e arruma a casa no Ministério mais importante da Esplanada. O machismo com que foi representada essa sintonia na nossa mídia é mais um capítulo enlameado da história desta campanha (e razão pela qual nunca é demais recordar que os conglomerados midiáticos são os últimos a ter o direito de criticar a sujeira destas Presidenciais 2010).

Dilma Rousseff, mulher de classe média que, sem carecer, lançou-se a enfrentar a ditadura, foi barbaramente torturada e não delatou companheiros, levantou-se, sacudiu, deu a volta por cima, serviu como Secretária da Fazenda em Porto Alegre no mandato de Alceu Collares (PDT) que iniciou histórica hegemonia de esquerda em Porto Alegre, repetiu a dose como Secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, tanto sob Collares como sob Olívio Dutra (PT), ascendeu ao governo federal, consertou a calamitosa situação deixada pelos apagões de FHC nas Minas e Energia, assumiu a Casa Civil em meio à maior crise política desde o Collorgate e pilotou a maior redução da desigualdade da história da nação, essa, ninguém menos que essa mulher foi apresentada como “poste”, “desconhecida” ou, no máximo, “bem treinada”, quando surpreendia os preconceitos dos semiletrados jornalistas brasileiros com seu impressionante domínio dos números e dos mecanismos da máquina federal.

Para ir além do pobre sexismo das análises que vimos na mídia brasileira sobre a relação entre Lula e Dilma, há que se recordar a história do PT e o profundo incômodo que, com frequência, sentia Lula ante a atuação das alas “intelectuais” do partido, desde os seus economistas e sociólogos até os militantes de classe média oriundos da esquerda organizada. Dilma vem desse mundo, mas ela é, sobretudo, uma cabeça prática, executiva, que faz acontecer, com assombrosa capacidade de assimilação e processamento de dados. A combinação que realiza Dilma entre a paixão e a entrega militantes, por um lado e, por outro, o talento prático já desprovido das enrolações retóricas de tantos quadros da esquerda, absolutamente encantou e seduziu Lula, já antes da posse em 2003. Quando todos apostavam que Luis Pinguelli Rosa seria o escolhido para a pasta das Minas e Energia, surge Dilma, já destacando-se com seu laptop, domínio dos números e conhecimento prático da matéria. Lula encontrou ali uma alma gêmea, e é esse pé de igualdade na sintonia o que retrata esta foto, mais reveladora que todas as matérias e colunas:
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Também é da ordem do verdadeiro dito mais profundamente pela imagem que pela palavra a fotografia tirada por Ricardo Stuckert nesta sexta-feira, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde Lula visitava José Alencar e prometia: Zé, nós subimos a rampa juntos, vamos descer juntos. O carinho demonstrado nesta foto diz mais que todas as análises do lulismo como recomposição da aliança de classes no Brasil. Lula e Zé:

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As duas fotos não estão, evidentemente, desvinculadas. A capacidade de gestão de Dilma e a facilidade com que ela conversa com os vários setores da sociedade são parte integrante do pacto de classes que se arma no Brasil do lulismo de resultados, e que tem nesse gesto de amor no Sírio-Libanês o seu mais acabado emblema.

O blog deseja um bom voto a todos na Pátria Amada, promete comentários em vídeo, ao vivo, durante o dia, e parabeniza Carlos Drummond de Andrade e John Keats por fazerem aniversário no dia em que o Brasil elegerá sua primeira presidenta.

Fonte: O Biscoito Fino e a Massa

Bom Dilma, queridos leitores!

PICICA: Bom Dilma, para todos. Hoje é dia de eleger a primeira mulher presidente da república do Brasil. Hoje é dia de prevalecer a verdade sobre a mentira. Hoje é dia de celebrar a criatividade, a comunicação e cooperação da blogosfera em sua luta implacável contra a distorção da informação da mídia corporativa, que, nestas eleições, atropelaram a ética da comunicação, desinformando e manipulando informação. Somos a força de uma nova comunicação que está em construção no país. Somos uma rede, sem hierarquia, nem porta-vozes, de uma sociedade que exige o básico: liberdade e organização democrática. Dilma Rousseff representa a garantia de um novo projeto de produção econômica e social, com ampla liberdade de informação, comunicação e cooperação. Por isso, votar em Dilma 13 é um ato de amor e fé na produção de novas subjetividades, capazes de criar novos corações e mentes através da construção de novos circuitos de comunicação, novos modos de interação e novos modos de colaboração social, que expressem nossos reais interesses e desejos. 

outubro 30, 2010

Dilma supera seu último obstáculo: o debate na TV Globo

PICICA: O desempenho medíocre do candidato do obscurantismo ficou claro ao final do debate da TV Globo. Todos os 80 eleitores indecisos, pero no mucho, presentes ao debate pediram autógrafos e fotografias para a candidata Dilma Rousseff, a candidata que usou da verdade para vencer a mentira.
dilmanaweb | 29 de outubro de 2010

O Brasil que compreende e aceita Lula, é o Brasil que Lula compreendeu e aceitou

PICICA: O texto abaixo, de Luiz Antonio Simas, foi indicado por Dan Jung. Recomendo a leitura para todos, especialmente aos que sempre desqualificaram Lula e seu eleitorado. Quem sabe a ternura do texto ainda resgate alguns corações empedernidos.

TÁ NA HORA DA JANTA

O Brasil compreende e aceita Lula - e dá ao presidente inédita popularidade entre os homens do poder - porque Lula compreendeu e aceitou o Brasil. É simples assim.

Certos segmentos da elite e da grande imprensa, que tentam desqualificar Lula e o seu eleitorado, agem como  as madames quatrocentonas paulistas que oferecem banquetes para duzentos talheres em suas mansões. Cheias de si, conhecedoras das regras de etiqueta dos grandes ágapes, as madames se horrorizam quando alguém esculhamba o ritual, inverte pratos e facas, altera a ordem dos copos e desarticula as pompas e circunstâncias da festa.

Toda liturgia pressupõe um jogo de poder. A imposição de regras de etiqueta serviu, ao longo da história, para delimitar terrenos, marcar territórios e colocar cada qual em seu devido lugar. Quem não respeita a liturgia, a regra, os chamados bons modos, não merece frequentar o clube dos bem nascidos e a mesa dos poderosos. 

Desta forma o discurso da etiqueta serve, não raro, para segregar, erguer paredões, consolidar posições e inibir mudanças. Assim acontece - e de forma exacerbada - na esfera da política, reino repleto de todos os salamaleques cerimoniais que caracterizam as sociedades hierarquizadas.

O recado da liturgia é claro: os que não conhecem o cerimonial e não sabem se comportar não merecem frequentar a fidalguia dos salões. Somos, afinal de contas, o país que reproduziu trezentos anos de casa grande e senzala na arquitetura dos apartamentos com dependências de empregadas, os chamados quartinhos de fundos. 

O que certa elite não perdoa em Lula é exatamente a  dimensão simbólica de sua presidência - aquela que subverte a liturgia e, desta maneira, quebra a lógica de segregação que o exercício do cargo de mando geralmente impõe.

Lula é o batuque da senzala que abafa o bafafá da casa grande; é canto de torcida que invade os nobres balcões dos teatros de ópera; é a empregada doméstica que rasga o uniforme branco - em alvo contraste com o corpo preto - que escancara visualmente sua função de mucama da sinhá. Lula é, enfim, o homem comum que botou a faixa e subiu a rampa - território outrora destinado aos generais com seus galardões e aos bem nascidos principes das sociologias.

A imagem mais emblematica desse simbolismo foi a de Lula carregando um isopor cheio de cervejas em um dia de praia. Os jornalões estamparam nas primeiras páginas, com manchetes e charges que travestiam em humor o preconceito e o espanto, a figura do presidente da República agindo como homem comum. Não se espantariam, todavia, se um empregado carregasse a bebida do presidente, feito o negro de ganho que em antanhos carregava os pesos e pertences do senhor.

Os homens miúdos são necessários para preparar o jantar, arrumar talheres, manobrar os carros, limpar os banheiros, tirar a poeira e varrer os comodos das mansões. Chegam até mesmo a receber algumas gentilezas que mascaram a indiferença cordial dos poderosos. Que os miúdos fiquem longe, porém, do banquete de não sei quantos copos, garfos e facas de prata.

Os doutos poderosos não entendem Lula simplesmente porque nunca carregaram o isopor e ainda se esqueceram, trancafiados em decadentes palacetes, de olhar o céu e constatar que anoiteceu no Brasil (e como está bonita essa noite clara, de lua cheia e gente na rua). 

Tá na hora da janta, a fome é tanta e a mesa  é nossa.

Abraços

Mensagem cheia de calor e doçura de Nich Vendola à Dilma Rousseff

PICICA: Mensagem à Dilma de Nich Vendola, provável candidato da esquerda italiana a premier. (Piccolo mensaggio de Astrid Lima) Gracie, Astrid, le cose nono un po' pazze questi ultimi tempi. Me mantenga aggiornato

Post: Miracolo Brasile

Autore: Nichi

Un intero continente guarda con sollievo e speranza alla vittoria di Dilma Rousseff al ballottaggio di domenica prossima in Brasile. Dopo otto anni di governo Lula, la speranza di cambiare in profondità il Brasile è diventata una realtà. La popolarità di Lula è la più alta nella storia così tanto tormentata di quel paese. Per noi, che fummo presenti all’annuncio di quella vittoria nelle strade gioiose del Forum sociale mondiale di Porto Alegre, questa notorietà e il probabile successo della candidata del Pt sono una conferma che la buona politica può cambiare il corso della storia. In quello che era uno dei paesi più segnati dalle grandi disuguaglianze, oggi c’è un’euforia e una crescita economica che hanno pochi rivali al mondo. Mentre i paesi che un tempo definivamo sviluppati, compresa l’Italia, oggi sono profondamente in declino, dall’altra parte del mondo il BRIC (Brasile, Russia, India e Cina) segna una crescita di tutti i livelli, macroeconomici e di quelli che riguardano lo sviluppo umano. Dilma Rousseff raccoglie un’eredità che l’intero popolo brasiliano potrà e dovrà custodire. A noi piace la sua determinazione e competenza, la sua biografia, segnata dalla tortura e dall’anelito di libertà. Ci piace perché potrebbe essere la prima donna a guidare un paese tanto importante per il futuro dell’umanità. In Brasile la politica del governo ha spostato molto più a sinistra l’intero quadro politico e anche il successo della candidata ambientalista, Marina Silva, sottolinea una domanda forte di partecipazione alle scelte di fondo di quel paese. 

A Dilma va tutto il nostro entusiasmo, che spero possa arrivare come un soffio lontano ma pieno di calore e dolcezza. Se un tempo guardavamo all’America del nord per immaginare il futuro, oggi non possiamo far altro che volgere lo sguardo verso i paesi a sud, e tra questi, il Brasile è davvero un miracolo.

Ecco la versione tradotta in portoghese:

Um continente inteiro contempla com alívio e esperança a vitória de Dilma Roussef no segundo turno das eleições brasileiras, no próximo domingo. Depois de oito anos de Governo Lula, a esperança de mudar profundamente o Brasil tornou-se uma realidade. A popularidade de Lula é a mais alta na história tão atormentada do país. Para nós, que estivemos presentes no anúncio daquela vitória nas ruas em festa do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, essa popularidade e o provável sucesso da candidata do PT são uma confirmação de que a boa política pode mudar o curso da história. Naquele que era um dos países mais marcados pelas grandes desigualdades, hoje há uma euforia e um crescimento econômico que encontra poucos rivais no mundo. Os países que no passado definíamos como desenvolvidos, incluída a Itália, hoje estão em profundo declínio. Em outros recantos do mundo, o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) mostra um crescimento em todos os níveis, macroeconômicos e no que diz respeito ao desenvolvimento humano. Dilma Rousseff carrega uma herança que todo o povo brasileiro poderá e deverá proteger. Nos agrada a sua
determinação e competência, a sua biografia, marcada pela tortura e pelo sonho de liberdade. Nos agrada porque ela poderá ser a primeira mulher a conduzir um país tão importante para o futuro da humanidade. No Brasil, a política do governo tem levado o quadro político muito mais pelas vias da esquerda, sem esquecer também que o sucesso da candidata ambientalista, Marina Silva, destaca um clamor por participação nas escolhas importantes daquele país.


À Dilma vai todo o nosso entusiasmo, que espero possa chegar como um sopro distante mas cheio de calor e doçura. Se no passado olhávamos para a América do Norte para imaginar o futuro, hoje não podemos fazer outra coisa senão voltar nosso olhar em direção aos países do sul e, entre esses, ao Brasil, que é sem dúvida um milagre.

Fonte: Vendola Presidente

A direita no Brasil não é civilizada, segundo Rodrigo Vianna

PICICA: Segundo Zefofinho de Ogum, o poeta que para melhor declamar versos usa um bongô como marcador de ritmo: "A direita brasileira, não só não é civilizada, como ela trava o debate. Há uma abissal diferença entre 'travar debate' e 'travar o debate'".
Política| 07/10/2010 | Copyleft

O círculo da direita se fecha: teocracia, censura nas redações, ideologia do medo

É evidente que essa temática religiosa não é o que interessa para o Brasil. Mas se Serra escolheu o obscurantismo, é preciso mostrar isso à população. A esquerda, tantas e tantas vezes, foge dos enfrentamentos. Acho que desse enfrentamento não deveria fugir. Ciro Gomes disse -de forma muito apropriada - que o discurso de Serra é o caminho para um regime teocrático. O Brasil precisa que se faça esse debate.Do lado de Serra, certamente ficará muita gente. Mas tenho certeza que do outro lado ficará o que há de civilizado nesse nosso país. Há espaço para uma centro-direita civilizada no Brasil. Mas essa direita que avança com Serra não merece respeito. Merece ser combatida. O artigo é de Rodrigo Vianna.

Texto publicado originalmente no blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna

Com a generosa ajuda da velha mídia brasileira, e uma mãozinha da candidatura de Marina Silva, Serra conseguiu pautar a reta final do primeiro turno e o inicio do segundo turno com uma temática religiosa.

É um atraso gigantesco para o Brasil.

Parte dos apoiadores de Dilma acha que a campanha do PT deve fugir desse debate, recolher apoios de evangélicos e católicos, e rapidamente mudar de assunto.

Penso um pouco diferente.

É evidente que essa temática religiosa não é o que interessa para o Brasil. Mas se Serra escolheu o obscurantismo, é preciso mostrar isso à população. A esquerda, tantas e tantas vezes, foge dos enfrentamentos. Acho que desse enfrentamento não deveria fugir.

Por que ninguém do PT é capaz de dar uma resposta a Serra, deixando a Ciro Gomes a tarefa de pendurar o guiso no gato? Ciro disse -de forma muito apropriada - que o discurso de Serra é o caminho para um regime teocrático. Vejam:

(Ciro Gomes) “Por que o PSDB, que nasceu para ajudar a modernidade do País, resolveu agora advogar o Estado teocrático? O Serra tem de dizer que, na República que ele advoga, primeiro falam os aiatolás, e aí os políticos resolvem o que os aiatolás querem que seja feito.”

O Brasil, agora digo eu, precisa que se faça esse debate.

O Brasil precisa, também, comparar os resultados econômicos e sociais de FHC e Lula. Mas precisa de politização, precisa que se enfrente o pensamento conservador.

Essa é uma hora boa para desmascarar a intolerância religiosa.

Aliás, é preciso tomar cuidado ao associar “evangélicos”, apenas, a esse discurso intolerante. Não. Os ataques mais coordenados e mais perigosos partem da Igreja Católica.

É preciso – com muito cuidado e respeito pelos milhares de católicos e evangélicos que praticam a religião apenas para confortar suas almas, e para difundir o amor ao próximo – lembrar que já houve um tempo em que a religião mandava na política.

No Brasil Colonial, tivemos a Inquisição católica a prender, torturar e executar. A intolerância religiosa já matou muito – no mundo inteiro. Aprendemos isso na escola, ou deveríamos aprender (quem não se lembra da “Noite de São Bartolomeu”, na França, pode ler algo aqui).

Já que Serra quer travar esse debate, devemos pendurar o guiso no gato, e perguntar se o que ele quer é um Estado teocrático. É isso?

Do lado de Serra, certamente ficará muita gente. Mas tenho certeza que do outro lado ficará o que há de civilizado nesse nosso país.

Na Espanha, esse debate é travado nas eleições. O PP (partido conservador) tem uma parceria muito próxima com a Opus Dei e com o catolicismo mais reacionário. O PSOE (social-democrata) não tem medo de assumir a defesa de um Estado laico – respeitando as práticas religiosas.

O PSOE ganhou eleição prometendo união civil de homossexuais. A direita católica do PP realizou marchas com quase um milhão de pessoas, contra essa plataforma. Levou bispos e padres (de batina e tudo) para as ruas. O PP tentou intimidar o PSOE. O que fez a centro-esquerda? Travou o debate, resistiu, deu uma banana para o terrorismo religioso. E ganhou.

É preciso ter coragem.

O círculo da direita se fecha: ela tem as igrejas (algumas), ela tem a velha mídia, ela tem a prática da intolerância.

“A ideologia da direita é o medo”, já nos ensinava Simone de Beauvoir.

A intolerância e o medo é que levaram o “Estadão” (que, diga-se, abre espaços para a Opus Dei) a demitir Maria Rita Kehl por ter escrito um artigo que contraria a linha oficial de “somos Serra até a morte”.

Nas redações, não há espaço para dissenso. Quem levanta a cabeça tem a cabeça cortada.

“Folha” (que censura blogs), “Estadão” (que demite colunista), “Veja” (com seu esgoto jornalístico a céu aberto) e “Globo” (sob comando de Ali “não somos racistas” Kamel) são a armada a serviço desse contra-ataque conservador. Isso já está claro há muito tempo. Mas Lula parece ter minimizado essa articulação, e acreditado que enfrentaria tudo no gogó – sem politizar o debate. Não deu certo. É preciso enfrentamento, politização.

Esse é um combate que merecer ser travado. Para ganhar ou perder. E acho que temos toda chance de ganhar.

Até porque, se Serra ganhar com esse discurso de ódio, e com esses apoios (panfletos da TFP, reuniões no Clube Militar, pregação e intolerância religiosas), o país (empresários, trabalhadores, classe média) precisa saber que teremos uma nação conflagrada durante 4 anos.

Não dá pra fazer de conta que isso não está acontecendo.

Há espaço para uma centro-direita civilizada no Brasil? Claro. Mas essa direita que avança com Serra não merece respeito. Merece ser combatida, como fazem os espanhóis e como fez o Ciro Gomes.

Com coragem.

Fonte: Carta Maior

O que está em jogo na eleição presidencial

PICICA: FALTAM 24 HS: O QUE ESTÁ EM JOGO? O aborto ou os 70 bilhões de barris do pré-sal; uns seis trilhões de dólares; o maior impulso industrializante do país desde Vargas? Quais valores estão em jogo, esses, confirmados hoje nos 15 bilhões de barris, só no poço de Libra, ou os da água benta falsa de Serra? Se prevalecer o modelo tucano de exploração, o pré-sal vira remessa de lucros e exportação de óleo bruto nas mãos das petroleiras internacionais. Perde-se seu efeito multiplicador numa cadeia de suprimento industrial da ordem de 55 mil itens, desde plataformas e navios, a válvulas, aço e parafusos. Porém mais que isso, perder-se-ia a chance histórica deste país eliminar a miséria e abrir uma avenida de ampla convergência de oportunidades e direitos para as gerações do presente e do futuro. Qual é a discussão mais relevante? É essa, por isso não sai no Jornal. (Fonte: Carta Maior)

A noite de pesadelos de Serra e Bento XVI

PICICA: Fontes do Vaticano informam que Bento XVI passou a noite com pesadelos. Sonhou com o Senhor a vociferar: "Cuida da tua igreja, Bento. Ela está a prevaricar. Separa das boas as más ovelhas. E não caias na tentação dos velhacos vendedores do templo. Deixa para os fiéis a escolha do candidato à presidência do Brasil, se quiseres te reconciliar comigo. Não estou nada satisfeito com esses bispos movidos à gráfica no Brasil. Lembra-te: foi-se o tempo da teocracia. Toda vez que seguimos este caminho, só dá pro nosso. Te manca, Bento! Não ponhas tudo a perder". Bento teria sido visto, no resto da madrugada, atravessado por uma dúvida: escrever, ou não, uma nova encíclica. Enquanto isso, no Brasil Serra, o Obscuro, teve pesadelos com a denúncia de um jornalista sobre sua relação com a privatização das empresas públicas brasileiras no governo de FHC. Sonhou que estava com uma corda no pescoço. Bye-bye, Serra. Para mais detalhes da escandalosa ação do candidato tucano e sua "tchurma", leia "As relações perigosas de Serra".

Para assegurar as conquistas do governo Lula, vote Dilma 13

PICICA: "O perfil oficial de Dilma Rousseff foi excluído sem explicação do Facebook nesta sexta-feira (29). A coordenação das Redes Sociais da candidata está apurando quais foram as causas dessa exclusão e aguarda uma resposta. Lamentamos essa situação, pedimos desculpas aos amigos de Dilma no Facebook e esperamos que o perfil da candidata volte ao ar em breve. Enquanto isso não acontece, convidamos os amigos de nossa candidata na rede para acompanhar o perfil da Dilmanarede. (Fonte: #dilmanarede
dilmanaweb | 28 de outubro de 2010


Serra representa a las fuerzas derechistas y fascistas del país: es preciso derrotar su candidatura

PICICA: Hermanos, a Serra le gusta governar con quién le obedece sin chistar. Él habla tantas bobadas, que parece que piensa con los pies. Tanto así que prometió al pueblo el oro y el moro, haciendo a uno reírse a mandíbula batiente".
Aumentar tamaño del texto Disminuir tamaño del texto Partir el texto en columnas Ver como pdf 30-10-2010

Es preciso derrotar a Serra


Brasil de Fato


Traducido para Rebelión por Marga Durán



La candidatura del tucán(*) José Serra sorprendió, no por su identificación con las políticas neoliberales y sí por el bajo nivel de su campaña.

En el inicio del proceso electoral de este año, un conjunto de fuerzas populares y movimientos sociales decidieron empeñar sus esfuerzos para elegir el mayor número posible de parlamentarios y gobernadores identificados con la bandera de la clase trabajadora. Y, en ese escenario, sobre el pleito presidencial, se consiguió la unidad en torno a la lucha para evitar un retroceso en el país. O sea, no permitir la victoria de la propuesta neoliberal, representada en la candidatura del tucán José Serra. Así, pasada la primera vuelta realizada el día 3 de octubre, es importante hacer una evaluación de lo que significó ese proceso. También porque la expectativa era la victoria de la candidata Dilma Rousseff en la primera vuelta.

Avances importantes

Son buenas las renovaciones que ocurrieron en las asambleas de los estatales, en la Cámara de los Diputados, en el Senado Federal, en la elección y reelección de gobernadores progresistas. En ese sentido destacamos la victoria del pueblo gaucho que derrotó al mandato tucán de Yeda Crusius. Candidata a la reelección para el gobierno de Río Grande del Sur, Yeda se hizo famosa por el control de los medios de comunicación, de los movimientos sociales y en la represión a la lucha de los trabajadores.

Campaña presidencial

Es importante resaltar que, en esta campaña presidencial, los graves problemas del pueblo quedaron fuera del proceso. Se evidenció la falta de debates en torno de proyectos políticos y de los problemas principales que afectan a la población brasileña. Así, la campaña de Dilma Rousseff apenas de dedicó a divulgar el desarrollo económico y las políticas sociales del gobierno de Lula y apoyarse en la popularidad del presidente actual. Con esa estrategia obtuvo casi el 47% de los votos, pero insuficientes para ganar en la primera vuelta.

La candidatura del demotucán José Serra sorprendió no por su identificación con las políticas neoliberales y sí por el bajo nivel de su campaña. Fue agresivo, intentó interferir en juicios del Supremo Tribunal federal (STF), derramó mentiras y acusaciones infundadas. Independientemente de cualquier otro resultado, la biografía del candidato ya es la mayor derrotada en estas elecciones.

Y las candidaturas identificadas con los partidos de izquierda, que utilizaron el espacio electoral para defender los intereses de la clase trabajadora, desgraciadamente tuvieron una votación baja.

Otro elemento importante en este cuadro actual, es el descenso social de dos décadas en nuestro país. La fragmentación de la clase trabajadora y la fragilidad de la política de comunicación con la sociedad también influyeron en el resultado electoral.

Así, las elecciones de este año demostraron el poder nefasto y antidemocrático de los medios. Pero por otro lado potenciaron una red de comunicadores independientes, comprometidos con la libertad de expresión, que enfrentan al monopolio de los medios de comunicación. Son avances importantes en rumbo a la democratización de la información y por el control social de los medios en nuestro país.

Segunda vuelta

El día 31 el pueblo brasileño tendrá que hacer su elección. De un lado, el demotucán José Serra. Y, como ya dijimos aquí en este espacio por detrás de la candidatura de Serra están las fuerzas del capital más atrasadas y serviles al imperio estadounidense, los grandes bancos, la gran industria de Sao Paulo, el latifundio empobrecedor de Kátia Abreu y el “agronegocio moderno” de la agricultura del etanol. Su programa es uno sólo: la vuelta del mercado, beneficios para las empresas y represión para contener las demandas sociales. Sería la prioridad de los PPP's ya aplicado en Sao Paulo: privatizaciones, peajes y presidios.

De otro lado está la candidatura de Dilma Rousseff, del Partido de los Trabajadores (PT). También, como ya dijimos, la candidatura de Dilma representa la continuidad del gobierno de Lula y tiene fuerzas sociales entre la burguesía (temerosa de la reacción de las masas), sectores de la clase media que mejoraron de vida y amplios sectores de la clase trabajadora.

Prácticamente todas las fuerzas sociales organizadas tienen su base social apoyando a la candidatura del PT.

Así, el conjunto de las fuerzas populares y los movimientos sociales, que mantienen el compromiso de defender las banderas de las luchas de la clase trabajadora y de la construcción de un país democrático, socialmente justo y soberano, defienden la candidatura de Dilma. Pero mantendrá la autonomía de lucha independiente del gobierno que salga elegido.

Desgraciadamente los avances del gobierno de Lula en la dirección a las banderas democrático-populares fueron insuficientes, pese al acierto de su política exterior. También preocupa constatar que, en el arco de las alianzas de la candidatura de Dilma Rousseff, hay fuerzas políticas que se contraponen a esas demandas sociales.

Pero queda una certeza: José Serra, por su campaña, por su gobierno en Sao Paulo y por los ocho años de gobierno FHC, se convirtió en enemigo de la clase trabajadora y de nuestras banderas de lucha. Por el carácter anti-democrático y anti-popular de los partidos que componen su alianza y por su personalidad autoritaria, una posible victoria suya significará un retroceso para los movimientos sociales y populares de nuestro país. Además de eso, una eventual victoria del demotucano será un retroceso para las conquistas democráticas en nuestro continente y representará una mayor subordinación a los intereses del imperio estadounidense.

Evitar el retroceso

Por eso, frente a ese escenario, las fuerzas populares y los movimientos sociales de Vida Campesina declaran su apoyo y compromiso de luchar para elegir a la candidata Dilma Rousseff. El Brasil de Fato se asoma a esas organizaciones en el sentido de derrotar al demotucano Serra y todo lo que su candidatura representa. O sea, es preciso derrotar a la candidatura de Serra, porque representa a las fuerzas derechistas y fascistas del país.

Pero alertamos. Es importante seguir organizando al pueblo para que luche por sus derechos y cambios sociales profundos, manteniendo la autonomía frente a los gobiernos.

*(Nota del editor): José Serra es el candidato del Partido de la Social Democracia Brasileña, llamados tucanos por llevar este animal como logotipo.

Fuente original: http://www.brasildefato.com.br/

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Fuente: Rebelión

outubro 29, 2010

Mais vagas nas universidades para os jovens brasileiros

PICICA: Um dos compromissos de campanha de Lula certamente terá continuidade no governo de Dilma Rousseff: mais vagas nas universidades para os jovens brasileiros. Reveja um dos mais belos momentos da campanha de Lula sobre este tema.  
AlexFreireRP | 30 de junho de 2008
"Meu nome é João eu sou brasileiro! AMO MEU PAÍS..."

Martinho da Vila está com Dilma Rousseff

PICICA: "Eleitor desesperado do tucano cafajeste anda propondo, aí em Manaus, o boicote aos artistas da MPB que apoiam Dilma Rousseff. Ora vejam! Vai ter que jogar toda a coleção de MPB fora, meu rei. Avisa aí o dia do bota-fora, que eu mando o meu pessoal recolher o material". Mensagem enviada por Zefofinho de Ogum (andava sumido o nosso correspondente do PICICA), ao saber que a indigitada criatura pretende cometer esse crime de lesa-cultura.
dilmanaweb | 26 de outubro de 2010
Martinho da Vila também está com Dilma.

Uma mulher na presidência (música de Aniceto do Império)

PICICA: Foi preciso um operário chegar à presidência, para termos uma mulher com chances de assumir o cargo mais importante do país.
IbereCarvalho | 27 de outubro de 2010
Clip realizado por iniciativa independente em prol da candidatura da Dilma Rousseff à Presidência da República com a Música de Aniceto do Império "Mulher na Presidência".

EXTRA: A Grande Virada de Serra

Editorial da revista Brasil de Fato: A história não tem rascunhos

PICICA: Taí um editorial feito sob medida para os companheiros que resolveram ficar em cima do muro, ou os que advogam uma insustentável independência. Ainda há tempo de rever a posição adotada. Em jogo a soberania do país. Passada as eleições aí, sim, podemos pautar o debate público com os temas que nos pareçam mais inconsistentes no programa de governo de Dilma Rousseff. Convenhamos, o do Serra é uma fraude só, e põe em risco as conquistas democráticas obtidas até aqui. Juízo, companheiros(as). A foto abaixo não consta do editorial da revista Brasil de Fato.
Dilma Rousseff

A história não tem rascunhos

Equivocar-se na identificação do inimigo é um erro que costuma custar muito caro

 27/10/2010

Editorial ed. 400
  
Estamos diante da maior eleição de nossa história. A quinta eleição presidencial consecutiva, 21 anos depois do inesquecível embate de 1989. Esse período é o maior da história política brasileira, com liberdades democráticas e votação direta para o executivo e legislativo; comparável apenas com o brevíssimo período entre as duas ditaduras do Estado Novo e da resultante do golpe militar entre 1964 e 1985.
Golpe militar e período ditatorial seguem sendo o grande trauma não superado em nossa história. Os embates, polêmicas, acusações e personagens, que reaparecem neste segundo turno, seguem nos lembrando que os fantasmas do passado continuam ativos e dispostos a impedir qualquer mudança, por menor que seja, e que afete seus interesses.
Assim como em 1989, na campanha de Collor contra Lula, retomam o tema do aborto e todo um arsenal de calúnias para semear o ódio e o medo. Neste momento, são chamados os velhos atores sinistros que cumprem o papel de apavorar. Ressurgem antigos personagens, como a turma da Tradição Família e Propriedade (TFP), Opus Dei e toda a gama de fundamentalistas, acompanhados de generais de pijama, ruralistas e analistas de plantão. Novamente, a grande mídia atua como o verdadeiro partido político da direita e usa toda a sua força para propagar o medo. Nada mais simbólico do que a capa da revista Veja – com o monstruoso polvo vermelho que vai nos engolir. Com isto, se esvai a pouca credibilidade desses veículos de comunicação.
A batalha ideológica faz parte da luta política. Embora numa correlação de forças distinta daquela histórica campanha de 1989, e empunhando um programa muito mais rebaixado, a candidatura Dilma enfrenta todas as baterias da grande mídia, especialmente das quatro grandes famílias que controlam os principais veículos de comunicação do país. Novamente, a polarização divide a sociedade. Lideranças religiosas se posicionam no campo conservador ou progressista; artistas, dirigentes populares, não escapam da polarização.
Novamente, constatamos que enquanto os primeiros turnos das eleições são frios, distantes dos grandes debates e resumidos a shows e disputa de espaço na grande mídia, os segundos turnos forçam o confronto de ideias, propostas, visões do Brasil e do mundo, e de projetos políticos. Assim como nas eleições presidenciais passadas, o tema das privatizações é retomado, obrigando a candidatura da direita a fazer todos os malabarismos para contorná-lo.
Vacilar neste momento é um grave equívoco. Abster-se ou esconder-se no voto nulo, para depois invocar a falta de responsabilidade quando os previsíveis limites de um governo Dilma surgirem, é um senso de oportunidade que não condiz com um lutador do povo. As forças políticas que sustentam a candidatura Serra – desde a bancada ruralista até os ávidos negociantes das privatizações – são as mesmas que protagonizaram o desmonte do Estado brasileiro e toda a ofensiva neoliberal durante o período Fernando Henrique Cardoso. Recordemos que FHC saudou a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) como “bem-vinda” em seu discurso na II Cúpula das Américas em Quebec. E seu ministro Celso Lafer, notabilizado por tirar os sapatos quando visitava os EUA, demitiu o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães da diretoria do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri) por criticar a Alca. Além disso, aceitou passivamente a destituição do embaixador José Mauricio Bustani da direção da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) para preparar os pretextos da invasão ao Iraque. Logo após o atentado de 11 de setembro, Lafer convocou uma reunião do órgão de consulta da OEA, invocando o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), manifestando que o Brasil poderia participar de ações militares contra o terrorismo. Também firmaram acordo para ceder a Base de Alcântara aos EUA, que fortaleceram os ataques e o boicote a Cuba. Tudo isso apenas para refletirmos sobre os impactos internacionais.
Não se trata de alimentar ilusões sobre as possibilidades de um governo Dilma. A provável conjuntura nacional e internacional dos próximos anos será muito mais complexa e exigirá muito mais, tanto do governo Dilma, quanto das forças populares. E a proposta política do PT já não é mais o seu histórico Programa Democrático Popular que empolgou a campanha de 1989. Sabemos que a construção de um projeto popular exige um programa de mudanças estruturais e que isso depende da organização de nosso povo e sua capacidade de construir a força social. A questão colocada pela história é outra. Derrotar o inimigo é sempre uma tarefa central na luta popular. A luta de classes é um fator objetivo do processo. Do inimigo podemos esperar tudo, menos complacência. Basta ver a capacidade das forças reacionárias  em aglutinar-se em torno da candidatura Serra para compreender porque a maioria da classe trabalhadora não vacila em posicionar-se.
Equivocar-se na identificação do inimigo é um erro que costuma custar muito caro, pois determina a capacidade de construir alianças e onde concentrar forças. Como ensina a velha sabedoria chinesa, “quem não sabe contra quem luta, jamais poderá vencer”. Alguns poderão esconder- se no voto nulo, esperando ansiosos que os anunciados limites de um governo Dilma lhes massageie a consciência impoluta. Pouco importa o movimento dos representantes do latifúndio, grandes meios de comunicação, igrejas conservadoras e aparatos de “inteligência” estrangeiros. Pouco lhes importa a defesa dos países que constroem a Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) e, principalmente, ignoram a consciência da classe trabalhadora que se posiciona de forma clara. Somente a história poderá nominar esta postura. E a história não admite rascunhos.
Nossa luta é pela construção de um projeto popular para o Brasil. Estamos apenas diante de mais um desafio. Sabemos que as eleições não são a batalha final. Por isso, seguiremos numa luta prolongada, apostando na unidade de todas as forças populares em torno de um programa que altere a estrutura de poder em nosso país. Viveremos junto com o povo esse processo e não tememos a cooptação. Acreditamos no povo brasileiro e enfrentaremos mais essa batalha, confiantes em derrotar nossos inimigos.

Irmãos, lembrai-vos da edição manipulada do debate Collor x Lula, em 1989

PICICA: Não é de hoje que a TV Globo é especialista em manipulação de edição de imagens. O caso da bolinha de papel, transformada em rolo de fita crepe, que acertou o cocuruto do candidato tucano, é o exemplo mais recente. Pra não dar bobeia, seria bom acionar o TSE a se manifestar tão logo haja qualquer tentativa de manipulação. A democracia brasileira exige um posicionamente firme e contundente, caso a Vênus Platinada resolva manipular a vontade do eleitor.
growdasky2007 | 24 de novembro de 2009
É recomendável que você veja o vídeo da edição antes de ver este, segue o link http://www.youtube.com/watch?v=iIYAaX...

Vídeo produzido pelos alunos do 2º Semestre de Jornalismo da Unisa (Universidade de Santo Amaro). O vídeo fez parte de um seminário apresentado sobre o tema "A IMPRENSA BRASILEIRA NA ELEIÇÃO DE FERNANDO COLLOR DE MELLO".

Citações dos Livros "Conselhos a um jornalista" do Voltaire e "Sobre Ética e Imprensa" de Eugênio Bucci.

A canalhice aberta pela campanha tucana não limites...

PICICA:... O limite é dado pelo voto consciente de que o Brasil não poder voltar atrás. O vídeo abaixo não pode ser imputado ao candidato tucano. Óbvio. O mesmo não se pode dizer do estímulo à transgressão perversa semeada pelo obscurantismo da campanha de Serra, o Obscuro. Todo o mundo político sabe que uma campanha de Serra sem dossiês, calúnias e difamação não é uma campanha de Serra. O interesse em desestabilizar a ordem, desinformando e semeando o ódio e o preconceito, que você pode ver no vídeo abaixo, é exemplar do clima instaurado pelos tucanos. Deplorável! Em tempo: Acabo de tomar conhecimento que o vídeo abaixo tema chancela do site oficial do candidato tucano. Leia em "Site oficial de Serra patrocina terrorismo eleitoral", segundo denúncia de Brizola Neto. Alô, TSE! Alguém no plantão. Agora, cá com meus botões, Serra quer levar para o tapetão a decisão das eleições de 2010. Não podemos cair na armadilha de pedir impugnação da sua candidatura. Temos que vencer este pulha no voto. A percepção popular de que estamos diante de um candidato desonesto vem aumentando dia-a-dia. É isso aí!
temor771 | 26 de outubro de 2010

Salve, Pedro Casaldáliga!

PICICA: Tenho por Pedro Casaldáliga um profundo respeito. Sua ligação com a mais sublime das igrejas, sob a inspiração da Teologia da Libertação, inteiramente voltada para os mais pobres, e sua luta implacável contra o latifúndio tinha a admiração de todos que lutávamos contra a ditadura militar. Tenho dele, também, uma doce lembrança, ali pelos anos 1980. Participava de um debate sobre a causa indígena na Biblioteca Pública do Estado, aqui em Manaus. O auditório lotado. Só encontrei assento nas últimas filas de cadeiras. Eis que chega o bispo mais amado dos movimentos sociais da época. Alvoroço no auditório. Subitamente, ele se aproxima da minha cadeira, põe as mãos em minha longa cabeleira e pergunta docemente: "E este índio, vem de onde?" Devolvo-lhe, agora, o carinho, desejando saúde e paz.
D. Pedro Casaldáliga - Foto: Sérgio Lima
29/10/2010
Cirurgia de Pedro Casaldáliga será realizada neste sábado, 30 de outubro

Dom Pedro Casaldáliga, 83 anos, bispo emérito de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, será internado novamente nesta sexta-feira, dia 29, à tarde no Hospital do Rim, de Goiânia, para passar por uma cirurgia da próstata no sábado pela manhã.




Devido ao seu frágil estado de saúde, a cirurgia foi marcada para o próximo sábado, segundo Marlene Ossami de Moura, jornalista e antropóloga leiga que está acolhendo Dom Pedro em sua casa neste período pré-operatório, em Goiânia.


Ela disse à IHU On-Line, por telefone, que o bispo encontra-se muito bem de saúde e mais fortalecido, descansando agora em sua casa, depois de retornar de um longo período de internação, desde o início de outubro.


Segundo Marlene, Dom Pedro havia passado as últimas semanas muito fragilizado devido à arritmia e ao mal de Parkinson. Porém, com o descanso e o retorno para casa, sua arritmia acalmou, e os médicos preferiram retirar os remédios do Parkinson, o que deixou Dom Pedro mais fortalecido. Porém, ele tem dificuldades para caminhar, tendo que ser sempre acompanhado.


A cirurgia, comentou Marlene, é bastante simples, não trazendo maiores preocupações. Dom Pedro será operado neste sábado pela manhã no Hospital do Rim, de Goiânia. Ele deverá ficar internado por uma semana, para recuperação.


A expectativa é que, após a recuperação, Dom Pedro volte para São Félix do Araguaia, conforme o Pe. Paulo Gabriel Blanco, que mora com o bispo no Mato Grosso.


Dom Pedro Casaldáliga é catalão, nascido em 1928. Veio para o Brasil recém-ordenado sacerdote claretiano, em 1968. Em 1971, foi nomeado bispo prelado de São Félix do Araguaia pelo Papa Paulo VI. Grande nome da teologia da libertação, Dom Pedro foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Campinas, no ano 2000. Desde 2005, é bispo emérito de São Félix do Araguaia.


Ele também é o autor, junto com Pedro Tierra, do texto da Missa Terra Sem Males, que foi encenada na noite desta segunda-feira, na Unisinos, espetáculo de abertura do XII Simpósio Internacional IHU – A experiência missioneira: território, cultura e identidade.


(Por Moisés Sbardelotto)


Para ler mais:

FONTE: IHU

Frei Betto critica o uso eleitoral de Bento XVI

PICICA: O arqui-conservador Bento XVI resolveu meter o bedelho nas eleições brasileiras, conforme se pode ler na matéria abaixo. Ó Bento, cuide dos seus pedófilos, que nós cuidamos do aborto. Uma em cada cinco mulheres brasileiras já praticou aborto. Duas morrem, a cada dois dias. Aquelas que não tem acesso aos serviços públicos. Não é o caso das mulheres de alta renda. Definitivamente, trata-se de uma questão de saúde pública. Não podemos conviver com a trágica condição das mulheres pobres sujeitas a cânones arcaicos. Já afirmamos aqui que a igreja católica deveria ser julgada num tribunal internacional como co-responsável pela morte de milhões de mulheres no mundo inteiro, devido à condenação moral a que estão submetidas aquelas que praticam ou praticaram o aborto. Te manca, Bento! Espero que nossa diplomacia emita uma nota condenando sua impertinência em meter-se nas questões do Estado brasileiro, sobretudo no período eleitoral. Um Estado laico não pode permitir ingerências em suas políticas. Leonardo Boff já se manifestou, dizendo que é contra o aborto, mas também a interferência do Papa na política brasileira. Ele lembra que há um tratado entre Vaticano e Governo; o resto é hipocrisia. Mino Carta também está indignado com o discurso de Bento XVI aos bispos brasileiros. O PICICA, idem.

29/10/2010
Frei Betto lamenta que papa seja 'usado como cabo eleitoral'


Frei Betto lamenta a postura do papa Bento XVI, que voltou a trazer o aborto ao debate político brasileiro às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. Na manhã desta quinta-feira (28), o papa esteve com 15 bispos brasileiros do Nordeste, a quem convocou a condenar o aborto e orientar fieis a "usar o próprio voto para a promoção do bem comum". 


Para o frei brasileiro há temas mais relevantes para o momento.

A reportagem é de Patrícia Ferreira e publicada pela Rede Brasil Atual, 28-10-2010.

"Lamento que Bento XVI esteja sendo usado como cabo eleitoral, seja para qual partido for. Há temas muito mais importantes do que aborto e religião para se discutir em uma campanha eleitoral", afirmou Frei Betto. "Aborto se evita com políticas sociais. Num país em que se sabe que os futuros filhos terão saúde, escolaridade e oportunidades de trabalho, o número de aborto é reduzido. Lula fez o governo que mais fez para evitar o aborto no Brasil", analisa.

No discurso proferido durante reunião em Roma, o papa afirmou que se "os direitos fundamentais da pessoa ou da salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas". O discurso do papa reconheceu a possibilidade de eventuais efeitos negativos: "Ao defender a vida, não devemos temer a oposição ou a impopularidade".

Frei Betto relembrou que tal postura se parece com as de dom Nelson Westrupp, dom Benedito Beni dos Santos e dom Airton José dos Santos, bispos que subscreveram um panfleto produzido pela Regional Sul 1 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O material trazia um pedido aos cristãos que não votassem no PT e em partidos que defendessem o aborto. Para o frei, o objetivo era clararamente fazer um manifesto anti-Dilma.

"Lamento também que três bispos tenham desviado a atenção da opinião pública para introduzir oportunisticamente o tema no debate", critica. Atuante em movimentos sociais, Frei Betto afirma que muitas mulheres acabam optando pelo aborto por se sentirem inseguras com o futuro que darão aos filhos.

Polêmica

O aborto ganhou status de tema de campanha desde o final do primeiro turno. A questão é apontada por analistas como uma das responsáveis pela perda de intenção de votos da candidata governista na reta final, causando o segundo turno. Desde o dia seguinte da votação, a discussão permaneceu na disputa entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).

O fenônemo levou a campanha de Dilma a promover eventos com lideranças evangélicas e de outras religiões. Ela assumiu ainda compromissos em "defesa da vida" e contrários a mudanças na legislação sobre interrupção da gravidez. O PSDB teria empregado, segundo relatos publicados em jornais e blogues, uma ampla ação de telemarketing ativo (milhares de telefonemas a eleitores) com o objetivo de espalhar a informação de que a petista seria favorável ao aborto.

A onda foi seguida por figuras relevantes do cenário religioso. A Comissão em Defesa da Vida, grupo católico coordenado pelo padre Berardo Graz, divulgou nota incitando os fiéis a não votar em Dilma. No último sábado (23), porém, o bispo dom Angélico Sândalo Bernardino leu, em São Paulo, uma carta pela 'verdade e justiça nas eleições' deste ano. O conteúdo da carta critica a atitude da Regional Sul 1 e a utilização eleitoreira do tema aborto.

Para ler mais:
Fonte: IHU