novembro 24, 2010

Deu a louca na UFMG - Jornada de Saúde Mental

PICICA: Grupo de teatro Accademia della follia, vindos de Trieste, em turnê pelo Brasil se apresenta em Belo Horizonte.
DEU A LOUCA NA UFMG - JORNADA DE SAÚDE MENTAL
Data: 26 de novembro de 2010
Local: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG

Apresentação
A Jornada de Saúde Mental “Deu a louca na UFMG” é um evento que celebra a inauguração do LABORATÓRIO DE DIREITOS HUMANOS E TRANSDISCIPLINARIDADE – LADHT, a Semana da Psicologia do CAPSI, do Departamento de Psicologia da UFMG e a constituição de novas parcerias entre nossa universidade e os serviços substitutivos de Saúde Mental da Prefeitura de Belo Horizonte. Sua realização contempla um conjunto de colaborações estabelecidas entre a ONG “Ponte entre Culturas” e o Consulado da Itália de Minas Gerais, que nos conectam com a reforma psiquiátrica italiana e nos presenteiam com a vinda do Grupo de teatro Accademia della follia, vindos de Trieste, em turnê pelo Brasil (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Quixada).

Projeto Extravagância – Turnê
A companhia teatral do diretor e ator Claudio Misculin, nasceu à trinta anos no antigo hospital psiquiátrico de Trieste. No mesmo período em que o psiquiatra Franco Basaglia abriu as portas do manicômio para o mundo. Accademia della Follia é uma experiência única e universal, composta por “loucos-atores”. Uma experiência que vai além de todas as fronteiras: geográficas, culturais, étnicas, de gerações e estilo de vida social. Técnica + Loucura = Arte.
A loucura pode revelar um potencial artístico. Logo, seria importante de apreciar este potencial para retirar o paciente da condição de doente mental.
Claudio Misculin além das representações teatrais, organiza atelier de teatro e workshop em centros de detenção. Ele cria curta/longa metragens e vídeos para a televisão italiana. Maraini, foi escrito em 1986. Em 2009, a escritora italiana coloca nas mãos da companhia triestina o trabalho de representar o seu texto. Nascendo assim Extravagância, o espetáculo já foi representado em vários teatros italianos. Desta vez, a idéia que o texto será interpretado, em português, por atores realmente “loucos” da Accademia della Follia.
Extravagância com seus atores, liderados pelo diretor e ator Claudio Misculin, volta seu olhar para o Brasil. Um país ligado aos eventos históricos que levaram na Itália à declarar a Lei 180, que em 1978, possibilitou o fechamento de hospitais psiquiátricos.
No mesmo ano, o psiquiatra Franco Basaglia, pai fundador da legislação revolucionária, reuniu-se no IBRAPSI (Instituto Brasileiro de Psicanálise Grupos e Instituições) com profissionais e personalidades internacionais, refletiram sobre mudanças na norma de hospitais psiquiátricos.
A proposição do projeto de ser uma “ponte cultural” e unir duas realidades: a italiana e a brasileira. Através da experiência teatral e musical como um momento de crescimento e formação dos pacientes em artistas, mantendo intercâmbio entre os profissionais de saúde.
Accademia della Follia apoia à música da banda Trem Tan Tan, de Belo Horizonte, liderados pelo mestre Babilak Bah (percussionista, compositor e poeta).

SINOPSE. Cinco pacientes com problemas mentais internados em um manicômio, três homens e duas mulheres, se fazem companhia, contam suas historias, se amam, brigam, se agridem, riem de si mesmos e também dos outros.
Um dia eles sabem que tinha sido votada a Lei Basaglia: “a partir de amanhã, todos para casa!”
O manicômio é fechado. Mas para onde ir? Cada um pensa à sua própria vida: quem tem uma mulher que foi viver com um outro homem, quem tem uma mãe que esta morrendo e irmãos oportunistas que ocuparam a casa, quem tem um pai que certamente não deseja rever em casa a sua própria filha com cleptomania, quem tem uma mulher que encontrou uma forma de ganhar dinheiro por conta própria visto que o marido não era capaz de mantê-la.
Os cinco decidem voltar a casa. Os afetos que eles sempre sonharam estavam ali à espera-los. Contudo apenas chegar em casa encontram um ambiente frio e sem a menor atenção. Na realidade eles não são desejados e foram de uma certa maneira substituídos. Mesmo até qualquer parentes que tenha medo deles, e que lhes desejaria fechar em um quarto preparado à qualquer momento.
Assim os quatro, com exceção do quinto: Alcides que não tinha para aonde ir e acabou ficando no manicômio. Na verdade to­dos eles tiveram que voltar para o manicômio, onde decidiram viver do jeito deles: sem médicos, sem eletro-shock, sem chaves e ferrolhos, em uma comunidade aberta, com novas regras estabelecidas por eles mesmos.
(escrito por Dacia Maraini)

MESA REDONDA: A ARTE NA DESCONSTRUÇÃO DOS MANICÔMIOS EM TRIESTE (ITALIA) E BELO HORIZONTE.
10 horas da manhã
Local: Auditório Prof. Bicalho (1º. Andar da FAFICH/Campus da UFMG)
Participantes:
Integrantes do Grupo de teatro Academia della follia
Claudio Misculin:  Diretor, ator e fundador da Accademia della Follia
Cinzia Quintiliani: Diretora artística e fundadora da Accademia della Follia
Iris Caffelli: atriz da Accademia della Follia
Silvia Maria Ferreira - Representante da ASUSSAM – Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental
Manuela Rebouças - Monitora dos Centros de Convivência de Belo Horizonte
Prof. Maria Stella Brandão Goulart (coordenadora)

RODA DE CONVERSAS: DE PERTO, NINGUÉM É NORMAL
14 horas
Local: Auditório Prof. Bicalho
Participantes:
Rose Aparecida da Silva - Coordenação de Saúde Mental da SMS/PMBH (coordenador)
Gianfranco Zavalloni – Adido cultural do Consulado da Itália (MG)
Giusi Zamana - Ponte entre Culturas - MG
Integrantes do Grupo de teatro Academia della follia
Operadores de Saúde Mental da Rede de serviços substitutivos de Minas Gerais
Grupos culturais dos usuários de serviços substitutivos de Minas Gerais
Laboratório de Direitos Humanos e Transdisciplinaridade - LADHT

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