março 31, 2011

"O Minério Radioativo do Amazonas e as Usinas Atômicas Japonesas", por Egydio Schwade

PICICA: "Presidente Figueiredo, Amazonas, 1992: estávamos construindo a Casa da Cultura do Urubuí. Doroti, eu e as crianças ajudávamos na cobertura de cavaco. Há nossa frente, pela BR-174, roncavam caminhões carregados de minério procedentes da mina do Pitinga. Oficialmente as carretas levavam apenas cassiterita ou estanho. Em verdade, carregavam diversos minérios estratégicos, todos bem mais caros do que o estanho: ítrio, tântalo, colúmbio, urânio, criolita, ouro. A BR-174 tornou-se mais uma “veia aberta da America Latina”. (...) A área da mina do Pitinga, 526.000 hectares, foi invadida pela Paranapanema em 1979 e roubada pelo Governo Figueiredo do povo indígena Waimiri-Atroari em 1981. Da maracutaia nasceu o nome de batismo de nosso município: Presidente Figueiredo."

O Minério Radioativo do Amazonas e as Usinas Atômicas Japonesas



Presidente Figueiredo, Amazonas, 1992: estávamos construindo a Casa da Cultura do Urubuí. Doroti, eu e as crianças ajudávamos na cobertura de cavaco. Há nossa frente, pela BR-174, roncavam caminhões carregados de minério procedentes da mina do Pitinga. Oficialmente as carretas levavam apenas cassiterita ou estanho. Em verdade, carregavam diversos minérios estratégicos, todos bem mais caros do que o estanho: ítrio, tântalo, colúmbio, urânio, criolita, ouro. A BR-174 tornou-se mais uma “veia aberta da America Latina”. O diretor do setor mineral do Mercado Comum Europeu garantia em reunião em Duisburg / Alemanha / 1991 que todo o minério do Pitinga estava sendo vendido no mercado negro, confirmando conclusão a que o geógrafo e pesquisador da UFAM, José Aldemir de Oliveira chegou em sua tese de doutorado intitulada: “Cidades na Selva”. 


A área da mina do Pitinga, 526.000 hectares, foi invadida pela Paranapanema em 1979 e roubada pelo Governo Figueiredo do povo indígena Waimiri-Atroari em 1981. Da maracutaia nasceu o nome de batismo de nosso município: Presidente Figueiredo.


Num daqueles dias, do alto da Casa da Cultura do Urubuí, estranhamos a grande quantidade de carretas que vinha em sentido contrário, de Manaus para Pitinga, também carregadas de minério. Informei-me sobre o por que daquilo. Li conscientemente os jornais e revistas, principalmente as noticias que tinham referencia ao Japão, pois duas firmas japonesas, a Marubini e o Industrial Bank of Japan, controlavam então a Mina do Pitinga. E sabíamos que lavravam ali minério radioativo. Por outro lado, o parlamento japonês exigia das empresas que importavam material radioativo, um destino, fora do Japão, para o lixo radioativo. Os noticiários sobre navios que percorriam os mares contendo lixo atômico, sem saber que destino dar também eram freqüentes. E aqui, próximo ao aeroporto de Manaus, ocorreram dois acidentes aéreos e corriam boatos de que a causa seria minério radioativo, estocado pela Paranapanema nas imediações do aeroporto que interferia nos equipamentos dos aviões.


Tudo isso me fez levantar a hipótese e denunciar que as carretas que seguiam carregadas rumo à mina do Pitinga levavam lixo radioativo. A movimentação dessas carretas durou aproximadamente 4 meses. Falava-se que teriam transportado 5.000 toneladas do estranho material para dentro do nosso município.


A imprensa publicou a minha denúncia, mas em resposta entrevistava apenas geólogos e autoridades conhecidamente comprometidos com as empresas de mineração que obviamente negavam tudo. Nunca foi feita uma investigação séria sobre o assunto. Também não me processaram por calúnia. E o problema continua a pairar sobre os índios Waimiri-Atroari e a população local como uma bomba-relógio até hoje.


Queixas de trabalhadores da mina do Pitinga sobre males estranhos que sentem no corpo; fraquezas gerais; doenças sem causa aparente... E funcionários da empresa começaram a se abrir conosco sobre estes problemas. Um deles, guarda do canil da firma, trabalhava há poucos metros do local onde o lixo foi enterrado. Sempre que nos visitava se queixava de dores no corpo até que decidiu sair da mina, já sem condições de continuar o seu trabalho. Hoje mora em Brasília, onde procura em vão por justiça. Outro jovem robusto ficava ofegante ao subir a escada de 15 degraus da Casa da Cultura do Urubuí. Há poucos meses um vereador falou da proliferação do câncer no município. Muitos manifestam os problemas que sentem, outros guardam segredo com medo de sofrerem represálias da firma.


E lá no Japão milhões de inocentes pagam hoje pela maldição que donos de empresas japonesas e governantes corruptos, de lá e de cá, armaram sobre suas cabeças. Naquele tempo, os jornais publicavam protestos de ecologistas contra o transporte de plutônio, material altamente radioativo que o navio japonês Akatsuki Maru transportava da França para o Japão, cujo roteiro foi mantido em sigilo absoluto (ver Revista Veja 11-11-1992: “Chernobyl Flutuante”). É preciso animar a juventude a reagir em tempo contra quem ameaça o futuro da vida na terra; contra quem constrói monstros radioativos ou usinas atômicas sob controle de poucos; contra quem alastra sempre mais as metrópoles comandadas por leis escritas que abafam as consciências; contra a construção sem controle e sem limites de fábricas de carros e de plásticos; contra quem cobre a mãe-terra de asfalto e cimento; contra agro-negociantes que liquidam a biodiversidade em grandes extensões e envenenam a terra; contra os governantes que constroem grandes barragens para hidrelétricas passando por cima de povos e comunidades; contra quem negocia as florestas da Amazônia com exportadores de madeira.


Respeito e carinho para com a diversidade da vida que cobre a mãe-terra, enriquecida pela ação criadora das pessoas podem transformar esse paradigma hoje reinante em mesas fartas e comunidades sorridentes.


Casa da Cultura do Urubuí /Amazonas, 25 de março de 2011.


Egydio Schwade

"A Itália redescobre a sua classe trabalhadora", por Serge Quadruppani

PICICA: "Boa parte da Itália parece ter redescoberto a existência de uma classe trabalhadora combativa quando ocorreram os referendos sobre a flexibilização do trabalho e a redução de custos, impostos pela diretoria da fabricante de automóveis Fiat ao pessoal de duas unidades: Pomigliano d’Arco, próximo de Nápoles, em junho de 2010, e Mirafiori, em Turim, no último mês de janeiro."
Bandeira italiana - imagem postada em mos-art.it

MOVIMENTO SINDICAL
A Itália redescobre a sua classe trabalhadora

O sindicalismo combativo renasce na Itália: apesar dos apelos da esquerda institucional para a aprovação de certos acordos trabalhistas, operários da Campânia e de Turim votaram contra a diminuição de horas de intervalo,a organização da escala semanal ao bel prazer dos patrões e a possibilidade da jornada de 10 horas

por Serge Quadruppani
  
Boa parte da Itália parece ter redescoberto a existência de uma classe trabalhadora combativa quando ocorreram os referendos sobre a flexibilização do trabalho e a redução de custos, impostos pela diretoria da fabricante de automóveis Fiat ao pessoal de duas unidades: Pomigliano d’Arco, próximo de Nápoles, em junho de 2010, e Mirafiori, em Turim, no último mês de janeiro.
Através desses acordos de empresas, arrancados mediante a promessa de investimentos, afirmava-se um projeto mais geral: reconstruir as relações industriais nascidas nos anos 1970 e 1980 com o propósito de criar um direito sindical limitado e uma maior disciplina do trabalho.
O inventor dessa estratégia de choque, Sergio Marchionne, ítalo-canadense residente na Suíça, soube jogar com maestria duas paixões italianas contraditórias e complementares: a tendência à autoflagelação e o patriotismo. O administrador-delegado da Fiat permitiu que este último sentimento se difundisse nas primeiras páginas dos veículos de imprensa quando seu grupo adquiriu, graças à garantia financeira do governo de Barack Obama, 20% e mais 25% da americana Chrysler, ameaçada de falência. As duas empresas poderiam se fundir até 2013.
Ademais, quando Marchionne declara que “a única zona no mundo onde o conjunto do sistema industrial e comercial do grupo Fiat perde dinheiro é a Itália1”, ele é ouvido com deferência pelos dirigentes políticos de ambos os lados, que se abstêm de interrogar a política geral do grupo, cuja maior parte dos veículos é produzida na Polônia, na Turquia e, sobretudo, no Brasil. Essa exaltação orquestrada redobrou quando, em 21 de abril de 2010, ele anunciou, juntamente com o herdeiro do império Agnelli, “o mais extraordinário plano industrial que nosso país já teve”: o projeto Fabbrica Italia. Além da duplicação da produção de veículos em cinco anos, eles prometem que o grupo realizará “70% de seus investimentos mundiais nas unidades italianas”.
Ao contrário dos projetos precedentes, este, que não foi negociado, apresenta-se como um business plan e não compromete em nada a empresa. No entanto, como bem lembra um manifesto de 132 economistas, “as prioridades da Fiat estão sempre mais orientadas para a dimensão financeira, à qual poderia ser sacrificado o futuro da produção de carros na Itália e, até mesmo, a propriedade das unidades fabris2”. De fato, entre 1970 e 2006, os ativos industriais da Fiat passaram de 72% a 30%, ao passo que os ativos financeiros passaram de 28% a 70%3. Se ignorarmos como a Fiat poderia duplicar suas vendas de veículos produzidos na Itália, todo esse estardalhaço parecerá ideal para estimular as cotações na bolsa.
É em decorrência de tais promessas que, sob a ameaça de fechamento das unidades, o administrador-delegado vai impor sucessivamente dois “acordos”. O primeiro visa a fábrica de Pomigliano. Nessa região de Campânia, considerada mafiosa e indolente, a diretoria, desde 2007, havia tentado criar a “Nova Pomigliano” graças a um estágio obrigatório de dois meses (sob vigilância de fiscais e com proibição de idas ao banheiro) destinado a formar mão de obra nos moldes da World Class Manufacturing, metodologia de organização do trabalho e aceleração de ritmos.
Uma campanha na imprensa, o envolvimento das famílias, envio de vídeos e mensagens SMS, bem como cartazes, revistas e sites na internet com mensagens orwellianas são instrumentos que dariam aos trabalhadores o sentimento de pertencer a uma comunidade de empresa. Essa política suscitou resistências em 10 de janeiro de 2008, por exemplo, um cortejo interno de 200 trabalhadores terminou com a demissão de sete deles.
Apesar dos apelos de outros sindicatos e de representantes eminentes da esquerda institucional para a aprovação dos “acordos”, o “não” contou com 38,8% dos votos na fábrica da Campânia e 45,9% na de Turim. Nesta última, os operários das linhas de produção, os primeiros afetados pela reorganização do trabalho, votaram majoritariamente pelo contra. Contra a diminuição de horas de pausa, a mudança do horário de almoço para o final do expediente, a possibilidade da semana de 48 horas, a organização da escala semanal ao bel prazer dos patrões, a possibilidade da jornada de dez horas, o não pagamento dos dois primeiros dias de licença-saúde, a supressão de fato do direito de greve e a exclusão dos sindicatos que não assinarem o acordo.4
Para atingir seus objetivos, Marchionne teve que criar uma nova sociedade, a Newco, que se desvinculou da confederação patronal italiana (Confindustria), o que lhe permitiu não observar os acordos coletivos nacionais. Essa estratégia, embora oficialmente desaprovada pela Confindustria, despertou o interesse de outros patrões.
Mas, desde 16 de outubro de 2010, uma manifestação nacional já mostrava o apoio de amplos setores da sociedade à resistência dos trabalhadores. O coletivo Uniti contro la Crisi constitui-se em torno da Fiom a Federação dos Operários Metalúrgicos, reunindo estudantes da Onda5, organizações de imigrantes, opositores à privatização do setor de água… Seus representantes estavam presentes na tribuna, em 27 de janeiro, bem como o de um coletivo de escritores proscritos das bibliotecas da região de Vêneto, por obra da Liga do Norte6. Na véspera, a edição local do L’Unità estampava: “Trabalhadores e escritores em greve”.
Embora os jornais berlusconianos conclamem a uma “marchionnização” da Itália, a “reeducação do país no desafio à competitividade global” não está garantida.
Serge Quadruppani
Escritor. Sua última obra publicada: La politique de la peur , Seuil, Paris, 2011.


1  28 de julho de 2010, citado em: Fondazione Centro per la Riforma dello Stato (Gruppo Lavoro), Nuova Panda Schiavi in mano, Derive Approdi, Rome, 2010.
2  Publicado no suplemento especial do Manifesto de 28 de janeiro de 2011, p. 15.
3  Números obtidos de Nuova Panda…,op. cit.
4  Para uma análise precisa dos dois acordos, ver Nicola Cianferoni, “Quand la Fiat veut briser les droits syndicaux”, LaBreche.ch, 19 de janeiro de 2011.
Cf. “La Ligue du Nord joue les censeurs”, CourrierInternational.com, 21 de janeiro de 2011.
Cf. “La Ligue du Nord joue les censeurs”, CourrierInternational.com, 21 de janeiro de 2011.

Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil

Polícia Militar faz novas vítimas no Amazonas

PICICA: O noticiário amazonense vem sendo ocupado por notícias de violência policial. Os jornais tem sido mais coerentes na  comunicação do fato do que o rádio amazonense, embora ambos tragam poucas análises para reflexão. Um radialista chegou a usar do seu poder de comunicação para confundir a opinião pública no caso do jovem de 14 anos de idade, baleado covardemente por um homem fardado. Segundo o comunicador, o jovem em questão "não é flor que se cheire". Para tanto passou a informação, não confirmada pelas autoridades, de que o menino baleado tem "dois homicídios nas costas", para em seguida afirmar, marotamente, que o fato não justifica a violência. É a mensagem subliminar que chama atenção. Ela vai ao encontro de outras formas menos sutis do tratamento policial desejado pelos mais conservadores, sob a fachada de um humanismo fajuto. No episódio mais recente, que envolve policiais do município de Coari, é o novo comandante da PM que, auxiliado por um comunicador, escorrega na linguagem ao declarar que "policial também é gente, tem família", num esforço de atenuar a gravidade da violência policial na corporação - entendida como casos isolados -, estampada na fotografia publicada no jornal A Crítica de hoje (acima). Decididamente, a cidade que tem a quarta economia do país não pode conviver com práticas medievais no enfrentamento  de conflitos. Seja qual for sua natureza, os policiais devem estar devidamente preparados.

Delegada vai indiciar Policiais Militares de Coari

Vítimas ainda não fizeram identificação dos PMs que os agrediram na segunda-feira (28)

Manaus, 30 de Março de 2011

acritica.com

Hematomas no corpo dos homens agredidos pelos PMs do interior do Amazonas.
Hematomas no corpo dos homens agredidos pelos PMs do interior do Amazonas. (Divulgação)

A delegada Magna Pires, da 10ª Delegacia Regional de Coari (a 363 km de Manaus), disse que vai indiciar todos os policiais militares que agrediram quatro pessoas na segunda-feira (28). Foi instaurado um inquérito policial para apurar a violência, no entanto, nenhum dos envolvidos foi identificado formalmente pelas vítimas.
Leia mais em A Crítica 

Angra dos Reis despreparada para enfrentar vazamento radioativo (EcoDebate)

PICICA: "O prefeito Tuca Jordão disse que Angra dos Reis não está preparada para enfrentar um vazamento nuclear. Para ele, a experiência do Japão deve servir de grande reflexão para que acidente semelhante não ocorra no Brasil."

Prefeito de Angra dos Reis diz que município não está preparado para enfrentar um vazamento radioativo

Usinas Nucleares Angra 1 e 2
As usinas nucleares brasileiras (Angra 1 e Angra 2, em operação, e Angra 3 em fase de construção) estão instaladas em Angra dos Reis, município do litoral sul fluminense, com uma população de 180 mil pessoas e que duplica no verão com a presença de turistas. Ontem (30), uma audiência pública, promovida em conjunto pelas Comissões de Defesa do Meio Ambiente e de Minas e Energia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro(Alerj), foi feita para discutir a segurança das usinas atômicas da região.
O prefeito Tuca Jordão disse que Angra dos Reis não está preparada para enfrentar um vazamento nuclear. Para ele, a experiência do Japão deve servir de grande reflexão para que acidente semelhante não ocorra no Brasil. “A gente sabe, dito pelos técnicos, que o funcionamento das usinas Angra 1 e 2 é diferente de Fukushima mas, a gente não é entendido no assunto. A gente está muito preocupado e focado na logística e na infraestrutura que a cidade de Angra dos Reis tem”. Disse que as pessoas já estão tão condicionadas ao treinamento periódico, que nem escutam a sirene.
O prefeito sugeriu que a geração nuclear, bem como o funcionamento das usinas atômicas e o plano de evacuação façam parte da grade curricular já a partir de 2012. “Para que as nossas crianças e jovens entendam o que é uma usina nuclear, entendam o que é preciso em um plano de evacuação, aonde eles precisam ir, qual é o ponto de encontro. Isso é muito vago”.
Tuca Jordão é a favor da energia nuclear, mas ressaltou a necessidade de revisão dos procedimentos de segurança, diante do que ocorreu em Fukushima. Ele é contrário a qualquer proposta pela diminuição das atividades da usina. “O que o [Brasil] já gastou desde a ditadura militar até hoje nas usinas Angra 1 e 2 e com os equipamentos parados [para Angra 3] custando US$ 20 milhões por ano para manutenção, é jogar muito dinheiro público fora”, afirmou à Agência Brasil.
A segurança da população, no caso de um acidente radioativo, preocupa o prefeito que defende mais investimentos em infraestrutura na região. “Enquanto a gente não tiver uma estrada decente, um centro de abrigo fora dos raios de 3 e 5 quilômetros das usinas, um hospital, não para tratar de radiação, mas para dar tranquilidade às pessoas e com capacidade para absorver toda essa demanda, [a situação preocupa]”. Tuca Jordão também defende a transformação do aeródromo de Angra dos Reis em um aeroporto. “Por que não aumentar?”, perguntou.
Segundo ele, essas iniciativas não podem ser de responsabilidade da prefeitura. “As usinas são do país”. Lembrou que em 1972, por ocasião do início de construção do complexo nuclear, a população não foi consultada sobre o projeto. “Ela [usina] existe, é uma realidade. Então, a gente tem que ter a preocupação de que o plano de emergência, de evacuação, tem que ser todo revisto”. Observou que em função da tragédia no Japão, todo o mundo está revendo os seus projetos. “E aqui no Brasil, em Angra dos Reis, não pode ser diferente”.
O vice-presidente da Câmara de Vereadores de Angra dos Reis, Antonio Cordeiro, defendeu a energia nuclear como fonte limpa para enfrentar o aquecimento global. Ele representou, na audiência, o Movimento Sim Para Angra 3, em prol da construção da terceira usina nuclear brasileira no município.
Apesar de ser favorável ao programa nuclear, Cordeiro disse à Agência Brasil que diante da tragédia no Japão, os procedimentos de segurança nas usinas de Angra têm que ser revistos. “Tem que ser revistos alguns procedimentos e, principalmente, a questão do plano de emergência”, disse.
Hoje (31) ocorrerá a nova audiência pública na Câmara de Vereadores para tratar da segurança das usinas nucleares. Ele considerou normal que, toda vez que ocorre um acidente com uma usina atômica em qualquer parte do planeta, os procedimentos e projetos sejam revistos, “para melhorar a qualidade deles”.
Reportagem de Alana Gandra, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 31/03/2011
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Fonte: EcoDebate - Cidadania & Meio Ambiente

"La resurreción de la desobediencia civil en Estados Unidos", por Cléo Fatoorehchi

PICICA: "El historiador estadounidense Howard Zinn discute en un artículo publicado en 1999 “la histórica y honrosa tradición de acciones de desobediencia civil, es decir infracciones técnicas a la ley en defensa de importantes valores sociales”."

La resurreción de la desobediencia civil en Estados Unidos

El debate sobre la desobediencia civil se ha reavivado en Estados Unidos gracias a un estudiante universitario que apeló a ese método para frustrar unas perforaciones petrolíferas cerca de parques nacionales en el occidental estado de Utah.

En diciembre de 2008, cuando estaba por terminar el mandato del presidente George W. Bush, Tim DeChristopher participó en una subasta del Bureau of Land Management (BML, oficina de gestión de tierras) y ofertó 1,8 millones de dólares por unos terrenos que no pensaba comprar. Funcionarios de la BML descubrieron la treta, DeChristopher fue detenido y acusado de falso testimonio y de violar la Ley Federal de Reforma de Subasta de Gas y Petróleo, de 1987, que autoriza al Servicio Forestal a tomar decisiones e implementar normas para otorgar contratos en terrenos con combustibles fósiles. El joven activista, entonces estudiante de economía de la Universidad de Utah, recaudó fondos y “en menos de una

Tim DeChristopher saliendo del juzgado de Salt Lake City, Utah, el 3 de marzo de 2011 (Ravell Call /AP)

semana tenía el dinero para pagar la subasta”, contó a IPS su abogado Patrick Shea. Pero “el dinero fue rechazado por las autoridades, que no querían dar un lugar a los ambientalistas”, apuntó. El gobierno de Barack Obama invalidó la subasta, archivó 77 contratos de terrenos, entre los que estaba uno por el que DeChristopher había ofertado. Pero nunca se retiraron los cargos en su contra. El activista de 28 años puede ser condenado a 10 años de prisión por dos delitos. El juicio de una semana se realizó a principios de este mes.

El jurado ignoró todos los hechos, según defensores del joven. En especial que las acciones de DeChristopher fueron motivadas por imperativos morales y una profunda preocupación por las consecuencias del cambio climático. El juez Dee Benson, de la Corte de Distrito de Estados Unidos en Salt Lake City, capital del estado de Utah, dictaminó que los miembros de jurado no deberían ser informados sobre la anulación de la subasta ni sobre el rechazo del dinero para no revelar los fines políticos del imputado. “Lo que pasó es que la industria petrolera ejerció una enorme presión sobre la fiscalía y otras organizaciones para procesarlo”, dijo Shea a IPS. “Nadie en Wall Street fue a la cárcel por la crisis financiera, que perjudicó a mucha más gente de la que pudo verse afectada por la acción de Tim”, añadió. “El fiscal dijo que pediría 41 meses, demasiado tiempo por una acción que no dañó a nadie y corrigió al sistema como siempre ha sido corregido en Estados Unidos, mediante la desobediencia civil”, indicó.

El historiador estadounidense Howard Zinn discute en un artículo publicado en 1999 “la histórica y honrosa tradición de acciones de desobediencia civil, es decir infracciones técnicas a la ley en defensa de importantes valores sociales”. La sentencia fue condenada por tres grandes organizaciones ambientalistas del país, Greenpeace, Rainforest Action Network y 350.org en una carta abierta divulgada el 7 de este mes.

“Hay una enormidad de ejemplos inspiradores de desobediencia civil en Estados Unidos para proteger el aire que respiramos, el agua que tomamos y el clima del que dependemos”, señala. “Así como los racistas debieron ser procesados cuando el Movimiento de Derechos Civiles y los británicos cuando el Motín del té en Boston, la industria del gas y el petróleo y sus amigos del Congreso legislativo deberían ir a prisión por perseguir el poder y buscar beneficios a costa de la salud de nuestros hijos”, escribió Phil Radford, director del capítulo estadounidense de Greenpeace, en un blog, el 4 de este mes. “La sentencia contra Tim es radical y desproporcionada en relación con sus acciones”, indicó Radford. “DeChristopher actuó para proteger nuestro futuro de la contaminación por dióxido de carbono y de las irresponsables manos” de los petroleros.


El fundador de 350.org, Bill McKibben, aseguró en una declaración divulgada el 3 de este mes que “Tim mostró el poder de la desobediencia civil. El gobierno debería darle una medalla, no una condena, y con el tiempo será recordado como una de las primeras batallas de la lucha por un ambiente en el que se pueda vivir”. “Si el gobierno federal cree que silenciará a la gente con ese tipo de procesos, debe pensarlo mejor”, señalaron los tres directores de las organizaciones ambientalistas.

De hecho, hay más probabilidades de que lo promueva, pues “esas situaciones son, precisamente, las que nos recuerdan por qué tenemos que ser creativos, protestar de forma no violenta y generar movilizaciones de masas”, remarcaron. “La desobediencia civil sin violencia es una de las mejores estrategias que tenemos”, dijo a IPS el activista Scott Parkin, de Rainforest Action Network. De hecho, “la gente ha realizado acciones de protesta legales y no modificó nada. Tenemos que reforzar la lucha”, remarcó.

El caso de DeChristopher concentró gran apoyo de la población. Las protestas en Salt Lake City atrajeron a personas de diferentes comunidades, muchas de ellas sin antecedentes de activismo ambiental ni político, indicó Parkin. La sentencia será dictada en junio. Shea trata de que DeChristopher deba hacer servicios comunitarios en vez de ir a la cárcel.

Fuente: Periodismo Humano

"Eterno presente de un cineasta", por Óscar Ranzani

PICICA: "Now (1965), un documental que dura seis minutos y en el que, a través de la musicalización de Lena Horne de la canción israelí “Hava Nagila”, se van sucediendo imágenes de represiones contra negros."

Aumentar tamaño del texto Disminuir tamaño del texto Partir el texto en columnas Ver como pdf 30-03-2011

Los cortos de Santiago Álvarez en el Festival de Cine Político (Argentina)
Eterno presente de un cineasta

Página 12

“A la distancia, la obra de Santiago tiene tanta fuerza como cuando estaba vivo”, señala su viuda, Lázara Herrera, directora desde el 2000 del Festival Santiago Alvarez in Memoriam, que vino a la Argentina a presentar la retrospectiva.

Resulta una ironía del destino que la vida del gran documentalista cubano Santiago Alvarez, figura esencial del cine de la isla, haya sido de película. A diferencia de otros grandes fundadores del cine post-Revolución como, por ejemplo, Tomás Gutiérrez Alea y Julio García Espinosa, Alvarez no fue director sino hasta los cuarenta años. En su juventud, se ganó la vida con diversos oficios: como aprendiz de linotipista, minero en los yacimientos de carbón de Pennsylvania, lavaplatos en Brooklyn... Hasta que finalmente estudió Medicina, Filosofía y Letras en la Universidad de La Habana y Psicología en la de Columbia (Nueva York). Pero tres meses después del triunfo de la Revolución, se creó el Instituto Cubano de Arte e Industria Cinematográficos (Icaic) y luego comenzaron a emitirse por las pantallas de los enormes cines de La Habana los históricos Noticieros Icaic, de los cuales Alvarez fue fundador y director. Estos noticieros terminaron por darle un carácter fundamentalmente político a la información que comenzó a difundirse, pero con un tratamiento estético muy personal. Si la Revolución había llegado para la transformación política y social, el cine sería desde entonces una herramienta más para consolidarla. Cuatro de los trabajos de Alvarez podrán verse hoy a partir de las 15.30 en el auditorio del Hotel Bauen (Callao 360), como parte de la retrospectiva, que integra la programación del Festival Internacional de Cine Político (Ficip). 

“A la distancia, la obra de Santiago tiene tanta fuerza como cuando estaba vivo”, señala su viuda, Lázara Herrera, directora desde 2000 del Festival Santiago Alvarez in Memoriam, que vino a la Argentina a presentar la retrospectiva. “Empezó siendo un festival nacional y ya en la quinta edición se convirtió en una muestra internacional. Y puedo decir que ese festival, al menos en Cuba, cambió el espectro del cine documental, que había decaído por el Período Especial. Y poco a poco ha habido un renacer con bastante fuerza en este género”, explica Herrera en diálogo con Página/12.

En uno de sus primeros viajes a Estados Unidos, muchos años antes del triunfo de la Revolución, Santiago Alvarez conoció el significado de la discriminación. Es que estaba viajando en un colectivo por Miami, justo cuando subió al vehículo una mujer negra con su pequeño hijo. Por aquella época, en Estados Unidos, los ciudadanos negros tenían prohibido sentarse en los asientos delanteros de los medios de transporte público. Alvarez intentó cederle el asiento y se desató un escándalo en el colectivo. Entonces, tomó al niño entre sus brazos y vociferó: “¡Para quitarme este niño, me van a tener que matar!”. Luego, Alvarez pensó que si él bajaba primero, los pasajeros se iban a desquitar con esa mujer negra. Le devolvió, entonces, el niño, y sintió alivio al ver que la mujer iba a descender antes que él. Esa anécdota está grabada a fuego en la memoria de Herrera cuando se le pregunta cómo nació la idea de Now (1965), un documental que dura seis minutos y en el que, a través de la musicalización de Lena Horne de la canción israelí “Hava Nagila”, se van sucediendo imágenes de represiones contra negros. Y Now se convirtió en un sintético y potente alegato audiovisual contra el racismo, que ya desde su título planteaba una postura: “ahora” era el momento de terminar con el racismo. Cuando Alvarez escuchó la versión de Horne recordó todas las escenas del colectivo y decidió hacer el documental que dura exactamente lo mismo que la canción. Herrera no coincide en que Now, por su concepción estética, sea catalogado como un anticipo del videoclip. “A Santiago se lo preguntaron varias veces, pero jamás admitió ni le gustaba que dijeran que Now era el anticipo del videoclip. Siempre decía que Now era una clase magistral de montaje”, asegura Herrera.

Otro de los films que se proyectarán en el Ficip es El tigre saltó y mató... pero... morirá... morirá. Se trata de una denuncia contra la dictadura de Augusto Pinochet en Chile. En paralelo a la emisión de la canción “¿Qué dirá el Santo Padre?”, de Violeta Parra, y de “Te recuerdo Amanda”, “El alma de banderas” y “Plegaria a un labrador”, de Víctor Jara –asesinado por la dictadura de Pinochet–, el documental muestra escenas de los militares quemando afiches y libros en la calle, un acto de la Iglesia con Pinochet y la famosa imagen del camarógrafo argentino Leonardo Henrichsen filmando su propia muerte durante el Tanquetazo, un intento de golpe previo al del 11 de septiembre de 1973. Con el correr de los minutos –en donde se ve a Jara cantando en un estudio de grabación–, el documental se abre al mundo con imágenes de represiones en Colombia, Santo Domingo, Vietnam e Indonesia, entre otras regiones del mapa. Son imágenes que certifican que el cine de Alvarez no se ceñía a la Cuba revolucionaria, sino también a las denuncias de lo que estaba sucediendo en los países del Tercer Mundo. “Era la denuncia del golpe de Estado de Pinochet pero, a la vez, la de la situación que vivían diferentes regiones del mundo en aquella época, donde todo estaba muy convulsionado”, sostiene Herrera. “Cuando en Cuba se supo de la forma terrible en que Víctor Jara murió, Santiago lo tomó a Jara como la figura representativa para homenajear a todas las víctimas del golpe de Estado en Chile, que fue una masacre indiscriminada”, recuerda Herrera.

El Nuevo Tango es un documental filmado por Alvarez en 1973, durante y después de la asunción de Héctor Cámpora como presidente constitucional de los argentinos. En el film se observa la llegada del entonces presidente cubano Osvaldo Dorticós, que viajó especialmente a Buenos Aires para estar en la ceremonia de asunción de mando, aun antes del restablecimiento de las relaciones diplomáticas entre ambos países. Alvarez registró el discurso de Cámpora, el recorrido de los militantes hasta llegar a Plaza de Mayo y la liberación de los presos políticos. “El Nuevo Tango estuvo guardado cerca de quince años porque se veía a mucha gente que había sido liberada de la cárcel”, recuerda Herrera. Después de que Alvarez concluyera ese trabajo, “se había muerto Perón y estaba la mano peluda del enemigo, de nuevo”, describe Herrera. Entonces, Alvarez decidió no estrenarlo “porque había mucha gente que salía en pantalla. Y eso era como entregarlos. Santiago lo guardó y no se estrenó en Cuba ni en ningún lugar. Pero tuvo el placer de estrenarlo en Buenos Aires en 1996”, comenta Herrera.

El cuarto film que ofrecerá hoy el Ficip es Hasta la victoria siempre, documental hecho por Alvarez en 1967, pensado como un homenaje al Che Guevara. “Cuando al Che lo asesinan, Fidel confirma la noticia en la televisión y se decide que cuarenta y ocho horas después se va a hacer un homenaje en la Plaza. Y le piden a Santiago montar unas imágenes para el acto. En ese momento, había pocas imágenes del Che. Guevara no era una persona que se dejara filmar. Era muy difícil lograrlo. Y Santiago tuvo cuarenta y ocho horas para hacer ese material”, sostiene Herrera. Utilizando fotografías y material de archivo, Hasta la victoria siempre no contó con filmaciones propias de Alvarez, sino que consistió en un exhaustivo trabajo de montaje que incluyó el discurso histórico que el Che pronunció en la ONU. Si bien Alvarez siempre trabajó al calor de las luchas de los pueblos oprimidos, éste fue el único material que realizó sobre el Che.

Haz click en el enlace para ver el corto Now!: http://www.youtube.com/watch?v=2E432cI5V3c

Fuente: http://www.pagina12.com.ar/diario/suplementos/espectaculos/5-21210-2011-03-29.html

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Fonte: Rebelión

Sapos & Afogados

PICICA: Este post é para Dan Jung e Bruno Cava.
De: | Criado em: 22/02/2011
Filme realizado em 2004 pelo Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados.

http://saposeafogados.blogspot.com/

março 30, 2011

Casa Breve: Residência Artística & Habitação Criativa (Belo Horizonte)


Olá pessoal,


Acreditem no dia 01 de abril iremos abrir as portas da casa...podem entrar!
 
Divulguem, apareçam, divirtam-se!!
 
Um abraço, 
 
SAPOS e AFOGADOS

Enlace Zapatista (Transmisión conjunta en defensa de las Radios Libres)

PICICA: "Los ataques constantes a los diferentes medioslibres en especial las radios libres y comunitarias son una realidad cada vez más constante y que no queremos dejar pasar por alto."

Enlace Zapatista



Absuelven a defensores de derechos humanos de Xochistlahuaca Se declara infundada la sentencia en contra de miembros de Radio Ñomndaa [...]

San Cristóbal de Las Casas, Chiapas 29 de marzo de 2011 Boletín conjunto Hostigamiento Judicial a Defensores de Derechos Humanos [...]

Transmisión conjunta en defensa de las Radios Libres Los ataques constantes a los diferentes medioslibres en especial las radios libres [...]

CICLO DE CINE DE MARZO “EL ESTADO DEL ESTADO” Cafetería y Espacion Cultural “El Viejo Antonio” Rincón Zapatista Zacatecas L@s [...]

"Retratos da Revolução, aos Cem Dias", por Antonio Martins

PICICA: "O mundo árabe, visto costumeiramente como um lugar de estagnação política, tornou-se centro de reviravoltas, inovações e esperança."

Retratos da Revolução, aos Cem Dias


Por Antonio Martins

Em 17 de dezembro de 2010, Mouhamed Bouzazi, um vendedor ambulante tunisino de 26 anos, postou uma mensagem1 no Facebook, ateou fogo ao corpo (ele morreria em 4 de janeiro) e acendeu fagulha num barril de pólvora. Seu gesto desencadearia uma onda revolucionária poucas vezes vista na História, numa das regiões mais tensas, ricas e oprimidas do planeta. O mundo árabe, visto costumeiramente como um lugar de estagnação política, tornou-se centro de reviravoltas, inovações e esperança. Cem dias depois, o futuro da revolução permanece em aberto.
As mudanças já alcançadas são extraordinárias. Duas longas ditaduras – a tunisiana e a egípcia – caíram. Repressões brutais, com dezenas de mortos, não foram até o momento capazes de conter as multidões rebeladas no Iêmen, Bahrain e Síria (onde o ministério renunciou nesta manhã – 29/3 – e pode haver mudanças importantes nas próximas horas). A chama da revolta, embora temporariamente contida, continua acesa no Marrocos (cuja realeza tarda em implementar reformas anunciadas), Argélia e Jordânia.
Na Arábia Saudita, o velho soberano viu-se obrigado a oferecer múltiplos benefícios sociais, para tentar evitar o contágio de seu reino. Tudo indica que, a médio prazo (principalmente quando o Egito puder voltar-se para fora), os ventos da mudança questionarão a dominação israelense sobre a Palestina – onde manifestações de jovens começam a exigir o fim da rivalidade sectária entre Fatah e Hamas, os dois grupos políticos tradicionais.
As novidades políticas são extraordinárias e repercutirão muito além do Oriente Médio. Na Tunísia, e principalmente no Egito, pode-se falar num novo tipo de revolução. Ela marca, como definia Trotsky, “a entrada forçada das massas no governo de seu próprio destino”. Mas quanta diferença, em relação aos objetivos e meios pensados pelo velho revolucionário russo…
As novas multidões não se organizaram em partidos – autoconvocaram-se horizontalmente, usando como ferramentas as redes sociais. Não parecem desejar a “conquista” do poder político – e, sim, condições para que todos possam construir, coletivamente, o futuro comum. Nem crêem que a superação do capitalismo possa ser feita num momento mágico, em que se tomam as fortalezas das velhas classes dominantes e se instaura um “poder revolucionário” – que passa a comandar a construção da nova ordem.
Ainda assim – e, talvez, por isso mesmo… –, a ação dos jovens árabes subverte o modo hoje hegemônico de organizar a vida social. Toni Negri e Michael Hart notaram que, na Tunísia e Egito, o novo motor da transformação foi “a juventude altamente educada, cujas ambições são frustradas” pela mediocridade da vida quotidiana. Este novo sujeito social deseja “não somente acabar com a dependência e a pobreza, mas também empoderar e dar autonomia à população inteligente e altamente capaz”.
Mas tal desejo choca-se contra um capitalismo que concentra obsessivamente riqueza e poder. Por isso, imaginam Negri e Hart, só haverá saída se for possível “inventar” formas horizontais – portanto, pós-capitalistas – de administrar a produção social, a distribuição de riquezas e os recursos naturais. Em outras palavras, trata-se de constituir uma nova democracia, que permita optar todos os dias, não apenas nas eleições; e em que a multidão – ela própria, não seus “representantes” – assuma as decisões centrais.
Esta invenção tende a se tornar um projeto comum da juventude – no mundo árabe, nas periferias das metrópoles latino-americanas, nas universidades europeias, nos call-centers da Índia, nas fábricas da China. O desejo eclodiu primeiro no Oriente Médio, onde tomou forma de revolta. Lá, tudo é mais urgente, porque não havia nem a democracia de (cada vez mais) baixa intensidade que persiste no Ocidente. Porém, outras primaveras virão…

* * *




1“Estou viajando mãe. Perdoe-me. Reprovação e culpa não vão ser úteis. Estou perdido e está fora das minhas mãos. Perdoe-me se não fiz como você disse e desobedeci suas ordens. Culpe a era em que vivemos, não me culpe. Agora vou e não vou voltar. Repare que eu não chorei e não caíram lágrimas de meus olhos. Não há mais espaço para reprovações ou culpa nessa época de traição na terra do povo. Não estou me sentindo normal e nem no meu estado certo. Estou viajando e peço a quem conduz a viagem esquecer.”


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Leia também:
  1. Os dias da Praça Tahrir
  2. O devir da revolução árabe
  3. Cinco mitos sobre a revolução árabe
  4. Hipocrisia exposta pelos ventos da mudança
  5. Os sinais que o ocidente não vê
  6. Uma revolução da paz, a solução para o Oriente Médio
  7. Egito: revolução continua firme e forte
  8. Quem tem medo da revolução árabe
  9. Revolução: Irã ganha, Israel perde
  10. O que disparou a Revolução do Jasmim

  

Fonte: Outras Palavras

"Doce fotografías en blanco y negro que no terminan de contar su historia" (Kurioso)

PICICA: "Hay fotos que se explican solas y otras que necesitan un pequeño empujón. Instantáneas que se dejan fuera de encuadre retales de la historia que quieren contar. Son grandes trabajos del fotoperiodismo olvidado, testimonios gráficos de hechos insólitos pero que suplican una pequeña aclaración. A continuación un paseo anacrónico por una pequeña colección de ellas, en blanco y negro. Recomiendo imaginar, antes de leer, el contexto de cada una de las sugerentes o impactantes imágenes."

Doce fotografías en blanco y negro que no terminan de contar su historia.


Hay fotos que se explican solas y otras que necesitan un pequeño empujón. Instantáneas que se dejan fuera de encuadre retales de la historia que quieren contar. Son grandes trabajos del fotoperiodismo olvidado, testimonios gráficos de hechos insólitos pero que suplican una pequeña aclaración. A continuación un paseo anacrónico por una pequeña colección de ellas, en blanco y negro. Recomiendo imaginar, antes de leer, el contexto de cada una de las sugerentes o impactantes imágenes.
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El ladrón de caridad.


1998. Sudán. Campamento de refugiados de Ajiep. Más de 100 personas mueren al día esperando una ración de arroz que llevarse a la boca. La peor y más ignorada crisis de hambre de la historia del país africano está en su punto álgido. La comunidad internacional, después de meses de desidia, consigue introducir ayuda en el país. El fotógrafo británico Tom Stoddart acompaña a una unidad de Médicos sin Fronteras hasta el campamento. Allí, en una de las interminables colas para recibir la caridad, capta la imagen de un niño lisiado mirando desconsoladamente a un adulto con una bolsa de cereales. La fotografía no cuenta que, cinco segundos antes, ese adulto había arrancado la bolsa de las manos del pequeño. El fotógrafo fue acusado de pasividad, recordando tristemente la historia de otra trágica fotografía. Fuente, 2.
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Un toro en la Gran Vía.


1928. Las ovejas y vacas de muchos ganaderos madrileños pastan cotidianamente por la ribera del Manzanares, el río que serpentea al sur de la capital. Uno de los astados se escapa y decide adentrarse por el Puente de Segovia hacia el centro de la ciudad. Sembrando de heces y pánico los adoquinados más ilustres del reino. En Madrid, capital del mestizaje más castizo, no escaseaba por entonces la afición y, sin arte de magia, un torero podía aparecer de cualquier esquina y así fue. Diego Mazquiarán o el “Fortuna”, será recordado como el único torero que ha matado a ‘abrigo’ y espada un morlaco en plena Gran Vía. Fuente.
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Chabolas en el paraíso.


1930. Estados Unidos apenas ha asumido el ‘Gran Crack’. Un pequeño poblado chabolista se ha asentado en lo que hoy es el suelo verde más preciado de Nueva York, el mismísimo Central Park. Los llaman los HooverVilles, en honor a la ineficacia del por entonces presidente de Estados Unidos; Herbert Hoover. Los desamparados se instalan muy cerca del ‘Belvedere Castle‘, en lo que se llamaría “La calle de la depresión”. El asentamiento desaparecería en abril de 1933, cuando se reanudaron los trabajos de adecuación del parque. Fuente, 2.
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Hitler mimetizado.


1914. Adolf Hitler se alista en el ejército bávaro a pesar de ser un ciudadano austriaco. Entusiasmado con la nueva guerra, el 2 de agosto de ese mismo año acude en Munich a la manifestación multitudinaria en defensa de la declaración de hostilidades contra Rusia. La fotografía no es una reliquia rescatada con aleatoriedad. La instantánea fue tomada, y más tarde recuperada, por Heinrich Hoffmann a la postre fotógrafo personal del Gran Dictador. Fuente. 2.
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Inocentes.


1984. 3 de Diciembre. 42 toneladas de un potente pesticida se escapan a la atmósfera en la ciudad de Bophal. La ‘Bagdag de la India’. El deficiente mantenimiento y la negligencia sostenida en la dirección de la fábrica de la Unión Carbide provocó un desastre de proporciones ‘quijotescas’. Más de 20.000 personas murieron -y siguen muriendo- desde la descomposición de la nube tóxica en cianuro, fosgeno y otros gases. Decenas de abortos espontáneos congestionaron la maternidad del hospital municipal de Hamidia. Los fetos se conservaron y clasificaron para estudiar las causas de la muerte. Fuente, 2.
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El intercambio de camisetas que nunca tuvo lugar.


1966. Mundial de fútbol de Inglaterra. La selección anfitriona gana en cuartos de final a Argentina por un gol a cero en un partido muy bronco y polémico. El entrenador de los locales, Alf Ramsey, había tachado a los jugadores argentinos de bestias y animales durante la previa. Al finalizar la contienda vio como su lateral derecho George Cohen intenta intercambiar la camiseta con el argentino Mario González. Sin dudar un instante, acudió raudo a impedir el trueque bajo la atenta mirada del fotógrafo que inmortalizó aquella afrenta a los principio básicos de la deportividad. Fuente, 2.
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La humillación.


1944. El majestuoso acorazado USS New Jersey había servido en la 5ª flota durante el asalto aliado a las Islas Marshall. En diciembre de ese mismo año, y ya como integrante de la 3ª flota de los Estados Unidos, se desplazó como apoyo a las fuerzas aliadas que operaban desde las Filipinas hasta Okinawa. En la foto, de carácter eminentemente propagandístico, puede verse a uno de los prisioneros japoneses aseándose y despiojándose -totalmente desnudo- antes de ponerse el uniforme de servicio y ante la atenta mirada de toda la tripulación. Fuente, 2.
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Comité infantil de bienvenida.


1948. Berlín occidental. La Unión Soviética tenía bloqueado completamente el oeste de la ciudad, amenazando con matar de hambre a más de dos millones de personas. El presidente Truman decide organizar unos vuelos para distribuir más de 700 toneladas de alimentos por semana en lo que se llamaría el ‘puente aéreo’ estadounidense. Los primeros vuelos provocaron el júbilo y alivio de los asediados al mismo tiempo que enojaban enormemente a los soviéticos. Fueron necesarios un año y más de 27.000 vuelos para que en Mayo de 1949 terminara por descomponerse el bloqueo. Fuente, 2.
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Escaparate de Cabezas.


1938. Porto da Folha, Brasil. Las bandas al margen de la ley se multiplicaban y actuaban con impunidad en la mitad norte del país. La lucha de las autoridades por erradicar sus actividades ilícitas se volvió paradójica y disparatada con las exhibiciones de trofeos de los clanes detenidos y ajusticiados. En la imagen, la famosa banda de los Lampião (Virgolino Ferreira da Silva, su mujer María Gomes Bonita y sus nueve escuderos)… presta sus cabezas inertes para el escarnio público en la escalinata de la Iglesia de Santana do Ipanema. Lección de casquería inventada por la policía para escarmiento de los que intentaban imitar a los malhechores. Fuente, 2.
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La soledad del refugio.


1966. Texas. EEUU. Un estudiante de la Universidad de Austin llamado Charles Joseph Whitman se convierte en el autor de una de las masacres más sanguinarias de la historia de la universidad norteamericana hasta los tiroteos de Virginia Tech en 2007. El 1 de Agosto de ese mismo año se encaramó a la torre del campus con dos fusiles y dos recortadas para asesinar a 13 personas y herir a otras 31. En la imagen, uno de los cadáveres yace muy cerca de una transeúnte escondida y atenazada por el pánico. Fuente, 2.
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El hueco que dejó ella.


1911. 22 de Agosto. Las paredes del museo del Louvre de París amanecen con una ausencia irreemplazable. Los rotativos de media Europa sacan ediciones de urgencia con la fotografía del vacío. El retrato que un día perteneció a Luis XIV, que adornó la alcoba del mismísimo Napoleón y que salió de las manos del polifacético maestro Leonardo da Vinci había desaparecido. Un carpintero italiano que se escondió la noche anterior en los sótanos del insigne museo aprovechó para descolgar la eterna sonrisa de La Gioconda y esconderla bajo su guardapolvo. La pintura se  recuperaría un par de meses más tarde. Fuente, 2.
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El beso.


1967. 17 de Julio. Florida. El fotógrafo norteamericano Rocco Morabito se encuentra de servicio para el periódico local de Jacksonville cuando un fuerte estruendo le sorprende de camino a su automóvil. Un operario de las líneas eléctricas nacionales había sufrido una aparatosa descarga de más de 4.000 voltios y se encontraba inconsciente colgado a más de 12 metros de altura. Mientras su compañero intentaba reanimarle con ‘el beso de la vida’, Rocco aprovechó para desenfundar la cámara y fabricar el premio Pulitzer de 1968. Fuente, 2.

Fonte: Kurioso

José Alencar Gomes da Silva (17 de Outubro de 1931 - 29 de Março de 1929)

PICICA: Lula e o Brasil choram a morte de José Alencar Gomes da Silva, o estadista mineiro que emocionou o país com sua simplicidade e firmeza. Grande José Alencar!

Alencar, na tarde desta terça-feira (29), foi recebida com muito pesar pelo grande amigo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pela presidente Dilma Rousseff, que estão em Portugal. Leia mais

De Portugal, Dilma e Lula falam sobre José Alencar

O presidente da República em exercício, Michel Temer, divulga nota oficial de pesar pela morte do ex-vice-presidente José Alencar, ocorrida nesta tarde no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

No documento, Temer afirma que “o ex-vice-presidente José Alencar Gomes da Silva foi exemplo de luta, perseverança e superação para todos os brasileiros. Mesmo nos momentos de maior sofrimento pessoal, transmitia otimismo permanente e fé inquebrantável. A quem o procurava para oferecer conforto pela dura provação pela qual passava, retribuía com alegria, bom humor e desassombro.”

A nota diz também que, um “homem público de valor inestimável, José Alencar teve carreira de sucesso como empreendedor no setor de tecidos e confecções, tornando-se um dos maiores líderes empresariais do país.”

Dilma e Lula – Em viagem a Portugal, a presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberam a notícia da morte do ex-vice-presidente José Alencar e fizeram uma declaração conjunta, da cidade portuguesa de Coimbra. Dilma afirmou que conversou com o filho de Alencar, Josué, e que o velório será no Palácio do Planalto. “Nós estamos em um momento de muito sentimento. Foi uma grande honra ter convivido com ele [Alencar]. Vai deixar uma marca. Estamos muito emocionados”, disse a presidenta.

Muito emocionado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou que conhece ” poucos seres humanos que tenham a alma de José Alencar, a bondade dele. O Brasil perde um homem de dimensão excepcional”. Veja o vídeo com a declaração do ex-presidente.

O ex-presidente Lula está em Portugal para receber o título de doutor honoris causa da Universidade de Coimbra. A presidenta Dilma foi acompanhar a homenagem, marcada para amanhã. Após a cerimônia, Dilma e Lula chegarão no Brasil amanhã à noite para o velório e enterro de José Alencar.

O velório realizado amanhã, no Palácio do Planalto, a partir das 10h30. Em avião militar, o corpo sairá de São Paulo (SP) às 7h e chegará à Base Aérea de Brasília às 9h15, sendo recebido pelo presidente da República em exercício, Michel Temer. Em seguida, será levado em carro aberto ao Palácio do Planalto, passando pelo Eixo Rodoviário Sul (Eixão). O corpo será recebido por ministros do governo da presidenta Dilma Rousseff e ex-ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, entre outras autoridades.

A visitação pública começará às 10h30 e se estenderá até a manhã de quinta-feira, dia 31, quando o corpo será trasladado para Belo Horizonte (MG).

Leia abaixo a nota na íntegra:

Nota de pesar do Presidente da República em Exercício, Michel Temer, pelo falecimento do ex-vice-presidente da República, José Alencar

O ex-vice-presidente José Alencar Gomes da Silva foi exemplo de luta, perseverança e superação para todos os brasileiros. Mesmo nos momentos de maior sofrimento pessoal, transmitia otimismo permanente e fé inquebrantável. A quem o procurava para oferecer conforto pela dura provação pela qual passava, retribuía com alegria, bom humor e desassombro.

Homem público de valor inestimável, José Alencar teve carreira de sucesso como empreendedor no setor de tecidos e confecções, tornando-se um dos maiores líderes empresariais do país. Tornou-se, ademais disso, conhecido nacionalmente por integrar um governo profundamente comprometido com a justiça social.

A perda de José Alencar é imensa devido à grande estatura que ele alcançou durante sua vida, seja como empresário, seja como político. Sempre de forma irreparável e exemplar. Lamento profundamente a morte desse mineiro que não conhecia fronteiras e acreditou sempre no Brasil. Transmito em meu nome, em nome da presidenta Dilma Rousseff nossa solidariedade à família e aos amigos nesta hora triste.

Michel Temer

Presidente da República, em Exercício



Fonte:  Carta Capital