abril 20, 2011

Um Pulitzer para uma reportagem digital

PICICA: "Pela primeira vez na história do Pulitzer, premiação máxima do jornalismo norte-americano, conferido pela Universidade de Columbia, foi reconhecido um conteúdo publicado exclusivamente na internet."
Imagem postada em politigarb.com

Pela primeira vez, um Pulitzer para uma reportagem digital

Maior prêmio do jornalismo dos EUA reconhece uma matéria publicada 100% na web. Jornalistas da ProPublica, agência de jornalismo investigativo, abordaram negociações escusas de especuladores de Wall Street

Pela primeira vez na história do Pulitzer, premiação máxima do jornalismo norte-americano, conferido pela Universidade de Columbia, foi reconhecido um conteúdo publicado exclusivamente na internet. A agência de jornalismo investigativo ProPublica ganhou seu segundo Pulitzer com a série de reportagens The Wall Street Money Machine (A máquina de fazer dinheiro de Wall Street, em tradução livre), de autoria dos jornalistas Jesse Eisinger e Jake Bernstein. Os jornalistas investigaram negócios escusos de especuladores de Wall Street pouco antes da crise econômica. A agência venceu na categoria reportagem nacional. A premiação ocorreu nesta segunda-feira 18.

No ano passado, a ProPublica ganhou um Pulitzer com uma reportagem sobre casos de eutanásia em um hospital de Nova Orleans após o furacão Katrina. Na ocasião, o conteúdo foi publicado em parceria com a revista dominical do The New York Times.

Leia a reportagem The Wall Street Money Machine
Leia a reportagem The Deadly Choices at Memorial

Agência independente

A ProPublica é uma agência de jornalismo independente criada em 2008. O casal Marion e Herb Sandler, após venderem o World Savings Bank ao Wachovia, usaram parte da transação bilionária para financiar, por meio da Fundação Sendler, organizações de direitos humanos e centros de estudo. Com um aporte inicial de 30 milhões de dólares, fundaram a ProPublica, sob o comando do ex-diretor de redação do Wall Street Journal.


A redação é composta por 32 pessoas que se dedicam exclusivamente a longas – e caras – reportagens investigativas. Em reportagem sobre a ProPublica no ano passado, a revista Piauí revelou que para a conclusão das 13 mil palavras reportagem sobre os médicos de Nova Orleans, foram necessários 350 mil dólares.

Já a reportagem vencedora neste ano teve a parceria do programa de rádio semanal This American Life, da National Public Radio (NPR). A parceria foi fundamental para que o assunto, tratado numa linguagem complexa dos setores de economia nos textos da ProPublica, fosse abordado de forma mais didática nas transmissões radiofônicas.

Prêmio

O Pulitzer reconhece 21 categorias, sendo 14 voltadas a produções jornalísticas. Na categoria reportagem investigativa, venceu a jornalista Paige St. John, do Sarasota Herald-Tribune, que abordou as falhas no sistema de seguros de propriedades na Flórida. Frank Main, Mark Konkol e John J. Kim, repórteres do Chicago Sun-Times, venceram a categoria Reportagem Local com uma matéria sobre a violência em bairros de Chicago. O The New York Times recebeu dois prêmios, em Cobertura Internacional e Comentário. Apesar de contar com quatro finalistas, a categoria Furo Jornalístico não teve um vencedor, fato inédito nos 95 anos de existência do Pulitzer.


Fonte: Carta Capital

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