junho 29, 2011

De como um seminário sobre análise de discurso provoca reflexão sobre a informação radiofônica baré

PICICA: O professor amazonense Sérgio Freire participará como palestrante no I Seminário Interinstitucional de Análise de Discurso, em Campinas-SP. Taí um instrumento de conhecimento dos mais importantes para interrogar sobre a doença infantil que tomou conta da radiofonia baré. Por que motivos a pluralidade das vozes sociais não são democraticamente acolhidas, algumas delas submetidas acintosamente ao deboche? Dois casos são ilustrativos: um locutor nomeia a população sem-teto de "anjinhos", condena o apoio de parlamentares que acompanham esse movimento social e ainda sugere que os "invasores" ocupem as terras dos militares "para ver o que é bom pra tosse"; outro sugere que haverá uma "carnificina" no confronto entre policiais e sem-tetos, mal disfarçando o desejo de sangue. Qual o grau de responsabilidade desses sujeitos na formação do "senso comum"? O discurso sobre os acontecimentos, aparentemente submetidos à subjetividade do "comunicador", revela mais do que esconde a incapacidade desses sujeitos em submetê-los a uma análise criteriosa. Ora, acontecimentos tem relações como o nosso passado, nossa memória e nossa história. Tais sujeitos negam a obviedade de que todo acontecimento tem um caráter processual. É preciso mais respeito com a memória discursiva da cidade, ora pois!    

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