junho 20, 2011

"A Internet e o Feminismo" (Blogueiras Feministas)

PICICA: "(...) é fundamental pensar a Internet como um direito do cidadão que o Estado tem que garantir. Devemos cobrar do governo federal a implantação do Plano Nacional de Banda Larga, com qualidade, transparência e eficiência para que o acesso à internet seja garantido por lei a todos os cidadãos."

Blogueiras Feministas 





A internet sofre de um sofisma repetido à exaustão: seria um meio livre por natureza pois qualquer um pode publicar um conteúdo, sem depender de uma concessão pública, sem depender de um volume gigante de recursos (fazer televisão e rádio consome um volume gigantesco de dinheiro). Mas, olhando de perto, até a internet precisa de uma regulamentação!

Imagem de Alex no Flickr em CC

Para começar, nem todos possuem banda larga em casa. Portanto existe sim, atualmente, uma restrição econômica de acesso a esse meio. Por isso é fundamental pensar a Internet como um direito do cidadão que o Estado tem que garantir. Devemos cobrar do governo federal a implantação do Plano Nacional de Banda Larga, com qualidade, transparência e eficiência para que o acesso à internet seja garantido por lei a todos os cidadãos.
Se o acesso à internet foi devidamente democratizado teremos, por um lado, uma liberdade incrível, por outro essa liberdade pode ampliar alguns problemas que já existiam na vida real: o cyberbullying é um desses fenômenos. As mulheres precisam interferir nesse debate pois a imagem da mulher também deve ser protegida nesse espaço e é importante discutir mecanismos que possam prevenir esses crimes virtuais.

O Marco Civil na Internet está sendo discutido em audiências públicas. O anonimato na rede é um dos tópicos mais polêmicos a serem discutidos. Afinal, o mesmo anonimato que protege os ativistas políticos, e por tabela, nós, feministas, também pode vir a proteger criminosos. A questão é delicada pois podemos perder direitos! É preciso estabelecer regras muito claras para que a nossa liberdade de militar pela eqüidade seja garantida.

Outra questão importante é o papel que os blogs têm assumido como ferramentas jornalísticas. A atividade jornalística tradicional tem alguns direitos garantidos por lei – um desses direitos, por exemplo, é o sigilo da fonte. Caso nós, feministas, queiramos utilizar o sigilo da fonte em nossos blogs, isso seria possível? Nos EUA isso não poderá acontecer. No Brasil, isso ainda está em discussão.

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