PICICA: "A ditadura ainda existe, em vários segmentos e das mais variadas formas. O Teatro Amazonas, transformado na Casa da Barbie particular do secretário Robério Braga, é um exemplo disso." Em tempo: O que falta para os artitas do circuito não oficial de Manaus ocupar a Praça S. Sebastião em nome da democracia e da liberdade do uso do espaço público? Afinal, a praça é do povo e o artista de rua não pode dela ser excluído.
O Centro Cultural Largo São Sebastião é uma praça pública localizada no Centro de Manaus-AM, que abriga o Teatro Amazonas. No começo da noite deste sábado, 25 de junho, um grupo de jovens artistas de ruas, após iniciarem uma apresentação foram convidados, por guardas do local, a se retirarem. Veja o video.
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Artistas de rua são convidados a sair de praça pública
Não é de hoje que o secretário de cultura (erudita-clássica) do Amazonas, Robério Braga, trata o “Centro Cultural Largo de São Sebastião” como sendo quase um espaço privativo, onde só se entra a convite do dono da casa e muito preferencialmente depois de limpar bem os pés. Em novembro de 2009, em pleno dia da Cultura, artistas de rua foram literalmente expulsos da praça pública. Eu presenciei o acontecimento e escrevi sobre ele, lá no no antigo Blog do Bentes:
“Um grupo formado por três artistas de rua foi expulso por pelo menos sete homens armados de cassetetes da praça conhecida como ‘Centro Cultural Largo de São Sebastião’, local onde está o mundialmente conhecido Teatro Amazonas, no Centro de Manaus, e onde desfilam todos os anos – em tapete vermelho – atores e diretores brasileiros e estrangeiros pagos para participar do Amazon Film Festival, o festival de cinema do Amazonas.O incidente aconteceu por volta de 21h30 desta quinta-feira (5) – data em que se comemora o Dia Nacional da Cultura – nas proximidades de uma pizzaria, pouco depois da apresentação do grupo, que era formado por uma argentina, um uruguaio e um brasileiro. Os artistas ainda eram aplaudidos quando foram cercados pelos homens.Incomodados com a ação dos seguranças, clientes da pizzaria passaram a aplaudir os artistas de pé, como forma de protesto. Foi quando um homem moreno, de baixa estatura e identificado apenas por ‘Francisco’ solicitou que os artistas fossem expulsos da praça pública.”
Eis que, quase dois anos depois, mantido o secretário, não era possível imaginar que a política da secretaria fosse outra além da discriminatória, excludente, separatista, elitista e extremamente hostil às manifestações culturais não regadas aos vinhos caros bebidos por Robério Braga e seus asseclas da cultura europeia. E foi pela (e para a) manutenção desta política avessa a tudo o que é popular, que vi cena exatamente igual na noite deste sábado (25), no mesmo local. Sem explicações desnecessárias, publico aqui o breve vídeo feito pelo jornalista Rômulo Araújo, que me acompanhava, assim como duas amigas, que mostra um resumo do que houve.
Repare, prezado leitor, na maravilhosa resposta de um dos artistas diante do convite feito pelos seguranças ao grupo para que se retirassem do local. A ditadura ainda existe, em vários segmentos e das mais variadas formas. O Teatro Amazonas, transformado na Casa da Barbie particular do secretário Robério Braga, é um exemplo disso.
Fonte: Identidade Bentes
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