julho 24, 2011

"Meia noite em Paris, Woody Allen", por Bruno Cava

PICICA: "Mordaz especialmente com os ricos, os deslumbrados e os autoindulgentes, Allen chega a ser obsessivo em sua temática de reencantar a existência, de encontrar a beleza nas pequenas sutilezas do cotidiano. Embora ele mesmo não acredite muito nisso. É como se ele não conseguisse engajar-se totalmente no que acontece. Guarda certa distância, certo grau inafastável de descrença e ironia."
Crítica: Meia noite em Paris (Midnight in Paris), Woody Allen, 2011, EUA/Espanha, 100 min.


Woody Allen é um pessimista, quase um fatalista. Mas o pessimismo dele não renuncia à visão romântica da vida. Seus filmes estão imbuídos de uma condescendência, quiçá encantamento, diante da banalidade atroz que nos cerca e anula por todos os lados o tempo todo. Mordaz especialmente com os ricos, os deslumbrados e os autoindulgentes, Allen chega a ser obsessivo em sua temática de reencantar a existência, de encontrar a beleza nas pequenas sutilezas do cotidiano. Embora ele mesmo não acredite muito nisso. É como se ele não conseguisse engajar-se totalmente no que acontece. Guarda certa distância, certo grau inafastável de descrença e ironia.


Em Meia noite em Paris, Allen chega às raias do escárnio ao retratar turistas americanos em viagem à Paris. A noiva Inez a reduz a uma cidade de compras e museus, e passa o filme ignorando sistematicamente os desejos do noivo e protagonista, Gil Pender. Os pais dela, Helen e  John, ricos e convencionais, só se interessam por quanto as coisas custam, quanto as pessoas ganham, e o que vão comer no jantar. O amigo, Paul, passeia por pontos turísticos pavoneando-se com uma típica “erudição de catálogo”, incapaz de sair dos lugares comuns — um típico e ególatra intelectual, atrás de belas mulheres e reconhecimento fácil. A câmera colhe a banalidade geral no nível dos gestos e expressões.


Somente Gil, alter ego de Allen, exprime sensibilidade para tentar desviar desse mundo achatado e previsível.  Como bom fatalismo, não deixa de comparecer a autoironia. O personagem trabalha em Hollywood escrevendo roteiros de cinemão, uma atividade lucrativa que ele quer abandonar. No meio do caminho da vida, ambiciona um mundo além da parede de mau gosto e aburguesamento. Romântico, sabe saborear uma caminhada na chuva e um disco antigo de Cole Porter. E flana por praças iluminadas, ruas tortuosas e formosos bulevares, atrás de uma inspiração que não vem.


No entanto, seu cotidiano banal o prende, está amarrado às relações vazias com a noiva e a profissão, falta-lhe um empurrão. Que acontece graças à fantasia cinematográfica, como em A rosa púrpura do Cairo. Gil descobre casualmente uma máquina do tempo e é arremessado a seu sonho de idade de ouro. Participa de festas da boemia ilustrada, frequenta a casa de intelectuais de Gertrud Stein, conversa com Scott Fitzgerald, Hemingway, Picasso. Apaixona-se por uma musa, vive um romance lírico. No melhor espírito modernista antiburguês, Gil parece ter encontrado o seu habitat e os seus iguais.


Mas aí a autoironia dá um novo passo. O sonho dourado se revela uma mistificação. Os personagens literários não vão além de caricaturas, vulgatas e citações. Afinal, o passado por si só não tem como reencantar o mundo, senão como nostalgia que nega o presente. A paixão, apenas mais uma ilusão. O romantismo se desencanta. Só então, ao resgatar uma honestidade vital plena, Gil está pronto para mudar de vida e tornar-se, sem ilusões, o que deseja para si. Agora, no seu mundo, como tem de ser. Conclui-se a inteligente parábola.


Curioso o modo como Meia noite em Paris tem sido incensado pela maioria da crítica e Allen, depois de 41 filmes, plantado num pedestal. Talvez, atrás da rotina patética de premières, festivais e holofotes, atrás das cortinas, ele esteja esboçando um sorriso maroto. Como diria o honestíssimo Hemingway, “se você obtém sucesso, é sempre pelas razões erradas; se você se torna popular, é sempre pelos piores aspectos de seu trabalho”.

Fonte: Quadrado dos Loucos

Entrevista: Peter Joseph, o realizador da série de docs "Zeitgeist"

PICICA: Peter Joseph foi quem realizou o primeiro filme Zeitgeist como um experimento audiovisual artístico para compor uma performance. Em tempo: A dica é fabricio k.
Entrevista com Peter Joseph, realizador da série de docs "Zeitgeist" PDF Imprimir E-mail
blog - Blogue especial do Bahiadoc no Cine Futuro

Na terça-feira, 25, Peter Joseph - realizador da série de docs Zeitgeist - participará dos  Diálogos no Cine Futuro, sobre o cinema na era da viralidade. (Aguardem novidades aqui no Bahiadoc)


Enquanto isso, conheça Peter Joseph! "Quem é Peter Joseph?" (Who is Peter Joseph?) é um minidoc de Charles Robinson. O doc é, na verdade, uma entrevista, realizada no final de 2009, com o realizador independente e ativista norte-americano que, inicialmente, realizou o primeiro filme Zeitgeist como um experimento audiovisual artístico para compor uma performance. Depois da publicação do material no Google Vídeo, mas de 50 milhões de pessoas assistiram o filme nos primeiros seis meses! Joseph já realizou duas continuações ou complementos do primeiro filme, tornanso-o uma trilogia - mas a quarta edição da série já está em andamento: "Zeitgeist - Beyond the Pale", com lançamento previsto para 2012. Os filmes estão disponíveis para download no sítio oficial http://zeitgeistmovie.com/


No sítio do minidoc (http://whoispeterjoseph.com/) há diversas opções de download.

"Quem é Peter Joseph?" (2009) - (parte 1 de 5 - co legendas em português):



Veja parte 3 e seguintes nos vídeos relacionados no Youtube.

Fonte: Bahia Doc

julho 23, 2011

Amy Winehouse virou purpurina

PICICA: Dedico este post a dois fãs de Amy Winehouse: Jorge Laborda, que me apresentou a maior cantora pop dos últimos tempos, e Max Teixeira, que traduziu as letras de suas canções em uma das nossas audições. Sua morte estava anunciada. Imolou-se publicamente por um amor não correspondido. É o que dizem os tablóides sensacionalistas ingleses. O lado trágico dessa morte anunciada será exaustivamente relacionada com as drogas usadas pela cantora, e pela bilionésima vez veremos os traficantes de emoções baratas reforçar o discurso proibicionista enfatizando o sintoma particular de Amy Winehouse, como se ele não fizesse parte de um único sintoma social. O uso abusivo de drogas tem mais a ver com a sociedade que vivemos do que com as idiossincrasias deste ou daquele sujeito. O racionalismo barato e o fundamentalismo religioso vigente na sociedade atual irão crucificá-la. Mal se dão conta que são parte do atual sintoma social. Ora, as verdades não tem outra forma de se expressar senão pelo sintoma. Na economia subjetiva de hoje há um padrão de gozo em causa. Sua instalação se dá num processo de troca que não consegue responder a tudo. Daí porque a toxicomania é o triunfo e a verdade da economia de mercado. Seu produto propõe anular todas as outras formas de gozo. É no campo desse "estado de dependência", que há sempre alguém querendo lucrar com a oferta de outros produtos a tomar esse lugar. Nessa guerra, perdemos um dos nossos melhores talentos. Nada indica que outras perdas venham a ser evitadas.

Back to Black

He left no time to regret
Kept his dick wet with his same old safe bet
Me and my head high
And my tears dry, get on without my guy
You went back to what you knew
So far removed from all that we went through
And I tread a troubled track
My odds are stacked, I'll go back to black

We only said goodbye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to
I go back to us

I love you much
It's not enough, you love blow and I love puff
And life is like a pipe
And I'm a tiny penny rolling up the walls inside

We only said goodbye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to
We only said goodbye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to

Black, black, black, black
Black, black, black...
I go back to
I go back to

We only said goodbye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to
We only said goodbye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to black

Volta Ao Luto

Ele não deixou tempo pra se arrepender
Ficou na "meia bomba" com a mesma velha e segura aposta
Eu e minha cabeça embriagada
E minhas lágrimas secas, continuo sem meu cara
Você voltou para o que você já conhecia
Saindo totalmente de tudo pelo que nós passamos
E eu trilho um caminho tortuoso
Minhas chances estão empilhadas, eu vou voltar ao luto

Nós apenas dissemos adeus com palavras
Eu morri uma centena de vezes
Você volta pra ela
E Eu volto ao
Eu volto pra nós

Eu te amo tanto
Isso não é suficiente, você ama cheirar e eu amo dar um trago
E a vida é como um cano
E eu sou um minúsculo centavo rolando paredes adentro

Nós apenas dissemos adeus com palavras
Eu morri uma centena de vezes
Você volta pra ela
E eu volto ao
Nós apenas dissemos adeus com palavras
Eu morri uma centena de vezes
Você volta pra ela
E eu volto ao

Luto, luto, luto, luto
Luto, luto, luto...
Eu volto ao
Eu volto ao

Nós apenas dissemos adeus com palavras
Eu morri uma centena de vezes
Você volta pra ela
E eu volto ao
Nós apenas dissemos adeus com palavras
Eu morri uma centena de vezes
Você volta pra ela
E eu volto ao luto

"Murdoch: a ponta do iceberg" (Carta Maior)

PICICA: O caso Murdoch põe na pauta um tema que não agrada o conglemarado midiático, lá e cá. Se o Brasil não amarelar, chegou a hora de criar instrumentos e espaços de regulação da mídia nacional. A sociedade não pode mais ficar exposta aos interesses de meia dúzia de famílias que controlam a mídia tupiniquim. Chegou a hora de deixarmos de ser uma grande Sucupira e por fim às práticas "murdochistas", como diria o canalha do Odorico Paraguaçú

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Boletim Carta Maior - 22 de Julho de 2011Ir para o site






Nos últimos dias, a Inglaterra vem sendo palco de um escândalo político midiático que atingiu o coração do poder político do país. O escândalo do jornal News of the World, acusado de realizar escutas telefônicas ilegais, expôs as relações incestusosas do grupo jornalístico comandado por Ruppert Murdoch, o todo poderoso dono da Fox News e de inúmeros outros veículos espalhados pelo mundo, com integrantes do governo britânico.


O escândalo acabou por transbordar as fronteiras da Inglaterra, ao expor práticas que vêm se disseminando pela imprensa de vários países, inclusive o Brasil.


"Isto demonstra a permeabilidade do poder político e partidário à mobilização opinativa de grandes conglomerados de comunicação. Não creio que este seja um fenômeno apenas britânico”, observa o filósofo Vladimir Safatle, professor da Universidade de São Paulo, em entrevista à Carta Maior.


Alberto Dines, experiente jornalista brasileiro, afirma: "O espetáculo midiático-político a que assistimos galvanizados há mais de dez dias não tem nada de absurdo ou fantasioso. O impensável está aí, ao vivo, em cores, banda larga, 3D, alta velocidade, altíssima definição, continuamente repetido, reeditado. Vem sendo montado, a céu aberto, sem segredos ou disfarces, há pelo menos duas décadas com a participação de um elenco planetário".


O novo especial da Carta Maior "Murdoch: a ponta do iceberg" traz uma série de reportagens, artigos e entrevistas tratando não só do escândalo na Inglaterra, mas do tema que ele recoloca na ordem do dia, especialmente no brasil: a necessidade de instrumentos e espaços de regulação da mídia, que permitam à sociedade evitar práticas como estas que foram expostas agora naquele país.



LEIA NO ESPECIAL "MURDOCH: A PONTA DO ICEBERG": 

Infomativo ENED 2011 - Tribunal Popular: O Estado de Direito no banco dos réus


PICICA: Diante da violação dos direitos humanos, em debate o papel do Estado de Direito.


Infomativo ENED 2011 - Tribunal Popular: O Estado de Direito no banco dos réus!
Utilizando-se da proposta lúdica por meio da qual, em 2008, diversos movimentos sociais, entidades de defesa de direitos humanos, juristas, etc., denunciaram as violações a direitos humanos realizadas sistematicamente pelo Estado (veja mais em www.tribunalpopular.org.br), a FENED propõe, como tema do Encontro, debater o papel do Estado de Direito perante:


1) Caso 1 - Direito à moradia e remoções forçadas: Jardim Pantanal (São Paulo) - ANEXO 1

Os conflitos em torno da terra no meio urbano, utilizando-se dos emblemáticos casos ocorridos no início de 2011, em que comunidades localizadas na periferia da cidade de São Paulo sofreram fortemente o impacto das chuvas dada a desordenada urbanização da cidade, a negligência estatal no que tange a garantia de infra-estrutura básica e condições dignas de moradia e o predomínio da especulação imobiliária e interesses privados, sobre o direito à cidade. 


2) Caso 2 - Questão indígena: Guaranis Kaiowá (Mato Grosso do Sul) - ANEXO II

A luta das comunidades indígenas na defesa de sua identidade cultural e de acesso à terra, num contexto de expulsão dessas populações do campo, pela política de expansão do agronegócio. 


3) Caso 3 - Violência policial e criminalização da pobreza: Complexo do Alemão (Rio de Janeiro) - ANEXO III

A sistemática violência empreendida contra as populações pobres, em sua maioria jovens e negros, nos morros cariocas, e o problema do tráfico nas comunidades.

Assim, ocorrerá a simulação de uma sessão de Tribunal do Júri em que o réu será o Estado. Desta forma, será um espaço dado à sociedade para denunciar a violência cometida contra direitos humanos, em que os estudantes de direito poderão tomar contato com a realidade social e com ela dialogar, elaborando coletivamente posicionamentos críticos sobre o papel do Estado de Direito em que estamos inseridos. 


Para tanto convidamos:


JUIZ - Doutor Alberto Alonso Muñoz (Associação dos Juízes pela Democracia) 
Fundada em 1991, a entidade tem como objetivo a defesa abrangente da dignidade da pessoa humana, a democratização interna do Judiciário, de forma que seja capaz de dar respostas eficazes a conflitos cada vez mais complexos e inéditos que surgem na sociedade de massa, e o resgate do serviço público (como serviço ao público) inerente ao exercício do poder, que deve se pautar pela total transparência, permitindo sempre o controle do cidadão. Os juízes que dela participam trabalham para que a mentalidade e a cultura jurídica dos juízes se abram para novas posturas, buscando na heterointegração da lei e na interdisciplinariedade uma visão crítica que leve à realização substancial da democracia e à justiça social, por entenderem que não basta que o juiz bem conheça a lei. Ele tem que dar ao Direito o sentido de uma prática social rumo à utopia de uma sociedade justa.(www.ajd.org.br)

PROMOTORIA - Plínio de Arruda Sampaio
É um intelectual e ativista político brasileiro, formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1954. Foi promotor público, deputado federal constituinte e atualemente preside a Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), além de dirigir o semanárioa Correio da Cidadania. Nas eleições de 2011 foi candidato à Presidência da República pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade).


RÉU - Grupo Folias Darte
Há onze anos, um coletivo de artistas e pensadores constituíram em São Paulo um "... celeiro. Ponto de convergência entre fazedores/criadores teatrais e dos cidadãos interessados em construir a vida social e política da cidade, do Estado e do país. Um celeiro de idéias, de espetáculos, de experiências, como a demonstrar que o homem nasceu condenado a ser livre e criativo. Espaço de convergências entre o erudito e o popular. Espaço para síntese das contribuições teóricas e práticas de diferentes latitudes. Território da arte contra a barbárie do nosso tempo". (www.galpaodofolias.com.br)



CASO 1 - JARDIM PANTANAL


Testemunhas:

. Maria Zélia Andrade
. Ronaldo Delfino de Soares
Lideranças populares da comunidade constantemente ameaçada por enchentes e novos despejos.


CASO 2 - INDÍGENAS GUARANIS KAIOWÁ

Testemunhas:

. Cacique Ládio Veron
. Valdelice Veron
Filhos do cacique Marcos Veron Avá Taperendy, líder Guarani Kaiowá assassinado no dia 13 de janeiro de 2003, por grupo trabalhando a serviço do proprietário da fazendo onde estavam acampados.


CASO 3 - COMPLEXO DO ALEMÃO

Testemunhas: 

. Patricia de Oliveira
Membro da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, que surgiu em 2004 depois da chacina do Borel e é formada em sua maioria por familiares das vítimas violência policial do Estado.

. Márcia Honorato
Membro do Comitê Estadual de Prevenção e Combate a Tortura do Rio de Janeiro, que atua enfrentamento às violações dos direitos humanos das pessoas sujeitas à privação de liberdade, seja no sistema prisional, sócio-educativo, manicômios judiciários e outras instituições totais além de denunciar a atuação de grupos de extermínio.



Jurados

. Arão da Providência
Advogado e liderança do movimento indígena da etnia guajajara

. Babau Tupinambá
Cacique da Aldeia da Serra do Padeiro, membro da APOINME, uma das principais liderança do Povo Tupinambá, esteve preso ano passado, acusado de formação de quadrilha, chefiar bando e esbulho possessório e torturado por agentes da Policia Federal, isto pelo fato de estarem realizando retomadas das terra do Povo Tupinambá no sul da Bahia.


. Maira Bueno 
Geógrafa e coordenadora-geral de pesquisa monitoramento territorial 

. Camila Salles
Doutoranda em Geografia Humana pela USP e Consultora UNESCO/FUNAI no estudo ambiental de Identificação e Delimitação das Terras Indígenas Guarani Cambirela e Massiambu (SC)

. Edgard Amaral
Pesquisador da questão indígena

Felipe Choco
Rapper do Grupo Kilombagem (antiga posse de hip hop chamada Núcleo R.O.T.AÇÃO ? Resistência Organizada de Trabalho e ação). Existente desde 2003 o Grupo Kilombagem  desenvolve estudos e projetos nas áreas de trabalho e capitalismo, africanidades, combate ao racismo, Saúde da População Negra, implementação da Lei 11.645/08, arte e cultura negra.

. Sérgio Salomão Shecaira - A confirmar
Professor Doutor de Direito Penal e Criminologia da USP, ex-presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, que demitiu-se por não ter apoio do Ministério da Justiça para dar cabo às denúncias sobe a situação dos presídios brasileiros. 

. Gustavo Reis
Defensor Público e diretor assistente da Escola Superior da Defensoria Pública do Estado de São Paulo

. Simão Pedro
Deputado Estadual do PT (Partido dos Trabalhadores)

. Helena Silvestre
Militante da Luta Popular

. Douglas belchior 
Professor de história e integrante do Conselho geral da União de Núcleos de Educação Popular Negras/os e Classe Trabalhadora (UNEAFRO Brasil)

. Milton Barbosa 
Representante do Movimento Negro Unificado





ESTRUTURA DO JULGAMENTO:


10:00 ? 14:00 Primeira Parte



. APRESENTAÇÃO DOS CASOS
20 minutos cada caso ? 1h no total


Caso 1) Jardim pantanal: Marzeni Pereira da Silva - liderança popular da comunidade


Caso 2) Indígenas Guaranis Kaiowá:  Rogério Batalha Rocha - advogado do Conselho Indigenista Missionário (CIMI)


Caso 3) Complexo do Alemão


. TESTEMUNHAS
20 minutos cada ? 2h


. PROMOTORIA
30 minutos


. DEFESA
30 minutos

14:00 ? 15:00 Intervalo para almoço

15:00 ? 19:00 Segunda Parte



. LANÇAMENTO DO LIVRO DO TRIBUNAL POPULAR 2008
40 minutos


. JURADOS
15 minutos cada


. JUIZ
30 minutos





!!! Informações Importantes !!!

No dia 28/07, o café da manhã começará as 07:00 para que possamos marcar um ponto de encontro (no auditório da Faculdade Zumbi dos Palmares) às 08:00. 

Conforme formos aglutinando grupos de pessoas interessadas em assistir a sessão do Tribunal, tiraremos responsáveis para acompanhá-los até o Metrô (aproximadamente 10 minutos de caminhada), onde nos dirigiremos à Estação Sé, onde nos dirigiremos ao Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP).
A passagem de metrô em São Paulo custa R$ 2,90. Portanto, você deve levar consigo R$ 5,80 para garantir sua ida e volta da atividade.

Nesse dia, não será disponibilizada refeição do almoço no local da atividade.

Para aqueles que optarem por ficar no Clube de Regatas Tietê, o almoço será servido normalmente no mesmo local e horário.
Contudo, a região central é vasta em restaurantes, lanchonetes, barraquinhas, a preços baratos, onde você poderá se alimentar.
Sendo assim, não esqueça de levar dinheiro para o almoço! Com 10 reais você comerá muito bem!

Para conhecer melhor os casos, dê uma olhada nos ANEXOS I, II e III. Esses documentos sintetizam a denúncia feira ao Estado de Direito Brasileiro, a partir de dados fornecidos pelos movimentos sociais e matérias publicadas na imprensa.


-- 
Para maiores informações ? www.ened2011.wordpress.com
Facebook: /ened2011 
Twitter: @ened2011 
Orkut: Perfil ENED 2011 ? http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=4177038460983441245Comunidade ENED 2011 São Paulo -http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=107497295
Conheça também a sua Federação, entre no site: www.fened.org.br


Fique atento para novas informações! 


*** Se você quiser receber o cartaz com uma melhor qualidade para impressão envie um e-mail para ened2011@gmail.com, solicitando o envio.

julho 22, 2011

Rupert Murdoch contra el periodismo independiente: documental del año 2004

PICICA: Para Murdoch, creador de Fox News, no hay distinción entre notícia e opinión.
La guerra de Rupert Murdoch contra el periodismo
Gran documental del año 2004, donde se muestran ya las señas de identidad del emporio de Murdoch: acabar con cualquier vestigio de periodismo independiente.
20/07/2011.


Documental, OUTFOXED Rupert Murdoch´s War on Journalism Spanish Sub
Trata del noticiario de la Fox (una cadena del imperio de Rupert Murdoch). El lema de Fox News es "fair and balanced" más o menos "justo y equilibrado" pero en realidad demuestra lo contrario, carente de objetibidad, manipulando sin reparo la realidad, presionando incluso a sus reporteros en favor de los neo-conservadores, el partido republicano y el gobierno de George W. Bush. Gracias al Trabajo de No somos Tontos Ni ciegos, Rafapal y Greg G. Por la subtitulacion.

Meus heróis não morreram de overdose: "Memórias", de Gregório Bezerra

PICICA: Tomei conhecimento do PCB quando li, muito jovem - nem bem completara os 14 anos de idade -, a obra de Jorge Amado "Subterrâneos da Liberdade", escrita quando ele ainda sofria influência da orientação ideológica estalinista que dominava o Partido. Descontada a gravidade das consequências do estalinismo (1935-1958) no desenrolar da história, o que importava, para mim, foi a descoberta de um grupo de homens valentes na luta contra a tirania e a opressão popular. Só mais tarde, na vida universitária, pude entender o cenário político e os atores que se moviam na luta contra a ditadura getulista, conhecida como Estado Novo (1937-1945) e a ditadura cívico-militar (1964-1985). Um nome me marcaria em leituras posteriores, sobretudo a que nos eram indicadas pela chamada imprensa nanica: Gregório Bezerra. Sua coragem e valentia só encontra paralelo entre aqueles que honravam a pátria a quem serviam, período em que o patriotismo ainda não fôra vilipendiado como convicção e como prática. Ele não seria o primeiro militar comunista conhecido na história república brasileira. Mas como os outros, deu seu testemunho de amor ao Brasil, como já não vê mais. Meu despertar para a história do Brasil  tem antecedentes, mas aqui presto minha homenagem a Jorge Amado, que aguçou minha curiosidade depois que o descobri nas prateleiras da Livraria Acadêmica, de uma Manaus que possuia apenas 4 livrarias, ali pelos anos 1960, todas na rua Henrique Martins, a poucos metros do Canto do Fuxico, lugar onde circulavam as informações nos anos 1970, nem todas de boa procedência. Vi, como muitos jovens da minha geração, a decadência do PCB. Optei pelo PT. Ajudei na sua fundação. Mesmo porque alguns desses homens valentes passariam a caminhar conosco. Tínhamos o sentimento de estarmos em boa companhia. Basta citar a figura do grande Apolônio de Carvalho, que como Gregório foi do PCB e da Aliança Nacional Libertadora. Que falta ele faz ao PT atual! Grande Jorge Amado. Maior ainda, o nosso Gregório Bezerra, um dos heróis amados pela minha geração. Oportuno o relançamento de "Memórias", de Gregório Bezerra, considerando que a longa noite da ditadura militar subtraiu das gerações mais jovens a história dos nossos heróis.


A história de um valente

Quando aos sete anos ficou órfão de pai e mãe, transformou-se em trabalhador rural assalariado. Condição que só foi interrompida quando, aos dez anos, foi trazido por uma família latifundiária para o Recife com a promessa de criá-lo e alfabetizá-lo, promessa que não foi cumprida. Ao invés da escola prometida, o pequeno "Grilo", como era chamado na infância, tornou-se um escravo mirim: acordava às 4h da manhã, varria, lavava banheiros, encerava pisos e cuidava de animais. Não aceitou este estado de coisas e fugiu. O artigo é de Luciano Morais e Roberto Numeriano.

A reedição do livro "Memórias", autobiografia de Gregório Bezerra, pela Boitempo Editorial (648 págs., R$ 74,00), comemora um símbolo de resistência e convicção política e ideológica, valores cada vez mais ausentes no meio político brasileiro. No livro, o revolucionário comunista narra toda sua trajetória de vida e militância, momentos vividos durante os principais acontecimentos da vida política e social do Brasil no século XX. 

Gregório começa a autobiografia "Memórias" narrando a seca e a escassez de alimentos que maltratava constantemente os nordestinos, e que o atingiu duramente em sua infância no município de Panelas, "Fui, assim, uma criança gerada com fome no ventre materno. Sim, porque minha mãe passava fome, e eu só podia nutrir-me de suas entranhas enfraquecidas pela fome".

Quando aos sete anos ficou órfão de pai e mãe, transformou-se em trabalhador rural assalariado. Condição que só foi interrompida quando, aos dez anos, foi trazido por uma família latifundiária para o Recife com a promessa de criá-lo e alfabetizá-lo, promessa que não foi cumprida. Ao invés da escola prometida, o pequeno "Grilo", como era chamado na infância, tornou-se um escravo mirim: acordava às 4h da manhã, varria, lavava banheiros, encerava pisos e cuidava de animais. Não aceitou este estado de coisas e fugiu. Morou nas ruas do Recife pegando fretes na Estação Central, vendendo jornais e dormindo embaixo da ponte Buarque de Macedo. Trabalhou na construção civil e aos dezessete anos foi preso e condenado há quatro anos por agitação grevista, já influenciado pelos recentes acontecimentos protagonizados pelo proletariado russo.

Os trabalhos no porto do Recife foi sua atividade após a liberdade. E neste período resolveu dedicar-se à carreira militar, entrando no Exercito Brasileiro, onde se destacou nas atividades físicas e na prática de esportes individuais e coletivos. Ao ser humilhado por um colega de farda, ele decide alfabetizar-se. Isso, aos 27 anos. Alfabetizou-se por conta própria, dedicou-se e foi aprovado para Sargento, consagrando-se Sargento-Instrutor em Educação Física.

Sua ascensão militar coincide com a aproximação com o Partido Comunista Brasileiro, o PCB, ainda em 1929. Mas foi por causa da organização da Aliança Nacional Libertadora - ANL, onde foi o principal nome do levante de 1935, liderado pelo Partido Comunista, que Gregório Bezerra foi declarado inimigo nº 1 das oligarquias pernambucanas e das forças armadas. Foi preso e ficou incomunicável por dois anos, integrando-se depois aos demais presos políticos da Casa de Detenção do Recife (atual Casa da Cultura). Ali, criou uma sólida e influente base do Partido até sua transferência para o Presídio na ilha de Fernando de Noronha, onde encontrou com vários camaradas insurretos, oriundos do Rio de Janeiro e de outros estados.

Com o final da Segunda Guerra Mundial e o início do movimento pela democratização do país, são postos em liberdade todos os presos políticos e concedida a legalidade ao PCB. Neste Período de reformas políticas, o Partido Comunista surge no cenário nacional como uma força significativa, pelo prestígio da URSS ao fim da guerra. Pela adesão de vários intelectuais e artistas ao Partido, pelo reconhecimento da classe operária e pelo carisma e admiração em torno de Luiz Carlos Prestes e Gregório Bezerra. Em seguida, a participação nas eleições à Constituinte de 1946 garante ao PCB uma grande representação parlamentar em nível federal, elegendo 15 deputados. Gregório é eleito Deputado Federal com a maior votação em Pernambuco.

A participação de Gregório Bezerra e dos comunistas na Assembléia Nacional Constituinte e no Congresso Nacional durou pouco. Apenas o suficiente para aprovar uma avançada Constituição à época e o necessário para mostrar o quão frágeis eram os conceitos de liberdade e democracia para as oligarquias nacionais, quando os trabalhadores reivindicam seus direitos e questionam a exploração.

Cassados os mandatos dos comunistas, Gregório é vítima de uma grande farsa: ainda residindo no Rio de Janeiro, é acusado pelo incêndio criminoso no 15º Regimento de Infantaria na Paraíba. Foi preso e levado à João Pessoa, onde é hostilizado pelos militares influenciados com aquela armação.

Após um longo período incomunicável no 15º RI, foi transferido para o Recife e jamais poderia imaginar que os fogos que explodiam por toda a cidade era parte da mobilização do PCB para saldar sua chegada. 

No dia seguinte, em frente ao quartel da Companhia de Guardas da 7ª Região Militar se concentrou uma verdadeira multidão para visitá-lo. Prevenido pelo comandante responsável por sua guarda que só poderia visitá-lo, os parentes, Gregório disse: Mas todos os que estão aí fora, tenente, são da minha família. Ele retrucou: Impossível, Gregório. Tem gente aí fora de todos os tipos: tem gente bem vestida, branca, mas também tem pretinhos descalços e esfarrapados. Então ele arremata: “Pois bem, mande entrar primeiro os pretinhos esfarrapados, que são os meus parentes mais próximos (...)” O comandante sorriu, e disse: “É por isso que tu estás aqui, Gregório...”

Após um longo período de dura clandestinidade organizando sindicatos rurais em Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais e Paraná, ressurge para atuar na articulação da Frente do Recife, elegendo primeiro o udenista Cid Sampaio e depois Miguel Arraes. A atuação mais expressiva do homem feito de ferro e flor é registrada neste período. Gozava de grande prestígio na zona da Mata Sul, reunindo centenas de delegados sindicais filiados ao Partido Comunista.

Em 30 de março de 1964, retorna ao Recife para oferecer resistência ao golpe em andamento e solicitar armas para munir os trabalhadores. Encontrou o Palácio do Campo das Princesas ocupado pelos militares. Tal episódio mereceu um comentário posterior: em 1935 tínhamos as armas e não tínhamos os homens, e agora temos os homens e faltam-nos as armas. 

Foi capturado no dia 2 de abril pelo 20º Batalhão de Caçadores nas proximidades do município de Cortez enquanto tentava desmobilizar os camponeses desarmados. Levado ao Quartel de Moto mecanização de Casa Forte, sob os “cuidados” do sanguinário coronel Villoc que, com golpes de cano de ferro, pontapés na boca, tórax e testículos, e o ódio de anos fora descarregado. “Já estava totalmente ensopado de sangue e com todos os dentes quebrados. Sentaram-me numa cadeira com três homens me segurando por trás enquanto Villoc arrancava meus cabelos com um alicate. Depois, obrigaram-me a pisar numa poça de ácido de bateria. Em pouco tempo, estava com a sola dos pés em carne viva.” 

O espetáculo de horrores promovido pelo sádico Villoc precisava de platéia. Então, saíram às ruas. A sola dos pés estava repleta de pedregulhos encravados, uma corda no pescoço amarrada ao jipe que carregava o verdugo gritando “Linchem este bandido! É um monstro!” E assim percorremos as principais ruas do bairro de Casa Forte sob uma dor alucinante. Foi um desfile doloroso. Ninguém o aplaudiu. Ninguém o atendeu. “Mas eu queria viver.” A atitude das pessoas deu forças para resistir física e moralmente. Gregório Bezerra foi salvo pelo clamor do povo. 

No início de setembro de 1969, o mundo foi surpreendido pela notícia do seqüestro do Embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick. Em troca do Embaixador, os esquerdistas exigiram a libertação de 15 líderes revolucionários. Gregório era o primeiro da lista. Na URSS, ele tentou, com o luxuoso auxílio dos médicos soviéticos, recuperar a saúde debilitada, até poder retornar novamente ao Brasil.

Morreu no dia 23 de outubro de 1983, na cidade de São Paulo.

Seu corpo foi trazido para Pernambuco e velado na Assembléia Legislativa. O cortejo fúnebre atraiu milhares de militantes e curiosos. No caminho, um trabalhador do serviço de limpeza da Prefeitura do Recife saudou pela última vez o líder comunista de espírito inquebrantável. Paulo Cavalcanti recriou bem o ambiente desta última homenagem a este lutador no livro O Caso eu conto como o caso foi: “Uma toalha vermelha foi hasteada na sacada de um apartamento residencial, e outra faixa reproduzia os versos da música cantada por Elis Regina: choram Marias e Clarices no solo do Brasil” 

(*) Luciano Morais e Roberto Numeriano são membros da Direção Estadual do PCB - Pernambuco.

Fonte: Carta Maior

Os movimento sociais e a democracia radical: o caso de Santiago-Chile e de Manaus-Brasil

PICICA: Em Santiago-Chile, a "classe artística" se mobiliza para apoiar a luta dos estudantes contra a privatização do ensino. No Amazonas-Brasil, a defesa do tombamento do Encontro das Águas, mais uma vez ameaçado (Beleza do "Encontro das Águas" pode estar ameaçada por obra do porto), não encontra acolhimento na "classe". Registre-se as exceções de praxe: Celdo Braga, Nicholas Jr., Pereira, Candinho e Inês. Resultado: impunidade para quem tem obrigações constitucionais para com o meio ambiente (E quem pune os governantes?). Nesse quadro, falta um posicionamento mais firme dos movimentos culturais independentes. Mas não é só a desunião da "classe" que chama atenção. Alguns movimentos não procuram dialogar entre si. A ausência do movimento "SOS Encontro das Águas" na Marcha da Liberdade é um desses sintomas que merece análise. Custa crer que a ausência desse importante movimento socioambiental possa ser atribuída ao temor de serem identificados como simpatizantes da descriminalização da maconha, uma bandeira assumida ostensivamente pelos militantes libertários. Trata-se, sim, de uma cultura que conheceu seu auge na história recente do país, quando os movimentos sociais se fragmentaram a ponto de perder de vista no cenário político os segmentos interessados em comprometer nossa capacidade de questionamento e de ação organizada. É de se perguntar a quem interessa a desqualificação dos conflitos, e  por consequência a política do dissenso? Definitivamente, essa negação da espontaneidade nacional não interessa a movimento social comprometido com a radicalização da democracia, já que a chamada representativa está fazendo água por todos os lados. Por uma democracia radical já.

A Reforma Psiquiátrica em São Paulo está longe de ser antimanicomial. A de Manaus, caminha a passos de tartaruga.

PICICA: Não precisa fazer CPI para saber quem são os responsáveis pela tragédia que se abate sob os pacientes psiquiátricos de Sorocaba. A Reforma Psiquiátrica em São Paulo está longe de ser antimanicomial. O tucanato não deixa. É o Estado da federação que mais recorre a terceirização dos serviços. A IV Conferência Nacional de Saúde Mental condenou este tipo de procedimento. As OS não podem assumir responsabilidades que competem ao estado. Quanto aos manicômios, os militantes antimanicomiais não os querem, nem os privados, muito menos os estatais e/ou municipais. Em Manaus, mesmo com os atropelos da reforma psiquiátrica local (o município ainda deve à cidade uma rede de CAPS à altura dos seus 2 milhões de habitantes), foi anunciado a desativação do único hospício existente por aqui. Reduzir o atraso dessa iniciativa a mera falta de vontade política é pouco. Reformistas de araque, que, até pouco tempo, davam sustentação à manutenção do hospício, rapidamente estão a mudar de discurso. Vou adiantar aqui um argumento que eles podem acolher no seu repertório. Que tal cobrar agilidade do município em aumentar a oferta de CAPS? Seria suficiente deslocar o antendimento ambulatorial do velho hospício para nossas policlínicas? Não lhes parece que rapidamente eles ficarão sobrecarregados? Não correríamos o risco de ver as terapêuticas continuarem a ser reduzidas à sua vertente medicamentosa? E os usuários que demandam outras estratégias que só os CAPS oferecem? Que fique claro! Nada disso impede a louvável iniciativa de fechar o manicômio. Mas é preciso lembrar que um CAPS só não faz verão. Para ser fiel à nossa realidade, é preciso que se diga que temos dois CAPS: uma na zona norte (do Estado) e um na zona sul (do município). É pouco. Se esse questionamento for assumido por esses reformistas teremos uma "vontade política" poucas vezes praticada nesta cidade. Definitivamente, o atraso da Reforma Psiquiátrica no Amazonas, para além da falta de vontade política dos governantes, contou com o silêncio de quem se habituou a dormir em berço esplêndido. 
Enviado por  em 20/07/2011
Reportagem da TV Brasil (20/07/2011) mostra que em 2010 morreram mais pacientes do SUS nos 7 hospitais psiquiátricos da região de Sorocaba (104 óbitos) do que em todos os outros 19 do Estado de São Paulo com mais de 200 leitos (93 óbitos). O número de pacientes internados pelo SUS nos do restante do Estado é cerca do dobro dos internados em Sorocaba e região.

julho 21, 2011

"Murió el artista Lucian Freud; era nieto de Sigmund Freud" (La Jornada)

PICICA: "El artista británico Lucian Freud, nieto del psicoanalista Sigmund Freud, murió a los 88 años"
Benefits Supervisor Sleeping - Lucien FreudImagem postada em big_sue‑lucian_freud.jpg
Murió el artista Lucian Freud; era nieto de Sigmund Freud

El pintor y nieto del psicoanalista Sigmund Freud, falleció en su casa la noche del miércoles, informó su abogada Diana Rawstrom.
AFP
Publicado: 21/07/2011 16:26
Londres. El artista británico Lucian Freud, nieto del psicoanalista Sigmund Freud, murió a los 88 años, afirmó el jueves su abogada.


"Lucian Freud, artista, nacido el 8 de diciembre de 1922 en Berlín, murió en calma la pasada noche (miércoles) en su hogar en Londres", afirmó la abogada Diana Rawstrom en un comunicado.


El pintor era conocido por sus fuertes desnudos y autorretratos como el cuadro de 1993 donde aparece Freud como un viejo desnudo que agita su pincel como un arma.


En años recientes sus pinturas fueron vendidas por sumas astronómicas. Su retrato de 1995 titulado Benefits Supervisor Sleeping (supervisora durmiendo) alcanzó 33.6 millones de dólares en la subasta Christie's en Nueva York.


Citando a su galería neoyorquina, Acquavella Galleries, el New York Times dijo que Freud murió tras una corta enfermedad en su casa en Notting Hill.


Fuente: La Jornada

"O Coitadismo Inconsequente do PT e os "recuos estratégicos" (Blog do Tsavkko)

PICICA: "O maior inimigo (ou os maiores inimigos) do governo são os próprio petistas, que não criticam. Ficam com medo de "fazer o jogo da direita", mas fazem exatamente isto. O governo caminha pra direita e tudo que se limitam a fazer é "apoiar". (...) peço APENAS para que Dilma aplique aquilo que o PT defendeu durante toda sua história. "  


O Coitadismo Inconsequente do PT e os "recuos estratégicos"



Há uma coisa que me incomoda profundamente, um comportamento de vários petistas mais radicais (fanáticos?)...

TUDO é anti-Dilma, tudo tem a intenção de derrubar o governo ou, finalmente, tudo é PIG.

Toda crítica que se faça à Dilma, respondem que é coisa do PIG. Nenhuma crítica é legítima. Ou melhor, só as críticas desta casta iluminada é aceita, o problema é que eles não criticam.

Conheço uma penca de gays petistas que estão revoltados. Muitos não-petistas que apoiaram Dilma que estão revoltados. E não tem nada a ver com o PIG. Dilma disse com todas as letras que SEQUER viu os vídeos ou o material do Kit anti-homofobia. No máximo deu uma olhada no que a mídia veiculou - onde pairam suspeitas de que sequer eram os vídeos corretos - e no que Garotinho e cia mostraram a parlamentares. Eram vídeos falsos. O que esperar de Marginais da Fé?
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correção da @Maria_Fro: "os vídeos eram do MS p/ o público travesti e @jeanwyllys_real avisou a assessoria da presidência."
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E baseado NISSO, em mentiras, ela suspende? Código Florestal, Ana de Hollanda, Política Externa, uma comissão da Verdade que vai virando lenda, uma Reforma Agrária abandonada, cortes no orçamento, nenhuma preocupação com a qualidade do ensino, com a melhoria das bolsas de mestrado e doutorado, com o ensino básico... 

O que foi feito em TODAS estas áreas?

Antes a resposta fosse “nada”. O problema é que foram recuos vergonhosos.

PT e governo aprovam código florestal criminoso e tem quem me diga que o PIG é que levou o mundo a se revoltar? E que PIG é esse, se TODOS os ruralistas e partidos de direita apoiaram o código?

Tá na hora de começar a responder as críticas com coragem, com propostas e com a verdade ao invés de tentar jogar TUDO nas costas do PIG.

Esse coitadismo que os petistas assumem sempre que cai uma bomba é irritante. A Reforma Agrária não é nem algo mais falado pelo governo, desistiram. O Código Florestal foi o golpe de misericórdia (Rifar os gays, o "plus-a-mais").

Se o governo chegará ao ponto de criminalizar o MST (trair, já traiu) eu não sei, espero que não, mas não duvidaria.

E, fato, o PIG está doido pra derrubar a Dilma, como tentou contra o Lula e, convenhamos, a Dilma está fazendo por onde. Ao colocar Palocci na Casa Civil ela praticamente escancarou seu "mensalão", seu ponto fraco.

E não, não quero que Dilma caia, apenas que governe para o povo e não para os marginais da fé e para os ruralistas, que cumpra AO MENOS o programa que foi eleita para levar a frente.

Ana de Hollanda, Patriota, Jobim... Só pode ser piada.

Quando chegam com o discurso de "você não entende o jogo político" eu me pergunto, qual? Se o PT foi eleito pra fazer o MESMO jogo que PSDB/DEM e o PMDB (onipresente)  jogaram por 8 anos de FHC (e podemos começar a contar mesmo antes de FHC, desde Sarney!) então pra que elegemos um partido popular e dos trabalhadores? Pra fazer o mesmo? Pra ficar refém cordial das mesmas oligarquias, pra preferir se apoiar não nos movimentos sociais, mas em fanáticos, em ruralista, em criminosos?

Já começaram com o papo de que não houve traição no caso da suspensão do Kit Anti-Homofobia, foi um “recuo estratégico”.

É, ouvi o mesmo papo com a Reforma Agrária, era só um recuo momentâneo, estratégico do Lula..Aí passam 8 anos e nada acontece, vem campanha e nem uma linha sobre o tema, vão 5 meses de Dilma e vem o Código Florestal... E o "recuo" virou uma traição.

Aí continua o papo de "vamos apoiar" ao invés de "vamos PRESSIONAR" e fica esse chapa-branquismo frente a um governo que recua, trai, faz merda sobre merda e fica por isso mesmo.

"Realidade política", conjuntura e outros blablablas não mudam a realidade. A séria.

Só sei de uma coisa, TODO crime de caráter homofóbico, daqui pra frente, entra na conta do governo. Enquanto a postura do governo e de militantes for a de "foda-se os gays, eles não tem força política", TODO crime, morte, violência ou menor xingamento de caráter homofóbico será diretamente culpa de vocês, do governo, do PT e de todos que acham que "perderam a batalha, mas não a guerra".

Mas, acredito que pouco se importem, a consciência ficou perdida já em algum ponto do caminho, talvez junto com a Reforma Agrária, abandonada pelo Lula há anos.

Vocês (chapa-brancas, soldados disciplinados, fanáticos acríticos) são os responsáveis, a partir da declaração infeliz de Dilma de que não vai fazer "propaganda" de "opção sexual", pela violência homofóbica patrocinada pelos marginais da fé neste país.

O maior inimigo (ou os maiores inimigos) do governo são os próprio petistas, que não criticam. Ficam com medo de "fazer o jogo da direita", mas fazem exatamente isto. O governo caminha pra direita e tudo que se limitam a fazer é "apoiar".

E, pra piorar, existem os petistas que esquecem da lua de mel de Dilma com a mídia - enquanto a esquerda criticava seu governo e seus recuos, e mesmo a lua de mel em si - e acusam a esquerda de usar argumentos do PIG. Nada mais risível. O PIG ataca o Palocci SABENDO que este é o maior amigo do capital. A esquerda ataca Palocci por ele ser exatamente amigo do capital. É uma questão de ética, de ser de esquerda.

Agora pergunto, frente a tantas declarações - eternas? - de que "não é o momento de se criticar, mas de apoiar", levando em conta que este foi o discurso ao longo de 8 anos de governo Lula (havia uma herança maldita e blablabla), QUANDO poderemos criticar? em 1 ano, em 10 ou em um século?

Quero uma data.
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Recomendo a leitura:


Podem me prender, podem me bater, podem até deixar-me sem comer que eu não mudo de opinião, do Bidê Brasil
Sobre o governo Dilma, sua defesa cega e os retrocessos que ainda suportaremos, do Pimenta com Limão

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Cheguei a perguntar, no twitter, quais teriam sido as realizações de Dilma até o momento, apenas para tentar entender "o outro lado". Que decepção!

 Eis que surge a resposta - a única que tinha algum argumento, pois outros se limitaram a dizer que "5 meses é pouco" ou que "tem muitas", mas sem apontar nenhuma.
 Rede Cegonha... Ok, interessante, aponto apenas para um artigo da Conceição Lemes no Vi o Mundo, que ainda não virou PIG, que desde o título dá o tom: Rede Feminista de Saúde alerta: A Rede Cegonha é retrocesso de 30 anos. Dispensa comentários.


sobre programa de combate e prevenção ao câncer de mama e colo de útero e distribuição de remédios, disfarçam a precariedade do SUS. Ao invés de investir universalmente no SUS, em um sistema que efetivamente funcionasse (mas que iria desagradar a muitos poderosos e talvez mexesse no sagrado superávit que tanto agrada ao Deus Mercado), paliativos.

Pronatec, discutível. Se insere na lógica perversa do nacional-desenvolvimentismo do governo, keynesianismo sem data para terminar, o que é um problema imenso! Produção de mão de obra qualificada para as obras de infra-estrutura do governo, ou melhor, para Belo Monte, Transposição e PAC em geral. Nenhuma intenção além.
Resposta que veio das minhas discordâncias, como colocadas acima. ao invés de contra-argumentos, ataques pessoais.
Serra provavelmente seria pior, mas Dilma está tentando chegar lá, infelizmente. Os retrocessos são terríveis.

Sim, claro, não nego o fato. A crítica se centra, porém, na falta de coragem de avançar. De paliativos o mundo - e o Brasil - está cheio! O Bolsa Família, aliás, é o mais notável dos paliativos, assim como o ProUni.

Bons projetos, vieram no momento certo, mas são insuficientes, deficientes. O Bolsa Família não vislumbra a superação desta situação, a isto vem a falta de reajuste decente no salário mínimo, para os que podem sair do ciclo do Bolsa Família. Já o ProUni leva muita gente à universidade, mas não exige qualquer contrapartida em termos de qualidade por parte da universidade e a falta de investimento do governo na educação básica não é sanada. Nem preciso comentar da total falta de incentivo ao mestrado e doutorado, com bolsas de fome.

Eu estaria pronto a mudar de posição SE e apenas SE Dilma estivesse disposta a emplacar um PNBL 100% estatal, enquadrando as teles, reformasse completamente o SUS de acordo com os interesses dos movimentos sociais - e não dos empresários ou do mercado -, fizesse a reforma agrária ou começasse seriamente a desenhar as linhas mestras, abrisse TODOS os arquivos da Ditadura e criasse uma Comissão da Verdade séria, que auditasse a dívida pública, mantivesse os Kit Anti-Homofobia nas escolas...

Ou seja, peço APENAS para que Dilma aplique aquilo que o PT defendeu durante toda sua história.

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Fonte: Blog do Tsavkko