julho 02, 2011

A volta do Movimento Arte Jovem Brasileira. Se liga aí, Niterói!

PICICA: Nesta segunda-feira, dia 3 de julho, o Movimento Arte Jovem Brasileira volta a agitar Niterói.
Programação de 04/07/11
Informativo n° 132/ ano 07
Arte Jovem Brasileira

Arte Livre e Sincera
AJB no Convés!
Segunda (04/07), 20h = GRATUITO !

montagem

LANÇAMENTO DA COLETÂNEA III - PROGRAMA AJB


Segunda - feira
Espaço Convés - 20h.

No telão: Cineclube Buraco do Getúlio exibe:
 Os Filmes Que Não Fiz, de Gilberto Scarpa - 16' - 2008
 Ensaio de Cinema, de Allan Ribeiro - 15' - 2009
No palco, artistas integrantes da coletânea:
 Luís Capucho
 Nissin Oriente
 Inconstante Orquestra
 Erich Cardia
 Mariana Mello
 Gustavo Borner
 Oswaldo Coyote
 Dueto Ofício Amado
 CIALIVRESABER
 Kalimbaria
 Robson Farah 

Exposição:
 Exposição visual Olho Vivoproduzida por jovens alunos da oficina da Bem TV.
• Espaço de livre expressão
DJ, gincana cultural, espaço literário e muito mais!
Borel


Fernando Mendes Borel
SEM TEMPO PRA MORRER.
Meu espanto foi inenarrável: eu havia morrido. A polícia comunicou à minha família
o “fato operante”. E o pior é que ninguém havia me avisado. Fiquei sabendo na multidão, que ocupava a minha casa. Aguardavam o meu corpo gordo e mal vestido, mãos cruzadas sobre o peito habitado por um colar africano. Falavam alguns: - “duvido que ele tenha morrido. Quem tem orelhas tão grandes é imortal.” – “morrer o que, se ele não tinha mais o que morrer?” –
Fiquei por ali, observando. Minha viúva estava escutando funk no volume mais alto no rádio da
cozinha e tivemos uma séria discussão quando reclamei dela não ter, pelo menos, telefonado pra mim avisando a minha morte. –“ Liguei.” –
disse. – “mas a ligação caiu no caixão postal”
Vanesca, “amiguinha”, me segurava quase
que num abraço. Saia curtinha, um decote que
permitia ver a argolinha prateada no umbiguinho
encantador. Eu acreditava, que havia morrido
até que a polícia chegou dizendo do engano na
história. O morto morrido, não usava bengala.
Pediu desculpas pelo erro, foi-se. Olhei as
profundezas do decote da Vanesca, e comentei:
-“Veja você o quanto vale ao homem ter ao seu
lado uma “bem galinha”. E ela: - “a gente faz o
que pode não é mesmo? Minha mulher desligou
o rádio.

ATENÇÃO! NOVIDADES NO AR

Assista aos vídeos do AJB. Veja fotos de todas as nossas ações.

Clara Marinho - claramarinho.cantora@gmail.com
Alvas Palavras

Finitude

Dê-me flores / Mas dê-me as de plástico / Porque "as flores de plástico não morrem". / Dê-me um cãozinho / Mas que seja de pelúcia / Para que não chegue o dia dele dormir para sempre. / Dê-me tempo / Mas dê-me pouco dele / Pois esperar demais é aproveitar menos / Dê-me, enfim, o amor / Que não seja mais do tipo efêmero / "Mas que seja infinito enquanto dure" // E que seu tempo seja medido somente / pelo derradeiro fechar de nossos olhos / Para os quais olhará com doces lágrimas / O nosso futuro personificado / Naqueles que fizemos nascer / E nos filhos deles, que vimos crescer.
Dê-me Arte Jovem Brasileira
Uma vez por mês, mas dê-me
Porque é VIDA, em Movimento

Tchello Melo - tchello_melo@yahoo.com.br
Pô, é Zia!

Salvem as balelas

Salvem as balelas
E o disse me disse
É o que alegam
As artes vistas do Greenpeace
Os ativistas também erram
Por mais que a cobiça pise
Nas raízes demovidas da terra
A certeza não é mais palpite
Salvemos as bruxas de Bruxelas
E os broxas resignados e tristes
Pintando aquela aquarela
Para que não se extinguem
Os stings, os raonis e os poetas
Após o sexo vinte.

Dionnara Castro
Se ligaê...

Battisti faz escritor italiano cancelar viagem ao Brasil
Um dos principais convidados de encontro literário no Rio, Antonio Tabucchi contesta decisão da Justiça. Em jornal francês, romancista já havia criticado defesa de militante; Flip diz que vai devolver ingresso. O escritor taliano de 67 anos, desistiu de participar do encontro, que acontece de 6 a 10 de julho. Segundo a organização, o motivo foi a decisão do país de não extraditar o ex-terrorista italiano Cesare Battisti. Após a soltura do italiano, há três semanas, Tabucchi disse à Flip que passou a repensar a vinda. O curador da festa, Manuel da Costa Pinto, argumentou que o encontro seria um bom fórum para o escritor exibir sua posição. Leia mais.

Bernardo Cahuê - uhunet@yahoo.com.br
Vagas Pasagens

AJB: O retorno do que nunca parou

Confesso que estou um tanto aliviado pelo fato de voltar após três anos quase ausente, meio à formação que parece não acabar nunca, mas que me incentiva a continuar mais e mais, até o corpo não mais aguentar. E aqui estou, cada vez mais emburrecido, em busca daquilo que não sei mas continuo a tentar descobrir enquanto os caminhos se ramificam cada vez mais. É uma história parecida com a do Arte Jovem: tudo que já passou abriu muitas portas para diversos caminhos, sem que para o grupo houvesse necessariamente um objetivo claro, conciso. A coisa simplesmente transcendeu nas mãos de quem fez, trabalhou para isso. Para que? Ninguém sabe. O que importa é que todos adoraram fazer o que fizeram e ainda fazem por prazer, sem querer atingindo positivamente uma massa que busca alguma coisa. Por isso é um movimento - a coisa simplesmente existe, cresce, se espalha em torno de lugar algum e acaba chegando em algum lugar, despretensiosamente. Hoje, ainda que em estado de aparente inércia, continua se movimentando. As edições do Convés foram e continuam sendo a porta de essência, a maternidade, o berço de tudo e onde tudo acaba acontecendo - mas não são a única porta. Hoje nos unimos a outros movimentos pelo retorno da Cantareira. Temos a possibilidade de alimentar e sermos alimentados por duas rádios comunitárias. Ainda podemos trabalhar com
o aquele nosso famoso nicho video-músico-discursivo-poético-gincana-plástico-sócio-político-vírtuo-cultural-geléia. E vamos em frente, Movimento Arte Jovem Brasileira!

Tomás Paoni
Ditocujo...

PRIMEIRA (p)ARTE da SEGUNDA FEIRA da SAUDADE

Eu e minha velha saudade do Arte Jovem. Rejuvenesço cada vez que a revejo. Arejo a cuca, reapareço. Moleque fico, menino (tra)avesso. Ela e meus novos (ex) critos. Gosto quando juntos se movem. Anoiteço cedo no Convés ... Tarde fica mas no foco permaneço. Espaço aberto, nunca escasso. Movimento de pés pro alto nível poético. Manadas (teias) alcatéias ... Coletivos em (rede) coletando, revitalizando ideias. Vontade bateu a(`) porta se abriu. Faço-me presente e digo que aqui estou, de volta, para versar e lembrar, inclusive ...
QUE SAUDADE NÃO SE MATA ... SE VIVE!
VIVAMOS JUNTOS MAIS UM ANO DE ARTE SINCERA, À VERA ... Sem descaso.
Descanso só em último caso. Até SEGUNDA (des)ordem, permaneçamos em riste!
Nessa FEIRA da cultura tudo pode, tudo se revela, tudo (re)existe!

Karrique
Niterói de Antigamente

Eu era bem pequenino e até onde minha lembrança vai, andava sobre um cais, levado pela mão por meu pai que quando fecho os olhos não vejo nitidamente. Talvez porque a minha atenção não estivesse voltada para ele e sim para aquelas barracas alinhadas à margem dos dois lados do cais, com todo aquele barulho de pessoas falando e de peixeiros gritando, tentando vender seu peixe. Para o meu pai, apenas uma ida ao centro para comprar peixe. Para mim um passeio inesquecível, deslumbrante e inusitado. O cais era longo e as barracas eram pequenas, uma ao lado da outra, suspensas por palafitas acima do nível da água. O freguês, de cima do cais, olhava para baixo para escolher o peixe exibido pelo vendedor. Os peixeiros limpavam os peixes escolhidos pelos fregueses numa bancada em frente e usavam a água do mar para lavá-los à medida que os limpavam. O pescador chegava da pescaria e encostava atrás das barracas para vender o peixe fresquinho que acabara de pescar ali pertinho, na nossa Baia. Eu parecia estar num parque de diversões, e todo aquele sistema, por bem dizer primitivo e rústico, era simples e objetivo, além de proporcionar ao freguês uma sensação harmoniosa. Essa é uma das grandes lembranças marcadas em minha memória. Todo esse cenário que acabei de descrever, era o nosso mercado de peixe ao ar livre no centro de Niterói, no ano de 1957. Local ocupado hoje pelo corredor principal do terminal rodoviário.

Carlos Gomes - carlos@artejovem.org
Mais um pouco...

E como anda a militância? O AJB não parou, move-se e expande-se para muitos lugares onde a democracia tenha espaço. Nossa luta pela Cantareira continua firme, teremos um ato em agosto. Nossa participação no Conselho Municipal de Cultura, apesar de modesta, também permanece. Mas a nossa militância também produz! O lançamento da 3ª coletânea trás um novo gás e nos confirma o caminho certo. Fazer este registro, além de ser uma grande honra, é contribuir objetivamente com a nossa cultura, eternizando a obra desses artistas anônimos para as grandes mídias, mas que fazem absoluto sucesso em nossa alma. Obrigado amigos, pela cumplicidade de sempre e pelo carinho sem fim!
O Espaço Convés fica na Rua Cel Tamarindo, 137 - Gragoatá - Niterói.
Mais informações, fotos das atividades e espaço para novos artistas: www.artejovem.org
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