outubro 27, 2011

A origem dos tumultos na Câmara dos Vereadores não pode ser creditada ao movimento estudantil. Trata-se de uma doença infantil do extremismo.

PICICA: Atribuir ao movimento estudantil o tumulto criado por um dos seus segmentos não autoriza a mídia a generalizar a autoria de uma ação que merece repúdio de todas as forças democráticas. Não é de hoje que um grupo ancorado numa concepção anacrônica de anarquismo joga manifestações legítimas contra a opinião pública. Todo apoio ao movimento estudantil. Todo repúdio a qualquer tentativa de romper os ideais pacíficos que movem os democratas. Não se pode responder com violência à violência com que as classes populares vem sendo tratadas pelo poder público, como o aumento abusivo da tarifa de ônibus. Na democracia radical não há espaço para a violência. O vídeo abaixo foi o único a registrar a origem do lamentável enfrentamento, explorado como "vandalismo" à exaustão pela mídia. Um movimento justo paga um preço alto por uma doença infantil do extremismo. Lástima!


2 comentários:

Rila Arruda disse...

Senhor Rogelio Casado,

Antes de publicar algo sobre esse fato, verifique mais informações. Eu estava lá e não foi assim.
Sou formada e conheço todos esses estudantes chamados pela imprensa de "anarquistas". Era um grupo pequeno da Ufam que derrubou o portão. A maioria dos estudantes que estava lá era de escolas públicas, mas a mídia acabou culpando tudo o que aconteceu aos estudantes da Ufam.

Vou comentar uma parte do que aconteceu:

1- A maioria das informações que saiu na imprensa, hoje, está equivocada. Quer dizer que eu faço parte dos "baderneiros anarquistas" na CMM? Não podemos protestar por nossos direitos? Temos que compactuar com os VENDIDOS DA UNE? Temos que ser barrados na "Casa do Povo"? Eu fui agredida e meus amigos foram agredidos.

2- A Polícia Militar enviou um helicóptero para sobrevoar o manifesto na frente da Câmara Municipal de Manaus. O helicóptero desceu bem perto da gente (um grupo pequeno da UFAM na esquina) com um policial com uma metralhadora, daí continuamos gritando no meio do vento gerado por ele. Por uma hora pensei que ia pousar em cima da gente ou nos metralhar. Era só o que faltava! Em que tipo de cidade vivemos? POLÍTICA CORONELISTA do Amazonino?

3- Engraçado! A TV não mostra a guarda municipal jogando spray de pimenta na gente, não mostra minha amiga agredida por um guarda sem identificação na farda, só mostra a jornalista que foi atingida ACIDENTALMENTE. Sendo que esse acidente aconteceu depois, que provavelmente foi de alguém de trás que jogou a pedra.

4- "O portão foi arrancado pra evitar o que aconteceu em 2009 quando uma comissão foi escolhida por eles (essas siglas estudantis pelegas) pra negociar com o prefeito e a passagem aumentou e nossos passe-estudantis foram reduzidos. Fizeram o mesmo ontem e nós estávamos pedindo tribuna popular e isso não é mostrado. O povo tem que fazer parte da negociação, ao menos acompanhar no auditório!" (colega Matarazzo que estava lá).

Grata da sua atenção!

PICICA disse...

Rila Arruda, quem chama de "anarquista" o pequeno grupo da Ufam, identificado por você como autores da derrubada do portão não sou eu. Chamo-os de extremistas. Sua justificativa para a derrubada do portão não me parece convincente. Já a sua indignação contra o tratamento dado pela mídia aos fatos não difere da minha. Repudio todas as omissões. Continuo achando que o extremismo destoa da orientação e da prática dos movimentos sociais da atualidade, aqui e d'além-mar.