abril 17, 2012

Fotografia surrupiada em exposição no Galvez Bar foi localizada mais de dez anos depois

Da esquerda para a direita: Lena Sá, Celeste, Wilson, Socorro Papoula, Verenilde Pereira, Mara Rúbia, Ozi Cordeiro, Isa Kokay, Téo Corrêa e Polita Goncalves.

PICICA: Ali pelo final do século passado fiz minha primeira e única exposição fotográfica dos movimentos sociais de Manaus. Para a professora Doutora Selda Vale, este escrevente é o "fotógrafo dos anos 1980", título que muito me honra. Um belo dia deu-me na telha a idéia de ampliar o maior número possível de fotografias do meu acervo. Quando chegou em 700 reais, parei. Pensei com meus botões: "Égua, maninho! Não sou eu quem tenho de pagar por isso". Sucede que parte desse acervo (apenas as fotografias) já haviam sido compradas pela ADUA - Associação dos Docentes da Universidade do Amazonas - e pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas. Sem demandas por registros iconográficos dessa natureza, estava a enfiar a viola no saco quando Alvaro José e Ana Domingues, proprietários do Galvez Bar, me propuseram uma exposição. Sucesso de público, com um prejuízo apenas: a fotografia acima fora surrupiada. Levei em consideração que tratava-se de um ato de amor pela iconografia histórica. Não são poucos os casos em Manaus de acervos surrupiados, e que segundo os autores das peripécias teriam um destino funesto se assim não fosse feito. Quase dou razão, considerando o estado de muitos acervos, não fosse pelo fato de ter sido educado sob fortes princípios do direito de propriedade, para o bem e para o mal (ainda não conhecia Proudhon), mas, sobretudo por um princípio civilizatório ainda hoje seguido pela maior parte da humanidade: não roubarás. Ontem, para minha surpresa, vi a fotografia publicada na página de uma querida amiga. Numa breve troca de mensagens o enigma do desaparecimento foi parcialmente desvelado. O autor do roubo, sabe-se lá por que razão, levou a fotografia para o SESC. Antes fosse para compor o acervo daquela respeitada entidade. Qual nada! O destino da fotografia foi o lixo, de onde minha amiga a resgatou para alegria deste fotógrafo piciqueiro. Trata-se do registro da presença de jovens artistas de Manaus no movimento pela campanha Diretas Já! - 1984. Agradeço a Socorro Andrade, a quem devo o resgate da fotografia feita na Praça do Congresso. Gracias Socorro!

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