junho 19, 2012

"Gilberto Carvalho: "vamos continuar construindo hidrelétricas"", por Fábio Nassif e Felipe Milanez

PICICA: Ou o Gilberto Carvalho é um gênio e nós opositores da atual política energética do governo federal e os cientistas das mais importantes universidades brasileiras somos um bando de gente tapada, ou o PT anda a mentir descaradamente! O certo é que ele passará para a história como o partido que mais danos provocou à floresta amazônica e aos povos que nela habitam, caso sua militância não se manifeste, resgatando os compromissos firmados com as populações que historicamente nos deram lições de convívio com o ambiente que vivemos. Que os demais estados da federação ignorem e desconheçam o que é a Amazônia não surpreende! O que é constrangedor é o silêncio das bases do PT do Norte do país. Estamos perdendo as batalhas na guerra contra a ignorância. O governo federal não conhece a Amazônia e está cometendo um crime contra nossa humanidade. O caos vem tomando conta nos lugares onde estão sendo construídas as hidrelétricas. Até 2020, serão 20 o número de hidrelétricas construídas na bacia amazônica. Vivemos o maior retrocesso na política ambiental do país e o governo nega essa evidência. Nunca os efeitos da ditatura civil-militar fizeram tanto efeito como agora: a inteligência brasileira não consegue articular ações que venham reverter o nebuloso futuro que surge no horizonte. O PT usa os indíces de popularidade da sua presidenta para atropelar e destruir, em nome dessa maioria, o que nossas minorias levaram anos para construir. Resta saber se o susto dos votos verdes que levou na eleição passada se repetirá. Temo que não. No Maranhão, entregaram o estado para o Sarney. Em Minas Gerais, os acordos políticos causaram insatisfação em militantes históricos, fato que se repetiu em outros estado da federação, em nome dos interesses nacionais. Em São Paulo, o Lula quis dividir a cidade com o Kassab, sob o propósito de desalojar os tucanos do ninho. Diante da tentativa frustrada, acabaram de negociar o apoio de um político que está na lista da Interpol, cujo nome virou símbolo da corrupção no país: Maluf, com licença do palavrão. Bom, não é de hoje que o PT anda em má companhia. Essa mesma criatura já vinha apoiando o governo do pragmático Lula. O problema é a monumental deseducação das massas promovidas por um partido outrora defensor da ética na política. Não se admire, se diante da resposta da juventude - que vem dando sinais de inquietação - o próximo vice de Dilma sair da legião de evangélicos conservadores deste país, para conter a insatisfação que vem tomando conta das ruas e dos fóruns. No campo da política antidrogas, temos um exemplo emblemático. Até hoje Dilma não recebeu o movimento da luta antimanicomial, que pretendia estabelecer o contraditório, depois que ouviu isoladamente a bancada evangélica. A instituição da "internação compulsória" e abertura dos cofres para as "comunidades terapêuticas", marcam a retomada de medidas higienistas, que tanto mal causaram ao país nos anos 20/30 do século passado. Recentemente dois ministros do governo Dilma foram flagrados num diálogo antirepublicano, a propósito de uma certa "flexibilização" de recursos financeiros numa portaria que tardava em ser publicada. O zeloso ministro da Saúde tratou de acalmar a ministra da Casa Civil, lembrando que a portaria fora redigida pelos próprios interessados, e que os valores acordados iriam chegar ao seu destino. Desculpem, companheiros, combatemos a vida toda essa lógica de governo. Não esperem que esse novo modo de fazer política, que mais degrada do que eleva os valores que penosamente construímos, seja bem recebida por este ser desejante - deixo de usar definitivamente a palavra militante, que já não traduz o que me move. Em respeito aos povos amazônicos estou fora dessa cagada federal. Meu desejo é que todos os que tramaram contra a Amazônia venham enfrentar os tribunais internacionais. A Amazônia merece governos melhores. Minha irrestrita solidariedade aos povos que habitam o rio Madeira, o rio Tapajós, o rio Xingu, o rio Uatumã... EM TEMPO: Para entender a questão energética no Brasil leia o blog da Telma Monteiro: Rio+20 e a matriz energética – Parte III

 

Gilberto Carvalho: "vamos continuar construindo hidrelétricas"

Em entrevista à Carta Maior, o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, defendeu as medidas adotadas pelo governo brasileiro para enfrentar a crise econômica mundial e o modelo de desenvolvimento atualmente em curso. No plano energético, defendeu a opção pelas hidroelétricas dizendo que o país é privilegiado por ter esse recurso hídrico. “Os erros cometidos na construção dessas usinas não podem anular a necessidade e a propriedade de seguirmos construindo”, defendeu.



Rio de Janeiro - O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, concedeu uma rápida entrevista à Carta Maior neste domingo (17), depois de participar do debate “Democracia e Direitos” na Cúpula dos Povos. O evento ocorreu na Arena Sociambiental, uma tenda destinada para atividades de diálogo entre governo federal e sociedade.


Carvalho assistiu o público aplaudir de pé as críticas do sociólogo português Boaventura de Souza Santos às consequências do modelo de desenvolvimento adotado no Brasil. Participaram também José Júnior da ONG Afroreggae e a Vanessa Zettler brasileira ativista do movimento Ocuppy Wall Street.


Na entrevista, o ministro defendeu as medidas adotadas pelo governo brasileiro para enfrentar a crise econômica mundial. Carvalho disse também que o país é privilegiado por ter esse recurso hídrico, que é a energia mais limpa do mundo. O problema, segundo ele, é “o modo como você constrói as hidrelétricas”. “Os erros cometidos na construção dessas usinas não podem anular a necessidade e a propriedade de seguirmos construindo”, completou o ministro, que respondeu outras críticas feitas pelos movimentos sociais à construção da usina Belo Monte, falou sobre a violência no campo e fez autocrítica pela demora na regularização fundiária na Amazônia. Assista acima a entrevista na íntegra.

Fonte: Carta Maior

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