agosto 26, 2012

"Seguuuura, Peão!", (Psicotramas)

PICICA: "Bien, o coração é este almirante louco, meus kamaradas! Da Existência, o que se pode esperar é que ao fim dela nada devamos: isso é ter vivido bem, sobremaneira(??). Nos dias em que Existir num convier, recomendo boa rede y 1 bom disco do Bix, Coltrane, Miles, Bandford, algo assim, talvez o Alone in San Francisco, do Monk… e, principal-mente, abandonem os relógios nesse dia. Assim, Existir parece + tênue. Pero, se por hora, Existir tem sido sinônimo de correr pra lá&pra cá… que num seja em vão, pelo menos."

Seguuuura, Peão!

Meu queridíssimo Camus abre ”O Mito de Sísifo” dizendo que a única Questão philosófica real-mente importante é o suicídio (1º§ da 1ª página).
O philósofo alemão Schopenhauer concluiu que o suicídio é algo estúpido, pra falar pouco. Dispara: “Suicidar-se é uma insensatez e inutilidade; destrói-se de maneira arbitrária o fenômeno individual, mas a coisa em si permanece ilesa”. Concordo com ele. Pero… certa-mente “a idéia do suicídio é uma grandiosa consolação: auxilia a suportar muitas noites más”, como nos lembra o Mestre Nietszche. 

Fico só com a idéia.
Baudrillard, franco-conhecedor y quase franco-atirador a partir de Nietzsche, derivou matematica-mente o tom lenitivo do Mestre: dá de ombros com seu “ao sujeito resta sempre a morte” (quand même).
Leque aberto, de resto, desde há muuuuito tempo. Meu caríssimo argelino Camus, acostumado a acertar o relógio pelo último petardo que mandou pelos ares centenas de inocentes em seus pagos, junto aos culpados, insistia em glorificar a existência. Os existencialistas, do alto de sua intelectualidade&enfado, debruçados sobre livros&saberes, clamavam por liberdade até pra tudo renegar, pelo direito d’alguém desdenhar a Vida. No auge do arrufo público com o pied noir, Sartre proclama “diga-me Camus, o que há de tão errado em alguém abrir mão de sua vida.”
“Nunca falta a ninguém um bom motivo para se suicidar”, Cesare Pavese. Esqueçamos tais motivos ou, pelo menos, que “seja apenas uma idéia”.
Bien, o coração é este almirante louco, meus kamaradas! Da Existência, o que se pode esperar é que ao fim dela nada devamos: isso é ter vivido bem, sobremaneira(??). Nos dias em que Existir num convier, recomendo boa rede y 1 bom disco do Bix, Coltrane, Miles, Bandford, algo assim, talvez o Alone in San Francisco, do Monk… e, principal-mente, abandonem os relógios nesse dia. Assim, Existir parece + tênue. Pero, se por hora, Existir tem sido sinônimo de correr pra lá&pra cá… que num seja em vão, pelo menos.

Fonte: Psicotramas

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