novembro 23, 2012

"Uma breve cartografia da luta antimanicomial no Brasil", por Kleber Prado filho e Flavia Cristina Silveira Lemos

PICICA: "Esse trabalho refere-se à formação de um campo de forças e enfrentamentos em torno do problema da loucura no Brasil na segunda metade do século XX. Essas forças, apoiadas em discursos e constituindo posições, não apenas se opõem ou discordam entre si, mas também se somam, como se dividem e se articulam, agenciando outras forças e posições, formando facções, coalizões, estrategicamente, conforme interesses, orientações e valores muito diversos. Designaremos esse domínio de forças e relações em torno da questão da loucura entre nós de campo da luta antimanicomial brasileira, onde se confrontam e entram em relação, forças díspares como: agências governamentais, instâncias institucionais diversas, o poder psiquiátrico, o próprio hospital psiquiátrico – objeto e campo fechado de enfrentamentos – mas também os “serviços substitutivos”: os CAPS, trabalhadores da saúde mental, usuários, familiares, ONGs, associações, movimentos sociais, militâncias diversas, além de variadas formas de vigilância social." 

 2003 - Usuários, familiares e técnicos em saúde mental realizam o primeiro abraço simbólico pelo fim do hospício de Manaus (Foto: Amazonas em Tempo)

"É pela cultura que podemos mediar a relação entre a sociedade e a loucura; daí porque escolhemos o Teatro Amazonas como símbolo da manifestação por uma sociedade sem manicômios" - Rogelio Casado (fundador da Associação Chico Inacio, filiada à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial)

 

Uma breve cartografia da luta antimanicomial no Brasil

Kleber Prado filho e Flavia Cristina Silveira Lemos


Resumo



Esse texto visa problematizar um campo de experiências e discursos críticose históricos da loucura que emergem nos anos 1960/70 que se encontramno bojo de lutas transversais e que têm efeitos no Brasil pós-ditadura militar, nocampo da luta antimanicomial brasileira. Partimos de uma questão arqueológica,nos perguntando quais dessas experiências e discursos teriam constituído aspráticas deste movimento entre nós, traçando uma cartografia dessas matrizes,para chegar a um problema genealógico das disputas em jogo do movimento daLuta com os que defendem a reforma psiquiátrica. As matrizes identificadas são:a análise institucional francesa, a psiquiatria preventiva comunitária norte-americana,a antipsiquiatria inglesa, a experiência das comunidades terapêuticas inglesas,a psiquiatria democrática italiana, a psiquiatria de setor, a psicoterapiainstitucional francesa e a própria problematização da loucura por Foucault.

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© Contemporanea - Revista de Sociologia da UFSCar. 2011. 


Fonte: UFSCAR

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