fevereiro 24, 2013

"Evento preparatório discute medicalização, judicialização e patologização" (CRP SP)

PICICA: "O tema da judicialização foi apresentado pela Conselheira do CRP SP, Gabriela Gramkow, que falou sobre como o processo de encarceramento de jovens autores de ato infracional está vindo acompanhado de diagnósticos de psicopatia, de remédios psicotrópicos e estratégias do legislativo para alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Uma vez declarados e considerados irrecuperáveis, estes jovens são encarcerados e esquecidos. "O saber da Psicologia precisa fazer a desconstrução do binômio cura-custódia. É também necessário intensificar o discurso e a prática interdisciplinar para construir outros saberes", afirmou." 

VIII CNP


Evento preparatório discute medicalização, judicialização e patologização

Dentro do processo de construção para o VIII CNP, o CRP SP realizou, em 20 de fevereiro, o evento preparatório Medicalização, Judicialização e Patologização da Vida, que teve como objetivo debater o tema e formular propostas em nível regional e nacional sobre o tema. "Este é o momento em que estamos construindo as diretrizes das próximas gestões do CRP SP e também do CFP. Nossa forma de organização é baseada no diálogo permanente com a categoria. Precisamos construir o Sistema Conselhos que queremos", afirmou o Conselheiro do CRP SP, Luis Fernando de Oliveira Saraiva, que mediou as discussões.

CRP SP - Fique de Olho
O Conselheiro Luis Fernando de Oliveira Saraiva apresenta a forma de organização e as etapas do VIII CNP


A psicóloga, pesquisadora e docente do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências da Educacão e Saúde do UniCEUB (Centro Universitário de Brasília), Tatiana Lionço, deu início ao debate, tratando sobre Patologização. Sua apresentação se baseou em tratar da lógica do poder psiquiátrico, fatores sociais, a grade disciplinar nos cursos de graduação e a importância de buscar outras teorias que possam auxiliar nas práticas éticas de psicólogos (as). "A nós cabe discutir sofrimento e não patologia. Se queremos mudar é preciso ouvir outras vozes, outras ideias. A Teoria das Capacidades, por exemplo, é importante para ampliar nosso olhar para as diferenças. A lógica precisa mudar da norma para a diversidade social", afirmou Tatiana.
CRP SP - Fique de Olho
"A lógica manicomial é sintoma da patologização e criminalização da pobreza", afirmou Tatiana Lionço


Já a presidenta do CRP SP, Carla Biancha Angelucci, tratou do tema da medicalização da sociedade e afirmou que a Psicologia deve estar a serviço de um projeto de convivência humana para que a democracia avance e se fortaleça. Biancha também afirmou que a crescente medicalização está ligada às inúmeras pressões vividas no mundo contemporâneo, que exige que todos (as) sejam talentosos, criativos, competentes, bonitos, etc. Novamente, a questão do respeito a diversidade foi tratada. "A Psicologia deve se perguntar que perguntas estão sendo feitas a quem não se integra na 'normalidade'. Devemos construir propostas que problematizem quem sofre e também quem produz este sofrimento".
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A presidenta do CRP SP, Carla Biancha Angelucci, falou sobre o tema da medicalização

O tema da judicialização foi apresentado pela Conselheira do CRP SP, Gabriela Gramkow, que falou sobre como o processo de encarceramento de jovens autores de ato infracional está vindo acompanhado de diagnósticos de psicopatia, de remédios psicotrópicos e estratégias do legislativo para alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Uma vez declarados e considerados irrecuperáveis, estes jovens são encarcerados e esquecidos. "O saber da Psicologia precisa fazer a desconstrução do binômio cura-custódia. É também necessário intensificar o discurso e a prática interdisciplinar para construir outros saberes", afirmou.
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Psicóloga que acompanhou o evento contribui para o debate


As subsedes do CRP SP no interior e no litoral foram polos de transmissão do evento. Após a apresentação das convidadas e do debate, os (as) participantes debateram e elaboraram as propostas que serão apreciadas no Pré Congresso da região metropolitana. As propostas abordam a necessidade do Sistema Conselhos intensificar o trabalho de representação no governo para elaborar políticas públicas nas áreas em que os (as) profissionais da Psicologia atuam; e a aproximação da Psicologia, em especial dos temas discutidos no evento, com demais setores como educação, saúde, serviço social e justiça. As subsedes também formularam propostas que serão apreciadas em seus respectivos Pré Congressos.
Fonte: CRP SP

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