novembro 14, 2013

"Duas ou três coisas que quero dizer a Alba Zaluar", por Regina Teixeira

PICICA: "A população quer valer seus direitos amplos de cidadania, locomover-se, ser atendida com atenção e qualidade nas unidades de saúde e de educação, não ser removida de sua moradia pra dar lugar a “investimentos”. Quer também usufruir dos grandes eventos, entrar no Maracanã e assistir aos jogos."

Duas ou três coisas que quero dizer a Alba Zaluar

13/11/2013
Por Regina Teixeira


Por Regina Teixeira, no Facebook

foucault

Imagem: O Foucault que Alba Zaluar gosta (Alexandre F. Mendes)


Primeira:

A população que se manifesta nas ruas e aquela que a apoia não tem porque obedecer seu comando de fazer “críticas pontuais” à Copa e às Olimpíadas. A população quer valer seus direitos amplos de cidadania, locomover-se, ser atendida com atenção e qualidade nas unidades de saúde e de educação, não ser removida de sua moradia pra dar lugar a “investimentos”. Quer também usufruir dos grandes eventos, entrar no Maracanã e assistir aos jogos. A crítica é ao sistema de exploração que bota trabalhadores para produzirem bens, serviços, eventos ao quais eles não têm acesso.

Segunda:

Não estamos consolidando democracia nenhuma, e sim um estado cada vez mais violento, punitivo, classista pró-capital parasita, de eikes e parceiros. Um estado que usa recursos de um programa de combate ao crack para armar militarmente as polícias com spray de pimenta, pistolas de teaser e até granadas, como saiu noticiado ontem no jornal onde você, Alba, escreve de vez em quando seus artigos apaziguadores. É o governo federal financiando os governos estaduais para “limpar áreas degradadas”. Naturalmente para entregar a quem pode torna-las valor de mercado.

Terceira:

Por isso, Alba, o mercado a que você se refere não faz parte da democracia. Os direitos que ele promove são os de consumir, fazer dívidas e desesperar por não poder paga-las com as rendas insuficientes e incertas alcançadas pelos trabalhadores / pobres / precários “incluídos” no crediário, mas sem integração na riqueza e no bem estar que deveria ser universal.

PS: a UPP não dá sossego aos moradores das favelas. Ela os tortura e mata. Esqueceu de Douglas e Amarildo? Nós não.

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Fonte: Universidade Nômade

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