março 17, 2016

Menção ao Amigo da Onça valoriza a grande comédia política da HQ brasileira. Por Alceu Luís Castilho (BLOG DO ALCEU CASTILHO)

PICICA: "Fagundes, da Laerte; Skrotinhos, do Angeli; Rango, do Edgar Vasques; Fradim, do Henfil; alto nível dos quadrinhos brasileiros faz jus à menção por um titular do MEC"



Menção ao Amigo da Onça valoriza a grande comédia política da HQ brasileira


amigodaonça

Fagundes, da Laerte; Skrotinhos, do Angeli; Rango, do Edgar Vasques; Fradim, do Henfil; alto nível dos quadrinhos brasileiros faz jus à menção por um titular do MEC
Por Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)


A menção do Amigo da Onça por um ministro da Educação, Aloizio Mercadante, diz menos sobre seu alvo, o senador Delcídio do Amaral (PT-SP), e mais sobre a riqueza dos personagens das histórias em quadrinhos brasileiros. O personagem de Péricles continua extremamente atual, não só para políticos graúdos (que possuem uma ética própria), mas para a sociedade como um todo, em tempos de esfacelamento das relações de confiança. Não é o único. Cartunistas brasileiros compuseram uma grande comédia humana, que tem na política um de seus braços mais poderosos.


henfil-baixim
Angeli e Laerte estão aí, ativos, e figurariam na ponta de qualquer ranking mundial sobre HQ. Alguns personagens são impagáveis. Da Laerte vou destacar o Fagundes, um incorrigível puxa-saco, campeão de bajulação. Também pode ser encontrado no mundo corporativo (ambiente propício para sua proliferação) e no mundo político – basta observar o séquito que costuma seguir qualquer liderança com poder. Eles dariam sério trabalho a Fagundes:


puxasacos
E os Skrotinhos, de Angeli? Claro, o cartunista criou um personagem muito mais ligado ao universo político, Meia Oito, “o último dos barbichinhas”. Mas é irresistível pensar nas possibilidades de aplicação, a esse meio, da dupla de baixinhos impiedosos, que adorava importunar garçons – ou quem viesse pela frente. Quem seriam os nossos políticos Skrotinhos?


skrotinhos
Não se trata apenas de humor caricatural, com uma corrosão desprovida de sentidos. A crítica social esteve sempre presente entre os grandes cartunistas brasileiros. Pensemos em Henfil. Ou no gaúcho Edgar Vasques, criador do Rango – aquele que morava em um lixão e, especialmente nos anos 80, olhava com ceticismo a movimentação de políticos em plena democracia:


rango
A lista poderia se estender. Mas encerremos esta amostra com quem não poderia deixar de ser: Henfil. A Graúna e o Bode Orelana seguem atuais. Os fradinhos estão entre os clássicos dos clássicos: Baixim (“top! top! top!”), Cumprido. Destaquemos, porém, outro personagem: Ubaldo, o Paranoico. Já estávamos na democracia, mas Ubaldo tinha o medo – aparentemente injustificável – do retorno dos anos de chumbo:


henfil-ubaldo

Fonte: BLOG DO ALCEU CASTILHO

Nenhum comentário: